quinta-feira, 3 de novembro de 2016

cascas


Você precisa tirar a casca amor para saber o que é Amor

Você precisa tirar a casca desejo para saber o que é Desejo

 

Maíne era mais mãe de família que Lívia na aula de inglês

Mas Lívia era mais quente e gostosa

 

Que clarividência esse sonho dessa noite me trouxe Acho que ajudei fazer um filme Ou assisti a um filme em outra dimensão (Um garoto recebia uma mensagem, um drone perseguia o garoto, a mensagem dizia que o hotel e tudo mais eram fraude, a mãe falou que uma bomba explodiu na mão dela, abrindo um espaço tempo, no fim, o garoto morto de outro filme diz algo como ele estar preso).

 

Victor Hugo espírito não tem mais a ironia Não joga mais com as palavras Porque está na verdadeira dimensão Onde certamente as coisas da Terra se tornam mais chatas

Portanto meu amigo, como disse o poeta Vinicius: a vida é para valer e é uma só. Quando estivermos fora dessa já não somos mais o que somos.

Portanto a perda do tempo é não ter provado desejo e amor nem em Lívia ou Maíne. Isso não volta!

 

Eu estou me limpando dos símbolos para te receber Você ainda vai me querer?

Quando ambos percebermos que as palavras não tem mais sentido,

Aqui a soma dos fatores altera a diferença

Você ainda vai me querer?

Além mais das cascas?

terça-feira, 1 de novembro de 2016

prazer século e místico


Deve haver algum sentido na luz

Quando a besta fera começa soprando

E vai levando por intermédio de um lusco

Aqueles que dizem de fora aplaudindo

Mas não é um show então vazem do meu canto

(Esse cérebro não é a cidade mística de Cuzco

                Não ta aberto a visitantes)

Ele vai esperar você nos mais ermos instantes

 

Vamos atravessar o mar vermelho ou o deserto de sal

Enquanto eles vão vampirizando quem ta eterno carnaval

 

Deve haver algum sentido em te esperar

O mar da ressaca fustigando e gente corre

Não há obsessor no nosso palco Nós os limpamos todos do Mar

Com nossa verve temperada nos séculos de um Amor lúcido e escorre

Amar o amor o destempero o sabor o suor a Luz a cadencia de duas vidas impar

 

Diga me onde e quando estamos limpos e vamos levando. (No Guarujá?.

Vamos ver os vampiros no palco do etéreo os carvalhos dos ossos sugando

Já estavam todos mortos mesmo em vida Só nós de nossa redoma

Fomos em vida uma foda de sonhos na Iris de uma flamejante cama

 

Diga-me quando e onde eu devo correr essa doença já assola o meu embuste

Vou com o peito aberto e os obsessores vampiros tiramos e atiramos em riste

(No Guarujá?.

Porque no nosso palco a única luz do espetáculo é o nosso corpo lúcido do prazer século e místico.

quinta-feira, 20 de outubro de 2016

acupuntura, plebeus celebridades


Ele colocou a agulha em meu cotovelo

Seguiu dizendo que Jesus eram dois

Que um deles desceu da cruz, se casou com Madalena

Que eu poderia ser um iniciado na Rosa Cruz ou na Maçonaria

Falou duma certa gravidade de Tesla quando naves pousavam na esquina da Terra

Ele colocou outra agulha na parte superior da minha mão esquerda

Eu disse que as mensagens relatadas no meu grupo de quarta não pareciam autenticas

Ele assegurou que noventa por cento das mensagens eram pensamentos plasmados dos homens e não seres etéreos

Ele colocou uma agulha em meu pé A esse altura acho que era o direito o direito

Ele então falou que quando Jesus desceu aos mortos ele resgatou muita gente além de Judas

A realidade é que eu gostaria de entrar numa dessa aurora boreal na Dinamarca ao invés de ser picado como um marimbondo

Seguiu dizendo que Jesus eram dois

Que um deles desceu da cruz e se casou com Madalena

Desposou Madalena

Madalena então é a rainha do Universo

E a gravidade supõe então que os meus pés deveriam estar na Terra

Que seria impossível encostar-se a uma aurora ou desposar qualquer fêmea pois eu já era iniciado e portanto comprometido como Tesla foi observando as naves

Então eles eram dois

Um desceu da cruz

E desposou a rainha Madalena.
(20/10/2016)




PLEBEUS CELEBRIDADES
Ao controle sobre um Império de paixões vis excitadas

Almeja o ser de caráter hiper-moderno reter imaculadas,
Pois é exorbitante o conteúdo vil de imagens e vídeos que diários
Aos seus olhos e ouvidos encontram-se no imaginário subjugados.
A imaginação deve lutar para manter-se atenta ao que é interessante
No Espírito mantendo um ingênuo saber ao que se passa no restante,
Por exemplo, se namoras não deves perder-se em horas especulando
Se aquela selfie com sincrano tem o mesmo em sentimento quando
No café da manhã ganhas um caloroso beijo da mulher autêntica e amada,
Ou se a mesma recebe mensagens in-box de adversários ou concorrentes,
Sabes que o que é teu é Sagrado! estás selado no santuário por correntes.
Veja no que o poeta, que deveras ainda não tem Amor maior por preocupar-se,
Se retém.  Enquanto fazes o check-in no restaurante do hotel ou a selfie à postar-se:
No Nossa Senhora da Vitória, lugar de garbo e finesse,  não eram comuns muitos selfies
Contanto houve neto de Senador que chamou o colega assim: “Você é macaco?”, podes...
No Nossa Senhora das Ondas, uma mulher de beleza rara e visivelmente alterada
Ao ver o pato servido na gôndola chorava e dizia: “Não come o pato, ele só faz quá quá!”
Nesse mesmo local uma senhora ex Miss verteu uma xícara de chá quente no braço de um colega homossexual. Coisa assim era o habitual!
São nos tempos hiper-modernos, que o ser deve manter-se rei e não refém do Império.
E na hora sagrada da cópula; da paquera por uma bella dona que realmente é honesta, fina sem ser cafona, na hora do jantar a dois e as tinas postas , no olho no olho dos corações afoitos, Por favor e, acima de tudo, desliguem os vossos smartphones. Eu já falei sobre isso no texto “afeto” Desligue impostergavelmente o celular!  Aceite como único sentido nessa sala o som da minha voz!  (http://acantiza.blogspot.com.br/2015/11/afeto.html)
Intimidade não mistura-se com mídia social, a família Real bem o sabe
As celebridades de carne e osso bem o sabem e protegem-se
Por que então, tantos plebeus dando tanta importância a tua pífia intimidade?
São tempos do Absurdo, de sociedade egoística, feiamente em suas paixões absorto.
(21/08/2017)

sábado, 11 de junho de 2016

Vépera de Valentino`s


Véspera de Valentino`s

 

(11 de junho).

 

“Eu vou escarrar nessa Terra para nascer um pé de vírus, e dos seus frutos eu extrairei as letras de um Amor translúcido e de Fé: a certeza que há milênios nós estamos lado a lado como uma concha que não larga o seu escaravelho. E o que nós faremos a partir dali será suavidade para um escroto estupro coletivo, tirando de ti a vontade que eu sei de estar vendo esse vídeo divulgado, Nós vamos nos superar numa cabana e no deserto da Namíbia. Ninguém chega perto do Amor que foi separado. Essa união tem sessão única e é melhor a plateia se contentar com Cannes, pois ali, na tenda, sobre o véu da espontaneidade e do verdadeiro, nenhum banal vai entrar para filmar o nosso casamento. Fiquem com os milhares de estupros coletivos dessa Terra: estaremos longe e disso não mais ouviremos. Detestamos vossos telejornais e merecemos o respeito de vazio. Minha intenção nessa carta é sumir com você mais e mais até que dos meus dedos no teclado só sobrem os calos.”

                                                                               Torah 12:23. Afastai-vos dos telejornais da Terra.

 

deveria ao menos ser mais justo escrever a carta

sendo eu que estou do lado do que irão julgar loucura

enquanto Você redime a nossa realidade a enigmas complexos

de aparições esparsas no limite da crueldade incrustada no fálico

Do ser e não ser. Ectoplasma. Vulva.

 

como quando eu estava no sítio ao meio aos demais animais e iria me masturbar olhando uma foto de uma fulana no celular

pedi aos céus que você me desse o sinal para que eu não caísse mais uma vez ao umbral, e eis que o meu celular toca com um número desconhecido no qual não tive reles resposta de ser você do outro lado da linha. Era você?

 

Conversamos e deixamos os demais leitores fora desse diálogo, Eu mesmo me vejo num sonho desperto, do qual não posso sentir o peso dos seus alvéolos dedos sobre a minha fronte, como a geada que se forma no vértice de uma folha, E aguarda que o relutante Sol apareça e lhe mostre: “Aqui estou, o beijo existe, o lábio quente te seca levando o teu vapor para outros ares”. É tudo tão louco, por que estou me privando mais um ano desse calor?

 

É irônico, As pousadas estão lotadas nas serras, entretanto eu mesmo que quisesse, não poderia levar uma fantasma à um check-in.

Seria engraçado abstrair dos demais preocupados com tais ou quais políticos absortos em propinas enquanto nós, destituídos da capacidade de tocar a Terra, descascaríamos beterrabas e nos deliciaríamos com o roxo em nossa tela, dedos valores roupas e blues. A quem nós vamos mostrar essa festa se estamos separados por energia, sua louca Grega. Sua túnica branca cobrindo o delga do seu corpo, cabelos descentes sobre as costas, olhos de cor do mar de Santorini, espaços entre os braços. Que desgraçado vai acreditar na nossa realidade para que eu possa debochar da sua inútil acareação apaixonada numa falida política. Somos ladrões de sonhos, contanto, sem espectro, Não dá para fazer a mágica.

 

Como na cena final do excelente “De Olhos bem Fechados” de um Kubrick que escapou como eu tento escapar. Se o telefone tocar agora, eu digo mesmo sem ter o teu o retorno: Nós deveríamos deixar dessa brincadeira e ir trepar, Logo, Muito Logo!

(Acantiza, 10:32:23 h., 11 de junho de 2016).



 

segunda-feira, 6 de junho de 2016

Informativo Peixinho Vermelho

Compilação temporal dos textos que escrevo e escrevi para o jornal IPV - Informativo Peixinho Vermelho, do Centro Espírita Seareiros de Jesus de Americana - SP, Brasil.




IPV OUT./2019 nº 235– ANO 22
Coluna: LEIA ASSISTA E APRENDA


por Augusto César Cavalcanti de Souza.


Paulo de Tarso, filme de André Marouço.


"Paulo de Tarso e a História do Cristianismo Primitivo" é um filme espírita que retrata a história de Saulo, o perseguidor de Cristo que, encontrando o Mestre em visão no caminho de Damasco, se entrega totalmente a Jesus, dedicando o resto da sua vida e das suas forças a divulgar a Boa Nova de Cristo.
O filme estréia em outubro, segundo o autor André Marouço, conta a história do apóstolo por um "docudrama” que se baseia integralmente nas obras "Atos dos Apóstolos" e nas "Epístolas de Paulo" para a composição do roteiro do filme. Acrescenta ainda que para buscar a fidelidade com a história e as personagens, quem assina a curadoria do filme é o Professor Doutor em Ciências da Religião pela Universidade da Paraíba, Severino Celestino.
Baseado nas próprias obras bíblicas citadas acima, o enredo conta a história de um dos principais propagadores do Cristianismo, Paulo de Tarso. Grande parte da trajetória do apóstolo, também conhecido como Saulo antes de seguir o Cristianismo, é delineada por meio de sua fé e dedicação à religião.

Como um dos primeiros missionários cristãos, Paulo levava uma vida de perigos e aventuras. Ele foi aprisionado, torturado, apedrejado, afundaram seu barco, foi atacado por bandidos e inimigos da fé. Paulo de Tarso ficou conhecido como o Apóstolo dos gentios.









IPV OUT./2019 nº 235– ANO 22
Coluna: LEIA ASSISTA E APRENDA

por Augusto César Cavalcanti de Souza.

Parábolas de Jesus – À Luz da Doutrina Espírita.


Atendendo ao saudável anseio de saber mais sobre as parábolas de Jesus e as valiosas lições contidas nelas, esta obra oferece oportuno velejo pelo mar da Galiléia para saborear os ensinamentos que marcaram profundamente tantos corações, ao longo do tempo. Oferece ricas interpretações sobre as parábolas de Jesus por meio da diversidade de textos de 24 destacados autores espíritas, como Raul Teixeira, Haroldo Dutra Dias, Andrei Moreira e Simão Pedro de Lima. Embarque em uma viagem inesquecível, revivendo e aprofundando o Evangelho em seus templos internos.








IPV Maio/2019 nº 230 – ANO 22
Coluna LEIA ASSISTA E APRENDA

LIVRO CAMÉLIAS DE LUZ:
transcrição de Augusto C.C.Souza

De forma envolvente, o espírito Antonio Frederico relata a trajetória de três mulheres, neste romance de cunho real e histórico. Os encontros e desencontros em existências entrelaçadas novamente. No Brasil do final do século 19, três mulheres têm suas existências narradas entre amores, paixões, derrotas e conquistas. Em meio às fazendas de Minas Gerais e do Rio de Janeiro, em um momento pré-abolicionista, elas vivenciam desencontros enquanto são marcadas pela paixão que cega, enlouquece e desencadeia processos obsessivos, ainda pelo orgulho que leva ao crime e o despertar de consciências, ao amor que aprimora os sentimentos e re-estabelece o equilíbrio. Acontecimentos que fazem parte da história brasileira são abordados sob o prisma espiritual como a rotina das camélias do quilombo do Leblon, símbolos do movimento abolicionista, as quais lutavam pela liberdade de um povo. Uma história que jamais será esquecida pelos espíritos envolvidos. E mais do que isto, o autor espiritual descerra aos olhos do leitor acontecimentos que fazem parte da formação artística do nosso país nas letras de Castro Alves, o poeta dos escravos. Aproveitem.







IPV mar/2019 nº 228 – ANO 22
Coluna PALESTRAS

O LIVRO DOS ESPÍRITOS – EDUCANDO ALMAS
expositora Suely Caldas Shubert
por Augusto C.C.Souza

Honradamente agraciados com a presença da médium e escritora Suely Caldas Schubert em Americana, aconteceu dia 15/02/2018 na FAM (Faculdade de Americana), a palestra sobre o tema O Livro dos Espíritos – Educando Almas.
A oradora frisa-nos logo de início a fundamental importância da leitura e estudo profundo da obra O Livro dos Espíritos, e conta-nos resumo do surgimento deste por via mediúnica. Hippolyte Léon Denizard Rivail, conhecido por Allan Kardec, fica sabendo das reuniões que estavam ocorrendo na Paris, em toda Europa e, também nos Estados Unidos, onde a sociedade, em reunião e grupos voltados ao entretenimento, ofertava os elementos para as mesas girantes elevarem-se no ar. Quando notaram que as mesas respondiam, num processo árduo de apontar as letras do alfabeto, as perguntas com certa inteligência, o pedagogo e pesquisador Rivail vislumbrou o começo da pesquisa que daria então o primeiro dos cinco livros que formam as obras básicas da Doutrina Espírita. O Livro foi assim ditado pelos Espíritos superiores e, já ali nomeado Allan Kardec, creditou-lhes a autoria do conteúdo intelectual.
A proposta em voga e perspicaz de Suely Caldas é obter no Livro dos Espíritos uma didática com metodologia de educação para o sec. XXI. Foi-nos sugerido em uma hora a proposta de alinharmos as Almas no bem; a educação escolar em comunhão com a do núcleo familiar para que os Espíritos regressem a pátria espiritual melhor do que encarnaram, retornem assim uma alma educada para eternidade.
Sra. Schubert retorna ao momento da Santa Ceia e, em síntese, narra as ultimas instruções que o Mestre Jesus Cristo, ciente que seria capturado e preso, promete e delega perante aos onze discípulos, onze, pois Judas havia saído da sala, e promete que Ele partiria por um momento, que Eles deveriam se amar como Ele nos amou, que os mesmos os seriam conhecidos como apóstolos pelo amor entre Eles, e finalmente, sendo Ele o Cristo, é o caminho que leva ao Pai, assim faria com que o Pai enviasse-nos o Consolador Prometido, o Espírito da Verdade, que nos esclareceria tudo o que Ele, Jesus Cristo, veio-lhes em carne dizer.
Como denota Suely, daremos agora um salto no tempo, pois está relatado no livro “Obras Póstumas” de Allan Kardec, o momento que ele perguntou, em umas das reuniões daquelas que ocorriam em Paris, cremos que na casa das irmãs Baudin, adolescentes médiuns que já psicografavam há algum tempo, o pedagogo indaga aquele que respondia: “Meu Espírito familiar, poderia dizer-me como devo lhe chamar?”, no que lhe foi respondido: “Para ti, chamarme-ei Verdade”. Como disse Suely, nesse momento devem ter tocado trombetas no mundo espiritual. O Espírito de Verdade prometido pelo Mestre, que nos faria relembrar e entender por completo os ensinamentos Dele, O Cristo planetário, ali estava ao encontro da matéria, novamente e em alusão à idéia, ao Verbo.
Para adentrarmos na educação plena, começamos pela chaga do egoísmo. Quando perguntamos se o egoísmo tem cura, na questão 917 do Livro dos Espíritos a resposta é sim, com uma educação não somente voltada para instruir, mas a educação que faz homens de bem, que atende a profundidade do ser humano. “A educação, convenientemente entendida constitui a chave do progresso moral”.
A educação é posta aqui como “o conjunto de hábitos adquiridos”. Por isso nós ensinamos os semelhantes, mais por exemplos à que por palavras ou livros, não que os mesmo sejam desnecessários, contudo, podemos pensar um pouco na Terra. Em sociedades mais desenvolvidas que a brasileira, as crianças têm hábito de não roubar; pegar aquilo que não é seu, por exemplo. Bem como, em sociedades mais atrasadas em conhecimento que a brasileira, condenam-se ao apedrejamento por adultério ou amputação de membros aqueles que roubam. Somos algo intermediário.




Léon Denis, mais um espírito de escol que nos visitou, na introdução ao livro O Problema do ser, do destino e da dor, nos diz: “A educação, sabe-se, é o mais poderoso fator do progresso, pois contem em germe todo o futuro. Mas, para ser completa, deve inspirar-se no estudo da vida sob suas duas formas alternantes, a visível e a invisível, em sua plenitude, em sua evolução ascendente para os cimos da natureza e do pensamento”.
Emmanuel, em Fonte Viva, cap. 30, afirma-nos: “Educa e transformarás a irracionalidade em inteligência, a inteligência em humanidade e a humanidade em angelitude. Educa e edificarás o paraíso da Terra”. Suely completa que o processo de educação do ser-humano é como o processo de educação do médium. O médium que trabalha na casa espírita, que está praticando e educando a mediunidade na sessão mediúnica, porque o médium educado nada mais é que o ser humano educado, que veio elaborando, numa jornada de existências, esse processo de educação apurada.
Jacques Delors, político francês que nasceu em 1925, no livro Educação – Um tesouro a ser descoberto, em relatório para UNESCO, sugere que: “A dimensão espiritual deve estar no centro da nossa nova reflexão sobre educação”. Uma proposta corajosa e ousada, entretanto demonstra-se muito atual e necessária. Delors ainda propôs em livro os quatro pilares para educação Global do séc. XXI. São eles:
1 - Aprender a conhecer. Como? - Ampliar e despertar a vontade do conhecimento, amor por conhecer e proatividade para pesquisar! Indicar como melhor caminho: Ler! Estimular desde cedo a leitura.
2 – Aprender a fazer. Como? - Executar os planos e processos, correr riscos, e errar, errar muitas vezes corrigindo e melhorando.
3 – Aprender a conviver. Como? - Acima de tudo aprender a conviver com as diferenças em nossa casa. Para além, dentro da casa espírita. Se o lar familiar está em litígio, briga, o centro espírita é o refúgio e existe para ser um lar fraterno!
4 – Aprender a ser. Como? - Aprender a viver a vida, o sentido da vida, aprender a ser um homem de bem; uma mulher de bem. Saber que a aprendizagem é infinita!
A boa educação familiar traz a tona no espírito encarnante os seus talentos adquiridos, desatando aquilo que ele já aprendeu no plano espiritual e outras vidas. Joanna de Ângelis, no livro Constelação Familiar, escreve: “A família é o alicerce sobre o qual a sociedade se edifica, sendo o primeiro educandário do espírito, onde são aprimoradas as faculdades que desatam os recursos que lhe dormem latentes. (...) A educação tem, portanto um compromisso com a espiritualização do educando, orientando-o em torno da realidade de Deus, da Criação e da finalidade espiritual da existência humana”.
Tal qual a sublime linguagem do Amor puro de Jesus? Sim. Joanna de Ângelis descreve-nos, no capricho que foram grifados os ensinos do Mestre e Cristo planetário: “Todo o seu verbo está exagerado em linguagem programada para resistir aos tempos de evolução do pensamento e abrir espaços para as repercussões sociológicas e espirituais, éticas essenciais e morais seguras através dos diferentes períodos da Humanidade”. (Jesus e o Evangelho à luz da psicologia profunda).
Ainda que as leis da sociedade fossem mais severas, somente essa boa educação proposta poderá extinguir o mal na fonte, na raiz do espírito ainda em progresso evolutivo na Terra.

Evolução constante, não existindo mais a violência, solidariedade sempre em primeiro lugar e educação constante. Essa é a regra dos mundos felizes para Emmanuel. Sempre vos lembrando: temos total a condição de nos edificarmos dentro dessa educação proposta, caso contrário, o Mestre não nos teria chamado: “Vinde a Mim”.








