sexta-feira, 24 de junho de 2011

Imagem a mais para uma cartilha de imbecis de finais de semana.

Imagem a mais para uma cartilha de imbecis de finais de semana.

Quem vem subindo?
Ali, pela rua escura e vazia
Nas sombras dos cedros?

Um poeta. Ela diz enquanto vira-se para vê-lo. È só um poeta, meu querido.
Ela repete para frisar o estranho na frase.

Um louco, de certo. Ele o afirma de pronto.

[E você, quem julga raso os
Lampejos do teu mundo pequeno
Dos teus estudos pequenos
Do teu sentir medíocre

Deveria se calar por vezes! Enquanto o vê passar.

Enquanto
Quem vê subindo é só um poeta.

Verdadeiro e quieto.

Quem anda descabido
Ou fuma na laje duma construção
Dessa vez, é um poeta de verdade!

É raro que o seja, mas o posso afirmar que o é!

E este não será uma imagem a mais
Para sua cartilha de imbecil de finais de semana.

Aquela cartilha que ensina-te as frases
Que somente uma platéia destreinada
Aceita como música.

Quem vos vem servir?
Ai nessa mesa de “piquenique” duma felicidade rasa. Felicidade que
Quebra-se como o fedor de carniça a distancia.

Quem vos serve
É só um idiota a mais, meus caros.

Com a inveja imensa dele
Para destilar um saber menor
Para uma platéia menor
Na sua reunião de dias de feriado.

É somente mais um dos idiotas da Terra.

Enquanto quem vem andando, calado
Verdadeiro e calado,
For só um poeta
[Para vocês.

24 junho 11





segunda-feira, 13 de junho de 2011

carta.para.um.evento.bem-vindo!

CARTA.PARA.UM.EVENTO.BEM-VINDO!

De Augusto von Canti.





PERSONAGENS



1. DO PRÓLOGO NO TEATRO


PRODUTOR
BERATRIZ d`AMBROZZI CORTÊS
MÃE DE BeA


2. DO PRÓLOGO NA CASA DE CANTI

CANTI


3. DA FESTA

SÉRGIO O PEDREIRO
CANTI
BERATRIZ

4. DO DESFECHO
                -MUITA GENTE NA TERRA, POUCA GENTE NO CÉU.

BERATRIZ
CANTI





PRÓLOGO NO TEATRO

Presentes o produtor, Beratriz d`Ambrozzi Cortês, e a mãe de BeA.



As cortinas abrem-se. Destaca-se, estendido do teto ao chão, na parte de trás do palco, uma grande tela onde vemos impresso, numa estampa idêntica ao verdadeiro, lê-se o convite do casamento da alta realeza príncipe William e Catherine.
Na parte da frente do palco, visto pelo público, e de costas á platéia, ainda admirando o tal convite, estão duas mulheres, em silencio, ás vezes um suspiro aqui e ali. São BeA, Beratriz d`Ambrozzi Cortês, e sua mãe. Por alguns instantes somente apreciam os dizeres.
Aparece o produtor no centro delas, que se apresenta ao público, vindo por trás do pano estampado.



 from the banks of Royalties with best regards



PRODUTOR

                Há tão bello público
                Digno do mais puro espetáculo?

                Trago-vos de bandeja
                Dessa sala sois a cereja!

                Aqui vais o meu conselho:
                Sois jovens, como vejo,
                Não sabem ainda dos espinhos; das
                Rosas os percevejos!

                E já que aqui já estão.
                Ah, que os meus bolsos sorridem-vos!

                É peça das menos doces
                Aviso-vos!

                Sois dos cofres da prefeitura
                Que patrocina tamanha candura
                Meus mais nobres convites!

                Ah como fez-me sorrir
                O nosso autor!
                Quando esperava por mais uma obra de rancor
                Disse-me, devendo de sua miséria escapulir,
                Disse-me ele:

                - Senhor, se é peça de casamento que queres,
                Peça de casamento bem me compraz trazer-lhes.

                Assim o fez
                Aquele, o misero cortes!

                Escritor no mais alto labor.

                Agora, deixo-vos para apreciar
                Sem mais vos aprazer
                Essa tal:

                CARTA.PARA.UM.EVENTO.BEM-VINDO!

                Seria aceito por mim,
De bom grado favor,
                Se aos amigos falassem!
                Gostassem ou
                Compartilhassem.

                Com meus bolsos farei L´amor!
                L`amore
                L´ amour
                E cru no final
                Será um ato mortal...

(ele faz uma reverencia cortes á platéia. Beratriz e a mãe abrem a cena.)


BeA
                Ah, não é lindo?

MÃE DE BeA
                Achei um pouco descabido
                E até mesmo pedante.

BeA
                Eles casam-se apaixonados
                Diz o jornal na estante.
                Serão como a mim e o meu eterno namorado?

 MÃE DE BeA
                De certo!
                Mas não devem esperar por tantas datas
                Os eventos desses louros?
                São nobres os diplomatas!

                Enquanto eu preciso verificar se o seu marido
                Há marcado o meu salão preferido?

BeA
                Mãe..
                A mãezinha amada e querida
                O Diogo sabe décor onde será
                A festa!
                Nosso evento mais lindo
                Que os pais estão colaborando rindo.

                (BeA vai se aproximando até se abraçarem)

                Ele tem se esforçado...

                (Olham-se, mãe e filha, com total empatia telepática)

                Você sabe que temos nos esforçado?
                Sabe não é?
                Mãezinha mais linda desse mundo...

MÃE DE BeA
                Ah é assim
                Ver as duas filhas se indo depressa
                Minha mais nova, um bebê ainda,
                E vc, sempre foi a com mais pressa!

BeA
                Sim, com vontade imensa
                De ir até a dona Lessa
                E comprar um imenso imenso imenso
                Colossal
                Sorvete de morango!

                (BeA sai correndo do palco. A mãe fica em alguns suspiros, olha o público, o convite e diz virada ao público)

MÃE DE BeA
                Então assim vai.
                Assim começa e assim termina.





PRÓLOGO NA CASA DE CANTI

Canti, trajado em vestimentas que lembram um pintor dos começos do 1900, vem andando desleixado pelo centro do palco. Fuma no que claramente percebe-se um cigarro de erva. Ele então senta-se numa cadeira, únicos no centro do palco, e lê para o público o que escreveu no papel que segura nas mãos.



CANTI

Ohw you so high
Be my A
at my chamber door

I AM strolling
With the flu cat
The flu offered Black cat

She`catching all my feet
My cat
You
And my coffee shop
Were overinfected!

As with intoxication fog
Amsterdam nature fog

Be my A
My Love
A

Be my Berlioz`s Fantastique Sinfonie

Be my
So high
So hight.

                Again
                And twice
                You`re so Nice

                At second shoulders back view
                Alteza
                You`re so...

                Meu doce,
                Beratriz d`Ambrozzi Cortês...

