quarta-feira, 25 de novembro de 2009

DNA

DNA (DOM NATURAL: ARTE)


Sobre as poesias e textos reunidos no DNA (dom natural, arte)

O que sei sobre esses textos...
Primeiro, que estava no período de férias e sem escrever há um certo tempo. Havia diagramado os contos e poesias que estão presentes no Coador dos Sonhos e nos Relatos de uma Alma Ausente e, como quem depende de uma certa inspiração, que penso agora existir após a união de conceitos e vivência das coisas que vejo no mundo concreto e das artes; em muito daquilo que leio, na época lia Valéry, Keats, Yeats, Voltaire, e alguns outros gênios da literatura, mas que me parecia que tudo havia acabado; o poço secado; a intimidade com as letras havia sumido, angústia certa e sem fim para quem se descobre nadando vago no mar da criatividade.
Perdi o emprego. Contanto, dei forma ao primeiro desses textos ordenando as frases dispersas que começava novamente formular. A escrita sempre me é uma guerra. Uma paixão que tento manter distante e que em instantes se faz próxima; dentro de mim. É essa guerra que já estava presente nesse texto e no próximo, Do Diálogo Entre o Poeta e o Mago, no qual realmente voltei a escrever. Foi reencontrar o furacão que explode de dentro e vira poesia. Os desenhos desses manuscritos são muito interessantes, dignos de curadoria.
Sempre procurei compreender aquilo que existe dentro do pensamento. Procurava por mim mesmo nesse emaranhado de coisas de lá. Encontrei algumas respostas possíveis nas idéias escritas pelos grandes pensadores, e aceitei uma resposta meio direta lendo um texto místico oriental, leitura que originou alguns outros textos. A borboleta, se não me engano, animal que simboliza a alma em alguma mitologia, realmente entrou em meu quarto após ler o texto sobre a energia que desperta a criação com todas as sensações somente possíveis de compreender por aquele que se fez um ser criativo . Ainda não me dou por satisfeito e a angústia sempre vai estar por perto, afinal continuo escrevendo, como agora.
Os comentários sobre a serpente vêm dos textos de Valéry. A forma em espiral sempre me atraiu e já falei sobre ela em conchas e descubro nesses tempos que faz parte de uma constante universal, um conceito formal presente tanto na natureza como nas belas artes da seção áurea. Misticismo ou não, leitura extremamente egocêntrica (?), pense ser mais fácil entender; aceitar; negar; de fora do que aqui por dentro. E Assim, Dom da Dor é pura angústia; falta e solidão, mesmo para quem acredita ter gênio. Tal temperamento deve ser um mantra ou qualquer coisa que denomine uma falta que eu carrego, o que entendo ser bom por tornar-me menos orgulhoso e preso na vida.
Após esses novos aprendizados, lembrei-me dos tempos de estudo médio e até achei alguns textos da época. Fiquei feliz por tê-los lido novamente. Vi a escrita já viva por lá, nesses pequenos parágrafos, porém negada e escondida atrás de um menino quieto que ouvia por todos sabendo, quando se deitava, que tudo deveria ter seu sentido, pois algo era diferente dentro dele. Perdi tempo ouvindo tudo que não deveria e trago parte desse tempo em mim. Devemos respeitar nossa individualidade para nos melhor instruir e educar, mas sei que nem todos e eu, também entre os imaturos, e nem seus pais, talvez ainda imaturos, eram capazes de se conhecer, ou tiveram tempo e coragem para tentar. Bom, vão continuar infelizes ou, felizes, mas sem a completitude daquele que vê com a bela kundalini (energia latente do corpo que leva ao estado superior de consciência) enquanto o tempo não os tornar seres humanos
Vivam e sejam felizes. Procurem ler os seres humildes, mas de gigante universo por dentro, para que todos possamos compreender as verdades universais; sentar em uma mesa para nos divertimos da nossa situação baixa.
Sigamos todos com a sábia calma do universo e que sejas humilde.
Dom natural, até.



todo o outono de 2004.




UM NOVO DIA QUALQUER.