IPV mar/2019 nº 228 – ANO 22
Coluna ESPIRITISMO E CIÊNCIA

NATUREZA E MARTÉRIA NÃO SÃO SINÔNIMOS:
por Marco Milani.
transcrição de Augusto C.C.Souza

Reafirmando a proposta de estudo e esclarecimento sobre as inconsistências doutrinárias encontradas na 5ª edição francesa da obra A Gênese: os milagres e as predições segundo o espiritismo, a USE-SP vem publicando tópicos comparativos de capítulos selecionados.
Para a presente análise, escolheu-se o primeiro item do Capítulo 14 da 5ª edição francesa que, também, evidencia um grave problema semântico que distorce o significado doutrinário.
Ao se discorrer sobre os limites da ciência para investigar os fenômenos espirituais, Kardec destaca que esses não podem ser explicados unicamente pelas “leis da matéria”. As alterações sofridas na 5ª edição francesa distorceram essa afirmação, apontando que aqueles fenômenos não podiam ser explicados apenas pelas “leis da natureza”. A seguir, os trechos no original:
1ª edição (1868) — Cap. 14, item 1: “... mais les phénomènes où l’élément spirituel a une part prépondérante, ne pouvant être expliqués par les seules lois de la matière, échappent aux investigations de la science: c’est pourquoi ils ont, plus que les autres, les caractères apparents du merveilleux.”
5ª edição (1872) — Cap. 14, item 1: “... mais les phénomènes où l’élément spirituel a une part prépondérante, ne pouvant être expliqués par les seules lois de la nature, échappent aux investigations de la science: c’est pourquoi ils ont, plus que les autres, les caractères apparents du merveilleux.”
Uma vez que matéria e natureza possuem significados diferentes e não são conceitos que foram utilizados como sinônimos por Kardec em suas obras, o texto modificado apresenta um claro contraste semântico.
Por “natureza”, entende-se o conceito amplo que envolve tudo o que é natural, ou seja, todos os elementos do universo, espírito e matéria. Os fenômenos espirituais estão, portanto, dentro das leis naturais e podem ser explicados por elas. Na 5ª edição francesa de A Gênese, a alteração da frase faz com que se negue essa explicação natural e afirme-se que os fenômenos espirituais estariam fora da própria natureza.
Na questão nº 617 de O Livro dos Espíritos, destaca-se a associação direta de que “todas as leis da Natureza são leis divinas, pois que Deus é o autor de tudo. O cientista estuda as leis da matéria, o homem de bem estuda e pratica as da alma”. Ainda nesta questão, reforça-se o conceito de que, dentre as leis divinas, “umas regulam o movimento e as relações da matéria bruta: as leis físicas, cujo estudo pertence ao domínio da Ciência” e “as outras dizem respeito especialmente ao homem considerado em
si mesmo e nas suas relações com Deus e com seus semelhantes. Contêm as regras da vida do corpo, bem como as da vida da alma: são as leis morais”.
No item 41 do capítulo 1, em todas as edições de A Gênese, destaca-se que as leis da natureza reveladas pelo Espiritismo confirmam, explicam e desenvolvem tudo quanto Jesus disse e fez, elucidando os pontos obscuros do ensino cristão. As leis morais, portanto, são naturais. Essa condição impede qualquer tentativa de substituição semântica de leis da natureza por leis da matéria.
No capítulo 12 de A Gênese, em todas as edições, Kardec discorre sobre o conceito de milagre, o qual seria uma derrogação das leis da natureza. Uma vez que as leis da natureza são imutáveis, não existiriam milagres ou fatos não naturais. Essa frase seria distorcida se a mesma fosse reescrita substituindo-se leis da natureza por leis da matéria.
Igualmente, há muitas outras passagens em todas as obras da chamada Codificação que Kardec e os Espíritos reafirmaram o uso de leis da natureza para tudo o que é natural, inclusive abrangendo as leis morais e todos os fenômenos espirituais.
Assim, ao se substituir “leis da matéria” por “leis da natureza”, tal qual ocorrido no item 1 do capítulo 14 da 5ª edição de A Gênese, afirma-se que os fenômenos espirituais não seriam naturais e isso distorce seriamente o conteúdo lógico do texto original escrito por Kardec.
Nota sobre a Tradução de A Gênese:
No mês de junho, a União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo divulgou nota oficial em que considera a 4ª edição de La genèse, les miracles et les prédictions selon le spiritisme, como a edição definitiva feita por Allan Kardec, ainda encarnado.
Em dois itens da referida nota, a USE recomenda “às editoras e distribuidoras que privilegiem a publicação e comercialização da 4ª edição francesa e suas respectivas traduções do livro A Gênese: os milagres e as predições segundo o Espiritismo, uma vez que a 5ª edição contém elementos de autoria duvidosa e doutrinariamente distorcidos ou fragilizados decorrentes das alterações sofridas em comparação à 4ª edição”. Em outro item, recomenda “a todos os estudiosos espíritas e não espíritas que promovam análises comparativas entre as quatro primeiras edições (idênticas) com a 5ª edição francesa e suas traduções”.
Para tornar estas recomendações mais práticas, a USE está fazendo a tradução para o português da referida 4ª edição do original em francês. Além da tradução, contaremos com revisão dos conhecimentos da ciência na época de Kardec, em notas de rodapé. Estima-se que teremos o lançamento da edição traduzida ainda neste primeiro semestre.


Fonte: Dirigente Espírita # 169, janeiro/fevereiro de 2019. Website: www.usesp.org.br







IPV Fev/2019 nº 227 – ANO 22
Coluna ESPIRITISMO E POLÍTICA

DEBATE FRATERNO:
por Donizete Pinheiro, transcrição de Augusto C.C.Souza

A campanha política para presidente em nosso país foi a mais acirrada dos últimos tempos. Nunca se viu tamanho engajamento das pessoas em defesa de seus candidatos, de forma espontânea e não por aliciamento financeiro. A participação política dos cidadãos é principio democrático importante para construção de uma sociedade melhor e preocupada com o bem-estar de todos. Na sua ausência, os espertalhões e interesseiros se sentem mais à vontade para impor os seus meios escusos, corromper e locupletar-se indevidamente.
Allan Kardec perguntou aos Espíritos Superiores por que no nosso mundo, tão frequentemente, a influencia dos maus supera a dos bons, e a resposta foi: “Por fraqueza destes. Os maus são intrigantes e audaciosos, os bons são tímidos. Quando estes o quiserem, preponderarão” (questão 932, O Livro dos Espíritos).
Dessa maneira, os preocupados com o bem coletivo, que defendem uma ordem social baseada na lei e no respeito ao próximo devem ter uma ação positiva e afirmativa, embora não necessariamente partidária.
Porém, pelos arroubos da apaixonada participação política, também foi possível perceber que somos meros aprendizes da democracia, do diálogo e da fraternidade. O ego orgulhoso ainda permanece e não aceita discordância. De estrutura frágil e amedrontada, vale-se do instinto agressivo desejando sobrepor-se e dominar, para não ser dominado. Em O Evangelho Segundo o Espiritismo consta a mensagem de um Espírito Protetor, sobre a cólera, datada de 1863, que assim se inicia: “O orgulho vos induz a julgar-vos mais do que sois; a não suportardes uma comparação que vos possa rebaixar; a vos considerardes, ao contrário, tão acima dos vossos irmãos, quer em espírito, quer em posição social, quer mesmo em vantagens pessoais, que o menor paralelo vos irrita e aborrece...” (cap.IX).
Foi por isso que se viu, em todas as camadas sociais, não um respeitoso diálogo de idéias, próprio das criaturas psicologicamente maduras, mas um confronto pessoal e agressivo, com menosprezo do outro, só pelo fato de pensar de maneira diferente. Amizades e laces familiares se estremeceram. Opositores agrediram moral e fisicamente.
Até mesmo muitos espíritas foram contagiados pelo clima geral e se aproveitaram dos grupos e redes sociais da internet para apresentar as suas opções políticas, mas descuidados da vigilância recomendada por Jesus, igualmente se permitiram denegrir os demais candidatos e seus seguidores, olvidando que entre esses se encontravam amigos, familiares e companheiros do centro espírita.
E meio a esses imprudentes debatedores estavam lideranças e dirigentes de casas espíritas, cujo papel, no entanto, deve ser o de acolher a todos que buscam no Espiritismo o consolo para as suas aflições e o esclarecimento de suas dividas morais e espirituais. O Espiritismo, sendo o Cristianismo redivivo, não faz distinção de pessoas, porque é de sua essência a fraternidade universal. E, conquanto o dirigente espírita não possa ser confundido com a doutrina que professa, representa a casa que freqüenta e é muito desagradável e constrangedor estar numa instituição cujo o dirigente é dado a ofensas por questões políticas. Os frequentadores de um centro devem ser respeitados no sagrado direito do livre-arbítrio, sem que isso seja motivo de mal estar, já que todos também queremos ser por isso respeitados.
Não foi à toa que André Luiz nos recomendou: “Impedir palestras e discussões de ordem política nas sedes das instituições doutrinárias, não olvidando que o serviço de evangelização é tarefa essencial” (Conduta Espírita, cap. X, psicografia de Waldo Vieira).
Como do mal se pode extrair o bem, concluímos que precisamos de mais Evangelho no centro espírita e de mais religiosidade em nossas vidas. E o nosso norte é Jesus – modelo e guia da humanidade. Sigamos, conforme Emmanuel, quando lhe perguntaram: Apresentando o Espiritismo, na sua feição de Consolador prometido pelo Cristo, três aspectos diferentes: científico; filosófico, religioso, qual desses aspectos é o maior? R: - Podemos tomar o Espiritismo, simbolizado desse modo, como um triângulo de forças espirituais. “A Ciência e a Filosofia vinculam à Terra essa figura simbólica, porém, a Religião é o ângulo divino que a liga ao céu. No seu aspecto científico e filosófico, a doutrina será sempre um campo nobre de investigações humanas, como outros movimentos coletivos de natureza intelectual que visam o aperfeiçoamento da Humanidade. No aspecto religioso, todavia, repousa a sua grandeza divina, por constituir a restauração do Evangelho de Jesus Cristo, estabelecendo a renovação definitiva de homem, para a grandeza do seu imenso futuro espiritual” (O Consolador, psicografia de Chico Xavier).

Se desejeis uma regra para nossas condutas, nada melhor do que todas as oferecidas por Jesus: “Que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos amei a vós” (João, 13:34).




IPV FEV./2019 nº 227– ANO 22
Coluna: LEIA ASSISTA E APRENDA

Allan Kardec, o filme.
por Patrícia Teixeira, transcrição Augusto C C de Souza.


Cético até os 50 anos e registrado com o nome de Hippolyte Léon Denizard Rivail, Allan Kardec tem parte de sua história pouco conhecida. Uma trajetória com contradições, crise de fé, conversão e descobertas a serem mostradas em "Kardec", filme que chega aos cinemas em maio de 2019.
Com direção de Wagner de Assis, a produção é baseada no livro "Kardec - A biografia", de Marcel Souto Maior. A obra acompanha a vida do francês desde o período em que atuava como educador até o momento em que se torna o "pai do espiritismo".
No longa, Kardec é interpretado pelo ator Leonardo Medeiros. Dar vida ao estudioso que codificou a doutrina espírita fez Leonardo colocar em prática algumas transformações pessoais, coisas que ele já pensava em mudar, entre elas a alimentação. Virou vegano. "O filme me deu um empurrão e acabei virando vegano. A parte da fenomenologia não é muito a minha praia, mas a parte dos preceitos dessa doutrina é muito legal, poucas religiões trazem esse conforto", acredita o ator.
Falar de Kardec fez nascer no diretor de "Nosso Lar" e "A Menina Índigo" (sucessos do cinema que misturam religiosidade e boas bilheterias) a vontade de mostrar para o público que "o conhecimento pode salvar as pessoas". "O personagem tem essas coisas boas que nos trazem reflexões, porque se trata de uma trajetória humana".
"Ele reformou o ensino básico, um homem de razão e ciência, que aceitou mudar de nome, aos 50 anos, para dar voz a uma coisa que ele descobriu com a ciência, depois de pesquisar muito", explica Wagner.
Apesar de ter uma temática espírita, não se trata de uma produção sobre o espiritismo. "É um filme sobre investigação, sobre métodos, sobre racionalizar coisas que até então não poderiam ser racionalizadas", resume o diretor. "Nosso filme é absolutamente universal. Não é um filme espírita, porque não acredito no gênero espiritismo, como temos o drama, a comédia. Combato esse rótulo porque espiritismo é uma doutrina, pode ser qualquer coisa, menos um gênero cinematográfico".
Parte das filmagens foi feita em Paris, o restante das cenas estão sendo rodadas no Rio de Janeiro, em locações que recriam o ambiente parisiense do século 19. O Palácio do Itamaraty, no Centro do Rio, virou a Academia de Ciências de Paris. Demais cenas serão rodadas também em outros lugares com arquitetura semelhante à francesa:

Os sets montados em Paris foram o grande desafio do diretor. "Conseguir fazer um filme de época, em uma época que não existe mais nem em Paris foi uma experiência desafiadora. Nos anos em que Kardec viveu os prédios eram velhos, tinha esgoto nas ruas, muito diferente. O universo desse filme é complexo, fora todo o contexto de interpretação", avalia Wagner.



Cinebiografia mostra trajetória de Allan Kardec — Foto: Divulgação/Dan Behr




Cinebiografia mostra trajetória de Allan Kardec — Foto: Divulgação/Dan Behr





IPV dez/2018 nº 226 – ANO 21
Coluna: PALESTRA – DEPRESSÃO: ASPÉCTOS MÉDICOS E ESPIRITUAIS

expositor Dr Milton Santiago Junior, por Augusto C. C. Souza.






Aconteceu em 06/11/2018 no Seareiros de Jesus, a palestra supra-enunciada. Quem nos proporcionou atemporais elucidações com a fala esclarecida foi o expositor Milton Santiago Junior, médico clínico geral e residente de Americana. Gostaríamos de climatizar o início desse artigo com as mesmas belas músicas eruditas de abertura executadas pela musicista Beth, que foi seguida pela apresentação e prece de vibrações de Izildinha Cioldin.
Dr. Milton fez uma escolha de abordagem muito sábia na nossa humilde opinião. Em uma hora por média de fala, o exímio orador se prendeu em torno de 45 minutos a explicar os aspectos médicos da depressão. Isso porque, cremos que o que se pretendeu aqui pelo profissional foi esclarecer de uma vez por todas que depressão, e demais transtornos de humor que citaremos, são doenças. Ponto. Doenças que necessitam urgentemente ser aceitas como doenças, muitas vezes pelo próprio ser acometido dos sintomas. A dádiva que nos dias atuais estudamos muito sobre depressão e existem diversas propostas de tratamento, que se bem aceitas pelo doente serão sim muito eficazes. Técnicas essas por intervenções de profissionais médicos e medicamento, em determinados casos que serão descritos, com a intervenção de mudança de comportamentos e hábitos de acordo com a possibilidade de cada um, passando a partir daqui manter hábitos de uma vida mais conectada ao espírito. Essa atitude de cambio de perspectiva é fundamental, independente em qual religião se encontre essa porta.
Milton Santiago abriu as imagens no projetor nos mostrando uma tela onde há o mestre Jesus acompanhado de onze discípulos e um, que seria talvez o décimo segundo, nas sombras. E nos perguntou quem haveria de ser aquele, ali, obscurecido. A boa idéia de abstração não foi especular de fato a sua identidade, mas nos comunicar que, pelas porcentagens conhecidas pela medicina moderna, probabilisticamente falando, de doze discípulos, atualmente três haveriam de ter transtorno depressivo.
Particularmente a segunda ilustração deixou-me entusiasmado, tratava-se do quadro Melancolia do pintor Norueguês Edvard Munch. È um quadro de 1894 que engloba o pessimismo individual vigente a partir do século XIX na Europa. Um continente abarrotado pelo vazio existencial, alheamento e falta de propósito. Milton nos coloca a par de compreendemos com essa tela, que é claro o sinal que atender os interesses do homem material não preenche o espírito. Mas é bom frisar, muitas vezes a vida não é tão ruim, mas a maneira como o sujeito depressivo percebe a vida é que é muito ruim.
Existem alguns fatores de risco, se assim posso colocar, que na fala de Milton soam-nos como propulsores, estopins de comportamento que possam guiar ao quadro depressivo. O primeiro fato é Ociosidade. Aquela velha máxima: “mente vazia oficina do diabo”. Porem das recorrências clinica de Milton, os pacientes são altamente hiperativos hoje, pois se tem muita oportunidade de comunicar-se, o que não deixa de ser uma atitude e atividade, os famosos compartilhamentos em rede. Porém o que temos muito é informativo, simbólico e não tira o nosso espírito da ociosidade, compreendem? Para mudar isso por total, ou quase, teríamos que nos ligar em atividades laborais que tivessem a ver como o nosso espírito eterno. Digo que tem sociedades se movendo nesse âmbito, corretamente e os resultados tem sido fantásticos para o bem estar e produtividade. Para nós brasileiros a dica encontrada e muito boa, aliás, é nos envolvermos cada vez mais em trabalhos solidários e fraternos em nosso tempo ocioso. Falaremos mais deste aspecto.
O segundo fator de risco é a falta de fé. Ter fé é a nossa ligação direta com o Pai criador. Saber que Ele é absolutamente justo nos nossos reveses, que Ele merece todo o nosso silencioso e sincero agradecimento em cada um dos nossos méritos e conquistas, e Ele nos Ama incondicionalmente em cada único instante de nossas existências. Como disse Milton, isso é independente da instituição que nos queiramos ajudar e ser auxiliados por, pois no Brasil muito dos depressivos seguem alguma religião, porém não internam a parte mais espiritual das mesmas, não prestam um trabalho, não se envolvem nos estudos, assim torna-se um atavismo superficial demais para os mudarem. E sair de uma depressão requer mudanças. Outras tantas disciplinas para não cair novamente em outra.
Há três sintomas básicos para notar depressão em si ou em outros: 1) Sofrimento moral (a pessoa acha que tudo é culpa dela); 2) Inibição psicomotora (não consegue levantar da cama; tomar banho; comer); 3) Estreitamento vivencial (perde o interesse por convívio social).
Transcrevemos adiante uma ontologia apresentada por Milton sobre o que a Medicina atual aborda para classificar pessoas em casos de depressões.
Primeiro devesse saber se existem motivos plausíveis. Caso sim (ex.: desencarne de um ente querido, separações matrimoniais, aposentadoria...) chamam-na de ‘depressão reativa’. E caso não há motivos plausíveis (não ocorreu fato que alterasse os sentidos e assim sentimentos) chamam-na ‘depressão primária’.
A Medicina moderna trabalha com quatro grandes fatores que podem encadear depressão:
1º Fatores neuroquímicos (ex.: muitos pacientes que entram no consultório e dizem que estão com baixa serotonina no cérebro, pois estão tristes). Como diz Milton, muitas vezes existe essa falta química, mas nem sempre é só ela que desencadeia o quadro do doente. Os medicamentos atuam nessas faltas químicas, e devem ser usados com cautela e bom diagnóstico e acompanhamento profissional.
2º Fatores culturais (país em guerra) e históricos (miséria não minorada)
3º Crenças e valores. (muitas vezes depressivos consideram que o tratamento irá alterar a sua criatividade, o seu comportamento, isso é uma crença de valor). Existem valores que nos fortalecem e valores que nem tanto. Os que fortalecem vêm da linguagem universal do Criador, os que nem tanto favorecem ao espírito eterno são culturais e podem e devem ser refletidos como até quanto necessários.
4º Estrutura familiar e social. (família é uma fonte de Amor que deve se expandir para a sociedade e quando assim for, seremos fraternais em nome do Criador e regenerados).
È primordial compreendermos que todas, todas as doenças da medicina são diferentes em cada um de nós. Por isso, pacientes com mesmo diagnóstico são tratados com mesma medicação e, enquanto uns apresentam melhora, outros não. Isso é prioridade para se conversar com pessoas com transtorno de humor e não sair por ai dando os famosos conselhos definitivos.





Os transtornos de humor atualmente são:
1- Depressão Unipolar (a pessoa está sempre desanimada, é recorrente e prolongada e grave)
2- Transtorno Bipolar (PMD_ psicose maníaco depressiva): variância cíclica de estado depressivo grave com estado eufórico, também chamado maníaco. Pode levar aos surtos psicóticos e o estado maníaco apresenta quadros de abusos de hábitos como compra e abusos de substâncias.
Esse dois são os casos que quanto antes diagnosticados requerem tratamento com acompanhamento médico, pois a pessoa sem o mesmo pode ficar incapacitada de exercer funções sociais como trabalho ou ainda manter-se em relacionamentos afetivos duradouros.
Os abaixo são considerados menos graves:
1- Hipomania (fase agitação), 2 – Ciclotimia (alto e baixo moderado), 3 – Distimia (depressivo crônico)
Associação recorrente de risco: Abuso de álcool.
Para adolescentes: bullying nas redes sociais.
Tem sido recorrentes na gravidez.
Sabe-se atualmente que a genética determina a predisposição, enquanto que a química cerebral apresenta um desajuste. Reafirmamos aqui que depressão é doença, não é “frescura”. Com a tomografia por emissão de pósitrons, pode-se claramente, nos foi mostrado na projeção, comprovar que o metabolismo cerebral de um indivíduo deprimido é muito lentificado. Juntemos a esses fatores fisiológicos a vulnerabilidade psicológica e os estressores ambientais, e assim está feito o palco para as obsessões espirituais.
Recomenda-se a leitura do livro citado por Milton, Entre a Terra e o Céu, 7º livro da coleção A Vida no Mundo Espiritual, ditado pelo espírito André Luiz para Francisco Cândido Xavier.
Ainda continua o expositor esclarecendo que não podemos dizer que todo quadro depressivo advêm de processo obsessivo. Que sempre há socorro para todo suicida. Somente no Brasil, ocorrem 10.000 suicídios por ano. Nós espíritas, dia a dia temos como maior papel trazer uma revivência da vida missionária de Jesus Cristo, pois diante do individuo em sofrimento, em um atendimento fraterno, não nos cabe condenar. Atendimento fraterno é para ouvir e acolher. Ainda temos como recurso em comunhão com a espiritualidade o trabalho do passe, e a reunião de desobsessão. O melhor e maior profissional espírita é aquele que acolhe com Amor verdadeiro com aquilo que tem. “Desperta tu que dormes”.







IPV set/2018 nº 223 – ANO 21
Coluna: PALESTRA - MÊS DE ESTUDOS ESPECIAIS

VIDA, SEXO E DESTINO
expositor Joelson Pessoa, por Augusto C. C. Souza.