                (Canti levanta-se e sai.)




nota do autor: trilha sonora sugerida pro ato I:

n.a:
Criado hoje, 13 de junho de 2011, 09:32:51
Salvo hoje, 13 de junho de 2011, 12:03:22.






DA FESTA



Num primeiro plano do palco, na parte direita do palco olhando-se de frente da platéia, encontra-se um homem nos seus quarenta anos. Sérgio está em roupas gastas e sujas e segura uma densa marreta nas mãos. Ele então desfere um certeiro golpe e vai conferir o buraco. Fica orgulhoso do feito.
Acende um cigarro. Senta-se numa lata dessas grandes de tinta.
Ainda no cenário do palco, do lado esquerdo oposto ao pedreiro e dessa parte de casa sendo demolida, estão assentos vazios de um automóvel. Sabemos que é o carro de alguma mulher porque tem uns bichinhos pendurados na haste do espelho retrovisor e umas revistas de moda e casamento e casas sobre o assento passageiro.
Canti aparece no palco entrando pelo lado de Sérgio
.  


SÉRGIO O PEDREIRO
Olá, seu moço?
Há quantas andas?

CANTI
                Ta batendo forte demais ae, Sergiones!... vai cair a vizinhança toda.

(eles trocam apertos de mão)

SÉRGIO O PEDREIRO
                Te falei! Dà só uma olhada na marreta qu`eu fiz.

(Canti pega a ferramenta nas mãos)

CANTI
                Posso dar uma pancada ae, mano?

SÉRGIO O PEDREIRO
                Oh se pode! Soca o pau!

(Canti desfere três golpes fortes)

E ai? Acalma o peão, diz ai?

CANTI
                Porra se melhorou. Mas para eu ficar bom
                Só s`eu derrubar a casa inteira...

SÉRGIO O PEDREIRO
                Quer um cigarro?
                Pega aê em cima!

(Canti pega e acende-o. Senta-se ao lado de Sérgio. Ficam observando a obra, bucco na parede e fumando)

                Sua mãe disse que vc tá arrumando umas coisas ai...
                Vai viajar de novo?

CANTI
                Nada de certo.
                Mas quero ainda esse ano estar fora desse país,
                Trabalhando, ganhando grana..

(ele dá um trago longo soltando uma fumaça espessa)

                Preciso!

SÉRGIO O PEDREIRO
                É..., se o cara não arruma trabalho aqui
                Não tem mesmo porque ficar.

                A não ser que tenha uma buça ai na área?

(Sérgio faz uma representação com a mão do órgão genital feminino. Canti dá risadas)

CANTI
                Bom, isso ai também tem lá!

SÉRGIO O PEDREIRO
                É mesmo ??!
                E como é, a mesma coisa ali na trepada?

CANTI
                A mesma coisa nunca é!

                É mais direto mano, européia não tem meio termo. Se te quer
                Já diz logo. E o barato acontece mais livre, solto...
                Mas mulher é mulher mano, ás vezes com cheiros
                E pêlos, a mais, contanto sempre uma experiência
                Inegável...

                Eu deveria era ter casado
                Tava até acostumado com discutir
                Em tantas línguas fossem necessárias

                Gozar em tantas línguas fossem necessárias...

                Mas agora to aqui, chorando mágoa enquanto fumo esse
                Cigarro velho, com esse brother que non ta entendendo nada.

SÉRGIO O PEDREIRO
                Porra que vc é quieto
                Mas quando desembucha
                Vai falando que se esquece até o que ta em volta!

CANTI
                É isso ae, muito loko dizê-lo!
                É que também acabei de estourar um do bom lá em casa.

SÉRGIO O PEDREIRO
                Deve ser foda morar em casa de mãe de novo?
                Não é?

CANTI
                Dessa vez até que ta suave.


                (Eles observam Beratriz entrar em cena pelo lado oposto do palco. È percebível ao público, há certa tensão quando BeA e Canti se vêem. Ela um pouco que se complica com a bolsa e o trinco do carro, então vira-se aos dois e os abana a mão em cortesia)


BERATRIZ
                Nesse canto da Terra o sol ta bom.

SÉRGIO O PEDREIRO
                Ah dona moça, essa é a hora alegre dos que trabalham!
                Se visse o barraco d`onde venho,
                Esse buraco aqui é bem melhor.

CANTI
                Oi Beratriz.

BERATRIZ
                Oi.

                (ela aguarda um pouco sem entrar no auto)

                Como foi o passeio na cidade grande?

CANTI
                Foi bem razoável...

BERATRIZ
                Resolveu o que precisava?

CANTI
                Sim, de certo modo.

BERATRIZ
                Okay
                Agora preciso ir.

SÉRGIO O PEDREIRO
                Tchau dona!
                Bom passeio.

CANTI
                Até.

(Vemos BeA encenar que sai com o carro. Os dois comentam a sós.)

SÉRGIO O PEDREIRO
                Ali é coisa fina!

CANTI
                Se é...

                Man, vou sair nessa.
                Valeu pelo cigarrets,
                Depois trago te um dos meus...

SÉRGIO O PEDREIRO
                Oh patrão, ta cedo!
 Apareça quando o quiser!




Sérgio e Canti trocam apertos de mãos em despedida. Vemos então BeA escrevendo algo num telefone celular, e enquanto os três atores continuam seus afazeres na cena, Sergio quebrando parede, Canti observa algo pelo cenário, Beratriz escreve, vai nos aparecendo, ao público, uma mensagem numa tela digital no fundo do palco, tela que estava apagada até este momento. A mensagem vai sendo digitada letra por letra e vamos ouvindo uma música de fundo.


Mensagem aparecendo letra por letra na tela no fundo do palco:
                ENCONTRE-ME, POR FAVOR, NA RUA DO CLUBE.BJO.B.

                                                                              Vemos BeA confirmar ansiosa o envio da mensagem.
                                                                              Canti retira o seu celular do bolso e fica sério ao ler.
BeA então se olha no espelho, estaciona e desce recostando-se numa das laterais do seu carro.
                                                                              Canti se encaminha descendo a rua.
                                                                              A luz em Sérgio abaixa e quase não o vemos mais em palco.

Ao verem-se no mesmo cenário, Bee e Canti trocam reconhecimentos um do outro de forma bem formal, poucos sorrisos. Aproximam-se BeA e Canti.
Bee cruza os braços em nítido desagrado.

BE A
                Oi.
È verdade sobre o que vc escreveu na mensagem de ontem?

CANTI
                Qual parte?

BE A
                A única parte que é objetiva!
                Que vc vai sair do país?

CANTI
                Sim.


(Eles ficam a distancia e mudos por alguns segundos)

BE A
                Ma isso é ótimo!
                Não..?
                Sério, pensa bem no que poderia...

CANTI
                Vc nunca vai perder, não é?
                E seu disser que vou primeiro...

BE A
                Melhor impossível!

                Por que não me disse...
                Quando tavamos ali juntos

CANTI
                Eu não sabia.