31 de JANEIRO:
Um rapaz foi até uma loja responder um questionário para o emprego de vendedor de tênis. Marcondo sempre ouvira que todo trabalho é digno de ser realizado e ele o teria feito se não notasse em toda sua verdade a ironia que era aquilo tudo. Então, respondeu:
Estava pensando em me sentar aqui nessa cadeira e escrever para me lembrar de quem sou; recordar minhas pretensões; falar sobre algo que me seja importante para chegar até elas. Só que, por uma brisa em meu pensamento, noto que sei o que sou e, portanto o que quero. *(Os tempos mudaram. Preciso escrever por outro motivo qualquer).
Descobrir algo o torna feliz enquanto se está descobrindo e depois é preciso entender e agüentar a melancolia de voltar para mesma vida corriqueira.
Pela magia irônica que é a vida, alguns enxergam as capas mantidas por muitos e as descobrem. Não há mais volta! Cuidem-se ou serão esmagados. Há algum tempo seriamos queimados. “Hoje”, nem há tempo ou cabeça para nos ouvir. Contentam-se em nos deixar morrer de fome ou enlouquecer.

Vou esperar.
Esperar você entrar em minha imaginação. Esperar enquanto o mundo gira.
Não consigo pensar direito e isso deveria estar me ajudando.
Preciso tocar o universo ou, quem sabe, esperar que o universo venha até mim.
Preciso acreditar que essas linhas são o universo que, não haverá fim.

O caminho é não haver caminho.
Se eu não estivesse escrevendo, há um segundo, essas letras já não existiriam.
Tão quanto lindo, é vago! O mundo já girou e nem sei se você notou.

Nós podemos achar que isso tudo não é nada. Em um instante, nem seria.
E, se você conseguir perceber, é isso que torna isso tão bonito.
É mostrar que não é preciso mais que um segundo, um instante, um vento dentro da cabeça, E quem sabe se essa ventania vai tirar você do chão ou lhe por de volta nele?!

Eu tento escrever como uma onda.
Em uma linha nos ponho no topo, na outro nos jogo lá em baixo. Esse é o segredo de bons filmes, das belas letras e, provavelmente, seja o das outras artes que infelizmente não consigo sentir. E, agora vejo o porquê da onda. Essa é a melodia da vida! Em um segundo estamos no topo e no outro, com a cara no chão.

Minha inspiração não é mais momentânea.
Penso sobre ela, como você pensa sobre tantas outras coisas, por exemplo, se seu salário vai pagar todas suas contas e lhe garantir um passeio no clube garantindo divertimento para você não se perguntar qual o motivo disso tudo?
É exatamente o que estou fazendo. Perguntando-me o porquê dessas palavras. Não é o clube! Isso eu conseguiria passando alguns dias em um escritório fingindo que estou feliz.

Só que há o porquê.
O porquê você ficou feliz lendo esse pequeno relato mesmo estando em um escritório pequeno e quente com um monte de pessoas gritando à sua volta.
O porquê você esperou alguns instantes lendo tudo isso.
O porquê isso não é só palavra.

Nossas vidas não são diferentes. O mundo continua a girar.
A diferença é que alguém tem que se lembrar disso e tornar o giro menos igual ao do dia passado.
Estou tentando.

Marcondo não conseguiu o emprego.
Saiu pensando no que havia escrito no questionário e se arrependeu de não ter levado a folha consigo, pois tinha quase certeza que o gerente não iria passar da segunda linha.


O DIÁLOGO: Do Poeta e o Mago.


O MAGO SE APROXIMA.
Há algo que todos deveriam enxergar: nada mais fascinante, que ao longe observar
o poeta,
com seu lápis e papel, lutar. E, enquanto lê, escreve o que está escrevendo. Gotas são, que pelo papel seguem escorrendo.
O MAGO DIZ:
Vejo-o perdendo! O medo corre na frente da escrita. perde as linhas secando ao vento. Morrendo!
O POETA, DESLIZANDO UMA DAS MÃOS ENTRE SEUS CABELOS, RESPONDE:
Mundo concreto e de concreto ta todo imundo!
A imaginação aspira poeira no tempo que expira o medo.
Segui para dentro da caverna. Onde posso pintar as letras, talvez, na taberna?
O MAGO, VENDO O POETA ENLAÇADO EM SEU FEITIÇO:
Eu disse! não tema! Que logo iria terminar.
Tamanha luta não é mais problema.
O POETA, AINDA ANGUSTIADO, INDAGA:
Pode o guerreiro saber quando se armar?
O MAGO É RÍSPIDO:
Nem o maior dos alquimistas saberia! essa é a magia!
Deve haver a guerra por tamanha nostalgia. Por algo que não é lugar ou prece.
Se apresse!
O MAGO PROVOCA:
A cabeça está na frente das letras!, não sabe narrar?
O POÉTA É RÁPIDO:
(Mas se trata de esculpir... tenho que esculpir tudo que sou eu nesse papel para que você entenda tudo que é você!)
Essa é a transferência da arte.
Aqui ou em Marte!!!