A terceira palestra do Mês de Estudos Especiais do Seareiros aconteceu em 18/08/2018, e quem nos proporcionou elucidações com a sua fala esclarecida foi o expositor Joelson Pessoa, de Guarulhos, com a temática “Vida, sexo e destino”.
Antes de abordar o cerne do tema, Joelson alertou-nos dirigindo-se a platéia para que não levemos os atavismos metódicos de outras instituições para as casas espíritas. Demais instituições que propõem a elucidação moral, contudo que não se enquadram nas condutas espíritas. Seria algo do tipo, não ir ao centro espírita somente por fazer um “social” de domingo de manhã, sem no mínimo se informar daquilo que envolve tudo que é estar aqui como via de elucidação de luz, por toda a doutrina que há por trás do que levamos no nome de espíritas, histórico de conduta de comportamento e comprometimento com Deus e ao próximo.
Vamos ao ponto, roubando o jargão de um programa da TV. Joelson nos alerta que os órgãos sexuais humanos, o pênis e a vagina, são tais e somente existem no corpo físico. Nós humanos, de maneira bem libertina, nos separamos se tratando de casal, namoro e depois matrimonio, basicamente pelo motivo banal de desinteresse pelo corpo do par. Não só quando envelhecemos, bem como quando acontece algum imprevisto que danifica fisicamente o corpo jovem e belo do outro.
Foi uma palestra para se ouvir e admitir que sim, muitos de nós temos essas atitudes imorais, ou, faríamos exatamente isso se a oportunidade nos acomete-se.
A questão 200 do livro dos espíritos é a famosa: Os espíritos têm sexos? E a resposta é: “Não como o entendeis, pois, os sexos dependem dos organismos. Entre eles há amor e simpatia baseado na identidade de sentimentos.”
A pergunta 201 responde que são os mesmos espíritos que animam os homens e as mulheres, e ainda,  na 202, esclarecem-nos que o espírito escolhe ser homem ou mulher segundo as provas que deve suportar em lugar de preferências físicas.
Tomo a liberdade de recorrer ao conferencista mineiro Simão Pedro, para esclarecer ainda mais sobre esse mesmo aspecto da sexualidade. Simão diz em uma conferência que a sexualidade é uma energia e que todos nós há temos. Quando encarnados ela se manifesta naturalmente nas funções genéticas, no entanto, está como um potencial criador total. A energia sexual independe dos órgãos sexuais, assim, enquanto não dependente dos órgãos sexuais, nós podemos chamá-la de afeto, e o afeto independe do físico. O afeto se dá de pessoa a pessoa como de alma a alma. Por isso o espírito se une por afinidade de sentimentos.
Voltanto ao Joelson, ele cita o estudo “Ensaio teórico sobre as sensações no espírito”, onde Kardec afirma que todas as sensações residem no espírito. O expositor nos faz lembrar que as sensações são a parte mais superficial do que se tornará, um dia, sentimento profundo. Sendo assim, o espírito mesmo que desencarnado, enquanto ainda for materializado tem desejo sexual.
Existem dezenas de humanos que procuram tratamento para disfunção sexual. O expositor bem direciona como proceder, e creio vale para todo sintoma físico e emocional. Deve-se conhecer o problema, dar nome ao que se sente. Depois entender a dimensão do problema, para só então descobrir como tratar. E alertou aos atendentes fraternos ter discernimento e cautela com todos que chagam ao centro com essas duvidas no comportamento. No melhor dos casos, se não formos nós profissionais médicos, encaminharmos para tal em comunhão com a elucidação e amparo espiritual.
No prefácio do livro Amor e Sexo pelo médium Chico Xavier, Emmanuel diz que caminha a humanidade para que o sexo vire iluminação e respeito. O livro é de 1960/70 auge do feminismo e dos movimentos hippies.
É dessa maneira que tudo o que os meninos sabem é insuficiente com o todo, bem como, tudo o que as meninas sabem, também é insuficiente como o todo. Portanto a reencarnação, dualizando-nos nos diferentes estados é mais do que justa, até para acerto de desavenças. O que fazemos de excesso num estado de gênero contra a vontade do outro, sofreremos muito provável quando reencarnarmos como tal, e vice e versa, até cansarmos de sofrer e partirmos para o amor total por todos e tudo.
Interessante frisar que o caráter, o gosto, o sentimento de uma encarnação, pode se preservar na futura encarnação, o que fundamenta um pouco o que vemos na atualidade das diversidades das expressões da sexualidade ou energia sexual.
Para via de conclusão, Joelson cita que os encarnados mais equilibrados na Terra em relação à prática sexual, caminham numa corda bamba. Deixou um aspecto da passagem da mulher adúltera do Novo Testamento que proponho como pesquisa. Se não erro, teria sido dito por Humberto de Campos espírito. Para ser conciso, não teria sido somente o temor da frase proferida por Jesus “Quem não tem pecados, que atire a primeira pedra” que fez aqueles homens recuarem. O que o Cristo teria escrito na areia quando questionado de como julgaria a adultera, ao abaixar a cabeça, foram todos os piores “podres” dos presentes ali no julgamento em relação às práticas sexuais deles. De modo que eles foram postos em xeque e tombaram para trás. E nós? Deveríamos refletir o quê nós teríamos temor se o Cristo escrevesse sobre nossa conduta sexual com o par na areia para que todos vissem, ou não?


fonte da conferência de Simão Pedro: O sexo dos espíritos, sexualidade? Youtube.






IPV set/2018 nº 223 – ANO 21
Coluna PALESTRAS – MÊS DE ESTUDOS ESPECIAIS

JÉSUS GONÇALVES – O POETA DAS CHAGAS REDENTORAS
expositor Leandro Piazon,
por Augusto C.C.Souza

Aconteceu em 07 de Agosto do ano vigente, marcando a abertura das palestras do mês de Estudos Especiais no Seareiros, a exposição de Leandro Piazon (associado da casa) com o tema: Jésus Gonçalves – O poeta das chagas redentoras.
Após a prece da cara Izildinha Cioldin, Leandro começa nos alertando para um ponto interessante. O fato que não existem muitos arquivos da memória, para consulta histórica do Movimento Espírita, nos tempos primevos da Terceira Revelação, o que dificulta um tanto a aprovação de caráter de observação e pesquisa, do critério experimental e empírico que levou a codificação de Allan Kardec, por exemplo. Isso no mínimo ajudar-nos-ia com a nossa argumentação de divulgadores de bem e espíritas. Naquele tempo de 1850, não estavam disponíveis os recursos como gravadores de áudio, a rádio, a fotografia com qualidade descritiva, não foi utilizado para o registro dos eventos das irmãs Fox em Hydesville, ou ainda, nas mesas girantes, tudo o mais que conhecemos de físico e mecânico da transcrição do Codificador pedagogo e pesquisador que foi Kardec. Entretanto, Deus nosso pai misericordioso, provém com o consolo: li em um dos livros do espírito Patrícia – de Violetas na Janela- que em muitas colônias esses arquivos estão lá para serem assistidos, como tudo ocorreu ali e descrito numa tecnologia emocionante em imagens do mundo dos espíritos. Uma curiosidade, como a Patrícia não tinha bônus horas, sim, para aproveitar o cinema da espiritualidade é necessário “pagar” com bônus horas, entretanto o seu amigo ou a sua avó lhe emprestavam os deles. Vida boa né. Trabalhemos para tal.
O expositor Piazon remete-nos a três encarnações, anteriores dessa em voga do espírito Jésus. Ele nasceu como Alarico I, rei visigodo, vivendo de 370 – 410 d.C. Todas as tribos que não eram Romanas eram consideradas bárbaras e o saque que Alarico I promoveu em Roma em 410 foi decisivo para a derrocada do Império Romano. Cinqüenta anos depois ele renasce como Alarico II, sucessor e rei visigodo, vivendo de 466 – 507 d.C, mas acaba derrotado pelos francos, que alegando o afronte dos hereges aos arianos, tiveram o apoio da igreja ou exército na batalha de Vouillé e o sucumbiram.
A próxima reencarnação conhecida desse espírito acontece em 1585, agora como Cardeal de Richelieu, que foi um político francês, primeiro-ministro de Luís XIII de 1628 a 1642. Ele arquitetou o absolutismo na França e portava-se em total favor do lema “todo poder ao rei”.
Pois bem, chegamos aos tempos mais recentes. Esse mesmo espírito formado nessas três encarnações reconhecidas na história e, notem, não quer dizer foram suas únicas e sim as relevantes no histórico, entretanto ele renasce como Jésus Gonçalves em 12 de Julho de 1902 em Borebi – SP.
Jésus desenvolveu apreço pela música, dramaturgia, poesia, tendo formado a primeira bandinha de Borebi. Jésus Gonçalves ficou órfão de mãe, Josepha Mendes, aos 3 anos quando ela morreu de um tumor no intestino, e seu pai, João Gonçalves, era um humilde lavrador que pouco tempo tinha para o filho, dessa forma Jésus foi educado por seu tio, Antonio Arruda, na cidade de Agudos. Aos 14 anos empregou-se como trabalhador braçal na Fazenda Boa Vista, em Borebi. Nesta época começou a aprender música e junto com outros companheiros animavam as quermesses e bailes com a Bandinha de Borebi. Aos 17 anos foi para a cidade de Bauru, onde freqüentou a escola, mas não chegou a tirar o diploma do Ginásio. Casou-se aos 20 anos com Theodomira de Oliveira, que era viúva e já tinha 2 filhas. Ainda tiveram mais 4 filhos. Nesta época empregava-se como Tesoureiro da Prefeitura. Em 1930 sua esposa morre por causa de uma tuberculose. Apesar das enormes dificuldades em criar suas 6 crianças continuava a tocar e fazia parte da Banda da Prefeitura de Bauru como clarinetista. Atuava também como diretor e ator de teatro na cidade. Apesar de seu pouco estudo apreciava a poesia e prosa, colaborando ativamente nos jornais Correio da Noroeste e Correio de Bauru. Casou-se novamente com uma vizinha sua que lhe ajudava a cuidar das crianças, Anita Vilela.
Aos 27 anos foi acometido pela hanseníase. Anita era estudiosa da doutrina espírita e tentava, em vão, esclarecer a mente materialista do ateu Jésus. Nestes tempos os doentes eram obrigados a abandonar seus empregos e viverem isolados da sociedade, trancados em suas casas ou então em leprosários. Aposentado prematuramente passou a viver em uma moradia cedida temporariamente pela Câmara Municipal de Bauru. Apesar disso continuou a escrever para o Correio da Noroeste. Seu compadre, João Martins Coube, cedeu-lhe o usufruto de um sítio, onde Jésus passou a cultivar melancias e outras frutas. Mas, em Agosto de 1933, o Serviço Sanitário recolheu-o, afastando-o do convívio de sua família, e internou-o no Asilo-Colônia Aymorés (atual Instituto Lauro de Souza Lima), em Bauru. Fundou o jornal interno "O Momento ", a "Jazz Band de Aymorés " e a equipe de futebol. Por não receberem grupos artísticos no asilo, fundou também o grupo teatral interno. Jésus sofria muito com problemas no fígado, buscava a transferência para o Hospital Padre Bento em Guarulhos. Mas suas cartas paravam nas mãos do Diretor do Sanatório Aymorés, que não queria perder seu mais ativo e dinâmico interno. Em 1937 conseguiu a transferência, mas não conseguiu chegar até lá, as dores no fígado o obrigaram a parar em Itú, e alí ficou no Hospital de Pirapitinguí. Fundou alí além da "Jazz Band ", a Rádio Clube de Pirapitinguí e um jornal interno, o "Nosso Jornal".
Em 1943 Anita morreu, e no velório aconteceram diversos acontecimentos mediúnicos de clarividência de alguns colegas seus. Tempos depois Anita envia uma mensagem para ele de uma forma bastante íntima onde Jésus não teve dúvidas da veracidade das informações. Por ser extremamente materialista buscou nos livros espíritas as explicações para o contato. Um dia, às voltas com suas dores no fígado, tirou um pouco de água e colocou em um copo dizendo: “Se Deus existe mesmo, dou 5 minutos para que coloque nesta água um remédio que me alivie as dores que sinto”. E contou no relógio. Quando bebeu a água sentiu que estava totalmente amarga. Chamou um companheiro que confirmou a alteração da água. E após 2 minutos nada mais sentia em dores. Com dificuldades conseguiu recursos junto às comunidades espíritas para a construção do Centro Espírita Santo Agostinho, fundado em 1945. Passou então a atender as incorporações de familiares e desobsessões severas de quem o procurasse, permitindo a estes que voltasses à vida normal. Vinte dias antes de desencarnar, com a doença já tendo lhe consumido todo o corpo, e também as cordas vocais, foi à sessão espírita e para a surpresa das 300 pessoas presentes, fez uma preleção de quase duas horas de elevados ensinamentos evangélicos. Ao término da preleção Jésus simplesmente perdeu novamente a voz. Sofreu muito nos últimos dias, o seu corpo estava completamente deformado pela doença, seu rosto transfigurado e seus órgãos começaram a parar, e lentamente morreu.
No Brasil, até meados do século XX, os doentes eram obrigados a se isolar em leprosários e tinham seus pertences queimados, uma política que visava muito mais ao afastamento dos portadores do que a um tratamento efetivo.Nesta época existiram leis para que os portadores de lepra fossem "capturados" e obrigados a viver em leprosários, a exemplo do Sanatório Aimorés (em Bauru, SP), o Hospital do Pirapitingui (Hospital Dr. Francisco Ribeiro Arantes) e o Hospital Curupaiti em Jacarepaguá, no Rio de Janeiro. A Lei nº 610/1949 que estabelecia a "internação compulsória" foi revogada em 1968, por meio da Lei nº 5.511, de 15 de outubro daquele ano, porém o retorno dos pacientes ao seu convívio social era extremamente dificultoso em razão da pobreza e isolamento social e familiar a que eles estavam submetidos. Apenas em 1962 a internação compulsória dos doentes deixou de ser regra. Os doentes comparavam os sanatórios e os leprosoários aos campos de concentração da Segunda Guerra Mundial.


fonte complementar: Wikipedia; - RUBIO, Arnaldo. Eu Denuncio o Estado: Porque o mal da Lepra não era o bastante. Ed.: Sabri. 2012.



Na planta do Sanatório percebemos a semelhança dos campos de concentração. Ao lado, o baile de réveillon dos Hansenianos.







IPV SET./2018 nº 223– ANO 21
Coluna: ESPIRITISMO E POLÍTICA


por André Luiz, Conduta Espírita, psicografia de Waldo Vieira.






Situar em posição clara e definida as aspirações sociais e os ideais espíritas cristãos, sem confundir os interesses de César com os deveres para com o Senhor.
Só o espírito possui eternidade.
Distanciar-se do partidarismo extremado.
Paixão em campo, sombra em torno.
Em nenhuma oportunidade, transformar a tribuna espírita em palanque de propaganda política, nem mesmo com sutilezas comovedoras em nome da caridade.
O despistamento favorece a dominação do mal.
Cumprir os deveres de cidadão e eleitor, escolhendo os candidatos aos postos eletivos, segundo os ditames da própria consciência, sem, contudo, enlear-se nas malhas do fanatismo de grei.
O discernimento é caminho para o acerto.
Repelir acordos políticos que, com o empenho da consciência individual, pretextem defender os princípios doutrinários ou aliciar prestígio social para a Doutrina, em troca de votos ou solidariedade e partidos e candidatos.
O Espiritismo não pactua com interesses puramente terrenos.
Não comerciar com o voto dos companheiros de Ideal, sobre quem a sua palavra ou cooperação possam exercer alguma influência.
A fé nunca será produto para o mercado humano.
Por nenhum pretexto, condenar aqueles que se acham investidos com responsabilidades administrativas de interesse público, mas sim orar em favor deles, a fim de que se desincumbam satisfatoriamente dos compromissos assumidos.
Para que o bem se faça, é preciso que o auxílio da prece se contraponha ao látego da crítica.
Impedir palestras e discussões de ordem política nas sedes das instituições doutrinárias, não olvidando que o serviço de evangelização é tarefa essencial.
A rigor, não há representantes oficiais do Espiritismo em setor algum da política humana.

“Nenhum servo pode servir a dois senhores.” – Jesus. (LUCAS, 16:13)





IPV SET./2018 nº 223– ANO 21
Coluna: ESPIRITISMO E POLÍTICA


por Donizete Pinheiro, da obra Respostas Espíritas.




O Espiritismo respeita todas as instituições governamentais, porque considera que originariamente foram criadas com o fim de proporcionar bem-estar ao povo. Se essa finalidade maior em algum momento foi deturpada, ou ainda está sendo, pelos que ocupam os cargos públicos, nem por isso a instituição em si mesma deva ser descartada, porquanto o modelo democrático é o que mais corresponde aos ideais cristãos.
Não cabe à Doutrina Espírita qualquer intromissão direta nos destinos políticos do Brasil e nem nos conflitos populares, porque essas questões, às vezes tão intricadas e de difícil solução, são de responsabilidade das autoridades instituídas.
Preocupa-se o Espiritismo em oferecer ao homem um estilo de vida baseado nos ensinamentos de Jesus, que em síntese são fundamentados no amor ao próximo, na fraternidade universal e na solidariedade. E nesse objetivo não há lugar para opção por ricos ou pobres, por criminosos ou vítimas, por governantes ou governados, porque perante Deus todos somos iguais. Aflitos, desesperados e sofredores espalham-se por todas as classes sociais, variando as circunstancias e a natureza, mas na essência a dor é a mesma.
Não se pode fazer distinção entre aqueles que buscam o consolo na religião, assim como o médico não pode se negar a salvar a vida do criminoso ferido que lhe chega às mãos. Há males do corpo e males da alma, estes muito piores do que aqueles. E se a medicina cura o corpo, a religião deve se preocupar primordialmente em curar a alma.
Aliás, a doutrina revive o Cristo quando disse que não veio para os sãos, mas sim para os doentes.
Obviamente que não se pode pactuar com o erro, mas o criminoso merece sempre o nosso socorro e orientação, para que não venha novamente incorrer no crime. Segundo o Evangelho, há mais alegria no céu por um pecador arrependido do que por noventa e nove justos que não precisam de arrependimento (Lucas, 15:7).
O Espiritismo, assim, não tem quaisquer pretensões ao poder temporal e falível dos homens, e sua mensagem consoladora é dirigida essencialmente ao coração e à mente da criatura.
Lemos certa vez a historia sobre determinado jornalista que pretendia escrever uma crônica, mas não conseguia porque o pequeno filho andava de bicicleta ao seu redor. Para conseguir silêncio, deu ao filho um quebra-cabeça do mapa-múndi, imaginando que com isso ele ficaria entretido por um bom tempo, face à dificuldade de se identificar os países. Foi grande a sua surpresa quando logo o filho terminou a montar. Mais surpreso ainda ficou com a resposta do pequeno: foi fácil, atrás do mapa havia o corpo de um homem; montei o homem e o mapa apareceu. Então o jornalista escreveu o seu melhor artigo, falando como o mundo pode ser mudado se o homem se modifica.

Não obstante, o espírita não é impedido de iniciar-se na vida pública, se para isso tiver inclinação. Poderá ocupar cargos e funções de relevo na sociedade. Imperioso, porém, que seja forte o bastante na sua convicção cristã, tornando-se um servidor do povo e não se deixando corromper pelas vaidades e facilidades do poder, pois do contrário estará assumindo imensas responsabilidades perante a Justiça Divina.





IPV AGO./2018 nº 222– ANO 21
Coluna: GRANDES ESPÍRITAS DO BRASIL



conversão de Augusto C. C. Souza, pela coletânea e obra homônima de Zêus Wantuil.


Asylo Espírita João Evangelista - Botafogo -RJ.


Adelaide Câmara (AURA CELESTE)
Adelaide Augusta Câmara foi uma das mais devotadas figuras femininas do Espiritismo brasileiro, bem conhecida pelo seu pseudônimo Aura Celeste. Encarnou na cidade de Natal/RN, em 11/01/1874, e desencarnou na cidade do Rio de Janeiro, em 24/10/1944.
Adelaide veio para a antiga capital Federal auxiliada por militantes do Protestantismo, mesmo grupo que lhe proporcionou lecionar no colégio Ram Williams, o quê fez com proficiência, até que organizou em sua própria casa, um curso primário, onde muitos homens ilustres do meio político e social do Brasil aprenderam com ela as primeiras letras.
Nesse período, no ano de 1898, começou a sentir as primeiras manifestações de suas faculdades mediúnicas. Era a mesma época em que o grande Bezerra de Menezes dirigia os destinos da FEB, revestido daquela auréola de prestígio e de respeito que crentes e descrentes lhe davam, e o Espiritismo era o assunto de todas as conversas, não só pelos fenômenos e curas mediúnicas, como pela propaganda falada, pelos livros e pela imprensa.
Sob a orientação sábia de Bezerra, Adelaide desenvolveu a sua notável carreira mediúnica como psicógrafa, no Centro Espírita Ismael. O grande apóstolo do Espiritismo brasileiro, pela sua conhecida clarividência, prognosticou, certa vez, que Adelaide Câmara, com as prodigiosas faculdades de que era dotada, um dia, assombraria crentes e descrentes. E essa profecia de Bezerra não se fez esperar, pois Adelaide, como médium auditiva, começou a trabalhar na propagação da Doutrina, fazendo conferências e receitando, com tal acerto e exatidão, que o seu nome se irradiou por todo o país.
Com a desencarnação do inolvidável mestre, doutor Bezerra, em 1900, Adelaide Câmara aproximou-se do grande seareiro que foi Inácio Bittencourt e, nas sessões do Círculo Espírita “Cáritas”, passou a emprestar o seu concurso magnífico como médium e como propagandista de primeira grandeza.
Adelaide adota o nome de Aura Celeste, com que fica conhecida no país inteiro, ao assiná-lo nas obras “Do Além”, publicado em 21 fascículos, e no livro “Orvalho do Céu”. Em 1920 retorna com entusiasmo e vigor ao trabalho mediúnico. O Dr. Joaquim Murtinho era o médico espiritual que, por seu intermédio, começou trabalhar na cura dos enfermos e necessitados, diagnosticando e curando a todos quantos lhe batiam à porta, desenvolvendo-se-lhe, espontaneamente, diversas faculdades mediúnicas nesse período.
Além da mediunidade de incorporação, audição, vidência, psicográfica, curadora, intuitiva, possuía Adelaide Câmara, ainda, a extraordinária faculdade da bilocação. Muitas curas operou em diferentes lugares do Brasil, a eles se transportando em desdobramento fluídico, sendo visível o seu corpo perispirítico, como aconteceu em Juiz de Fora e Corumbá (provadamente constatado), por enfermos que, sob os seus cuidados, a viram aplicar-lhes passes.
Poetisa, conferencista, contista, e educadora sobretudo, deixou excelentes obras lítero-doutrinárias, em prosa e verso, assinando-os geralmente com o seu pseudônimo. O grande jornalista e literato Leal de Souza, referiu-se a Adelaide Câmara como “a grande Musa moderna, a Musa espiritualista”.
Foi a primeira diretora e uma das fundadoras, no dia 13 de março de 1927, do Asilo Espírita João Evangelista, instalado em uma casa em Botafogo-RJ. Compareceu a essa festiva inauguração o doutor Guillon Ribeiro, representante da FEB naquela solenidade. Adelaide Câmara, em breves palavras, exprimiu o jubilo de sua alma, afirmando realizado o ideal de toda a sua existência –“ser mãe de órfãos, graça do céu que não trocaria por todo o ouro e todas as grandezas do mundo”.

O Asilo Espírita João Evangelista, no Rio de Janeiro, aí está ainda, em sede própria, atestando a obra e o devotamento à causa do bem daquela nobre mulher que se chamou Adelaide Augusta Câmara.



Aura e suas meninas




IPV -./2018 nº – ANO 21
Coluna: GRANDES ESPÍRITAS DO BRASIL



conversão de Augusto C. C. Souza, pela coletânea e obra homônima de Zêus Wantuil.