                Irei antes do seu grande momento
                The big Day
               
Ninguém mais aviso!
Vc foi a primeira que falei sobre...

BE A
                Vc foi imprudente me escrevendo.
                O Diogo tava do meu lado.

CANTI
                Não foi intenção, srta. D´Abruzzi.
                Além disso, mensagem não tem som!
                Fecha e pronto.

BE A
                Para vc sempre é tão fácil!
                Não tem compromisso com nada!

CANTI
                Olha
                Eu não quero discutir, okay?

                Eu nem deveria estar aqui...

                Como vc pode reclamar da mensagem...
                Quando há duas horas antes,
                Vc parecia bem à vontade numa cama?!

(eles estão naturais, apesar de incomodados um com a presença do outro. Se olham alguns segundos. Olham para outros lados).

Era só isso?

BE A
                Sim!

CANTI
                Passar bem, então.

(eles deixam o palco).



Criado hoje, 13 de junho de 2011, 18:17:36
Salvo hoje, 13 de junho de 2011, 20:36:57








As cortinas são abertas e vemos no lado esquerdo do palco Beratriz d´Ambruzzi. Ela está sentada, confortavelmente, com roupas de casa, em uma poltrona. De frente para uma escrivaninha onde apóia o notebook e lê. No segundo plano, fundo desse lado esquerdo do palco, a platéia vê somente os pés de um homem deitado numa cama larga de casal. Ele não vai aparecer em cena além de deitado, nunca vemos o rosto de Diogo.
Do lado direito do palco está também Canti, com seu notebook. Ele está sentado numa espécie de estofado velho ouvindo um bom blues no fone de olvido. –sugere-se como a música que toca em cena-. Em segundo plano desse lado direto do palco, temos em luz bem baixa uma vadia, roupas de dona que atende em rua, que dança, sem ser muito chamativa na cena, em um pole.
Todos os atores no palco de algum modo se movimentam, não são pessoas mortas! Assim Diogo às vezes rola de um lado ao outro sobre a cama, Be A consulta algum periódico na escrivaninha e come bolachas enquanto digita, Canti fuma sem parar a erva e segue no ritmo de alguma boa música vinda do fone enquanto lê algo na tela do compt e consulta os seus livros pelo chão, e a vadia dança suave no seu pole.
Então levemente vai se acendendo, na parede do fundo do palco, a tela das mensagens, contudo agora o layout não é mais de msgem de celular, e sim de um site famoso de rede social.
Vamos lendo, da platéia, letras por letra escritas nas tais falas virtuais, ás vezes algum erro gramatical acontece, ou é corrigido durante a suposta digitação.



MENSAGEM VIA REDE SOCIAL – entre BE A e CANTI

CANTI (via mensagem na tela do fundo do palco)
Desculpe-me por ter sido grosso, liso; insípido...
tou mto ansioso com isso tudo que ta acontecendo!
Tenha uma boa noite. bjo.

                Vemos a reação no rosto e corpo de BE A em cena. A mensagem foi bem aceita e veio em excelente hora pelo que é visto.


BE A (via mensagem na tela do fundo do palco)
Oi, boa noite, gatinho. Olha nem doeu nada, viu. Desculpado!

                E o menino dança na sala como se valsasse com um livro aberto nas mãos ao ler a mensagem acima.

CANTI (via mensagem na tela do fundo do palco)
                This made my night... completely.
                You always do...
                sorry
                Bjo.



Então o que vemos em cena, em primeiro lance, será os dois, BE A e CANTI ansiosos, presos contanto absortos nessas suas instigas virtuais. Estão com seus corpos quentes, a ponto de bala! Assim, depois de um momento, vemos Beratriz d`Abruzzi levantar-se, deitar-se ao lado de Diogo e começar naquilo que parece e é o começo de uma transa.
Ao mesmo tempo vemos Canti relutar, contanto pegar o telefone e ligar, não ouvimos as falas, contanto vemos a vadia de fundo atender e compreendemos que eles estão marcando um encontro. Então Canti logo sai apressado e o vemos encontrar e se amassar na rua com a vadia.
Assim a cena vai escurecendo em fade e termina.


n.a:
Criado hoje, 15 de junho de 2011, 05:50:37.
Salvo hoje, 15 de junho de 2011, 07:43:04

Trilha sonora sugerida:






Desenvolvimento.




1- CASAMENTO BOM
FILHOS BEM NASCIDOS




As luzes estão apagadas e ouvimos assim a voz de Sérgio. Ele está conversando com uma moto velha, apoiada ao lado de um dos muros da construção.
Sérgio abre a cena. Canti está próximo.




SÉRGIO O PEDREIRO
                Amor! Amor!
Minha linda, rainha!
Volte para mim!

CANTI
                Quebrou a moto?
               
SÉRGIO O PEDREIRO
                Não!
                Falo assim... só para ela notar o quanto é desejada...
                Idolatrada por esse homem aqui!

CANTI
                Afê Maria!
Sergiones... imagina fosse uma moto...
                De verdade.

SÉRGIO O PEDREIRO
                Oh patrãozinho, o patrãozinho vida mansa,
                Assim o Sr. ofende a menina e a mim!

CANTI
                To só de broma, mano...
                Nem nessa dai eu saberia empinar!

                Nem mesmo essa eu tenho!

SÉRGIO O PEDREIRO
                Éh
Essa lambreta aqui tem uma história...
                Vc ta com tempo para ouvir?

                Pega ai um cigarro!

CANTI
                Obrigado!

                (Canti diz, depois de acender o tabaco, para cortar a conversa para o assunto dele)

                Meu caro, vc acha muito errado querer a mulher dos outros?

SÉRGIO O PEDREIRO
                Vixi!
                Se não for a minha...!

CANTI (rindo)
                Não!
                Definitivamente não seria...

SÉRGIO O PEDREIRO
                Então Canti, menino tranqüilo...
                Não sei se é errado, por Deus...

                Mas é perigoso pelos homens!
                Encontra alguém atravessado ai e pode tomar
                Bala nos cornos!!

                Bam bam (ele faz que empunha um revolver)

                “Seu pulador de cerca infernalll”...! bam,bam

                E ai já era! Sobra só o pó do malandro...

CANTI
                Pode crer!
                Já pensei nisso, mas o que penso não conta na hora...




Vemos Beratriz entrar numa outra parte do palco. Os três atores NÃO estão na mesma cena. Ela está conversando com alguém, parece responder um questionário para alguma organizadora do evento. Está sentada e a luz nela se acende. Ouvimos BEA falar enquanto desaparece o som da conversa de Canti e Sérgio noutro lado do palco.


BE A
                É claro que sei!
É o maior dia da minha vida!

                Mas não sei para que tanta papelada?
Festa mais burocrática!

                Birra jurídica!

                Só queremos, Diogo e eu,
Queremos nos apresentar felizes,
                Para nossos pais e amigos!

                Como casados!
                Como sangue do mesmo sangue
                E alma do mesmo cofre!

                Deveria ser só isso e ponto!