Estou de volta!
Um olho aberto, outro no chão.
Enquanto, o encanto em volta, só minha imaginação!!!

O MAGO:
Aprenda, nada é em vão, menos ainda, a guerra!!!
O POETA:
Mesmo brincando, já estou fora da Terra. E, lá de cima, enquanto vou voando, a poeira já vejo se espalhando. Por quê, por quê?
O MAGO:
Não questione! aproveite!!!
Pegue uma pizza e ponha o azeite. Siga para sala e pegue o saquê... e jamais deixe se esquecer: o encanto lá de cima, logo ao canto vai descer! Então, traga logo uma mala de imaginar, pois quando chegar à hora de lutar, (Um pepino vira um torpedo) e tudo lhe diz: não tenha medo!!!
O MAGO DECLARA:
Empate.
ENQUANTO O POETA:
Vou dormir! Estou à parte
- 09/02/2004 – 4:23`28`` a.m


SÓ, NA MENTE, A ESPIRAL.

Um véu na natureza navegando brilhou o olho de quem ali passou. Tal fugaz aprendiz, acreditando que entender poderia, a pegou. A espiral já não se via lá distante. O coral o homem usava na moldura. Sua ganância apagou o tempo num instante. Arrependido, o pobre agora, se tortura. Quando distante, já morto, o vê na estante.

Absorto em um vazio audaz,
corrói-lhe o tempo que perdeu, pois seu destino, mudar não é capaz.

E, o mistério da concha espiralada
Poder não há ver revelada.
Ambos já morrem.
O homem aprendeu.




“A ENCEFALOGRAFIA DE MARANUÊ” (Coming Soon)

Um dia desses, minha cabeça estava doendo.
Decidiu-se que o problema era excesso de sonhos.
Dia estranho começara a ser aquele, e o coitado, ser aquele que deveria ensacolar seus sonhos, começou a se medicar logo na saída do consultório.
A bula, logo na segunda linha, contra indicava a ingestão diurna. Mas Maranuê sabia que o caso era dos raros. Daqueles em que os sonhos não respeitam hora para chegar.
O remédio provavelmente já se encontrava diluído e impregnado nas células de Maranuê, porque ao sair na rua, ele já começava a achar a cidade meio estranha.
Suas curvas eram extremamente comuns, de estrutura geométrica perfeita. O pior foi observar o céu e tudo mais em tons acinzentados, tudo sem cor, portanto, sem vida! Enquanto as pessoas, e, aquilo era muito esquisito!, só abriam suas bocas e som algum emanava de seus pulmões. Todas mudas!
Assustado, ele retornou ao consultório e eles rapidamente realizaram a encefalografia.
Foi então, quando realmente espantados, que todos viram projetados na tela os desenhos geométricos; as cores; os dialetos, mais belos e esquisitos que já haviam visto.
Maranuê foi calmo e direto:
- Está tudo ai como sempre foi. Devolvam o que me pertence!!!
Ele ainda conseguiu ver o sorriso angelical de Airena, acenando para ele, antes de cortarem-no a cabeça.
Maranuê fora degolado!
Era realmente perigoso!!!





DANÇA NO CÉU


Um vento começou a correr no céu.
Um vento de duas correntes: a alma e a química.
A alma representa tudo o que não se concretiza em palavras, quanto menos em ciência.
O improvável; o incerto; a magia do imprevisto; a força descomunal do desconhecido; et cetera.
A química simboliza o cérebro, aquele que calcula; prevê; faz estimativa; faz nos acreditar sermos fortes; grandiosos, privados em nossa veneração do eu.
Pode-se agora entender a dimensão do vento de que falo. Um vento que dança descontrolado pelo céu. Uma bailarina entorpecida. Uma melodia que aterroriza, composta em tons corados pela química e pelo pitoresco. Furacão espiralado que destrói tudo que é concreto, tudo que é certo, toda verdade acreditada até o momento que ele começou a soprar. Furacão que avassala; corrói; destrói.
Onde estava eu antes de você ventar?
Cadê o chão?
Meus pés voam e minha cabeça não para de girar!!!
Tal é o vento que metereologia alguma pode prever.
O vento que me leva a imaginar e escrever.
O vento: paixão.