Ali Halfeld

Ali Halfeld nasceu em 18/03/1900, em Água Limpa (atual Coronel Pacheco), Município de Juiz de Fora – MG. Tendo abraçado o Espiritismo em decorrência de artigos espíritas que eram escritos no Correio da Manhã por estudiosos da Doutrina, Halfeld foi logo despertado pelo desejo de trabalhar em benefício dos semelhantes.
Auxiliou com entusiasmo e equilíbrio todas as entidades de assistência social que lhe solicitavam ajuda. No setor espírita devemos mencionar a Fundação João de Freitas, obra de amparo à velhice e à viuvez, que construiu, e para qual foi eleito presidente em 2/02/1934, e o Instituto Jesus, destinado ao menor abandonado, que, fundado em 19/03/1944, foi inaugurado em 18/09/1955. Eleito presidente na própria assembléia que fundara o Instituto Jesus. Ali Halfeld permaneceu na sua direção até 26/06/1960, quando, por motivo de doença, teve que afastar-se da direção da Entidade.
Grande entusiasta da imprensa espírita, Ali Halfeld colaborou com muito amor junto à Associação de Publicidade Espírita, mantenedora, durante muitos anos, da revista “O Médium”. Eleito vice-presidente, em 09/08/1937, deu à mesma todo o seu esforço. Ainda no setor da divulgação, entre outras atividades, devemos mencionar o estudo que, durante anos a fio, fez da obra O Livro dos Espíritos, na tribuna da Casa Espírita, assim como o trabalho que escreveu, “O Problema do Menor”, cuja publicação foi feita pelo jornal Diário Mercantil, em apresentações semanais.
O presidente da FEB, Sr. Wantuil de Freitas, teve a feliz oportunidade de conhecê-lo pessoalmente e até mesmo de visitar-lhe, em Juiz de Fora, a elogiável obra que é a Fundação João de Freitas. Embora Ali Halfeld, sempre se ocultando no silêncio e na humildade, não pôde evitar, entretanto, que seu nome, aureolado de respeito, da admiração e da gratidão de toda uma coletividade, transpusesse as fronteiras de Minas Gerais.
Ali Halfeld foi também um grande amigo do setor artístico, tendo ocupado a presidência da Orquestra Filarmônica de Juiz de Fora.

Desencarnou em 13/09/1967, após ter “combatido o bom combate”. Transcrevemos um parágrafo da crônica que saiu na ocasião na revista “O Lince”, em homenagem ao homem bom – “Façamos do minuto de silêncio, que seria prestado ao corpo que cansou de tanto trabalhar, um minuto de consciência, para sabermos o que cada um de nós pode fazer em forma de solidariedade ao próximo, como a mais justa forma de homenagem a Ali Halfeld. Prosseguir a sua obra, é a maneira de fazer esse homem permanecer de pé”.


Fachada atual do Instituto Jesus, Juiz de Fora - MG.




IPV JUL./2018 nº 221– ANO 21
Coluna: LEIA ASSISTA E APRENDA


por Augusto César Cavalcanti de Souza.


Maria Madalena, um filme de Garth Davis.









Maria Madalena (Mary Magdalene, 2018), filme que traz à tona a discussão não menos oportuna para atualidade: estariam os homens evoluídos para aceitar a crucial influencia e liderança de uma mulher num grupo majoritariamente masculino, e, acima, como torre de apoio emocional ao seu líder e Mestre? No caso, o grupo sendo o ministério que acompanhou Cristo enquanto encarnado, seria relevante sabermos quão próximo foi o relacionamento destes dois ao entorno dos demais?
A base tonal do filme que apresenta-nos com clareza nessa versão o diretor Garth Davis, é que ele não quer levantar polêmica com a força atual do gênero feminino e o movimento feminista. Assim sua Maria Madalena, interpretada por Rooney Mara, aparece como uma pescadora cujo pecado foi não querer casar-se envergonhando a família. Maria então encontra o Mestre Nazareno, unindo-se ao seu grupo. O cenário de preferência do mesmo por ela vai se formando por conversas intimas e olhares, que insinuam, contanto não oferecem ao curioso espectador um relacionamento, em fato, mais intimo entre ambos.
No caso, como escrevemos para um jornal espírita, temos uma cartinha na manga que se chama Divaldo Franco. Indicamos como fundamento para entendimento a palestra do médium no Youtube sobre Maria (Miriam de Migdol). Na oratória, Divaldo narra efusivamente, provável com o aval de consciência de Joanna de Ângelis, o poder e a inveja que Maria como cortesã exerceu e exultou naquela sociedade, pois o único fato certo que temos como autores dessa resenha é que realmente o quê se fala nos nossos Evangelhos do Novo Testamento sobre Maria é escasso. Fator que dá margem a se dizer se ela teria ou não sido a distorcida mulher de maus costumes que se converteu ao conhecer Jesus, ou a mulher adultera, ou até como propõem atualmente, o “apóstolo dos apóstolos”. Sendo proposital ou não pela edição posterior da igreja aos acontecimentos, a participação de mulheres na Bíblia é pouquíssima, e, aliás, isso vem se mantendo em toda divulgação de historia e arte.
Sejamos sinceros, o filme de Davis segue no enredo naquilo que chamamos de dramaturgia televisiva. É um enredo para quem está acostumado com novelas das 22:00, se bem nos compreendem o comparativo exemplo. Muito provável não provocará a reflexão, não chocará opiniões e nem mesmo levantará a discussão que acima propomos. Cremos que os homens inteligentes estão bem preparados para serem liderados por qualquer mulher que não se sinta mal em estar liderando. Muitas vezes liderar não comporta muita sensibilidade, sem que se use a razão na hora de decidir. Para o filme, Maria Madalena supostamente foi um lado emocional para o Mestre, que se põe até meio perturbado e afastado pelo seu papel missionário. Uma mulher de família convencional, por mais que queira ser mostrada como liderança, serve a opinião tradicional formada e moralista.

Só para encerrarmos no auge, sugerimos como lógica que Jesus Cristo como Espírito Puro encarnado, assembléia dos quais, argumento dito dos superiores ao Kardec, estão como fora do orbe e não tem gênero masculino ou feminino. Do que nos parece obvio que não apresentaria sensações de interesse carnal, pois bem, não há possibilidades de ter havido um relacionamento intimo de Cristo com Maria Madalena. E, se caso houve, não nos interessa e é da intimidade deles, que merecem respeito e privacidade como todos e, ainda mais como Líderes planetários. Sendo ou não, o fato para nós não desmerece em nada o que Jesus e Magdala (na posição da invejável cortesã convertida descrita por Divaldo) representam para humanidade. C`est fini.







 IPV MAI./2018 nº 219– ANO 21
Coluna: INFANTIL 2

Das Histórias da Tiamara.

O perfume do amor.









A ROSEIRA AMARELA ESTAVA RADIANTE! Afinal, suas rosas estavam chamando a atenção de todos que passavam pelo lindo jardim. Dona Joana gostava de colher algumas rosas para enfeitar sua mesinha de área e era com grande satisfação
que fazia isso. Apanhava sua pequena tesoura e com delicadeza se aproximava da roseira, que feliz balançava seus galhos. Dona Joana falava baixinho:
– Obrigada, linda roseira, pelas lindas rosas! Deus te abençoe!
E assim andava pelo jardim conversando com suas plantas.
Um dia, Dona Joana chegou com um raminho de arruda e plantou ao lado do pé da linda roseira, que com o cheiro forte espirrou balançando suas folhas e despedaçando algumas de suas rosas. O raminho de arruda, ainda sem forças, olhou para o céu e agradeceu ao Pai Criador pela a oportunidade de crescer ao lado de uma roseira tão linda.
A roseira amarela sentia que seu tronco estava aconchegando a pequena arruda, mas não se importou, afinal, ela era a roseira preferida de Dona Joana.
A pequena margarida, que observava tudo, falou:
– Realmente não se importa com o aroma desagradável dessa arruda nas suas raízes?
A roseira, que por ser alta quase não podia enxergar a pequena arruda, respondeu:
– Não me importo!
Tem lugar para todos neste jardim!
Dona Margarida disse:
– Claro que não sente o cheiro, pois está no alto. Quero ver se vai pensar assim quando essa arruda crescer!!
Os dias e os meses passaram e o raminho de arruda cresceu forte ao lado da linda roseira amarela, mas quando a arruda balançava e exalava o forte cheiro, Dona Roseira espirrava despedaçando algumas rosas que cobriam a arruda.
Dona Margarida não se cansava de perturbar a roseira e continuava a falar:
– Como você é tola! Essa arruda ainda vai te matar!
A roseira apenas balançava suas folhas e ignorava as palavras de Dona Margarida.
Naquele domingo de manhã, Dona Joana foi até o jardim com uma pá e se aproximou do pezinho de arruda, que agora estava adulto, e disse:
– Graças a Deus você sobreviveu! Veja como está lindo! Mas vou precisar te remover para outro lugar. Minha roseira esta grande e faz muita sombra, vou plantar você ao lado da margarida e assim poderá tomar sol!
A roseira amarela, que agora podia ver a arruda, falou:
– Já estava tão acostumada com você, pequena arruda, que vou sentir saudades.
Dona Margarida, toda envergonhada, falou:
– Poderia de vez em quando se balançar para que as pétalas de suas rosas possam diminuir o cheiro?
Foi então que o pé de arruda falou:
– Sua ingrata e mesquinha criatura!
Você não percebeu que todas as vezes que ela espirrava e as pétalas das rosas caiam, o perfume ia em sua direção? Não percebe a bondade e a resignação dessa roseira?
Todos foram surpreendidos pela revelação, a roseira então falou:
– Estamos aqui todos juntos e se não houver união e solidariedade morreremos. Devemos respeitar as individualidades de cada um.
Dona Margarida, toda envergonhada, respondeu:
– Me desculpe, vou procurar ser menos impertinente.
A roseira balançou suas rosas exalando o seu adorável perfume para todos e falou:
– Por que não ser mais tolerante?!
Seja tolerante com a vida, com os seus próximos e com você mesma! Afinal, o Pai Criador permite que possamos usar os obstáculos para a inteligência. Agora é a sua vez de sacudir suas pétalas Dona Margarida!
Crianças
Entreguem suas vidas a Deus. Tenham fé. Vivam o amor e Jesus Cristo fará uma obra nova em suas vidas. Por onde passarem, exalem o perfume do amor.


fonte: Jornal Ação Espírita , nº 122 – Ano XXVII – Out, Nov, Dez de 2017.Marília – SP. website: http://www.mariliaespirita.jor.br/acaoespirita/acao122.pdf







  IPV OUT./2017 nº 213– ANO 20
Coluna PALESTRA:

                                                                                        Por Augusto Cavalcanti.

O Salto da Fé e a Mudança de Perspectiva.

Aconteceu no dia trinta de agosto de 2017, quarta-feira, a palestra proferida pelo Dr Milton Santiago Júnior, membro da Associação Espírita de Americana. O tema era O Salto da Fé e a Mudança de Perspectiva. Para dar inicio as atividades da noite, a presidente da casa Izildinha Cioldin proferiu uma prece cordial.
Milton começou nos apresentando um slide que mostrava um homem, de costas para nós olhando para um muro, ao lado de outro homem, este sobre uma pilha de livros que parecia olhar por sobre o muro. Ele nos perguntou qual destes dois homens teria mais Fé. O público concordou com o palestrante que seria o homem sobre os livros, por ele ter uma perspectiva melhor de visão e por ele ter lido os livros.
Ele então mostrou um gráfico que partia da ignorância, passava pela consciência, depois a elaboração e por fim a sabedoria. Transpondo esse mesmo diagrama em meios religiosos ele passa do Deotropismo, para o culto exterior, para o culto interior chegando por fim a Fé robusta.
Quando Jesus andava por sobre as águas e Ele chama Pedro até Ele, Pedro começa caminhar por sobre as águas e depois começa afundar. A proposta é que Pedro, quando consegue caminhar por sobre as águas, ele estava na Fé cega, ele não sabe que não sabe, contudo quando Pedro toma consciência, ele sabe que não sabe, ele começa afundar, e Jesus o adverte por ser um homem de pouca Fé.
Dr. Milton então nos falou da passagem de Jesus com Tomé, em que Tomé disse que precisava ver para crer. Jesus lhe fala que seria melhor se ele tivesse acreditado antes de visto. O palestrante nos diz que o Mestre Nazareno não divulga aqui que prefere uma Fé cega, e sim homens e mulheres no grau de sabedoria, aquelas que não sabem que sabem, porque já interiorizaram a experiência em suas inúmeras encarnações e não precisam mais aprender a crer.
Mostrou-nos que a Terra não pode esperar a Fé se ainda há a predominância da dúvida, há a divisão de interesses na personalidade, se há a saciedade do ego e onde ainda existe a desconexão com o Alto. O jejum, que Jesus diz aos discípulos, seria a abnegação, a proeminência dos valores espirituais aos do ego. E a conexão com o Alto seria a oração.
A Certeza, a integridade, a abnegação e a conexão levam a Fé robusta, e quem, há tem, tem paciência, confiança, esperança e, isso junto, leva à caridade. Como disseram os Espíritos Superiores no Cap. XIX do Evangelho Segundo o Espiritismo, a Fé é a mãe de todas as virtudes.
O Salto da Fé, como proposta, é pular do ponto de vista convencional para o ponto de vista transcendental. Isso foi nos mostrado com um gráfico de uma curva em jota, pois a parte da transformação interior do ser não é visível, é uma busca, uma transformação pessoal íntima do ser e, somente depois dessa passagem é que o indivíduo começa tomar atitudes diferenciadas vistas aos outros. Mas tudo começa em nós mesmos. Ele nos exemplificou com a história de Maria de Magdala, que passou por essas fases de conversão, arrependimento, consciência, abnegação e assim passou, no restante da vida, integrar o grupo do Mestre Nazareno, agindo de modo diferente ao que era.
Foi uma noite edificante e agradecemos a diretoria da casa e ao palestrante Milton Santiago Júnior por nos ajudar entendermos um pouco além a seara que pretendemos interiorizar, seguir e propagar, para o quanto antes nos tornarmos homens e mulheres de sabedoria e de Fé. Assim seja.





  IPV SET./2017 nº 212– ANO 20
Coluna PALESTRA:

                                                                                        Por Augusto Cavalcanti.

Santo Agostinho.

Diz um sábio Renascentista que devemos sempre acreditar em uma casa que tenha boa música e, que uma noite abençoada sempre deveria começar com uma audição de piano. Por eu não ter a quem citar, acredito que a frase seja minha. Foi desse modo musical, que um grupo de duzentas pessoas foi recebido e agraciado no auditório do Seareiros de Jesus, músicas eruditas de abertura para ser iniciada a fala do palestrante da noite.
Realizou-se na noite de 15 de agosto de 2017, uma terça-feira, dando continuidade ao Mês de Estudos Especiais (Palestras e Seminário), e enquanto estávamos ainda extasiados com o piano lindamente tocado na abertura, quando a presidente da casa Izildinha Cioldin tomou a palavra e apresentou o palestrante Fábio Dionisi. Fábio é Engenheiro Químico aposentado e tem sete livros publicados, ele trabalha como editor, e é integrante do Centro Espírita Recanto de Luz, de Ribeirão Pires. Todos os direitos autorais da venda de seus livros são revertidos para a casa Recanto de Luz. Depois da devida e merecida apresentação do orador, realizou-se uma sincera prece coletiva para pedirmos a nobre presença espiritual e a proteção para o trabalho que seria desenvolvido.
A palestra foi uma aula do nascimento do Cristianismo como religião, cristãos livres das perseguições impostas pelos imperadores romanos através dos séculos I, II, III e IV. O declínio do império e a ascensão do Cristianismo coincidem com a mesma época em que Santo Agostinho viveu e escreveu as suas mais importantes obras, sec. IV e V dC. A queda do Império Romano levou com ela toda a cultura e escolástica que esse povo tinha criado. Para não me estender aos fins de nossa conversa, retorno a Santo Agostinho e a sua fundamental participação na criação do Espiritismo como nós o conhecemos hoje. Santo Agostinho é autor de trinta e seis mensagens registradas no Pentateuco codificado por Allan Kardec e tem também mensagem no Prolegômenos. Ao contrário do que muitos pensam, Santo Agostinho nasceu em treze de novembro, um domingo, em Tagaste, na África Romana, no ano de 354 dC. Na época avançada de sua vida, já convertido e batizado no Cristianismo, e já prolífico escritor de livros, tratados e, orador de obras com glorioso conteúdo religioso e filosófico, Agostinho foi bispo de Hipona, cidade na província romana da Àfrica.
Erasto diz que Santo Agostinho pertence à falange dos Padres Doutores da Igreja que no sec. I, II, III e IV, foram incumbidos de trazer o Evangelho até nós. Santo Agostinho foi um seguidor de Platão e do Neo-Platonismos. O Neo-Platonismo nada mais foi que a introdução da ideia de existência de Deus nos estudos platônicos. Santo Agostinho foi um prolífico escritor que no ano de 390 dC já escrevia da comunicação dos mortos com os vivos, falava com suas palavras sobre o perispírito, e falava da Lei de Causa e Efeito. Dizia ele que era preciso “Entender para Crer, Crer para Compreender”. Assim ele queria uma teoria religiosa-filosófica que mostrasse com a razão o entendimento de Deus e do infinito, mas que também necessita da Fé e da crença para a sua aceitação e compreensão. Isso somente foi possível com o advento da Terceira Revelação, na França do séc XIX, com a codificação de Kardec e os espíritos de escol envolvidos na mesma.
Voltando um pouco às origens do Cristianismo, no ano 313 dC o Imperador romano Constantino, no Édito de Milão, libera o culto cristão. E no ano 380 dC, mediante o Édito de Tessalónica, o Cristianismo se torna a religião do Estado no governo de Teodósio. Devemos a esses dois Imperadores e, principalmente aos trabalhos realizados por Santo Agostinho estarmos onde estamos como ser. Sem essas personalidades não existiriam hoje, no sec XXI, cristãos e mais que isso, não teria advindo, séculos depois, a Terceira Revelação propagada pelos médiuns no mundo e codificada na França. Por eles podemos nos considerar espíritas cristãos. Isso porque o Império Romano ruiu por completo no sec. V no governo de Rômulo. As chagas que acabaram com tão importante império foram a corrupção, a libertinagem, e a destruição da célula familiar (bem parecido com o que estamos vivendo atualmente no nosso Brasil, que um dia ainda será o coração do mundo e a Pátria do Evangelho. Até esse dia chegar, temos muito trabalho para realizar na nossa humilde seara de divulgação, renovação e mantimento da doutrina espírita).
Toda a escolástica romana foi destruída, somente sendo recuperada no sec. VIII com Carlos Magno que criou a Escolástica onde as escolas fundadas recuperaram os pensamentos de Platão, do Neo-Platonismo e principalmente de Santo Agostinho. A frase “Penso logo Existo” é de Santo Agostinho e depois foi reformulada pelo filósofo francês René Descartes no sec. XVII. Agostinho tem fundamental importância no pensamento filosófico e religioso Ocidental. Como foi dito, esse nobre espírito que reencarnou na Terra nos primórdios do Cristianismo, e que foi prolífico atuante nas mensagens da Terceira Revelação, junto aos espíritos de escol que participaram com Allan Kardec para nos trazer o que temos de conhecimento filosófico-religioso nos dia atuais, é um espírito fundamental na nossa e na história da humanidade.
Obrigado orador e escritor Fábio Dionisi. Fomos agraciados com os seus conhecimentos nos transmitidos de um modo muito solicito e humilde. Orar ao público é uma caridade com as palavras. Eu particularmente cheguei em casa, esperei dar às dez e meia da noite, li a mensagem do Evangelho Segundo o Espiritismo “Ninguém pode ver o Reino de Deus se não nascer de novo”, fiz uma inspirada e sincera oração ao me deitar, e pedi à equipe do Dr. Hans e do Dr. King e, não menos importante, do Dr. Fritz, para sutilmente virem ao meu acolhimento, realizando a minha cirurgia perispiritual à distância. Pelo que senti à noite, e inspirado essa manhã ao escrever esse artigo, tenho certeza que Deus em sua infinita bondade me concedeu essa graça. Se todos os presentes e espíritas cristãos fizessem o mesmo, nossa Pátria do Evangelho estaria mais próxima da realidade e a doutrina em boas mãos. Vamos aguardar a sábia providência e sejamos atuantes do bem na seara. Até que espíritos como Chico Xavier, Allan Kardec, Santo Agostinho e o vivíssimo Divaldo Franco, apareçam em nossa Terra, nos mostrando o caminho em suas nobres missões. Sempre espero o mês de agosto chegar ao Seareiros, só para ter o deleite de tão edificantes palestras. Parabéns ao departamento responsável e a toda diretoria da casa pela escolha do Sr. Dionisi e dos demais palestrantes do mês. Somente cabe a nós estarmos presentes.

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UM PRESENTE PARA VINCENT

Peça teatral em 1 ato.

Uma peça de Regina Romani e Augusto César Cavalcanti

 

Prólogo

Um menino de doze anos, após ter um sonho revelador, se diz ser a reencarnação do pintor Holandês Vincent Van Gogh. Ele então reivindica o dinheiro da venda de um de seus quadros para comprar uma bola de futebol. A peça se passa no consultório médico.

 

Personagens

Mãe do Menino

Arthur

Dr. Rodrigo

 

1 ATO. CENA 1

Num consultório médico temos uma mesa no centro da sala. De um dos lados está o Dr. Rodrigo com o seu jaleco branco e do lado oposto da mesa estão Arthur, um menino de 12 anos, e a sua mãe, uma senhora de uns quarenta anos de idade.

 

DR RODRIGO

Olá, por favor sentem-se.

MÃE DO MENINO

Dr. Por favor ajuda o meu menino, eu acho que ele enlouqueceu.

Dr. RODRIGO

Calma. Contem-me com calma o que está acontecendo.

MÃE DO MENINO

Foi tudo culpa do sonho Dr. O meu menino foi dormir tão bem e acordou assim ó.

DR. RODRIGO

Mas ele está tão calmo. Como é o seu nome?

ARTHUR

Eu me chamo Arthur Dr., mas o senhor pode me chamar de Vincent, se quiser.

MÃE DO MENINO

Ai Dr. Vai começar isso tudo de novo! Acho que esse moleque quer me enlouquecer também. Ele sempre foi meio fora dos trilhos mas isso já é demais. Vincent , que droga de Vincent é esse! Que droga viu. Ele sempre foi um garoto tão bom.... (a mãe do menino começa chorar)

DR. RODRIGO

Calma minha senhora, deixa eu falar um pouco com o Arthur. Então Arthur, por que eu deveria te chamar de Vincent?

ARTHUR

Hora doutor, essa é fácil de acertar. É Vincent, de Vincent Van Gogh, o pintor.

Dr RODRIGO

Vc leu sobre ele, viu algum desenho, histórias na TV?