CANTI
                Não acontece, cara, ali no ato
                É outra coisa e o sangue pulsa!

                Quem criou esse moralismo é um merda!

BE A
                Quê tem a ver tudo isso com o amor?
                Amor que sentimos uns pelos outros?

                Afinal o casamento é nosso...
                Qu`eu o pudesse fazer com quero!
Como bem o entendesse...

                E ponto final ao Papa!
                E todo o resto.

CANTI
                E acima de tudo,
                Sr. Sérgio
                Essa porra de apresentação social de bosta...

SÉRGIO O PEDREIRO
                Vai vai, casa véio!... ai vê que quê é só o desgosto que vem...
                Nem o bagaço e o anel!!!

CANTI
                Moralidade burguesa que chupe o meu pau!

BE A
                O faria!
                Chuparia o todo...
                Mas se já fossemos casados!

SÉRGIO O PEDREIRO
                Depois não sobra nem o teto.
                Quando a farra acaba...

CANTI
                Saca só:
                Para dar certo qualquer porra de casamento,

                A primeira coisa á se levar em consideração
                Pelos noivos,
                Casamento, como instituição feita!
                Como uma hipócrita duma instituiçãozinha!
               
A igreja, a empresa, a política,
As três ganâncias hipócritas que a humanidade dilacerou...
                Não passam de empresas jurídicas e burocráticas!
                De gente fraca de merda!

                Na real dos fatos a serem analisados pré-festa,
                Casamento é um investimento!

                Todos envolvidos devem bem entender isso!
                Negócio!
                Negocio!

                Onde ao lado de qualquer sentimentalismo idiota
                Deve-se entender que há um contrato que envolve
                Interesses!

De segurança ... de futuro ... de finanças!

                Dinheiro!

                Se sobrar amor ai, mostra-me que truco!?

BE A
                Casamento bom, filhos bem nascidos!

CANTI
                Casamento “bom” filhos idiotas safados... Políticos.

SÉRGIO O PEDREIRO
                Eh eita que não é como sempre foi!
               
                Por isso agrado a minha CG (moto simples),
                Que nunca me quis mal...
                Nunca cobrou festa

CANTI
                Chega pra mim...

BE A
                Pra mim também!


(Eles viram-se as costas como se estivessem conversando, mas nunca Canti e BE estiveram juntos, nesse ato estão separados em palco, por mais que dê a entender como diálogo. Não se encaram e saem todos de cena).







2- SOBRE RELIGIÕES E ESPÍRITOS



Canti e Bea. Estão deitados numa cama no centro do palco.



CANTI
Eu queria te perguntar uma coisa...
Não sei se é uma boa hora?

BE A
                Que hora seria melhor...?
                Hum
                Você sobre os meus ossos...

CANTI
                É que...
                É que eu queria saber quem é a pessoa da foto?

BE A
                Qual foto?
               
Qualle, fotita, diz ... amor meu.

                (Be A levanta-se coberta pelo lençol que escorre de suas costas como um véu de nuvem em dias frios)

CANTI
                A foto do seu perfil no Facebook?
               
Em que, aliás, você está
                Tão linda quanto o esteve agora, agora...

                Acima da luz...

BE A
                Obrigada.

                (BeA expressa um certo incomodo)

                Aquele cara ali...
                Bom
                É um assunto meio complicado.

CANTI
                Eu sabia que era
                Quer me contar sobre isso?

BE A
                Claro que posso contar sobre “isso”!

                Sou mulher.

                Foi alguém muito presente na minha vida...

CANTI
                Não é o seu noivo?

BE A
                Não. Não é!
                Definitivamente, não é o Diogo.

                (Be segue ao canto do quarto e procura algo num armarinho de canto)

                É alguém bem mais importante que ele

                Que...

                Bem mais importante que você...
                Você ai!

É alguém que não se substitui com transa qualquer...

                (BE A lança então a foto original que encontrou no armarinho sobre Canti na cama)

                Porque é meu pai, seu bobo!

CANTI
                Puts!
                Achei que fosse morrer...

                (...) loka vc é, bastarda!!

                É,
Isso muda bastante o que imaginei

                Pensei que fosse seu primeiro homem, sei lá!

BE A      
                Não!
                Não era...

                Isso, meu amor
Meu amoré doce e proibido
É para que vc saiba que nem sempre a psicologiazinha
Que vc aprendeu na faculdade, é giusta! Certa...
Para interpretar o mundo...
Saber das pessoas por ai

Nem sempre te ajuda!
É melhor, ás vezes, perguntar... antes de analisar?

E ao vivo,
Não por merda de Facebook.. que omito essa minha lambida...

                (Ela o percebe incomodado, enquanto escorre a língua em seu peito. Não está incomodado pela critica ouvida, que nem escuta, mas por perceber talvez o quanto eles são parecidos, Canti e BEA, apesar de agirem muito diferente)

                BE A
Adorava quando te ouvi lendo Allan Kardec.

Leia a Bíblia para mim...
Por favor?

(Ela lhe entrega uma larga Bíblia com as obras de Allan Kardec)

CANTI
                Vc é muito rata...

                Vestida numa sai justa, jeans como te vi,
                Numa primeira vez.

                Agora quer qu´eu te leia tipo:
                “O livro dos médiuns”?

                Ah, ta de brincadeira...?

                (eles riem)

                Vc nem sabia qu`eu existia!
                E agora vem com essa que me ouvia.

BE A      
                Estou dizendo a mais pura verdade, seu tolo.

                Uma das minhas primeiras experiências
                De “fetiche”, ao menos sonoro,
                Foi lá te ouvindo...

                Um tesão...

                Ao lado dos meus pais, seu sacana!

CANTI
                Não posso acreditar nisso...

BE A
                Pois é!

                Leia! Leia, para mim, a Bíblia de Kardec!
                Ou cravarei meus dentes nesse teu braço...

                Nesse teu espírito todo.

Eles se atracam sobre a cama rindo e se beijando. As luzes vão se apagando.


                BE A
                Os espíritos do bem que nos protegem
                Nós, os meros,
                Os depravados humanos... traidores... traídos
                Decaídos do sétimo céu...
                Ihuannn que te mordo  hahahahaha
                Pára
                Pára...


                (Luzes off)
                (Luzes in)




2 -3.



Cena de Canti correndo com sua carteira nas mãos.
Estão em cena no palco, Canti e Be-a. Ela está no assento de passageiro de um veiculo.
O noivo dela não aparece em cena. È ele quem supostamente dirige.
Beratriz observa Canti correr com beleza, por dentro da segurança do seu carro. Ela gosta do que vê. Ele somente corre como se estivesse atrasado para algum compromisso, não os vendo.

Diogo comenta em voz fora de cena:

DIOGO (em voz off de cena)
                Acho que ele roubou alguém!
                Correndo com essa carteira ai nas mãos!
                E essa cara de hippie...

BE-A (cansada da arrogância do noivo)

                Pela aparência...