DO SUSHUMNA AO BRAHMARANDHRA

Quis Deus numa pequena pedra esculpir uma obra universal, contanto rara,
Pois só dela é que pode surgir do encanto que nela exala!
Fez-se do espanto sua serpente no meio de uma cova cega
Que, só, em sua humildade contente tornou-se desigual.
Não mais diz ou nega tudo que lhe é sabedoria
E, quando disser já saber, mudado terão sua magia.

O mundo não pode conceber que desenvolva tal anomalia!

O poder sobe pela coluna espiral; atinge ao cheio a massa cerebral!
Não há mais o que contamine o vôo da bela kundalini.
Deu sua obra, terminada ali em um instante concreto,
Que não irá mais se partir. Já se sente por inteiro completo!

E enquanto pensa no existir, respirando tudo como oxigênio
Nada vê de errado no gênio. Concede até alguns desejos
Pois o seu é:
que outros caranguejos da sua casca também possam fugir
Para ao mundo emergi de um mar revolto e poluído.

Ao ver, espero ainda não ter ido. Maior efeito é, a magia descrita, talvez ver!?

Contente-se já! Sabe que é impossível.
Há algo na vida indivisível, uma delas: seu cérebro.
Nem na luz do candelabro veria a serpente pelo corpo correr.

Que faço eu ao compreender nada na cabeça manter?

Continuo como sempre fui visto!
Tão raro quanto a obra, é raro vê-la
Quem vai parar o compromisso para tentar compreendê-la?

Ainda assim, comete um erro um dos sábios sem exoesqueleto
Por enxergar no véu desespero seu mais sábio amuleto;
A toca de todas as obras, Escondida entre as letras;
Guardadas sobre a estante; não ficará só um mais instante!

Como poderia antes chegar à essência se o que trago não há na ciência?!

Na noite, ilumina as kundalinis. A borboleta ao jovem encontrou trazendo-lhe o prana que guardou através dos tempos e, nis-
Só, aquilo que sempre acreditou, sua própria obra se tornou!
Não há mais amarras, sei de cor todas suas garras!

Tente entender o quanto sou livre, não há nada mais que me prive de defender tudo que ousei sonhar
E, eu que só queria amar, cheguei á mais completa energia!

Sabe qual é a maior magia?
Ainda sei dizer obrigado por tudo que me foi dado.

- 19/02/2004 – 2:58:37 a.m



O OLHO DOS TEMPOS

A borboleta cruzou os sete mares voando por baixo dos olhares que vagaram estarrecidos por tornarem-se todos, vencidos.
Desviou-se de quem a perseguiu; dos ambiciosos correu; fugiu.
Sua rota jamais mudaria!
Pois dela, o futuro dependia.

E, enquanto todo o mundo transbordava seu mal; pendia para um fim sem igual,
Profunda foi a ligação entre o homem e o animal
veria voando.
Oh! Cruel para quem não percebe o infinito que aguardou o encontro.
Aquele que nunca repara; bebe uma gota do verso que lhe há por dentro.

Jamais verá a mágica borboleta
E, saber não vai, usar sua caneta!

Agora vejo com os olhos de suas asas
E, para todos que negam o incerto, Saiba que há mais um por perto

para trancá-los em suas concretas casas!!!





O QUE SE VÊ ALÉM DO VÉU

Aquele que sempre alguém quis seguir viu que não se enquadrava em nada daquilo que eles pretendiam conseguir! Achava-se errado, enquanto ao lado, a sabedoria destruía-se no véu da ignorância e do medo calado, mesmo até, com ajuda do próprio céu que aos injustos dava abrigo sem notar nisso!, algum perigo.

O que se vê além do véu?

Nada de muito maravilhoso. Somente não há mais perigo
De me tornar um pobre orgulhoso!
E agora sei que só respiro poesia
No centro poluído e hipócrita Ou na leve brisa da maresia.

De lá, trouxe alguma escrita?
Toda pureza; sinceridade e magia da criança transposta na leveza dessa poesia.

O que mudou no que pensa?
Não há mais a cegueira da procura ou a busca à inexplicável cura para uma, dita estranha, doença à ciência, mais não à bela e pura essência daquele entregue a arte.