ARTHUR

Não doutor. Eu só sonhei. Sonhei com quadros lindos e imagens lindas... o Sr. Quer ouvir o que sonhei, foi bem assim ó: O Impressionismo não oferecia liberdade suficiente para que eu exprimisse as minhas emoções, tomei outro caminho, diferente de Cézzane e Seurat que era severo e clássico. Os meus primeiros interesses foram a Literatura e a Religião e eu estava insatisfeito com os valores da sociedade industrial. Trabalhei como pregador laico junto dos mineiros de carvão, que viviam na maior miséria. Este sentimento profundo pelos pobres domina os meus quadros do período pré-Impressionista. Lembro dos Comedores de Batatas. Neste período ainda eu não tinha descoberto a importância da Cor. E para explorar minha realidade espiritual com os novos meios à minha exposição, parti para Arles, no Sul da França. Foi aí, entre 1888 e1890 que produzi os meus quadros mais importantes. A seara parece um mar cheio de turbulência , em Seara de Trigo com Ciprestes, a seara parece um mar tormentoso, as árvores erguem-se do chão como labaredas, e os montes e as nuvens palpitam com o mesmo movimento ondulante. Era a cor e não a forma que determina o conteúdo expressivo dos meus quadros. Quero pintar homens e mulheres como algo de eterno, aquilo que a auréola costumava simbolizar ... e um anjo me falou que eu sou Vincent Van Gogh.

MÃE DO MENINO

DR. Pelo amor de Deus, salva o meu menino, ele é tão bom.

DR. RODRIGO

Como ele está calmo eu vou começar com um antipsicótico leve. E também vou pedir uns exames de laboratório.

MÃE DO MENINO

Ai doutor, ele vai tomar remédio?

DR RODRIGO

Sim, mas é bem leve, porque ele está aparentemente calmo.

ARTHUR

Eu só quero comprar uma bola de futebol Dr.

DR RODRIGO

Vc vai poder comprar a bola de futebol e jogar muito futebol ainda, menino. Vc só ficou um pouco doente e vamos resolver isso.

ARTHUR

É que nós não temos o dinheiro para bola Dr. Não tem como o senhor conseguir que me deem um pouco do dinheiro da venda de uma dos meus quadros para eu comprar a bola?

DR. RODRIGO

Eu receio que isso não seja possível meu menino, mas vc vai ficar bem. Vamos fazer assim: vc promete tomar o remédio direitinho e fazer os exames, e ouvir a sua mãe, e quando vc voltar aqui mês que vem eu te dou a bola de presente, pode ser?

ARTHUR

Assim está bom. Mas eu devolvo o dinheiro pro senhor, quando eu voltar pintar quadros, okay?

DR. RODRIGO

É só vc estudar que vc vai pintar quantos quadros vc quiser, menino esperto assim não se acha fácil. Mas tem que tomar o remedinho direito e ouvir a sua mãe.

ARTHUR

Está bom assim médico. Agora quero ir brincar.

DR. RODRIGO

Pode ir. Vc dá um comprimido para ele depois do almoço e um depois da janta. Faça os exames e nos vemos mês que vem.

MÃE DO MENINO

Muito obrigado Dr. Rodrigo, o Senhor é um anjo.

DR RODRIGO

Não, não, sou um médico, se eu fosse anjo, eu voava. E tenho que ficar na Terra para atender os meus pacientes, por enquanto hahaha.

 

A mãe e o menino saem. O médico fica na mesa. A cena se fecha.

 

FIM.



  IPV NOV./2016 nº 203– ANO 19

Coluna Espiritismo e a Mídia



                                                                                        Por Augusto Cavalcanti.
A médium Zibia Gaspareto foi entrevistada por Ana Maria Braga no programa Mais Você da Rede Globo. O título era conheça a história da Médium Zibia Gaspareto. Ana abriu espaço para escritora contar aspectos de como se descobriu médium. Conta ela que com treze quatorze anos gostava de ler e guardar frases de Filósofos mas foi com vinte e dois anos, já casada e mãe de dois filhos, que um dia acordou de madrugada ao lado do marido com o corpo formigando consciente mas não conseguiu controlar e falava em alemão sem conhecer a língua que pronunciava, o seu marido conhecia um pouco de alemão e tentava falar com Zibia e conta ela que a entidade em questão irritou-se porque o marido não conseguia responder. Eles deram sorte porque o marido chamou a vizinha duas horas da manhã de madrugada e a moça tinha um pouco de conhecimento e lhes disse que era mediunidade e coisa de espírito e fizeram uma oração. No dia seguinte o marido foi a uma livraria e lhe indicaram os livros de Allan Kardec. O casal começou estudar e uma vez por semana virou hábito fazer o evangelho no lar e foi ai que numa certa noite estudando ela sentiu uma dor imensa na mão direita e parecia que a mão se movia sozinha e o marido que tinha um pouco de conhecimento disse que poderia ser psicografia. A mão de Zibia começou escrever sozinha palavras sem muito sentido, contudo numa outra reunião do casal diz ela que começou a ditar e ela escreveu o primeiro livro e no ultimo capítulo ele assinou Lucius e desde então tem havido uma parceria dela com esse espírito que ela diz adorar e que enquanto Deus lhe der forças ela irá continuar fazendo.
Zibia contou que o espírito do marido dela que desencarnou há trinta e um anos de um infarto fulminante senta-se ao lado dela numa poltrona no quarto e a fica olhando sem dizer nada, mas que essa presença por si só é muito reconfortante e que o amor continua depois do desencarne. Zibia se diz considerar uma secretária que tem que seguir os horários e manter os pensamentos bons para não entrar em nenhuma e qualquer maldade para poder se manter em sintonia. Ela diz ter hora para começar escrever os romances, mas não ter hora para terminar. Hoje ela transcreve três vezes por semana e cada dia é um livro diferente. Ela escreve no computador e chama pelo livro, sem nome porque Lucius não escolhe o nome nem a capa do livro, isso é feito depois pela médium. Ela escuta uma voz dentro da cabeça e diz dar para saber o timbre e que é uma voz de homem e que ela conversa com ele em pensamento. Zibia tem oitenta e cinco anos e não aparenta, ela diz ser a alegria de viver, e que o filho dela sendo médium pintor fez um retrato de Lucius que ela guarda com muito carinho, sendo muito bom o contato com esse espírito porque ela o percebe e ele expande o imaginário e a vida da escritora e que essa é uma sensação muito boa. Zibia ajuda a muitas pessoas com a sua Literatura. A médium disse que atravessou uma obsessão grave por causa da influência espiritual no inicio dos trabalhos e a Federação Espírita a ajudou porque a encaminharam para uma sala onde ela chorou copiosamente por meia hora e a partir dali ela se policiou a melhorar. Eles mostraram uma entrevista de experiência de quase morte exibida pelo programa Globo Reporter. Zibia diz que a morte é misericordiosa e que Deus é muito generoso. Zibia escreveu trinta e cinco romances até hoje na parceria com Lucius. A médium diz que como disse Chico Xavier “o telefone funciona de lá pra cá”, justificando não poder falar com Lucius naquela hora, porém diz que se nós nos ligarmos em nosso intimo a gente conversa com Deus. Ana agradeceu a entrevista e elas se despediram.





  IPV SET./2016 nº 201– ANO 19

Coluna ESTUDOS:


                                                                                        Por Augusto Cavalcanti.


Aniversário de nascimento de José Herculano Pires.

Comemora-se no dia 29/09/1914 o aniversário de nascimento de José Herculano Pires. Escritor, filósofo, repórter, redator, secretário, cronista parlamentar, crítico literário e professor José Herculano Pires nasceu na cidade de Avaré, no estado de São Paulo a 25/09/1914, e desencarnou na capital em 09/03/1979.
Filho do farmacêutico José Pires Correia e da pianista Bonina Amaral Simonetti Pires. Fez seus primeiros estudos em Avaré, Itaí e Cerqueira César.
Revelou sua vocação literária desde que começou a escrever. Aos 9 anos fez o seu primeiro soneto, um decassílabo sobre o Largo São João, da sua cidade natal. Aos 16 anos publicou seu primeiro livro, Sonhos azues (contos), e aos 18 anos o segundo livro, Coração (poemas livres e sonetos). Já possuía seis cadernos de poemas na gaveta, colaborava nos jornais e revistas da época, da província de São Paulo e do Rio. Teve vários contos publicados com ilustrações na Revista da Semana e no Malho.
Foi um dos fundadores da União Artística do Interior (UAI), que promoveu dois concursos literários, um de poemas pela sede da UAI em Cerqueira César, e outro de contos pela Seção de Sorocaba. Mário Graciotti o incluiu entre os colaboradores permanentes da seção literária de A Razão, em São Paulo, que publicava um poema de sua autoria todos os domingos.
Transformou em 1928 o jornal político de seu pai em semanário literário e órgão da UAI. Mudou-se para Marília em 1940 (com 26 anos), onde adquiriu o jornal Diário Paulista e o dirigiu durante seis anos. Com José Geraldo Vieira, Zoroastro Gouveia, Osório Alves de Castro, Nichemaja Sigal, Anthol Rosenfeld e outros promoveu, através do jornal, um movimento literário na cidade e publicou Estradas e ruas (poemas), que Érico Veríssimo e Sérgio Millet comentaram favoravelmente.
Em 1946 mudou-se para São Paulo e lançou seu primeiro romance, O caminho do meio, que mereceu críticas elogiosas de Afonso Schimidt, Geraldo Vieira e Wilson Martins.
Repórter, redator, secretário, cronista parlamentar e crítico literário dos Diários Associados, são funções que exerceu na rua 7 de Abril por cerca de trinta anos.
Autor de 81 livros de filosofia, ensaios, histórias, psicologia, pedagogia, parapsicologia, romances e espiritismo, vários em parceria com Chico Xavier, sendo a maioria inteiramente dedicada ao estudo e divulgação da Doutrina Espírita. Lançou a série de ensaios "Pensamento da Era Cósmica" e a série de romances e novelas de "Ficção Científica Paranormal". Alegava sofrer de grafomania, escrevendo dia e noite. Não tinha vocação acadêmica e não seguia escolas literárias. Seu único objetivo era comunicar o que achava necessário, da melhor maneira possível. Graduado em Filosofia pela USP em 1958, publicou uma tese existencial: O ser e a serenidade. De 1959 a 1962, foi docente titular da cadeira de filosofia da educação na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Araraquara.
Foi membro titular do Instituto Brasileiro de Filosofia, seção de São Paulo, onde lecionou psicologia. Foi presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo de 1957 a 1959. Foi professor de sociologia no curso de jornalismo ministrado pelo Sindicato.
José Herculano Pires foi presidente e professor do Instituto Paulista de Parapsicologia de São Paulo. Organizou e dirigiu cursos de parapsicologia para os centros acadêmicos da Faculdade de Medicina da USP, da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, da Escola Paulista de Medicina e em diversas cidades e colégios do interior.
Fundou o Clube dos Jornalistas Espíritas de São Paulo em 23/01/1948. O Clube funcionou por 22 anos.
Foi membro da Academia Paulista de Jornalismo, onde ocupou a cadeira "Cornélio Pires" em 1964, e pertenceu à União Brasileira de Escritores, onde exerceu o cargo de diretor e membro do Conselho no ano de 1964.
Exerceu ainda o cargo de chefe do Sub-Gabinete da Casa Civil da Presidência da República no governo do sr. Jânio Quadros, no ano de 1961, onde permaneceu até a renuncia do mesmo.
Espírita desde a idade de 22 anos, não poupou esforço na divulgação falada e escrita da doutrina codificada por Allan Kardec, tarefa essa à qual dedicou a maior parte da sua vida. Durante 20 anos manteve uma coluna diária sobre espiritismo nos Diários Associados, com o pseudônimo de Irmão Saulo. Durante quatro anos manteve no mesmo jornal uma coluna em parceria com Chico Xavier sob o título "Chico Xavier pede Licença".
Foi diretor fundador da revista Educação Espírita, publicada pela Edicel.
Em 1954 publicou Barrabás, que recebeu um prêmio do Departamento Municipal de Cultura de São Paulo, constituindo o primeiro volume da trilogia "A Conversão do Mundo". Publicou em 1975 Lázaro e, com o romance Madalena, concluiu a trilogia.
Traduziu cuidadosamente as obras da codificação de Allan Kardec, enriquecendo-as com notas explicativas nos rodapés. Essas traduções foram doadas a diversas editoras espíritas no Brasil, Portugal, Argentina e Espanha. Colaborou ainda com o dr. Júlio Abreu Filho na tradução da Revista Espírita de Allan Kardec.
Ao desencarnar deixou vários originais, que vêm sendo publicados pela Editora Paidéia


Fonte: site da Fundação Maria Virgínia e J. Herculano Pires.




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Coluna PALESTRA:


                                                                                        Por Augusto Cavalcanti.


O Pão da Vida.

Para dar inicio ao mês de Estudos Especiais no Seareiros, aconteceu no dia 08/08/2016 (segunda-feira) a palestra “O pão da vida” com o expositor Artur Valadares. Artur, 26 anos, natural de Patrocínio-MG, atualmente residindo em São Carlos/SP. Cursando doutorado em Engenharia Mecânica na EESC-USP. Estudioso e pesquisador do Evangelho e da Doutrina Espírita. Trabalhador da A. E. Obreiros do Bem, onde coordena o NEPE - Núcleo de Estudo e Pesquisa do Evangelho "Paulo de Tarso".
Cerca de 80 pessoas prestigiaram o evento e foram agraciadas com a temática do pão da vida, na metáfora eleita pelo próprio Cristo, o tão sagrado alimento espiritual de que todos temos necessidade de ingerir evoluindo e melhorando nossas vidas. O jovem palestrante prendeu a atenção do público com retórica inspirada descrevendo várias obras de escol da Doutrina. Foi uma noite muito agradável e todos ali saíram renovados sendo assim atingido em prática o tema: adquirimos o alimento da alma através da meditação nos ensinamentos glorificados do Evangelho e da Doutrina Espírita.
Fazemos o convite e temos a certeza de que todas as demais palestras do mês espírita trarão expositores e temáticas que atenderão o anseio do público pelo conhecimento e deixarão sentimentos revigorantes, que nos restam na alma, após tão belas abordagens. Aguardamos então que outros ilustres expositores tragam-nos suas luzes à nossas reflexões.
Parabéns Artur! Parabéns a todos os presentes.




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Coluna ARTES:


                                                                                        Por Augusto Cavalcanti.


Frédéric Chopin na Espiritualidade.

Geralmente, os espíritos se apresentam aos médiuns voluntariamente, e gostam de contar-lhes o que sentem, o que fazem, como vivem, seja no intuito de instruírem os homens, ajudando-os no progresso a realizar, seja testemunhando a própria imortalidade ou visando a ser tornarem lembrados dos seres queridos aqui deixados. Alguns, como o próprio Chopin, gostam da Terra, visto que é sempre vivamente atraído para os planos terrestres por forças telepáticas poderosas. Ele próprio afirma, para a sensibilidade mediúnica de Ivonne A. Pereira, que aqui, no Brasil, existem reencarnadas personalidades que lhe foram muito caras no passado, e que, no momento, lhe foi muito grato enviar notícias aos homens. Asseverou-nos que sabia ser ele muito amado pelos brasileiros, o que particularmente o enternece. No entanto, observa que ninguém lhe dirige uma prece, e que necessita desse estímulo para as futuras tarefas que empreenderá, ao reencarnar, quando pretende servir a Deus e ao próximo, o que nunca fez por intermédio da música. Declarou que pretende reencarnar no Brasil, país que futuramente muito auxiliará o triunfo moral das criaturas necessitadas de progresso, e que tal acontecimento se verificará do ano de 2000 em diante, quando descerá a Terra brilhante falange com o compromisso de levantar, moralizar e sublimar as Artes. Diz ele que dita falange será como capitaneada por Victor Hugo, Espírito experiente e orientador (a quem se acha ligado por afinidades espirituais seculares), capaz de executar missões dessa natureza.
Afirmou o instrutor espiritual Charles (instrutor da médium Ivonne A. Pereira) que Frédéric Chopin seria a reencarnação do poeta romano Ovídio, que viveu cerca de quarenta anos antes de Cristo, falecido no ano 16 da nossa era, e do pintor italiano Rafael Sanzio, pois que o intelectual, o artista, na sua evolução pelo roteiro do saber, dentro da Arte, há da passar por todas as suas facetas, sublimando-se até a comunhão com o Divino. E que Espíritos como Chopin, Beethoven, Mozart, Bellini, Rossini etc., naturalmente bondosos, embora ainda não santificados ou plenamente redimidos, não tem grande necessidade da reencarnação, porque progredirão mesmo no Espaço – a habitação normal dos seres espirituais, a verdadeira pátria como casa paterna; que vêm à Terra quando o desejam, e por uma especial solidariedade para com os humanos, a fim de estimularem entre esses o amor pelo Belo, pois que esse atributo, o Belo, é tão necessário às almas em progresso quanto o Amor, visto tratar-se também de um dos atributos do próprio Criador de Todas as Coisas, e que, sendo o Universo uma expressão da Beleza divina, e sendo o homem destinado a se tornar a imagem e a semelhança de Deus, deverá igualmente comungar com o Belo, a fim de poder compreender o Universo e com ele vibrar em toda sua arrebatadora, feérica e harmoniosa beleza. No entanto, todos os grandes artistas e gênios consagrados ao Belo deverão passar, outrossim, pelos ásperos caminhos das experiências e dos testemunhos, embora muitas vezes sem o caráter expiatório, até que, como toda Humanidade, cumpram os ditames da lei de amor a Deus e ao próximo, a par da própria característica de intérpretes do Belo por meio da Artes.
No entanto, seria erro supor que artistas geniais, só pelo fato de o serem, se santificassem ou se tornassem espiritualmente superiores, após o decesso corporal. Como homens, eles cometeram, muitas vezes, deslizes graves, rastejaram pelas camadas inferiores da moral, o que os fez sofrer, no Espaço, períodos críticos, humilhações e vexames, de que estariam isentos se, a par do ideal superior que abraçaram, como veros artistas, cultivassem também sólida crença em Deus, respeito por suas leis e moral elevada. Basta retrocedermos ao passado, examinando a vida de sofrimentos e provações que a maioria dos artistas geniais houve de enfrentar neste mundo, para aquilatarmos do grau dos seus deslizes anteriores, muito embora fossem gênios consagrados à Arte, desde períodos milenares, através das reencarnações. Não obstante, é fato observado que o verdadeiro artista, o artista enamorado do ideal da perfeição no Belo, ou gênio, e não apenas o artista mercenário, jamais carrega perversidade nos próprios atos. Naturalmente bondosos, parece que a comunhão constante com o Belo isenta-os da prática de perversão contra o próximo, e seus infortúnios, muitas vezes acres, e a dedicação ao grande ideal que alimentam, são levados em conta na Espiritualidade, concedendo-lhes méritos apreciáveis, sendo que a subsequente existência que alguns deles tiveram, escolhida voluntariamente e não imposta, conquanto obscura, não chegou a estabelecer expiação ou provação, mas um testemunho honroso de um caráter leal a si mesmo, cuja consciência se inquietara pela falta do cumprimento de uns tantos deveres, de que se descuram como gênio da Arte que foram, pois tudo indica que a Arte tanto empolga e arrebata o seu cultor que frequentemente o aparta dos caminhos da redenção, ou do amor a Deus e ao próximo.
Por mais não nos sobra espaço para expor as interessantes reminiscências da médium Ivonne A. Pereira das aparições de Fred, como carinhosamente se refere à entidade de Chopin. Diz ela que por vezes, sua presença se revela apenas por perfume, assim sendo, deixa recender o aroma de violeta. Porém, o próprio Chopin apresentou-se sorridente certa vez, e deu-vos a contemplar duas violetas acompanhadas de uma folha, rematando o gesto com a seguinte explicação:
- Não é cheiro de “terra molhada”... mas de folha de violeta colhida em dia de chuva...




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Coluna ESPIRITISMO E CIÊNCIA:


                                                                                        Por Augusto Cavalcanti.


Dante Alighieri: A divina comédia em vista do fluído cósmico universal.

Pretendemos aqui o início de uma série de artigos sobre o fundamental livro Devassando o Invisível de Yvonne do Amaral Pereira. Temos às mãos livro de retórica deveras interessantíssima, onde de cada página é possível extrair um artigo e estudo, entretanto nos deteremos nesse primevo artigo acerca do fluido cósmico universal citado no primeiro capítulo “Nada de Novo”.
Dante Alighieri, ilustre poeta e pensador italiano, nasceu em 1265 e desencarnou em 1321, autor do poema épico A divina comédia, considerado “uma das mais altas concepções do espírito humano”. O poema contém as ideias e filosofia da Idade Média e se divide em três pontos: o Inferno, o Purgatório e o Paraíso, e figura uma viagem do poeta ao mundo invisível. Pode-se acrescentar que essa obra imortal criou a poesia e a linguagem italianas.
Nas palavras de Ivonne A. Pereira amparada pelo autor Léon Denis deduz-se que A divina comédia não apresenta tão somente fantasias, como imaginaram os próprios eruditos, mas ocorrências reais do além-túmulo, que o poeta visionário mesclou de divagações, talvez propositadamente, numa época de incompreensões e preconceitos ainda mais intransigentes que os verificados nos dias atuais.
E como enxergava o poeta, como também enxergam os médiuns, nada mais se trata “de novo” que desdobramentos do fluído cósmico universal. Nos remetemos a pergunta 36 do Livro dos Espíritos: O vácuo absoluto existe em alguma parte no Espaço universal? R. Não, não há o vácuo. O que te parece vazio está ocupado por matéria que te escapa aos sentidos e aos instrumentos.
Para maiores conhecimentos nos recolhemos aos preciosos volumes do psiquista (pessoa que estuda o psiquismo) italiano Ernesto Bozzano. Dentre as comunicações analisadas por Bozzano, Ivonne resalta as concedidas pelo Espírito do artista cinematográfico Rodolfo Valentino, falecido em agosto de 1926, comunicando-se à sua esposa, nas sessões realizadas em Nice, na França:
“Aqui, tudo o que existe parece constituído em virtude das diferentes modalidades pelas quais se manifesta a força do pensamento. Afirmam-me que a substância sobre que se exerça a força do pensamento é, na realidade, mais sólida e mais durável do que as pedras e os metais no meio terrestre. Muitas dificuldades encontrais, naturalmente, para conceber tamanha coisa, que, parece, não se concilia com a ideia que se pode formar das modalidades em que devera manifestar-se a força do pensamento. Eu, por minha parte, imaginava tratar-se de criações formadas de uma matéria vaporosa, elas, porém, são ao contrário, mais sólidas e revestidas de cores mais vivas, do que o são os objetos sólidos e coloridos do meio terrestre... As habitações são construídas por Espíritos que se especializaram em modelar, pela força do pensamento, essa matéria espiritual. Eles as constroem sempre tais como as desejam os Espíritos, pois que tomam às subconsciências destes últimos os gabaritos mentais de seus desejos”.
Continuando Ivonne em sua brilhante retórica, ela cita um livro ainda mais antigo do que as obras de Bozzano – A vida além do véu – obtido também mediunicamente pelo pastor protestante Rev. G. Vale Owen, e que tornou-se celebre no assunto, pois que o Espírito da genitora do próprio médium narra ao filho, em comunicações periódicas, as mesmas construções fluídicas do mundo espiritual, isto é, jardins, estradas pitorescas, habitações, cidades etc. Como diz Ivonne, semelhante médium é, certamente, insuspeito, visto que, como protestante, seriam bem outras as ideias que alimentaria quanto à vida espiritual. Tais comunicações datam do ano de 1913. Como sugere a autora, convém deliciarmos, ainda, as nossas almas com alguns pequenos trechos de tão intrigante livro:
- Pode agora fazer-me o favor de descrever sua casa, paisagens etc.?- pergunta o Rev. Vale Owen ao Espírito de sua mãe.
E este responde:
É a Terra aperfeiçoada. Certo, o que chamais quarta dimensão, até certo ponto, existe aqui, mas não podemos descrevê-la claramente. Nós temos montes, rios, belas florestas, e muitas casas; tudo foi preparado pelo que nos precederam.
Trabalhamos, atualmente, por nossa vez, construindo e regulando tudo para os que, ainda durante algum tempo, têm que continuar a sua luta na Terra. Quando eles vierem, encontrarão tudo pronto e preparado para recebê-los. (cap. I – “As regiões inferiores do Céu”).
Damos aqui por encerrada essa primeira “viagem” pelo brilhante pensamento e retórica de Yvonne do Amaral Pereira. Sabermos o quanto de A divina comédia foi inspirado ou anímico para Dante, deixo-vos à vossa imaginação. Já adiantamos que seguirão muitas obras de deverá escol da espiritualidade citados nesse primoroso Devassando o Invisível. Aguardemos ansiosos os próximos artigos. Assim seja!     