                (ela se controla para não se entregar)

                Não roubou...

                Mas o poderia ter feito a hora qu`ele quisesse!


(Luzes off)
                (Luzes in)



III- POLÍTICA ATUAL,
A ARTE DE DIPLOMACIA DESTRUÍDA PELO MAU CARÁTER


Cenário brasileiro de descaso; descompasso em comparação/ Aos conceitos de Platão- Dos soldados honrados/ Por terem a função de guardar a cidade.

Estão no palco BEA e Canti. Sérgio está próximo.




BE-A
                O que vc pensa de Julian Assange?

CANTI
                Acredito qu`eles estão fazendo algo bom!
                É um grupo, não é só um cara...
               
Do tal Assange, pessoa, eu não sei o que pensar.

                Sei da idéia toda...

                Apesar d´ele ter sido o escolhido para ceder a cabeça,
                Como o nosso “Antonio Conselheiro”.

                Foi pro canudo do agreste!

                Sabia que li Canudos... ou livros sobre...
                Com o meu pai?

BE-A
                Não sabia amore, lembrança boa!, imagino...
               
(pausa para o trago.)


                E vc confiaria piamente nos conselhos...
                Que estão ali no site do WikiLeaks

CANTI
                Eu pensaria sobre...
                Confiar.

                É um jornalismo com fontes secretas, saca?

                Quem os está escrevendo é a nata do estudo!
                Do planeta todo, que tão cansados dessa hipocrisia toda...

                Acho que ta funcionando!

                Tentaram bani-los –O WikiLeaks – e agora eles estão
                Mais fortes que nunca estiveram...

                Quem diria que a difamação da imagem
                Seria arma feroz de guerra pública
                De propaganda

                Para descobrir o que tem valor em uma época,
                É somente pesquisar o que os exércitos dominantes
                Atacam.

                Na nossa época... é a imagem!

                The celebritiessss fucking weapon of war

                Imagem de vc nua,
                Be my a
                Right now
                Or I`ll gonna crieeee!

BE-A (ela senta-se no colo de Canti)
                Isso bem que é...
                Meu morcego letrado...

                (eles se beijam demoradamente)

                Que horas vc acorda para “pescar” essa informação toda?

                Outro dia o vi ONLINE! eram umas quatro e meia,
                Já ia amanhecer...

CANTI
                Ah, sua sacana,
                Por que não falou comigo?

                (ele a vira sobre os lençóis e pergunta, olhando nos olhos, ele sobre ela.)

                Por que?

BE-A
                Não era a hora para...

                (Canti se levanta e senta-se no beiral da cama com as mão desfazendo o cabelo)

CANTI
                Essa vida alternativa...
                Virtual, alienante de pensar-te sem cheiro... e somente fotos e letras...
                Ta me deixando maluco de pedra...

                (a voz dos dois vai descendo)

                Sérgio entra entorpecido de “marijuana” no palco fechando a cena.


SÉRGIO O PEDREIRO
                Eita que o meu Brasil é um circo
                De muito prazeroso espetáculo!
Onde todo palhaço tem vez!, até o mico
Do circo, na sala do oráculo!

Mas quem manda são sempre os ladrões safados!
Os putões enfadados
Que tão lá no cerrado!

Bando de maricas! são lá no congresso
Vem cá um dia trabalhar duro, eu lhes peço!

Vem cá um dia, doma a marreta na mão
Que quero ver não honrar o pão!

A saúde que o Deus grande nos dá!

Cambada de sem vergonha, safado, ladrão!

(Sérgio então olha pro publico e cochicha com a platéia)

Tenho é logo dessa brisa sarar...
Chapação interminável da porra!!!
O menino Canti fez-me querer fumar outra vez...

(ele ri)

Que agora sou louco feito o maluco burguês!

Ai amanha tem trabalho...
Vou que amanha tem o trabalho...
Ai que amanha tenho trabalho...

Eles deixam o palco. Beratriz e Canti ainda se pegam na cama. A cena termina. Luzes off.


IV- CULTURA DE PAISES DESENVOLVIDOS
E NÃO DO BRASIL.



                                                                                                              BEA e Canti não estão em um quarto.


BE-A
                Por que acha que lá fora será tão melhor?

                Não há lugar melhor que aqui...
                O que lhe falta?

CANTI.
                Trabalho!

BE-A
                Vc não tem foco naquilo que quer...

                Cara, adoro o que vc escreve!
                É lindo, ferve em mim
                De verdade!
                Como nada que conheço o faça... se o leio
                Sozinho... piro!

                E se vc me Le, enlouqueço de tesão...

                Mas isso nunca vai ser trabalho!

                Mettere questo in testa!
                Cazzo voi?
                Che cazzo lei voule in questa maledetta vita?

                Não é trabalho...
                Nunca será!
                Bota isso na sua cabeça, por vc!

CANTI
                Pois já lhe disse que não encaro como
                Trabalho, escrever!

                Um milhão de vezes, essa porra nunca me pagou!
                ...

                Eu quero viver em outro país
BE-A
                Por que?

CANTI
                Pela qualidade de vida que me proporciona
                Por eu não sair de casa com medo!

                Porra... isso aqui é um lixo.

BE-A
                É um lixo que vc deveria ser um pouco mais responsável por...

CANTI
                Vc está errada!
                Não sou responsável pelo país somente porque nasço nele.

                Sabe o que mais odeio daqui...

                Não é toda a miséria descabida as vistas

                Nem não acreditar na política para querer me filiar...

                Não é toda a prostração perante o roubo,
                A safadeza
                Dos grandes,
                Até os viados que nascem sem nada...

                É algo que resume esse povo todo
                Podre de inveja
                Ódio
                E ignorância

                Sabe qual o mal:

                O mal caratismo!
                O mal caratismo do povo brasileiro, consigo mesmo!
                Com o seu irmão...
               
                A inveja que todos vcs tem de quem pensa por si próprio!
                Por quem é mais inteligente que vos...

                So porque noventa por cento disso aqui venera uma tele-novela
                De merda! como se fosse digna de referencia...
                A famosa novela das oito!

                ... (eles se estremecem, BE a Canti em seus corpos moídos pela dor verbal e pelo que irá acontecer. Vão rachar, ali e no ato)

                Olha só para a gente...
                BE
                Nos dois!
                Falsos traidores...
                Meu A
                Da sorte..
                Senhorita D`Abruzzi Cortês
                Da vida...
                Da minha, toda vida e dor. 

                Fruto de uma trama de telenovela de merda
                Lixo do mesmo lixo
                Nosso caso
                Sua despedida de solteira...

BE-A
                Olha
                Não dá para conversar mesmo sobre...

                Eu me caso
                Vc viaja

CANTI (ainda irritado)
                Simples

BE-A
                Simples se estivermos bem separados...

                ESTOU ROMPENDO COM VC
                Canti.

                Aqui e agora
                E não quero mais que a gente se veja!

                Respeite-me, que guardarei uma boa lembrança
                De nós dois!