Daqui, vôo para qualquer parte!
O vôo não poderia ser mais seguro para aquele que mede ao tombo
E, conhece como não tornar escuro todo o tesouro que trouxe no ombro
Pois é presente; passado e futuro.

AQUELA QUE SEMPRE VIU PRIMEIRO,
SEMPRE VEIO PRIMEIRO,
E, ME TORNOU INTEIRO.

Por toda minha sóbria vida existiu a existência no vago existir daquela visão que a alma convida nunca se esquecer o que se é ou desistir de tentar entender em cada palavra o sentido do sentir daquele que amava.

Sempre houve uma vida por dentro à que se ouvir
Que nunca me deixou no tormento de me iludir!

Antes mesmo que vivesse, correu ela pela viela escura; sombria da vida e, quando voltou, mostrou-me quanto nela de perigo desviou para que eu visse em cada dia frio; obscuro, o escudo que era a poesia que tudo mudava quando passava: Magia!
Agora somos somente simbiose em nosso existir. Tudo que soube sobe por osmose até o meu sentir.

A mágica, mais uma vez, se faz em segredo. Não se muda a magia da vida! Só se foi o medo de mudar a essência na ciência de tocar naquilo daquele que só era amar.
Seria cego, Não nego!, na primeira ilusão!
Trago agora um olho cego para paixão e outro aberto para ver de perto tudo que não mudo por não ser certo na verdade que há no ver da alma.
Sigo sempre com calma e bato palma para o segredo que trousse a natureza caindo em mim, toda essa beleza que com toda força vou defender para nunca mais você se esquecer...

- 21/02/2004 – 12:13`31`` ...


DOM DA DOR

Eu quero algo para valorizar a vida
Algo que a torne sagrada; menos sofrida
Pois, eu mesmo, nunca fui motivo para viver
Quero acordar de manhã para agradecer o sol só por te ver...

Tenho uma boa família; bons amigos...
Eu não ligo para mim, não ligo para dinheiro
É ver que tudo está bem como está e mesmo assim não se sentir por inteiro.

Eu defendo o impossível para acreditar na beleza do dia em que eu te encontrar.
Peço para meu sonho te trazer porque é perigoso cada dia sem você
É como se o sol não brilhasse...
É como se tudo só passasse...
É como se eu... nem amasse.
Eu preciso de algo mais que tudo e, mesmo que eu descubra que esse algo nem era tudo... saiba que estou disposto a tentar; defender tudo aquilo que me fez imaginar; sofrer
Pois por nada eu trocaria o que sou àquilo tudo que um dia você pensou
Que pudesse me fazer acreditar, prefiro mil vezes ficar a sonhar!!!

E, se em meu sonho ela não surgir, vou procurar em toda realidade, sem mais fugir, porque quero saber se o sol brilha mesmo diferente ou se era só um devaneio; amor em minha mente

... A certeza cega que chego nos seus olhos
Do destino que despe o descrer de seus filhos
Que vagam sem beleza nadando no ar
Entre as pedras procurando a quem amar...

Procuro a certeza em você. A certeza calada que vive dentro do meu ser. A certeza que só em mim não se vê. A certeza que sozinho não posso criar; poderia tão logo imaginar que tão logo a vida a falta iria me mostrar...
A cura; a doença se faz em presença dentro da alma e, a ela, nem o maior dos sábios saberia iludir, pois é parte dela a falta dela ao meu lado surgir...

Preciso da certeza em mim
A certeza do seu beijo; a certeza que tanto almejo...
A beleza concreta; pura por trás desse sonho sem cura
De tudo que não quero escrever, pois de novo, seria o não viver
Por dentro de mim o que quero achar que sempre vai dizer algo faltar...

Pois o que quero não há em Um
Em lugar algum...
Seria tirar da natureza toda mais pura beleza
Da inegável certeza de só existir no Dois
O eu, deixo para depois...

FIM DE FEVEREIRO - 2004




O QUE APRENDI NA ESCOLA

Algo está em minha cabeça sem pensar. Auto no tempo, já deveria se cessar Mas me vem vencer e me acho descrevendo como pode a planta, ao meio de espinhos crescendo
Ao lado; tentando predar seu raro aroma
(Como quieta; em coma)
Pode ela naquela negra paisagem achar o caminho; passagem e desenvolver envolvendo por todos seus ramos sua mais pura seiva. Ceifando notamos seu cheiro do chão ao céu propagar seu sem sentido fruto do amar, pois dela as daninhas dessecando sementes, Sem mentes: pobres plantas ignorantes! Que ao lado se fizeram presentes. E agora secam ao sol (Quem sabe numa lata de formol?)
Apodrecendo rápidas; ríspidas; ávidas do saber ignorado
Daquele que as teria amado.