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Coluna ESTUDOS:


                                                                                        Por Augusto Cavalcanti.

Para marcar o primeiro aniversário da notícia sobre a repressão aos espíritas, foi aberta, a 28 de agosto de 1882, a I Exposição Espírita do Brasil, na sede da Sociedade Acadêmica, à Rua da Alfândega nº 120 sobrado. O programa comemorativo, organizado pela própria Sociedade, intitulava-se "Festa do Espiritismo no Brasil" e estendeu-se até 3 de setembro. Os seus visitantes tiveram a oportunidade de apreciar variados trabalhos mediúnicos, como psicografias em caracteres normais, taquigráficos e telegráficos, em línguas estrangeiras (até orientais), psicopictografias, cópias da correspondência da Sociedade Acadêmica com associações espíritas estrangeiras, jornais e revistas espíritas da Europa e da América, obras espíritas diversas, retratos de vultos do Espiritismo de vários países e, também livros e jornais contrários à Doutrina. Na ocasião foi lançado ainda o jornal "O Renovador", pelo Major Salustiano José Monteiro de Barros e pelo Prof. Afonso Angeli Torteroli. Poucos meses depois, surgiria o "Reformador", sob a direção de Augusto Elias da Silva (21 de janeiro de 1883). Para a ideia da publicação deste último pesou a Carta Pastoral combatendo o espiritismo, publicada em 1882 pelo bispo do Rio de Janeiro, que motivou respostas por parte do médico Antônio Pinheiro Guedes.
A Arte espírita é o conjunto de expressões de cunho artístico produzidas sob influência direta do espiritismo. Atualmente, o Brasil é o país que abriga a maior quantidade de artistas e de produções de arte espíritas. A Associação Brasileira de Artistas Espíritas conta hoje com 139 associados e mantém uma lista de discussão formada por quase trezentos artistas espíritas de todo o país.
As primeiras expressões artísticas identificadas com a doutrina espírita surgem em 1858, pouco após o lançamento de O Livro dos Espíritos. Observa-se nesse primeiro período uma forte identificação entre arte e mediunidade. Já na Revista Espírita de agosto daquele ano, consta a reprodução de um desenho intitulado A casa do Profeta Elias, em Júpiter. A peça é do teatrólogo espírita Victorien Sardou, que a atribuiu ao espírito do ceramista francês Bernard Palissy. Três meses depois, o periódico publica relatos sobre um médium pintor norte-americano, identificado como E. Rogers. Já a edição de dezembro de 1858 traz o primeiro de uma série de textos que preencheriam ao longo dos anos a seção Poesia Espírita da revista. Trata-se do poema O despertar de um Espírito, atribuído ao espírito Jodelle, numa possível referência ao poeta francês Étienne Jodelle.
No ano seguinte, a arte mediúnica chega ao campo da música. A edição de maio de 1859 da Revista traz uma matéria sobre o fragmento de uma sonata atribuída ao espírito de Mozart, pelo médium Bryon-Dorgeval. Em 1860, Kardec utiliza pela primeira vez a expressão arte espírita, propondo-a como o terceiro elemento de uma tríade formada também pela arte pagã e pela arte cristã. Já nesse enunciado inicial, o sistematizador da doutrina parece mais propenso a uma arte inspirada pelo espiritismo do que a obras atribuídas a espíritos. Mesmo assim, nos anos seguintes só haveria registros esparsos de uma produção artística não-mediúnica entre os espíritas.

No Livro Obras Póstumas de Allan Kardec há três capítulos que considero de fundamental leitura aos artistas contemporâneos, são eles: Teoria da Beleza, A música celeste, A música espírita. Kardec define assim a beleza da feição humana: “Do que precede que se pode concluir que a beleza real consiste na forma que mais se distancia da animalidade, e reflete melhor a superioridade intelectual e moral do Espírito, que é o ser principal. O moral influindo sobre o físico, que apropria às suas necessidades físicas e morais, segue-se: 1˚ que o tipo da beleza consiste na forma mais própria à expressão das mais altas qualidades morais e intelectuais; 2˚ que, à medida que o homem se eleva moralmente, seu envoltório se aproxima do ideal de beleza, que é a beleza angélica.” Na estética das Artes, é desse tipo de beleza que se trata e que vem sendo retratada em diversas modalidades por diversos artistas da humanidade, e nesse processo de passagem para mundo regenerador, terá cada vez maior relevância nossa vista sobre as obras mediúnicas para percepção humana do mundo em geral.
Lembremos assim, para nossa luz individual, da cepa de vinha desenhada por Espíritos de grande escopo no capítulo Prolegômenos do Livro dos Espíritos.


Fonte: Wikipédia Brasil.




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Coluna ARTES:


                                                                                        Por Augusto Cavalcanti.


Conto: Um Possível Diálogo No Planeta Estrela de Luz.

(CÉU).
Tu és honrado de esquecer.
Foi o que adveio quando nasceste e eras página em branco.
No momento, cadenciado escute-me, há sentimento carregado em minha voz. Na letra dos volumes revolvidos sobre as mobílias do teu aposento, redunda tal infecunda impressão, espairece a prudência de você em mim! Na mesma intensidade que o som das gotas da chuva ressoando no beiral das vidraças o faz! Esqueça-os! O símbolo letra logo denotará poder! A Natureza é a voz de Deus aliciando a nossa energia! Desligue impostergavelmente o celular!  Aceite como único sentido nessa sala o som da minha voz! A lógica vai se explodir no meu colo! E estamos unidos, entregando-nos num sono profundo e maravilhoso! Vagarosamente estou encostando as pontas dos meus dedos na fronte de tua testa. Sinta a energia fluir por meus dedos e adormeça! Ouça a música erudita que começa agora!
Quando estiveres acolhido, diga-me o pretexto de tanto cansaço, tanto peso nos ombros.
No instante, só escute-me e sinta-me inteira convosco. O elemento integral dos polos: veja como eu sou cheiro, gosto e calor! Como o nosso sentimento é complexo e belo e permanece no todo de nosso ser! Vós sois, como tu és, como eu sou, da mesma energia!
A tristeza jaz em teu redor. Coube a mim jamais permitir a ti fundires com matéria de menor pureza! Tu não foste ornado na mesma matéria do mal!
És bom! Não dá para ocasionar até tua consciência qualquer sentimento de perdão, por si mesmo e pelo outro! Mas tu és importante para mim e és a bondade em essência! Deixe-me anelar um pouco de ti: o teu silêncio me diz!
Percebo que existia a disfunção hormonal em ti o que limitou o estimulo de prazer na tua puberdade. Assim, retirado da sensação de reflexo nas partes que formariam a tua personalidade harmônica, pelo prazer, pelo contato, fechaste em si mesmo a retidão da vossa expressão, incompleto e torturado em angustia e sofrimento. A devida experiência e inevitável perda deveriam formar-te como um todo! Vosso infindável amor se tornou ódio! Deus, por que permitiste? Por que deixaste sentir tamanho sofrimento?
Deixaste-me ir até ele antes que chegaste nisso? Não, Deus! Não deixaste! Acredito que Vossas Excelências sadicamente usam algumas personalidades para manter a estrutura que planejam para o Universo! Ao sacrifício de dilacerar a alma de um homem bom! Sois vós justos?
Percebo a tua consternação, meu amor! Eu sei que tu ainda estás ai! Além disso, como idealista humanitário em sentimento e inteligência, era lógico que tu irias ser condicionado pela dor e pela raiva, quando foi tirado de ti o que os comportamentalistas chamam de reforço positivo!
Os estímulos acessíveis não poderiam substituir a falta primeva! Foi interiorizado em ti um sentimento de culpa moral! Culpa que refreou em ti recorrer ao não sagrado, aos prazeres efêmeros, como paliativo da tensão. Como tu não recebeste educação de cristãos, há de se considerar o inconsciente freudiano na infância primeva de relevância para que tu ti reintegres! Tu deves perdoar vossos genitores!
Entretanto, ainda naquilo que os comportamentalistas chamam de reforço, lhe foi sugerido um paliativo que culminou construindo o teu progresso, que interessou o teu ser na totalidade! Ti confiaste de corpo às Ciências Humanas, as Positivistas e Naturais e também às Ciências Idealistas e Espiritualistas!
Estranho, contudo dotado de estrondosos potenciais adquiridos, noto tu não haveres lavrado nenhum trabalho intelectual! Nenhum que fosse de relevância entre os seus! Deus! Eu entendo! Vós, novamente em vossa redoma egoística! Mantiveram-no desacreditado de si mesmo! Fizeram desde a concepção para que pudessem usá-lo ao deleite como apoio para as vossas próprias descobertas! Malditos sois!
Querido, não foste pretensioso de tomar partido: porque sabias da complexidade do ser humano e achavas verdade onde houvesse verdade, independente do rótulo! Quiseste ajudar! Foi-lhe sugerido o mundo das ideias! E você se atarraxou nisso e criou! Você se impediu de existir para criar!
 Tu és um artista, meu amor. Um artista!
Que para distinguir verdadeiramente as classes onde o discurso do saber é inatingível, e porque tu ti negavas a ti mesmo o tempo todo, por não sentir-te completo e digno do saber, pela inferioridade de ti não ter provado afeto bom, tu ti atiraste em inúmeros trabalhos de menor relevância onde nunca ti adequaste! Deus, que tamanho sofrimento!
Agora descanse.
Tu tens que sentir o meu amor fluir até o teu ser! Há tanto afeto no que tu crias! Agora antevejo pelos vossos olhos! E ainda assim, ninguém pudera supor que ali permanecia a mensagem que eu precisava para ti encontrar, entre tantos! Contudo, agora tu precisas sentir um pouco disso em retorno. Confie! O amor que tu expressaste foi pura caridade! O Mestre não cobra a caridade e nem espera ser compreendido por ela!
Portanto, com a idêntica sentença que eu iniciei a minha fala, tu és honrado de esquecer! Esqueça-os!
Nada que eu faça irá trazer até a tua consciência o perdão! Quiçá, pudesse o reflexo de um afeto tão misericordioso, entregue e despretensioso, como foi a vossa Arte, refletir até ti pela vontade de um deles!
Entretanto, por favor, devotada em atitude compassiva, aqui apresento-me a ti, entregando-me aos vossos sentidos, deixe-me fazer-te chegar o meu afeto!
Cadenciadamente, oculto para ti a minha voz! Sinta-me por meus gestos e atitudes, eu te guio e tu vais se acostumando ao contato, condicionando a exteriorizar o teu afeto em relação a mim!  Destarte, aos poucos tu vais aprender o meu tempo como eu vou aprender o teu! Porquanto a nossa energia tem a mesma matéria, tu irás ti fundindo a mim, e em contrapartida, eu farei o mesmo na maior intensidade que eu conseguir em ti! Vamos confiar de modo tão frequente que condicionalmente toda energia ruim que lhe foi canalizada em afetos fracos será superada! Além mais, tu criarás com maior vigor! Atitude e confiança geram obras por demais belas, ainda mais preciosas ao que tu expressaste até hoje, eu me dou como prova! Pois igualmente ocultei-me em remorsos ao lhe ver, e foi ti quem me adormeceu e acordou! Nós vamos sempre nos encontrar e nos lembrar de quem somos: somos afeto do mesmo afeto, e nenhum mal pode superar tamanho bem por tanto tempo! Caem-se as cortinas e o tempo é a derrota dos fracos, dos ainda ignorantes, e nós os resumimos e os deixamos ao mal! E o mal está fora da redoma de quem é bom! Você acordou! Eu calo-me ao teu toque! Que assim seja!




  IPV JUL./2016 nº 199– ANO 19

Coluna EFEMÉRIDES:


                                                                                        Por Augusto Cavalcanti.


Comemora-se em 06 de julho de 1932 a primeira publicação do livro Parnaso de Além-Túmulo, escrito por espíritos diversos, espíritos de escritores brasileiros e portugueses, desencarnados e vindos ao nosso conhecer pelas mãos aureoladas do médium Francisco Cândido Xavier. Como as tenho poucas linhas para descrever o encantamento da descoberta deste livro, e de um médium ainda em formação, deixo-vos com as palavras de Manuel J. F. Quintão, que escreveu o prefácio no tempo em que o livro e o médium apareciam para o público. Parnaso de Além-Túmulo é impactante já pelo título, não é mesmo? Aproveitem o assento e tirem uma boa viagem pela poesia. É de suma beleza ler as palavras introdutórias de Chico Xavier no também prefácio e além: o entusiasmo de Haroldo de Campos (desencarnado) ao introduzir-nos palavras para a segunda edição de 1935.


Mas, perguntarão: – quem é Francisco Cândido Xavier? Será um rapaz culto, um bacharel formado, um acadêmico, um rotulado desses que por ai vão felicitando a Família, a Pátria e a Humanidade?

Nada disso.

O médium polígrafo Xavier é um rapaz de 21 anos, um quase adolescente, nascido ali assim em Pedro Leopoldo, pequeno rincão do Estado de Minas. Filho de pais pobres, não pôde ir além do curso primário dessa pedagogia incipiente e rotineira, que faz do mestre-escola, em tese, um galopim eleitoral e não vai, também em tese, muito além das quatro operações e da leitura corrida, com borrifos de catecismo católico, de contrapeso.

(...) Agora, diz-nos este que também as produções são recebidas de jacto.

Não há ideação prévia, não há encadeamento de raciocínios, fixação de imagens.

É tudo inesperado, explosivo, torrencial!

Do que escreve e sabe que está escrevendo, também sabe que não pensou e não seria capaz de escrever.

Há vocábulos de étimo que desconhece; há fatos e recursos de hermenêutica. Figuras de retórica, que ignora; teorias científicas, doutrinas, concepções filosóficas das quais nunca ouviu falar, de autores também ignorados e jamais lidos!


Alguns Poetas e excertos de poemas da coletânea:


Imagens de turíbulos e rosas

Aromatizam todos os empíreos...

Há na Terra canções maravilhosas

Entre as luzes e as lágrimas dos círios.

(Alphonsus de Guimarãens)


Excelsa e sereníssima Senhora,

Que sois toda Bondade e Complacência,

Que espalhais os eflúvios da Clemência

Em caminhos liriais feitos de aurora!...

(Antero de Quental)


Há mistérios peregrinos

No mistério dos destinos

Que nos mandam renascer:

Da luz do Criador nascemos,

Múltiplas vidas vivemos,

Para à mesma luz volver.

(Castro Alves)


Jesus ou Barrabás?


Sobre a fronte da turba há um sussurro abafado.

A multidão inteira, ansiosa se congrega,

Surda à lição do amor, implacável e cega,

Para a consumação dos festins do pecado.


“Crucificai-o!” – exclama... Um lamento lhe chega

Da Terra que soluça e do Céu desprezado.

“Jesus ou Barrabás?” – pergunta, inquire o brado

Da justiça sem Deus, que trêmula se entrega.


Jesus! Jesus!... Jesus!... – e a resposta perpassa

Como um sopro cruel do Aquilão da desgraça,

Sem que o Anjo da Paz amaldiçoe ou gema...


E debaixo do apodo e ensangüentada a face,

Toma da cruz da dor para que a dor ficasse

Como a glória da vida e a vitória suprema.

(Olavo Bilac)




IPV JUL./2016 nº 199– ANO 19

Coluna NOSSA GENTE:


                                                                                                             Pelo: DCD.

Chamo-me Augusto César Cavalcanti de Souza, nasci na cidade de Santo André, conta-me a minha mãe e pai “numa manhã fria de 13 de julho de 1982”. Formei-me em Imagem e Som pela Universidade Federal de São Carlos em 2004. Eu tenho três irmãos João César, Luiz Felipe e Carlos Estevam (Kaká).

Nem cheguei à viver em Santo André porque os meus pais e o João já aqui estavam estabelecidos, o primogênito tinha asma então os ares de Americana eram melhores que os de lá para o bebê. Assim aqui na “princesa tecelã” me conheço crescendo e fazendo os meus primeiros amigos nos nem tanto ordeiros primevos anos de minha vida.

Meu contato com o Espiritismo ocorreu por volta de 2002, quando eu já estava na Universidade e me meti a escrever contos, poesias e roteiros de cinema os quais sai divulgando para os mais chegados e, ás vezes nem tanto, eu realmente mandava os textos para quem passasse em minha frente e me piscasse um olho e em extensas listas de e-mail. Entretanto numa das conversas com uma grande amiga sobre esse meu processo criativo eu disse: Dê (Denise) não sei muito bem o que me ocorre, de vez que estou bem mais quando vou a diversos lugares, festas, meio de demais pessoas me sinto mal. Ela então me deu o “Pentateuco”! no que chamo hoje: um livro que aparenta uma Bíblia antiga e que contém as cinco obras básicas de Allan Kardec mais obras póstumas. Foi um divisor de águas na minha vida. De 2003 à 2005, em meio à poesias, filmes, demais livros loucos, eu devorei a lógica de Kardec e fui completamente absorvido pelas explicações de cunho religioso que tanto me faziam falta na vida até ali. Foi maravilhoso e ainda o é me entregar de corpo alma e inteligência a retórica dos espíritos.

Minha ida ao Seareiros, como um bom casamento não foi definitiva. Em 2005 eu conheci e comecei a frequentar o meu grupo de estudos de quarta-feira à noite e, entre idas e vindas (nesse ínterim morei na Irlanda e na Itália e num navio de cruzeiros) eu vinha e ia. Contanto em 2011 eu tive uma grave estafa psicológica e foi a deixa para que eu levasse com mais disciplina a minha vida e o espiritismo.

Desde de tal são muitos livros espíritas “devorados” por minha gana de imaginação e conhecimento, como diz Hermínio C. de Miranda no Diálogos: Kardec foi o começo, não o fim da Doutrina. Frequentei vários grupos no Seareiros desde 2012, fui à Mocidade também, mas agora estou devoto ao meu antigo e primeiro grupo das quartas à noite e também frequento o Lar da Mãe Esperança de Dona Clementina. E graças a Deus conheci e comecei a frequentar aos primeiros domingos de cada mês as reuniões do IPV – Peixinho Vermelho, porque encontrei amigos e um meio de me expressar. Desse modo é com grande felicidade que dou o meu humilde depoimento para esse informativo que tanto adoramos. Agradeço por demais ao Seareiros e as oportunidades de caridade que me surgem a cada ida ao centro. Um grande abraço fraterno aos amigos: desejo que a minha historinha vos sirva de passeio e alegria, Assim seja!





IPV julho/2016 nº 199 – ANO 19:

Coluna Espiritismo e Ciência:



por Augusto Cavalcanti


O Bom Samaritano em vista da Linguística Contemporânea


Linguística (do francês linguistique) segundo o dicionário Aurélio é a ciência da linguagem e, em particular, da linguagem articulada. A própria palavra linguagem vem do provençal lenguatge e, é descrita pela mesma fonte como sendo o uso da palavra articulada ou escrita como meio de expressão e de comunicação entre as pessoas. Contanto o nosso objetivo nesse artigo não será nos tornarmos, mesmo com as diretrizes aqui inscritas, de cunho puramente dissertativo ou científico como se mostra até o momento, destarte nos proporemos uma abordagem emocional e, às vezes poética, como alcança a oratória do autor Haroldo Dutra Dias no livro que me proponho uma despretensiosa resenha e que tem por nome “Parábolas de Jesus – Texto e Contexto”.

Guardo como mesma premissa deste autor que os textos dos evangelhos, como nas formas literárias, poéticas e líricas, que tanto me enriquecem o conhecimento e a imaginação, tenham com absoluta certeza sido reproduzidos, através daquilo que foi contado, em linguagem articulada pela voz do Cristo e, depois feita em letra pelos evangelistas e por Paulo de Tarso, compreendemos essas todas como passagens para o sublime e o foram reproduzidos para atingirem mais ao que vai ao sentimento, aos corações humanos, à que se pretender algum sentido cognitivo e científico dos versículos.

Contanto como todos nós espíritas sedentos de estudo e iluminados pelos ensinamentos da Doutrina, legado-nos pelas mãos sublimes de Allan Kardec, nas vozes de Emmanuel “(...) temos sede das tuas palavras de vida eterna, escoimadas de qualquer suplementação.” (Palavras de Vida Eterna, Francisco Cândido Xavier) sendo escoimar, livrar de impurezas, limpar e, suplementar, aquilo que amplia, acrescenta, damos aqui a proposta nesse esclarecimento à luz da Linguística naquilo que seria amainar e extrair a palavra de Jesus em sua essência e disso se faz mister o estudo deste livro de Haroldo D. Dias.

           

Desse modo, acreditamos que acima de todas as técnicas e ferramentas exegéticas (comentário ou dissertação para esclarecimento ou minúcia interpretação de um texto ou de uma palavra, aplicado de modo especial em relação à Bíblia) se encontra a compreensão. Aquela que nasce do coração, do sentimento e se aperfeiçoa na exemplificação. (...) Somente compreende de forma integral quem aplicou o ensino em sua própria vida. (...) Nesse diapasão, a leitura dos Evangelhos constitui uma jornada de ascensão espiritual, na qual a ampliação do entendimento e da compreensão é proporcional ao crescimento espiritual do leitor. Haroldo Dutra Dias.