                A melhor lembrança...

                Me dá um ultimo beijo!, um ultimo abraço!,
                E nós terminamos...


                (os dois estão exaustos... acabados, sem piso. Eles se abraçam. Ele beija todo o rosto dela mantendo-a forte nos braços, eles se separam e saem do palco, arrastando roupas e uma alma quebrada em seus corpos)





Marca-se o encontro final via mensagem.



Vemos nas cenas seguintes, divididas sobre um palco triste, uma seqüência de acontecimentos. Beratriz arrumando os preparativos de uma festa! O começo duma vida fadada ao rancor, ao engano e a mentira.
No outro lado do palco Canti esta ás vezes feliz, ás vezes em choros contidos no peito, mas sempre fumando o mato e escrevendo no que será a carta.para.um.evento.bem-vindo! Do último ato.



BE-A (via mensagem facebook)
Vc pode, por favor, me encontrar! NA CAPELA ONDE CASO, NESTE SÁBADO, já AGORA, sábado, acredita!? AMANHA AS 15:00. É MUITO IMPORTANTE! Estou confusa, é visível pelo texto. E NÃO O PEDIRIA SE NÃO O FOSSE importante o que tenho a dizer. BJO. BE, a abelha!

                CANTI (resposta via msgem facebook)
                Meus parabéns.
                Finalmente chega o momento que tanto merece. Sábado!
                Chegou logo.

                Estarei lá amanhã as 15:00. Bjo.





Fim desenvolvimento. Em quatro atos, e por seqüência:

O CASAMENTO
A RELIGIÃO
A POLÍTICA
A IMIGRAÇÃO COMO CURA!



Criado em: hoje, 20 de junho de 2011, 13:27:15
Salvo em: hoje, 20 de junho de 2011, 19:53:22
Acantiza!
p.s eh que venha o final!-hora de compor o épico e derradeiro poema, a carta, o motivo e o peso. E yá esta a obra hecha! Bien e mala hecha.
Trilha sonora sugerida sempre Baden Powell, “Márcia, eu te amo”
http://www.radio.uol.com.br/musica/baden-powell/marcia%2C-eu-te-amo/192618 





 


4. DO DESFECHO
-MUITA GENTE NA TERRA, POUCA GENTE NO CÉU



Be A e Canti conversam na capela. Os holofotes imitam luzes do sol atravessando os vitrais de alguma bela igreja, antiga e construída em paredes de pedras. Ainda em cena há uma fileira de bancos de igreja, bancos largos com apoio para oradores se ajoelharem e, também, uma imagem de Nossa Senhora, mãe de Jesus Cristo. Be A d`Ambruzzi Cortês diz.




BE A
                Oi.
                Obrigada... Por ter vindo...
                Vc não precisaria vir se não o quisesse.

CANTI
                Estou bem por ter vindo.

                (os dois ficam algum tempo em silencio, e Canti diz o elogio como se fosse um irmão mais velho)

                Vc está linda!
               
                You´re indeed are. Appear as an Angel...
                Will be the prettiest Bride on next Saturday...

BE A (aceita o elogio, um tanto sem graça)
                Obrigada.

                Vc está compondo em inglês?
                Digo,
                Na sua casa?

CANTI
                Uma parte do texto sim.

                A outra parte tem me levado...
                Bom tem me levado para um caminho
                Nada bom para o enredo.

                (os dois riem)

BE A
                É o que parece sempre acontecer...
                Como de costume, não é?

CANTI
                Sim.

             Então Be senta-se num desses bancos de igreja com apoio para os joelhos.

BE A
                Quer saber um enredo bem real?

                O meu pai está tendo um caso.

                (os dois ficam em silencio. Então, Be enxugando algumas lágrimas que lhe escorrem pelo rosto desfere)

                Daqui cinco dias...
                Ele vai entrar de mãos dadas comigo em uma igreja
                E o filho da puta está tendo um caso.

                Como alguém pode fazer isso?

CANTI
                Como vc soube?

BE A
                Eu desconfiei... há algum tempo o vi aos cantos...
                No telefone.

                Desde de tal, ele tem tomado mais liberdade...
                Tem ficado mais tempo pela rua, em horários
                Não habituais...

                Acho que é uma vaca que ele chama...

                (Be A desaba a chorar de verdade)

                Uma prostituta qu´ele já chamou até em casa!

                Na casa da minha mãe,
                Onde ensinou minha irmã e eu desenhar...
               
                Como vcs fazem algo assim?

                Eu vou me casar.
                Eu vou me casar e então eu nunca pensaria em tê-lo, de novo!
               
                                               (Be A se recompõe e diz)

Vc e eu seriamos bons amigos... somente bons amigos...

Mas para vcs, putos homens... cretinos homens! Isso não é o suficiente!

(Be A encara Canti)

                Como vcs podem agir assim?
                Hein... me diz?


CANTI
                Eu não sei te explicar.

                Não sei mesmo dizê-lo... dizer-te qu`eu seria diferente...

 BE A
                Não!
                Tu não o serias nada diferente...
                Como o Diogo não o será!

                Ele logo me troca, quando me ver velha,
                Por uma vaquinha mais nova...

                Uma putinha que ficará de atendente na clinica, escritório dele
                Uma merda duma fachada enquanto ela o chupa no fim do expediente...

CANTI
                E por que vc não disse isso a ele?

BE A
                Não sejas leviano!
                Não comigo Canti, por favor. Pelo que nos resta...

                Em nunca terei esse tipo de intimidade com o meu querido futuro marido...


Diogo, do lado oposto onde está acontecendo a cena de BE e Canti, entra transtornado no palco. Ele se apóia em alguma parede e espera do lado de fora ouvindo a conversa que acontece de dentro da igreja.

                                                                              (adendo para ajuda de cena, escrito anteriormente)

                                                                                                                             Canti escreveu uma carta para Bee,
                                                                                                                                             a abelha.

Na carta não fica implícito que eles tiveram deveras um caso físico.

Diogo, que durante o entrar e acontecer da cena observa do lado de fora, está empunhando um revolver. Ele está com expressão doentia, transtornado e em momento algum duvidamos que ele não pudesse ou não veio para matar alguém.

Enquanto Canti e Be relutam no seu desejo de estar junto, de deveras ter uma vida normal em dois, e outros assuntos relevantes ao que eles viveram de sentimento até ali, sem mencionar em momento algum uma real transa ou demonstração física de carinho, Canti então interrompe a emoção que lhes vai aflorar num ato de beijo, sexo amor?, e diz que lhe escreveu um ultimo roteiro, carta, e ali estão as decisões e rumos que eles deveriam seguir.

Canti explica a BE A que desta vez o havia escrito não por medo ou fuga de uma realidade que lhe foi e era ali melhor que uma vida “dupla” fictícia, simplesmente explica a BE que a estava escrevendo e não falando, ali e agora, para que não mudasse de opinião na trágica sensação de tê-la tão perto e não poder tomá-la nas mãos.