Ainda pode-se ver a planta no gramado crescer.
E ela, na sua mais nobre felicidade de viver, sabe que nem tudo foi culpa das daninhas e pede para que elas se tornem menos ignorantes, para que se sentirem o cheiro daquele que seu caminho um dia fez cruzar, elas possam compreender um pouco do que a rara planta era e para aqueles que forem bons, possam se arrepender e aprender um pouco a suavizar o desenvolver daqueles que só enxergam amar...
E, assim, todos florescem e crescem... Faz se os frutos.

- INÍCIO DE MARÇO – 2004


DOIS RELATOS DE ESCOLA,
DOS QUE NÃO PERDI OU DESACREDITEI...

A vida é o tempo
Na vida não há tempo para mim
Ontem queria um presente mas o presente é vago e não existe
Empurro o presente e não vejo futuro
O tempo não tem futuro para esperar o presente
Ignore o presente e nunca aceitará o futuro
Você não tem medo da vida
Temos medo do futuro
Faz seu presente feliz
E nunca ligará para o tempo...


Oh, Lua! Se você me iluminasse
Talvez, e só talvez
Minha beleza seria como a sua.

Mas de que valeria nossa luz
se meu brilho fosse tamanho de forma que
No entanto, e só no entanto
Nem visse você que me seduz...

SÓ... UMA REDAÇÃO... NO COLEGIAL:
O VINHO, O UÍSQUE E O FILÉ

Existem coisas, ou melhor, sentimentos os quais precisamos ser fortes e humildes para entendermos. Aliás, só pensaremos e notaremos essas sombras se um dia a luz nos atingir e com ela nós pudermos crescer tendo um pouco de humanidade.
Não sou padre e nem poeta, pois tento a cada dia fugir desses sentimentos, conversando e tentando tornar as pessoas próximas de mim mais felizes. Não me escondo atrás de papéis! Eles não me trarão alegria, por mais que eu deixe neles versos lindos com todo o meu sentimento. Não pense que eu não admiro os monstros da Literatura que fizeram de sua cabeça e suas palavras obras maravilhosas, mas imagino que muitos deles se enganaram desperdiçando a vida; a alegria; a possibilidade de olhar para o lado e dizer – “oi, tudo bem, vamos conversar” - por causa de um orgulho que não leva à nada.
Você pode achar que conhece um pouco de mim pelas coisas que acabo de escrever, entretanto, eu serei bom em contar algo que me aconteceu, mesmo correndo o risco de ser julgado por tê-la feito se sentir viva, ao menos, por um tempo.
Quando ouvi sobre ela, percebi que não seria tão difícil, talvez, até divertido. “Executiva bem de vida; boa aparência...” verdade? Não me importei com a descrição, afinal, não tinha escolha, porém, sou sincero em dizer que se fosse mentira, se visse mentira nos olhos dela, tudo seria diferente. Não sou arrogante a ponto de brincar com pessoas que realmente têm sentimentos. Mas...
O restaurante era um daqueles bem luxuosos, onde de verdadeiro, o que eu observei e provei foram somente o vinho, o uísque e o filé, pois as pessoas eram todas falsas. O ambiente, com o perfume de pessoas que acham ter cultura, me dava enjôo. Minha convidada, bom, era realmente uma executiva, bem bonita. Falou algumas coisas estranhas. Parecia ter decorado o jornal! Confesso não ter prestado muita atenção e, antes de pedir para ir ao banheiro, eu lhe disse: você é bem legal... um dia a vida vai lhe ensinar...
Agora, estou aqui nessa chopperia, com os mesmos amigos que me venceram no pôquer, um jogo em que mais do que as cartas, você deve olhar para as pessoas, contando que pagar o castigo não foi tão ruim e torcendo para que a executiva, que ainda pode estar sentada naquela bela mesa com um candelabro no centro, tenha dinheiro para pagar a conta do nosso jantar.
Eu fui embora; passei o jogo pois blefar nunca foi meu forte.

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