Não devemos nos desesperar, caros leitores: o que mais se pretendeu até esse instante do texto foi afirmar que mesmo sem o aparato cientifico da Linguística atual, que será abordado abaixo, a conclusão mundana nos dá inúmeras provas que o que está realmente em jogo na nossa ascensão espiritual na leitura da Bíblia é o nosso coração aberto para o sagrado e acima de tudo, difundir e aplicar a mudança que os textos Bíblicos nos ocasionaram em nossa seara de bondade e amor, acima de tudo Amor, nas nossas atitudes pela vida afora.

Retornemos então tranquilos em nossa consciência de meros alunos de Haroldo na dialética de seu livro sobre Jesus. O autor julga de vital consideração à comunidade de fala, em se estudar qualquer enunciado linguístico, em especial os textos do Novo Testamento, já que Jesus sempre adaptava o seu ensino à comunidade de ouvintes, utilizando símbolos da agricultura, da pesca, do exército romano, dos rituais judaicos, da hermenêutica dos Doutores da Lei, conforme variava o público e, como existiam diversos grupos ao tempo de Cristo (ver introdução do Evangelho Segundo o Espiritismo, item III, de Allan Kardec) como os fariseus, saduceus, samaritanos, o ensino do Mestre variava, na forma e no fundo, dependendo do seu interlocutor. 

Do Manual da Linguística, de autoria de Mário Eduardo Martelotta:


            “Dessa forma, as novas disciplinas vêm priorizar os fatores sociais, culturais e psíquicos que interagem na linguagem. Esses fatores são considerados essenciais porque o homem adquire a linguagem e dela se utiliza dentro de uma comunidade de fala, tendo como objetivos a comunicação com os indivíduos e a atuação sobre os interlocutores. (...) Nas comunidades organizam-se agrupamentos de indivíduos constituídos por traços comuns, a exemplo de religião, lazeres, trabalho, faixa etária, escolaridade, profissão e sexo”.


E mais adelante, na fala de Ingedore Villaça Koch, Introdução à LinguísticaTextual:


“Desta forma, na base da atividade linguística está a interação e o compartilhamento de conhecimentos e atenção: os acontecimentos linguísticos não são a reunião de vários atos individuais e independentes. São, ao contrário, uma atividade que se faz com os outros, conjuntamente”.


O que se quer aqui deixar aclarado é que se faz mister compreender diacronicamente o contexto em, que viveram os sucessores e os contemporâneos de Jesus para se bem compreender cognitivamente o conteúdo do Novo Testamento. É nisso que se tem debruçado a escolástica moderna da linguagem para melhor enquadrar os leitores da Bíblia na nossa atual sociedade de aplicativos e conexões que surgem e somem a todo o momento.

Nos pormenores de nos delongarmos excessivamente na ciência esquecendo-nos da premissa básica do coração, encerramos aqui a resenha sobre o capítulo dois, Linguagem e Linguística, palavras iniciais do essencial livro Parábolas de Jesus – Texto e Contexto, de Haroldo Dutra Dias. Nos demais capítulos o autor abordará as Concepções do Texto, o Contexto, Gêneros Literários, as Parábolas (apresentado-nos o conceito judaico de Torah oral e escrita), e concretiza oferecendo-nos, agora detentores de todos esses pormenores estudados, o entendimento embasado de O Bom Samaritano.

Como nunca deixa de ser demais aos nossos corações atentos e saudosos da palavra, termino com o sermão do monte, proferido por Jesus e que está no penúltimo capítulo do livro.

“Ouviste que foi dito: “Amarás o teu próximo” e “Odiarás o teu inimigo”. Eu, porém, vos digo: Amai vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem, para que vos torneis filhos de vosso Pai, (que está) nos céus, já que seu sol desponta sobre maus e bons, a cai chuva sobre justos e injustos. Pois, se amais os que vos amam, que recompensa tendes? Não fazem os mesmos os publicanos? E se saudais somente os vossos irmãos, que fazeis de extraordinário? Não fazem também os gentios o mesmo? Portanto, sede vós perfeitos, como é perfeito vosso Pai Calestial”. (Mt 5:43-48).




IPV outubro/2014 nº 180 – ANO 17:

Coluna Eventos:


Segurança – Vigilância Cristã:


Por Augusto Cavalcanti.



Aconteceu no dia 20 de setembro de 2014 a palestra Segurança – Vigilância Cristã com a expositora Maristela Bosso (CEAK Campinas) que foi parte da semana anual do Tema Específico do Seareiros. Um público de cerca de setenta pessoas pode participar da exposição que começou com a apresentação do vídeo institucional da casa e prece proferida pela palestrante.

Dando inicio a palestra Maristela citou uma bela frase de Jesus: “Conhecereis a verdade e a verdade os fará livres” que serviu de abertura para tudo que seria nos transmitido. Penso que essa máxima cabe muito bem a essa semana de tema específico pelo esclarecimento que conseguimos absorver no Seareiros. Tenho para mim que a descoberta da Doutrina Espírita e as cinco obras básicas de Kardec são grande aparatos para nos esclarecer nos tornando mais livres de alma. Falando ainda sobre o pensamento e a vontade, a palestrante recorreu a Léon Denis onde esse pensador nos diz: “o pensamento é criador. A vontade é a maior de todas as potências. A vontade Divina é o supremo motor da vida universal.”.

Maristela nos mostrou nessa pirâmide de slides iniciais pensamentos para nos dizer que nós temos dentro de nós tudo o que é necessário para termos uma vida de vigilância. Vigilância da frase proferida por Cristo “Vigiai e Orai”, para não cairdes em tentação. Contudo no que seria um vigiar no sentido de vigiar procedimentos, aspecto espiritual do termo, estar alerta; atento, vigilante da nossa própria vida e em relação a tudo e a todos. Para tal feito devemos observar e analisar nosso pensamento, sentimento, palavras e ações. Nossos principalmente e dos que convivem conosco.

Continuando a sua linha de argumentação, a palestrante nos alertou que não podemos ceder a instigação ou ao estímulo para o que for o mal. E assim, se referindo a pergunta 919 do Livro dos Espíritos ela reproduziu os dizeres: “qual o meio prático mais eficaz para se melhorar nessa vida, e resistir ao arrastamento do mal?” no que os espíritos responderam: “ um sábio da antiguidade vos disse “Conhece-te a ti mesmo”

Nos esclareceu ainda que não devemos ensejar sintonia mental ou afinidade fluídica com os espíritos inferiores, pois temos o corpo como um templo, citando o belíssimo pensamento do Cristo: “Derrubai esse templo e em três dias eu o reconstruirei” no que ele se referia a morte de seu corpo e posterior ressurreição. Com essa postura de vigilância cristã aceitamos o corpo como instrumento sagrado e temporário para aprendizagem, resgate e convívio com os demais.

Maristela citou então André Luiz: “virtude não é uma voz que fala, e sim, o poder que irradia” e para abertura de sua prece de encerramento se remeteu a pergunta 919 feita a Santo Agostinho do que deveria ser feito para se conhecer no que o sábio nos alertou: “Fazei o que eu fazia de minha vida sobre a Terra: ao fim da jornada eu interrogava minha consciência, passava em revista o que eu fizera, e me perguntava se não faltava algum dever, se ninguém tinha nada a se lamentar de mim. Foi assim que eu consegui me conhecer e ver o que havia para reformar em mim. Aquele que em todas as noites se lembrasse de todas as suas ações do dia e se perguntasse o que fez de bem e de mal, pedindo a Deus e ao seu anjo guardião para o esclarecer, adquiriria uma grande força para se aperfeiçoar, porque, crede-me, Deus o assistiria”. Sem dúvidas uma tarefa difícil e que deve ser treinada todos os dias.

Assim foi feita uma prece fervorosa e inspirada proferida por Maristela dando encerramento a tarde de grandes ensinos nos transmitidos e agradeço em nome desse jornal a palestrante e a casa pela semana do Tema Específico. 




IPV outubro/2014 nº 180 – ANO 17:

Coluna Eventos:


Ação e Reação:


Por Augusto Cavalcanti.



Aconteceu no dia 18 de setembro de 2014 a palestra Ação e Reação com a expositora Solange Pinese que foi parte da semana anual do Tema Específico do Seareiros. Um público de cerca de cinquenta pessoas pode participar da exposição que começou com uma prece e posterior apresentação do vídeo institucional da casa.

Dando inicio a palestra Solange nos disse um pouco sobre o tema escolhido. Para poder dissertar sobre as consequências de nossos atos nessa e nas posteriores vidas fomos abordados com Ação e Reação que é a nona obra da séria A Vida no Mundo Espiritual do espírito André Luiz pela psicografia de Francisco Cândido Xavier.

Nesse livro, André Luiz passa aproximadamente três anos na Mansão Paz, uma casa de auxílio espiritual que se encontra nas zonas inferiores, e que tem ligações com Nosso Lar, que se encontra em esferas superiores. Lá, ele tem como mentores o Instrutor Druso, que é diretor da instituição, e especialmente o Assistente Silas.

Para quem pudesse fazer analogia com uma casa tranquila e abastada pelo termo mansão, Solange logo nos explicou que a realidade ali vivida era bem diversa de calmaria. A Mansão da Paz é um lugar de auxílio para espíritos muito sofredores, mutilados, e que em algum momento esboçaram algum arrependimento e por isso estavam ali para se regenerarem para o processo reencarnatório. Ela ainda frisou o auxílio que é a prece para os espíritos nesse estado, pois é nesse momento de transmissão de bons fluidos que muitos despertam para serem acolhidos.

A palestra como o livro ilustrou diversas histórias que nos dão entender as consequências das nossas más atitudes e que, como lei universal, sempre teremos que resgatar. Vou reproduzir aqui a história contada de Antônio Olimpio.

Logo após seus pais desencarnarem, Antônio herdou boa fortuna, mas que teria que dividir com seus dois irmãos, Carindo e Leonel. Inconformado com isso, certo dia, convidou-os a uma volta de barco, fê-los tomarem um tranquilizante com a bebida, e depois conduziu o barco a um local do rio em que a água se movimentava com violência. Aproveitou que o barco se movimentava descontroladamente, e empurrou seus dois irmãos no rio, viu-os se afogarem. Quando chegou ao porto, disse que foi um terrível acidente. Ele, seu filho Luiz, ainda criança, e sua esposa Alzira não desfrutaram das posses como gostariam. Os dois irmãos desencarnados tornaram-se seus verdugos, fazendo com que Alzira, a esposa do homicida, ficasse louca e se suicidasse no mesmo rio da tragédia anterior. Oímpio também sofreu por causa de seu versugos obsessores. Tão logo desencarnou o homicida, foi perseguido pelos seus rivais. Seu filho, Luiz, ao herdar a herença também foi perseguido pelos inimigos de seu pai, quase atingiu a insanidade. Mas após longa drama, em que é narrada toda a história, e também o processo de recuperação dos dois obsessores, que trabalhavam juntos com diversas entidades malígnas, foram convertidos, e sujeitos a reencarnar em breve tendo Alzira como mãe e Olimpio com pai.

Olimpio assim restitui a vida tirada e a fortuna roubada como pai numa nova reencarnação. Solange disse-nos sobre como os espíritos obssessores aprendem aproveitar as tendências melévolas da humanidade para incitar o obsediado no mal, e mais uma vez compreendemos que são nossas próprias mazelas que nos causam as doenças e o descontrole.

Contou-se então a história do assistente Silas que em sua vida havia utilizado mal da profissão de médico, que não exerceu, pois por ganância decidiu cuidar da fortuna e incitou seu pai matar a namorada, por ódio de uma traição revelada e alimentada pela trama do filho. No fim descobrimos que seu pai era o diretor da Mansão Druso e eles reencontram emocionados uma moça cadavérica advinda do umbral que se trata da antiga namorada assassinada. Num próximo plano reencarnatório Silas será médico novamente e cuidará da moça que advirá como sua irmã com problemas mentais.

Foi uma noite muito agradável e agradeço os ensinamentos compartilhados por Solange em nome desse jornal. Que venham muitos setembros com tema específico nessa casa abençoada, Amém. 



IPV outubro/2014 nº 180 – ANO 17:

Coluna Eventos:


O EU NO MUNDO:


Por Augusto Cavalcanti.



Aconteceu no dia 17 de setembro de 2014 a palestra O Eu no Mundo com o expositor Sandro Cosso (CEAK Campinas) que foi parte da semana anual do Tema Específico do Seareiros. Um público de cerca de cem pessoas pode participar da exposição que começou com uma prece proferida pelo presidente do Seareiros Orlando Cioldin e posterior apresentação do vídeo institucional da casa.

Para alegria deste que escreve, o palestrante começou a palestra com a alegoria filosófica do mito da caverna de Platão, conceito apresentado pelo sábio pensador no livro A República. A imagem que Sandro Cosso escolheu para nos mostrar em slide o mito ainda está em minha memória e creio que nas dos demais presentes. Ele explanou, com auxilio do belo quadro, do que fala o mito, é mais ou menos assim: um grupo de pessoas presos em uma caverna somente conhecia a realidade pela sombra refletida por uma fogueira na parede da mesma, um dia um homem conseguiu sair da caverna e descobriu um mundo todo cheio de cores e vida, ele então voltou transformado para caverna e informou os demais que a realidade era diferente daquilo que eles conheciam. O homem dotado destes conhecimentos foi tratado pelos demais como um lunático e incompreendido.

Eu li esse livro de Platão na Universidade em São Carlos e é um dos mais belos momentos literários que posso me lembrar na minha pequena existência. E foi somente com o empurrãozinho de Sandro Cosso que pude perceber, já hoje um pouco mais amadurecido, o quão espírita pode ser interpretado esse texto. Se entendermos, por exemplo os profetas, ou mesmo o Cristo, ou até mesmo o nosso Chico, como homens que de certo modo saíram da caverna e voltaram para nos informar o que há de verdade no mundo espiritual, o mundo real, para nós que ainda enxergamos as sombras, é uma viagem em nome da boa filosofia e da doutrina e fiquei muito feliz por essa nova abordagem em meu conceito.

Sandro então nos apresentou uma outra figura em slide, um iceberg, onde fica vigente a parte aparente da grande rocha de gelo acima da superfície, e o seu colossal tamanho abaixo da superfície. Explanou que para média geral da humanidade o conteúdo aparente da pedra é como nosso conteúdo material, corpo, sendo o conteúdo submerso e imenso como nosso conteúdo espiritual. Mais uma vez me faz pensar nas pessoas que conseguem ter uma sensibilidade e inteligência mais apurada de viver mais o todo que somos, enxergando mais o que está submerso de nossos sentidos rudes e o quanto, às vezes, somos injusto em julgá-los como seres fora da órbita, e literalmente, para vossa alegria, o são mesmo.

Ele nos disse então que as redes sociais sempre existiram de uma forma ou de outra e que elas captam como um filtro aquilo que estabelecemos como interesse. Por exemplo, se no facebook somente formos atrás de fofocas efêmeras, será somente isso que aparecerá em nosso muro. E vice versa, se tivermos um conceito melhor do que procuramos, nosso muro será assim melhor preenchido. Citou também o centro espírita como uma grande rede social, e de fato, para o nosso deleite, o é casa sagrada de encontro e cura de diversos seres encarnados e desencarnados.

Nos somos em atitude parte integrante do mundo, e construímos nele o que desejamos e podemos como melhor de nós, assim é como deveríamos agir, e creio que todos os presentes saíram um pouco ou muito mais felizardos dessa sessão. Se ainda não o suficiente para enxergarmos menos sombra e mais realidade, menos superfície e mais alma, estamos no caminho disto. Obrigado Sandro, é meu agradecimento em nome desse jornal. Boralá para próxima palestra!



IPV outubro/2014 nº180– ANO 17:

Coluna: Estudos:


Congresso Espírita Mundial e Congresso Espírita Pan-Americano

por Augusto Cavalcanti



No dia 03 de outubro de 1998 se deu a abertura em Portugal do segundo Congresso Espírita Mundial e no mesmo dia 03 de outubro, porém no ano de 1947, realizou-se a abertura do primeiro Congresso Espírita Pan- Americano na Argentina. Ambos os congressos se realizam a cada três em três anos e falaremos um pouco sobre eles, para que eu como articulista responsável por essa nobre tarefa entenda, e para que os nossos leitores entendam, um pouco mais da abrangência mundial dos movimentos divulgadores e reguladores da Doutrina.

Entrevistado pelo site Estante Literária da EspiritaVox, Divaldo Pereira Franco deu a seguinte análise a respeito do II Congresso Espírita Mundial, que havia sido recentemente realizado em Portugal, e de sua importância para o Movimento Espírita o médium respondeu, (Divaldo): “Todos os congressos têm por finalidade oferecer qualificação dos propósitos para os quais são convocados. Os congressos espíritas oferecem o grande significado do pensamento da Doutrina, para que sejam debatidos os seus temas essenciais, e, acima de tudo, atualizados, porquanto o progresso da ciência é ininterrupto e, inevitavelmente, necessitamos fazer as pontes entre a revelação de que Allan Kardec foi objeto, com essas mesmas conquistas da tecnologia e da ciência, na sua fase mais elevada do pensamento. É natural, portanto, que os congressos tragam para o Movimento uma valiosa contribuição. Muitas vezes lamentamos que, pela diversidade dos temas, os mesmos não podem ser aprofundados, em razão da exigüidade de tempo. O II Congresso Mundial de Espiritismo caracterizou-se pela admirável organização, pela qualidade, pelo elenco de temas apresentados, o que constituiu uma verdadeira glória para o Movimento Espírita, que pôde reunir 3.065 pessoas de 27 países diferentes, incluindo as ex colônias ultramarinas de Portugal. No entanto, nós advogamos a tese de que um número menor de temas sempre oferece oportunidade de um estudo mais amplo, de debates mais largos, ensejando as grandes pontes de atualização entre aquilo que está exarado na Codificação e vem sendo realizado pelas conquistas contemporâneas”.

Segundo o site da FEB (Federação Espírita Brasileira), com a realização dos Congressos Espíritas Mundiais, o Conselho Espírita Internacional procura consolidar um espaço no âmbito internacional para a divulgação dos ensinos espíritas em todos os países. Destaca ainda a presença de reconhecidos oradores de diferentes nacionalidades, programas e temários sempre atuais e a presença crescente de milhares de congressistas, fazendo de cada Congresso Espírita Mundial um evento único.

O primeiro congresso mundial, realizado pelo CEI, ocorreu em Brasília, no ano de 1995. O segundo foi em Portugal na capital Lisboa, no ano de 1998. A cidade de Guatemala em Guatemala foi em 2001 sede do terceiro congresso espírita mundial. O 4º congresso, em homenagem ao bicentenário de Allan Kardec, em 2004, foi realizado em Paris, na França, e em 2007, no ano de comemoração dos 150 anos do lançamento do Livro dos Espíritos, a cidade de Cartagena, na Colômbia foi palco do 5° Congresso. O 6º Congresso Espírita Mundial, realizou-se em Valencia, na Espanha. O 7º. Congresso Espírita Mundial foi realizado em Havana – Cuba, em março de 2013. Como o evento ocorre de três em três anos, o próximo será em 2016 em cidade e país ainda não divulgado.

Se mantiverem a sequência de intercalação de sedes entre países latino-americanos e do leste Europeus, é provável que o evento ocorra novamente na Europa. Muito interessante essa escolha dos países, são culturas realmente fortes em cada país sede e, sinto-me feliz de vê-los unidos nesse intuito de proliferação dos estudos Espíritas.

A CEPA (Confederação Espírita Pan-Americana), instituição espírita de caráter confederativo e associativo, formada por pessoas físicas e por instituições legalmente constituídas, na América, na Europa e na Oceania, foi fundada em 5 de outubro de 1946, durante o primeiro Congresso Espírita Pan-Americano, realizado na cidade de Buenos Aires, Argentina.

Com a Guerra Civil Espanhola e a Segunda Guerra Mundial, que afetaram as atividades do Espiritismo na França, seu país de origem, também na Espanha e em todos os países da Europa, culminando no desaparecimento da Confederação Espírita Internacional, que tinha sede em Paris, ainda afetando a publicação dos principais periódicos espíritas de língua espanhola, pois antes das guerras, a Espanha fornecia normalmente revistas, livros e material doutrinário para as instituições e comunidades espíritas da América Latina, vigente e diante dessas adversidades, foi dada a proposta da Confederação Espírita Argentina da criação de uma Confederação Espírita da América, para organizar o movimento espírita no continente.

Realizou-se em Buenos Aires, Argentina, o I Congresso Espírita Pan-americano, contando com representantes da Argentina, Brasil, Chile, Cuba, Equador, Estados Unidos, Honduras, México, Porto Rico e Uruguai.

O Congresso tomou a decisão de fundar a Confederação Espírita Pan-americana, cujo estatuto adotou a integração do Espiritismo Latino-americano, dentro de um programa mínimo de objetivos comuns, e o estabelecimento de Congressos Periódicos que seriam realizados de três em três anos, com o objetivo de apreciar todas as ações desenvolvidas durante o período da gestão anterior, examinar as questões relacionadas com o corpo da Doutrina Espírita, e a organização do Movimento Espírita, bem como, a revisão dos estatutos, quando se fizer necessário.



IPV julho/2014 nº177– ANO 17:

Coluna: Arte e Espiritismo:


Conto: Você pode lembrar-se quem você era, antes que o mundo lhe dissesse quem você deveria ser?

por Augusto Cavalcanti



Vou escrever no tempo do Império, quando me diverti com a menina negra Mariazinha. Não foi a minha primeira mulher, porque o meu pai, como um bom Coronel, me levou à casa da Madame e me envolvi com uma de lá, metida à francesa. Mas Mariazinha era melhor, porque a menina, com quem dividi a infância, me amava. Eu gostava de homens também. Foi quando meu pai passou a me odiar. Mamãe choramingava pelos cantos a vida monótona em que se enfiara: casamento cômodo, vida enfadada. Eu sempre precisei demais, nunca estive contente, mas tinha medo...

Treze de maio de 1888. O dia em que a Princesa Isabel assinara a Abolição da Escravatura, data que deu, a ela, a glória e o adeus ao trono e, a mim: adeus àquela encarnação. Morrera ali, vitimado de parada cardíaca, causada por dose excessiva do sedativo. E aquele olhar da enfermeira, só agora posso entender aquele derradeiro e fulminante (como a dose em sua agulha) olhar. Nós fomos marido e mulher em outra vida. Eu tive uma vida de excessos e causei dor à enfermeira, naquela época Eloàde. Ela se desesperou com o marido ausente e ligado as rodas bohêmias francesas, sinais da luz que viria a brilhar naquele século, no pincel de tantos excessivos pintores, e tanto estimulava os sensitivos, como eu era. Kardec ainda não era falado, não tinha ainda escrito o seu tratado Espírita. Tanto desentendimento que seria evitado... tanta paixão para um só corpo: um livro. Os espíritos que ali estavam: deles nós tivemos falta, Eloàde. E trocar o egoísmo por amor.