Ele iria aproximar-se dela, relutando em enfrentar o teu toque, numa conotação que se si tocassem se atracariam ali e no ato. Quando entra Diogo em cena.
Diogo invade a cena, onde estavam os dois.
Ele está com a arma escondido no paletó.



CANTI
                Eu te aconselho dizer.

                Para o bem de vcs dois... do casamento... da vida.


BE A
                Ao Diogo nada direi.

                Não cabe a ele nada disso mesmo.

                Contanto ao meu pai,
                Estou pensando em dizê-lo ali no altar...

                Na hora em que ele for ceder à mão da filha dele...

                Quero só ver a cara.
                Na cara dele a sujeira descabida do que está fazendo,
                Comigo,
                Com minha mãe...


CANTI
                Tai algo que me agradaria presenciar!

                Contanto não estarei lá...

                Ao menos não em presença física.

BE A
                Você não que mesmo ir?

CANTI
                Hunf..
                Não sou tão forte quanto és tu

                Srta. D´Abruzzi.

                Estarei bem, de fora e rezando...

BE A
                O que vc diz em suas rezas?

                Hein?

                Meu nobre poeta,
                Estou precisando duma irrealidade lírica...

                Das boas e fortes,
                Aqui e agora!

CANTI
                Não digo nada de mais.

                Digo o que tou sentindo...

                E sempre tento imaginar para quem,
                Quem está ouvindo as minhas descabidas preces...

BE A
                Vc é uma pessoa boa!

                Sim,
                Saiba que é!

                (Be A se aproxima)

                Para mim sempre foi ótimo.


Diogo está de fora, agachado com as costas apoiadas numa suposta parede, ao lado da entrada da capela.

CANTI
                Ser bom não é o suficiente.

                Não proporcionarei a mim...
                A ninguém uma realidade auto-suficiente.

                De contas pagas!
               
BE A
                O fará sim!

                Mas deve submeter-se aos que comandam...

                A chefia e tudo o mais que está acima de ti!

                Não em capacidade, beleza ou inteligência.
                Isso tudo, o tens de sobra!
                Mas deve aceitar como as coisas estão impostas,
                Na estrutura formada da realidade.

                Deves obedecer...
                Para que um dia talvez ordene.

CANTI
                A única coisa que me interessa por ordem
                É a métrica de meu poema!

                Que mal não faz a nada!

                Sobre a outra sujeira,
                Não farei parte!

                E nem irei limpar.

                Já lhe disse.

BE A
                Sim.

                E eu aceito.

                (os dois se aproximam após um silencio)

CANTI
                Estás deverás linda!

                É uma perola num calcário de pedra.

BE A
                A ti não perdes nada enquanto o vejo

                E diz-me palavras de tão doce lampejo!

                Ah que se te aproximas... lasco-te...

CANTI
                Não serias justo, BE.

                Tens um homem de buona fortuna

                E aqui não soa irônico!

                Traduz-se como sorte, mesmo!

BE A
                E eu!

                A mim que vivo e pulso e sinto

                Terei a mesma graça?

CANTI
                Terás graça melhor...

                Como um doce na língua de um fiel

                Aqui está o que escrevi-nos!

                               (Canti retira do bolso a sua carta!)

                Nosso destino que não conseguiria dizê-lo.

                Meu zelo, meu carinho o meu cinema mudo...

                Pra ti.



Diogo entra na capela com cara doentia. BE A e Canti prestam-se perante a ele sentados no banco largo. Não sabem como reagir. Estão aguardando a fala de Diogo. Ele anda lado a outro um tanto tremulo. Então pede a carta.


DIOGO
                Por favor, dê-me o papel.

BE A
                Meu amor, não o esperávamos...

 DIOGO
                Cale a boca... Bera.

                Dê-me a porra dessa confissão.

CANTI
                Sr.
                O lerás e verás que não é nada...
                Nada como o parece.



Diogo agarra a carta das mãos de Canti. Be A D`Ambruzzi Cortês e Canti aguardam a leitura, lado a lado no banco de prece. Nossa Senhora em figura rege a sina de todos enquanto as luzes do sol sobre os vitrais os guardam em zelo.

DIOGO

                È o que ouviremos!
                Todos e com atenção...

                Pois poderá ser de tuas vidas, a última menção!



Canti e BE A não saberão da existência da arma por ali. Isso não é uma peça em que pessoas justas morrem! Ufa.

Diogo então os tem sentados, prostrados Canti e BE A, e todos aguardamos sorrateiros o desfeche. Esperamos um rio de acusações em que lhe seria arduamente negadas por C e B, mas não acontece acusação alguma.
Diogo só pede-lhes o papel, a carta nas mãos de Canti. Lembrem-se que até aqui Diogo não ouviu nada de concreto em relação aos dois, B e C, terem trepado e compartilhado carinhos “reais”.

Então ele começa a ler a carta aos dois em cena, e a nós na platéia:





CARTA.PARA.UM.EVENTO.BEM.VINDO!







Enquanto Diogo vai lendo a carta no final, depois que a parte mais dramática da poesia vai passando, na carta de Canti entendemos que mesmo que Be A case-se, Canti e ela ainda terão filhos. 5! Cinco filhos, um menino, duas meninas, e um casal de gêmeos adotados!


Para sair ileso, Canti inventa ali na hora qu`ele é um primo distante da família com uma doença terminal, por isso tantas delongas e romantismo na carta para prima que irá casar-se.


CANTI

DIOGO

BE A



Canti sai de cena e despede-se do publico no estilo real. Uma reverencia dobrando os joelhos.

Be A, sozinha com Diogo no palco, comenta como seriam bonitas essas crianças.

Diogo diz que não a conhecia assim tão criativa, ao narrar com brilhos nos olhos os possíveis filhos de Canti, s´ele os pudesse ter, pois para Diogo ele morrerá em breve.

BE A

DIOGO



(Poema em Sol bemol).


Carta para um evento bem-vindo!

                                              
Ultima fala.

BE A
Nem eu me conhecia assim, mas estou
Adorando está nova fase!


 Fim.





People gonna say we`re two/ made of inventiveness mind/
Shaped up overhuman values/ sculpt from some same matter.

But the gens substance/ doesn´t even
Annoyance our acute memory/ We`ve participate in/
Never sharing any anger/ Dans notre fancy monde.

Among the muddy mood/ we`re in, by our own risc/
Which I climb painting our figure:
We can delineate what we had/ to me
For you
My goddess BEe.

So, love of my, please gimme your consent:
Let us donate to mindless a tread/ why not doing it?
Let me talk about the private life of us/ about how we
Achieved in being both/ soul n` material, we´re made of/
Into a secret beehive of us.

Love has a such delicate shimmer/
In a way when we`ve noted its presence/
It has just flow through/ Concrete and
Unsuitable to be tight-holded/
Hands, our soapy hands.

Be my Bee again/ blessing it all
Those last glimpses/ moments of existence
Into that time of us.

Stand with my Rights of paperback life/
By developing spiritualism and delusion/
Into ludicrous ordinary killers minds.

Let´s share any clever Love of us/
That one hadn`t rest abandoned/ by our own negligence
Of how fortitude we were/ just for sharing our bodys
Over old-fashioned bedroom`s features.

Let`s share our shame of being brave lovers,
Could we?


by Canti to BE A.
                acantiza.
                Criado: hoje, 23 de julho de 2011, 10:58:46.
Salvo: hoje, 23 de julho de 2011, 13:10:14.

.





estou adiantando abaixo o desfecho, le gran finale!
assim se alguém quiser roubar-me-la,
que, ao menos, termine-a bem!

no meio, desenvolvendo a peça, logo terei o tempeiro
necessário a harmonia dessa humilde sinfonia. Abss
acantiza.




4. DO DESFECHO
-MUITA GENTE NA TERRA, POUCA GENTE NO CÉU






                                                                                                                              Canti escreveu uma carta para Bee,
                                                                                                                                             a abelha.

Na carta não fica implícito que eles tiveram deveras um caso físico.

Diogo, que durante o entrar e acontecer da cena observa do lado de fora, está empunhando um revolver. Ele está com expressão doentia, transtornado e em momento algum duvidamos que ele não pudesse ou não veio para matar alguém.

Enquanto Canti e Be relutam no seu desejo de estar junto, de deverás ter uma vida normal em dois, e outros assuntos relevantes ao que eles viveram de sentimento até ali, sem mencionar em momento algum uma devera transa ou demonstração física de carinho, Canti então interromp a emoção que lhes vai aflorar num ato de beijo, sexo amor?, e diz que lhe escreveu um ultimo roteiro, carta, e ali estão as decisões e rumos que eles deveriam seguir.

Canti explica a BE A que desta vez o havia escrito não por medo ou fuga de uma realidade que lhe foi e era ali melhor que uma vida “dupla” fictícia, simplesmente explica a BE que a estava escrevendo e não falando, ali e agora, para que não mudasse de opinião na trágica sensação de tê-la tão perto e não poder tomá-la nas mãos.

Ele iria aproximar-se dela, relutando em enfrentar o teu toque, numa conotação que se si tocassem se atracariam ali e no ato. Quando entra Diogo em cena.
Diogo invade a cena, onde estavam os dois.
Ele está com a arma escondido no paletó.

Canti e BE A não saberão da existência da arma por ali. Isso não é uma peça em que pessoas justas morrem! Ufa.

Diogo então os tem sentados, prostrados Canti e BE A, e todos aguardamos sorrateiros o desfeche. Esperamos um rio de acusações em que lhe seria arduamente negadas por C e B, mas não acontece acusação alguma.
Diogo só pede-lhes o papel. Lembrem-se que até aqui Diogo não ouviu nada de concreto em relação aos dois, B e C, terem trepado e compartilhado carinhos “reais”.

Então ele começa a ler a carta aos dois em cena, e a nós na platéia:

CARTA.PARA.UM.EVENTO.BEM.VINDO!

A carta se trata de um poema belamente escrito em forma clássica
Em que não denota-se em maneira nenhuma
Conotações á algum relacionamento físico carnal que
Houve entre B e C.

Enquanto B e C escutam as palavras que C escreveu, eles se controlam com todas as forças para não se entregarem ali, na frente de Diogo, ao amor físico e espiritual que deverás ainda sentem um pelo outro.

Diogo então interpreta tudo como uma paixão platônica de um competidor mais fraco e menos experiente que ele. Enche Be A de beijos e ofende a pessoa de Canti.

Ambos controlam-se para não dizer a verdade ao “trouxa”.
              
Acontece um último dialogo entre os três em poucas e diretas palavras.

Canti sai de cena.

Be A e Diogo ficam no palco.

Ela sofre enquanto Diogo a encara como a mais justa e linda das mulheres, que lhe PERTENCE, enquanto ele nunca na verdade a teve!

As luzes vão se apagando.
FIM.



CANTI

BE A

DIOGO




n.a:
Estrutura da parte final criada em
hoje, 15 de junho de 2011, 12:32:59
Salva, assim como está acima, em
hoje, 15 de junho de 2011, 13:13:58

acantiza


 ...




Maquete- desenvolvimento e final.


1- Cena final.



Enquanto Diogo vai lendo a carta no final,
Depois que a parte mais dramática da poesia vai passando,
A carta de Canti dá a entender que mesmo que Be- a case-se,
Canti e ela ainda terão filhos. 5! Filhos, um menino, duas meninas,
E um casal de gêmeos adotados!


Para sair ileso, canti inventa ali na hora qu`ele é um primo distante
Da família com uma doença terminal.



Depois, Be-a sozinha com Diogo no palco
Comenta de como seria bonitas essas crianças.



2- Desenvolvimento.

Canti comenta com Be-a quem é o rapaz da foto cortada,
Na foto de perfil dela, sem ciúme algum. Somente por perceber
Que se tratou de alguém importante, e por imaginar que não foi o atual noivo,
Diogo que estava ali com B.


Be-a e Canti sempre comentam sobre assuntos relevantes de política atual, economia,
Artes, antes durante e depois que transam.

Dar ênfase a possibilidade real de relacionamentos duradouros, vindouros e de
Mútua cumplicidade via meio social network!

2 -3. Cena de Canti correndo com sua carteira nas mãos.
Estão em cena no palco, Canti e Be-a no assento de passageiro de um veiculo.
O noivo dela não aparece em cena.

Ele supostamente comenta em voz:

DIOGO –em voz off de cena
                Acho que ele roubou algém!

BE-A (cansada da arrogância do noivo)

                Pela aparência...

                (ela se controla)

                Não roubou...
                Mas o poderia ter feito a hora qu`ele quisesse!



domingo, 19 de junho de 2011
acantiza.
Criado em: 19 de junho de 2011, 12:26:40
Salvo como está em: 19 de junho de 2011, 12:38:14

....



Desenvolvimento



Atos separados por assunto.





CANTI
SÉRGIO

Conversam sobre querer a mulher dos outros.


I-CASAMENTO

BE-A
CANTI
SÉRGIO


II-RELIGIÃO

BE-A
CANTI

Adorava quando te ouvi lendo Allan Kardec.

III- POLÍTICA

Cenário brasileiro de descaso em comparação
Aos conceitos de Platão- dos soldados pagos
Para guardar a cidade.

SÉRGIO
BE-A
CANTI

IV- CULTURA EM PAISES DESENVOLVIDOS

Frisar a segurança de se viver num país de primeiro mundo.
A qualidade de vida por um custo menor.
“Matar” a saudade da família via internet e outros meios.

BE-A
CANTI.

Discussão forte de desentendimento entre os dois
Marca-se o encontro via mensagem.
Encaminha-se para o fim, Ato final.




Criado19 de junho de 2011, 19:20:26
Salvo19 de junho de 2011, 20:07:22
Acantiza.


...