Eu desejaria falar mais, lembrar mais, mais esse medo: esse medo me domina até que eu perca os sentidos. Acordo e um dos socorristas, dos mais solícitos, está ao meu lado. Ele me diz, com uma cara angelical, que eu preciso repousar. Eu digo que entendo das coisas. Ele diz saber disso. O que me desespera aqui é que sabem de tudo. E onde está Mariazinha então? Por que com ela não posso falar? E quando vou me lembrando da casa antiga, mamãe, papai, do meu irmão... da ganância deles e do egoísmo nosso, tudo toma um tom de entardecer, sinto de novo o meu braço sofrer a agulhada com o líquido fatal e desfaleço... O que estaria acontecendo naquela terra, meu Deus?

O que está acontecendo comigo? A doença não passa com a morte? Disseram-me Ezquizofrênico. Tenho por mim que isso vem me acompanhando desde o tempo da França, talvez mais... foi muito abuso de tudo: abuso de pensar a vida momentânea, não me ligar as coisas da alma, do espírito. Porém o pior que as bebidas, mulheres fúteis e homens também, sexo volátil, o pior mesmo é o meu excesso de mim mesmo.

Na fazenda, o meu adoecer foi até que bom para todos. Meu pai morrera aos poucos de vergonha do filho, justo o mais velho, o nascido para cuidar das terras, agora um louco, que já diziam impotente com as mulheres e solícito até aos galanteios masculinos. Mamãe estava cansada dos meus insultos, já que agora estava mais agressivo e tomara liberdades de acusá-la, na frente das mucamas e tudo. O meu irmão, único e mais novo, nem se fala como sorrira com o “incidente”: teria a herança toda para ele.

Dizem aqui que eu era de outro tempo, e isso soa até como bondade e me torna mais calmo. A equipe socorrista sabe como falar com a gente. Talvez se eu tivesse nascido na Corte? Sabe, eu até fui lá: Rio de Janeiro. Mas senti muito medo daquela modernidade. Quando é que alguém portador de um caráter egocêntrico, que gostava de se gabar de si, poderia fazer isso no meio de tanta gente estudada, versada? Voltei para o interior e para Mariazinha.

Onde ela estaria agora?

Brincando de soslaio com as camélias que o avô recebera do neto e plantara em lugar escondido? Ela, eu não me lembro de outras vidas, não. Também pudera: somos deverás diferentes. Dizem aqui que espíritos diferentes, diferentes escalas evolutivas (como dizem) não ficam muito juntos, não: só com o véu da pele. Eu não entendi muito bem isso. Acho que quando ela não for negra, a gente vá até se casar.

Mas eu penso em Eloàde também, e vai me causando calafrios... como ela virara enfermeira? Então, eu lembro que acertamos que seria assim, naquela França que esvanecia o moderno, seria assim o nosso acerto em terras brasileiras, modernas, e, me dá muito medo... meu braço vai coçando, o “belisco” ardido da agulha, me dá muito medo e perco os sentidos. Alguém me ampara e os pensamentos começam de novo. Disseram-me que estou em um hospital. Acho que nunca vou sair da maca. Você sabe me dizer?  
 
 
  
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O faraó Cambises e rei da Pérsia durante um ataque epilético e um milênio depois renascendo como Jerônimo Mendonça que sofre de artrose multipla na adolescencia e vida.

Jesus voltando em forma de puríssima luz horas depois da crucificação descendo nos confins da Terra e retornando com Judas adoecido em remorço nos braços.

O soldado romano ao ver a lança com o sangue de Cristo em seus olhos agora curados.

Judas retornando como Joana D’Arc depois de sua recuperação na colônia Casa do Pai.

Centenas de militantes recaidos adormecidos por 1900 anos nas câmaras de magnetização.

Denizard descobrindo-se Allan Kardek (a sua ascendencia) com um grupo de médiuns em compania de Amélie.

Emmanuel dizendo três vezes para Chico ter disciplina.

A faixa de Gaza em brasas, onde eu gostaria de nascer.

Podem ser todos temas de pinturas feitas por um cristão que ordenou uma das Cruzadas

Cujo tempo não poderia ser preenchido na mesma tela

Ou simples frases demonstração do tempo maior, o infinito que Deus (que sempre vai criar) nos empresta para aprendermos o significado de nos amarmos.

E até que eu renasça em Israel

Acho justo imaginar temas de telas que não passam de abstração de um Eu.

 

Acantiza 10/07/2013, Americana.




IPV jun/2014 nº 176 – ANO 17:

Coluna LEIA, ASSISTA E APRENDA:


FILME:

O ANJO

Os Laços de Amor são Eternos

por Augusto Cavalcanti


O Anjo “Os Laços de Amor são Eternos” é um longa metragem espírita, produzido e dirigido pelo cineasta catarinense Marcelo Niess, e foi lançado em 2012. A frase "Os laços de amor são eternos" é uma homenagem que o diretor fez à Zíbia Gasparetto, como agradecimento à obra "Laços Eternos", naquilo que deve ter sido (livro) um auxílio reconfortante na diretriz moral adotada naquela época da vida de Niess.

A história narrada no filme aborda temas importantes do Espiritismo como a perda de entes queridos, a descrença na justiça divina, o perdão, como libertar-se e dar a liberdade para as pessoas que se foram e que agora vivem em outro plano, discussões essas que já são bons motivos de dica para um sábado à noite. Descobrimos esses episódios dramáticos, que todos estamos sujeitos em realidade, pela emulsão de sentimentos apresentados pelo jovem casal em torno da perda do filho querido, em um acidente, aparentemente causado pela irresponsabilidade do envolvido. De um primeiro momento de dor e luto, eles vão descobrir um novo sentido e perspectiva para viver e, a partir dali, resta um grande ensinamento: o tempo e, com o tempo, aprendemos que o amor e a bondade espera o nosso discernimento e reina no fim como principio, diretriz para a paz moral do espírito, e ainda, o amor existe para aqueles que não se trancam em revolta contra os fatos ocorridos. Revoltar-se somente nos induz para termos más sugestões de pensamento, enquanto que o amor, e a crença da continuidade da vida, ornamentados sempre pela Leis de Deus, nos evoca sublimes estados de esperança no pensamento, no conforto de saber que haverá o reencontro com quem vivemos e amamos sempre.     

Niess nos diz no blog do filme (http://filmeoanjo.blogspot.com.br/) que o enredo é baseado na experiência pessoal dele, e tem como objetivo principal levar uma mensagem de paz, conforto e esperança para aqueles que estão sofrendo com a perda de um ente querido. Viver não é fácil, uma perda assim é uma prova e tanto, entretanto, propago, com eles, a premissa de que compartilhar é melhor que re-guardar o luto, torna tudo mais leve e, enquanto dividimos nossa experiência, alguns criam obras para nos entreter e ensinar, como fizeram a escritora Zíbia e o cineasta Marcelo.

Parabéns ao grupo de envolvidos na produção e boa sessão aos nossos leitores.



IPV julho/2014 nº177– ANO 17:

Coluna LEIA, ASSISTA E APRENDA:


FILME: Como Estrelas na Terra, toda Criança é Especial.

por Augusto Cavalcanti


“Como estrelas na Terra, toda criança é especial” é um longa-metragem indiano, dirigido e produzido por Aamir Khan. Há algum tempo a indústria cinematográfica na Índia vem despontando com um grande avalanche de produções, fato esse que rendeu-lhes o nome de Bollywood. Geralmente esses gêneros de filmes foram marcados pelas inserções musicais, durante o enredo da trama e, na sinceridade que me cabe como resenhista que aqui me proponho, não vi muitos dos “bollywoods” que apresentem o lado espiritual, tão presentes na cultura indiana, como tema. Entretanto, nesse belo filme com tom dramático e realístico, as vicissitudes da sociedade indiana, nem sempre justa às mulheres em maior parte, ficam muito presentes e, as músicas, seguem em segundo plano apresentando-nos as vivencias das personagens por vídeos clipes.

O filme é a estréia na direção de Khan, que também é roteirista e ator (ele interpreta, neste filme, o professor do menino Ishaan). Cabe também destacar a atuação do ator principal, o ainda garoto Darsheel Safary, destacando-se com grande maturidade cênica ao interpretar, primeiro, a sua revolta em não ser compreendido e, depois, mostrando toda sua solidão e sofrimento. 

O filme nos apresenta Ishaan, um menino com oito anos, que nasceu com dislexia e, por isso, conta com a dificuldade da incompreensão dos outros. Seu pai, acreditando que o seu mau desempenho na escola advém da preguiça, resolve interná-lo em um colégio interno. Para mãe, por viver em uma sociedade onde o homem é que detém os direitos, somente cabe acatar a decisão paterna. No internato o menino entra em profunda depressão, no entanto, um professor substituto de artes irá notar que existe algo errado com o menino e com muito carinho e dedicação, paciência de um verdadeiro tutor, consegue resgatar o interesse da criança pela vida. Ishaan retorna a ser o menino cheio de imaginação, que gosta muito de desenhar e brincar.

Um ponto interessante da narrativa é expor a pressão que a Índia moderna, e creio que todos os demais países e, pais em geral, exercem sobre a criança: ser sempre o melhor e ter uma profissão socialmente aceita, como a de médico ou engenheiro. Ishaan, como parece acontecer com toda criança disléxica, nasceu com enorme criatividade e desenvolvimento artístico, mas para o seu pai, isso de nada importa.

Se nos depararmos com uma criança solitária, que tem como amigos os cães e os peixes do aquário, como Ishaan, onde suas brincadeiras passem por poças d'água e pipas, que não presta nenhuma atenção nas aulas, podemos estar perante um disléxico, e cabe a todo bom educador se preparar para lidar com isso, assim deveriam assistir ao filme, bem como pais com crianças disléxicas, e essa é nossa dica aos leitores do mês de julho, mês que é de costume a essas “estrelas na Terra”, brasileiras, estarem de férias escolares, ideal para uma sessão em família. Com certeza uma imersão numa história tocante e na cultura ocidental: aproveitem!  
 
 

IPV dezembro/2013 nº 171 – ANO 16:

Coluna Eventos:

 

Bingo do Seareiros:

por Augusto Cavalcanti

 

Aconteceu no dia 10 de novembro de 2013, no Gaia Social Hall, o Bingo do Seareiros. A Diretoria e o Departamento de Eventos agradecem aos proprietários que cederam o maravilhoso local de eventos e também a todos os patrocinadores que ajudaram com doações dos diversos prêmios, dos salgados, refrigerantes e sorvetes servidos.

Para mim, poderia ser um domingo comum, de merecido descanso, estava na casa de amigos iniciando uma feijoada e surpreendeu-me o telefonema adiantado de Vitor: “fala Augusto, estou perto da sua casa, vamos pegar os sorvetes na Skimoni e já te levo”. Aceitei na hora e começava ali a nossa missão solidária ao evento. Desde nosso encontro na Mocidade do Seareiros, mantenho com Vitor uma conversa espontânea sobre medicação controlada. O que teve de interessante nessa é que mencionei que tomo Ritalina e ele espantado me disse: “Cara, conheci uns caras da USP que tão ingerindo isso ai na balada... eles tomam para estudar, manter a concentração”. Bom, para mim, respondi que não sinto diferença no meu comportamento, e me foi receitado para déficit de atenção. No meu combo também estão incluso um antidepressivo e um para esquizofrenia. Vamos dizer que em time que está harmonizado não se mexe. Irei continuar com meu tratamento espiritual e médico. Voltemos às atenções para o Bingo do Seareiros.

Chegamos meia hora antes do inicio, marcado para às 14:00. Entro e quem está no caixa é Bia. Tereza já nos divide para equipe de venda de cartelas. O pessoal do Buffet também está em movimento. Todos rostos conhecidos, todos voluntários do Seareiros. Aproveito o tempo para tirar algumas fotografias do belo salão, dos prêmios, dos irmãos Vitor e Bia. Natália chega e já se junta à equipe de vendas. Estamos todos prontos e os convidados começam chegar.

Bingo é aquilo: as pessoas nas expectativas entre uma pedra e outra cantada, a emoção vai subindo de acordo com os números marcados, até que sai o quatro cantos! Depois a fileira... A cartela inteira! Sempre tem uma mesa e uma família que parece com mais sorte, digamos com maior influência espiritual para o acerto. Não foi diferente aqui. Mas o importante é que foi uma tarde muito agradável, de muita alegria para todas as duzentas e cinqüenta pessoas, em média, envolvidas no evento. Acredito que o grande prêmio do domingo foi essa confraternização e esse sentimento de pertencer ao grupo do Seareiros que levamos aos nossos lares.

E agora José, a festa acabou. Alguns com presentes, outros só com sorrisos. Ficamos para equipe de arrumação da casa. Tudo entregue, alguns sorvetes e salgados divididos entre nós, para alegria da família que espera no lar e já estou com vontade de participar do próximo: que venha logo! Dezembro tem o amigo secreto. Fica aqui o convite aos leitores do IPV para que façam parte das nossas atividades. Vocês vão sentir as diferença em vossas vidas: venham!

 

Augusto bloga em: acantiza.blogspot.com.br


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IPV outubro/2013 nº 169 – ANO 16:

Coluna Eventos:


OBREIRO: POSSO SER:


Por Augusto Cavalcanti.


Aconteceu no dia 12 de setembro de 2013 a Palestra com a expositora Rosana Bassani que foi parte da semana anual do Tema Específico do Seareiros. Um público de cerca de trinta pessoas pode participar da exposição que começou com a abordagem da história do trabalho para que se definisse a palavra obreiro. Na tradição bíblica Adão e Eva teriam sido expulsos do jardim do Édem para sobreviver do sacrifício do suor do trabalho e também na cultura Greco-Romana, da qual nós Ocidentais herdamos nossas raízes culturais, o trabalho era visto como atividade destinada aos baixios da sociedade. Isso foi nos relatado para sabermos que a nossa visão de trabalho como sacrifício está arraigada aos princípios da civilização, até mesmo a palavra latina que descende a palavra trabalho remete há algo como sacrilégio. Bassani apresentou-nos algumas telas de famosos pintores que representaram as parábolas, como a dos obreiros da vinha e a do menino Jesus com seu pai carpinteiro. Aqui existe uma mudança na abordagem, pois Jesus teria, desde criança, nos mostrado que o caminho para perfeição começa pelo trabalho. Somente depois, adulto, ele teria iniciado sua obra intelectual de esclarecimento da humanidade. A expositora partiu para finalização nos mostrando que podemos sim ser Obreiros, religiosamente dito como aquele que permeia a caridade, leva a palavra do evangelho, da boa nova, em suas atitudes e, exemplificou que aquele que trabalha com dedicação ao que faz, melhor se for como voluntário, realiza essa tarefa. Foi uma noite muito agradável e tenho certeza que as pessoas que estiveram presentes saíram com bons conhecimentos desse encontro

 
 


IPV setembro/2013 nº 168 – ANO 16:

Coluna Eventos:


9˚ ENCONTRO DA CANÇÃO ESPÍRITA:

por Augusto Cavalcanti


Aconteceu no dia 03 de agosto de 2013, no Teatro Paulo Autran, o 9˚ Encontro Da Canção Espírita. O evento teve como público alvo toda sociedade, de qualquer faixa etária, e a entrada foi gratuita. Quem organizou esse encontro foi o colaborador do nosso informativo, o músico e professor Clayton Prado.

A noite de música e festa foi prestigiada por um público de trezentas pessoas e, é uma realização anual da U.S.E de Americana – União da Sociedades Espíritas de Americana e Nova Odessa, através do seu Departamento de Artes. O evento acontece todos os meses de Agosto e existe desde 2005. O encontro conta com a colaboração de doadores anônimos.

A transmissão ao vivo foi feita pelo canal Dubem: WWW.redeamigoespirita.com.br, ainda está disponibilizado para venda o DVD que foi gravado ao vivo por Yuri e Ângela produções. Aos interessados, favor entrar em contato com Clayton pelo e-mail: claytonprado1@gmail.com.

As apresentações começaram ás 20:30 com a banda Cartas de Bordeaux de São Paulo. Cada música era acompanhada por pequena introdução da apresentadora e contavam com o tempo de duas músicas por artista. A organização foi um ponto notável de toda a noite.

Depois foram se apresentando os demais músicos profissionais e amadores e contavam ainda com uma banda de apoio que acompanhou todos os artistas.

Ao todo foram se apresentando o Grupo Toque na Alma de Araras, Wilson Franchi e Alan de Americana, Leleco de Bauru, Grupo Vocal Flora Luz de Americana, Rosa Maria de Americana, Paulo Roberto de Oliveira e Mara Moura de Americana, Grupo Musical da Associação de Americana, Mauricio e Marlene Moura de Americana, Clariana Leite de Americana, Grupo Vocal Bezerra de Menezes de Americana, Lirálcio Alves Ricci de São Paulo e Banda de Apoio do Departamento de Artes.

A noite foi uma grande celebração de mensagens Espíritas, musicadas por todos esses compositores e colaboradores participantes. A divulgação dos princípios doutrinários foi atingida e todos os presentes celebravam a cada participação com muita salva de palmas e, também gritos entusiasmados para os autores da cidade. Fica a certeza que todos os presentes aguardam ansiosos o próximo ano e, se Deus, e os artistas quiserem, mais uma noite de grande festa, prece e celebração do Espiritismo.




IPV setembro/2013 nº 168 – ANO 16:

Coluna Espiritismo e Ciência:


DNA ESPÍRITA:

por Augusto Cavalcanti


Cientistas revelam: DNA possui funções medíunicas: telepatia, clarividência e contato interdimensional. Essa foi a notícia divulgada em 1 de agosto de 2013, na qual cientistas russos afirmam “Nosso DNA é um biocomputador”.

Quando cientistas começaram a desvendar o mundo da genética, compreenderam a utilidade de apenas 10% do nosso DNA. O restante (90%) foi considerado “DNA LIXO”, ou seja: sem função alguma para o corpo humano.

Porém, este fato foi motivo de questionamentos, pois alguns cientistas não acreditaram que o corpo físico traria algum elemento que não tivesse alguma utilidade.

E foi assim que o biofísico russo e biólogo molecular Pjotr Garjajev e seus colegas iniciaram pesquisas com equipamentos “de ponta”, com a finalidade de investigar os 90% do DNA não compreendido. E os resultados apresentados são fantásticos, atingindo aspectos antes considerados “esotéricos” do nosso DNA.

O que as pesquisas estão concluindo?

1- O DNA é telepático.

A partir das últimas pesquisas, cientistas concluíram que o nosso DNA é receptor e transmissor de informações além tempo-espaço.

Segundo essas pesquisas, o nosso DNA gera padrões que atuam no vácuo, produzindo os chamados “buracos de minhoca” magnetizados. São “buracos de minhocas” microscópicos, semelhantes aos “buracos de minhocas” percebidos no Universo.

Sabe-se que “buracos de minhocas” são como pontes ou túneis de conexões entre áreas totalmente diferentes no universo, através das quais a informação é transmitida fora do espaço e do tempo.

Isto significa que o DNA atrai informação e as passa para as células e para a consciência, uma função que os cientistas estão considerando como a internet do corpo físico, porém muito mais avançada que a internet que entra em nossos computadores.

Esta descoberta leva a crer que o DNA possui algo que se pode chamar de telepatia interespacial e interdimensional. Em outras palavras, O DNA está aberto á comunicações e mostra-se suscetível a elas.

Pesquisas relacionadas à recepção e transmissão de informações através do DNA estão explicando os fenômenos como a clarividência, a intuição, atos espontâneos de cura e auto cura e outros.

2- Reprogramação do DNA através da mente e das palavras.

O grupo de Garjajev descobriu também que o DNA possui uma linguagem própria, contendo uma espécie de sintaxe gramatical, semelhante á gramática da linguagem humana, levando-os a concluir que o DNA é influenciável por palavras emitidas pela mente e pela voz, confirmando a eficácia das técnicas de afirmação, de hipnose (ou auto hipnose) e de visualizações positivas.

Esta foi uma descoberta impressionante, pois diz que se nós adequarmos as frequências da nossa linguagem verbal e das imagens geradas por nosso pensamento, o DNA se reprogramará, aceitando uma nova ordem e uma nova regra, a partir da idéia que está sendo transmitida.

O DNA, neste caso, recebe a informação das palavras e das imagens do pensamento e as transmite para todas as células e moléculas do corpo, que passam a ser comandadas segundo o novo padrão emitido pelo DNA.

Os cientistas russos estão sendo capazes de reprogramar o DNA em organismos vivos, usando as frequências de ressonância de DNA corretas e estão obtendo resultados bastante positivos, especialmente na regeneração do DNA danificado.

Utilizam para isso a Luz Laser codificada como a linguagem humana para transmitir informações saudáveis ao DNA e essa técnica já está sendo aplicada em alguns hospitais universitários europeus, com sucesso em vários tipos de câncer de pele. O câncer é curado, sem cicatrizes remanescentes.

3- O DNA responde á interferências da luz Laser.

Continuando nessa linha de pesquisas, o pesquisador russo Dr. Vladimir Poponin, colocou o DNA em um tubo e enviou feixes de Luz Laser através dele. Quando o DNA foi removido do tubo, a Luz Laser continuou a espiralar no DNA, formando como que pequenos chacras e um novo campo magnético ao redor do mesmo, maior e mais iluminado que o anterior.

O DNA mostrou-se agir como um cristal quando faz a refração da Luz, concluindo que o DNA irradia a Luz que recebe.

Esta descoberta levou os cientistas a uma maior compreensão sobre os campos eletromagnéticos ao redor das pessoas, assim como também compreenderam que as irradiações emitidas por curadores e sensitivos acontecem segundo esse mesmo padrão: receber e irradiar, aumentando e preenchendo com Luz o campo eletromagnético ao redor.

   

As pesquisas estão ainda em fases iniciais, e os cientistas acreditam que ainda vão descobrir muitas outras coisas interessantes.

Por enquanto, as conclusões nos estimulam a continuarmos com as técnicas de afirmações positivas, cuidando dos nossos pensamentos e das imagens por ele geradas, a fim de que as transmissões sejam correspondentes a saúde, ao bem estar e a harmonia, enviadas não apenas ao DNA como também para todo o corpo.

Resta a certeza de que o nosso DNA agradece por suas informações positivas transmitidas a ele.

Que tal melhorar as suas transmissões verbais e mentais?

Comunique-se positivamente com seu corpo e reprograme seu DNA.


Todas as informações do texto acima etão contidas no livro “Vernetzte Intelligenz” von Grazyna Fosar und Franz Bludorf, ISBN 3930243237, resumidos e comentados por Baerbel. O livro, infelizmente, só está disponível em Alemão até agora. Você pode alcançar os autores aqui:

Kontext – Forum de Ciência Border


Também poderá ouvir o próprio Pjotr Garjajev falar neste vídeo: http://www.facebook.com/l.php?u=http://www.youtube.com/watch?v%3DCOkbjvK0qws&h=ZAQGwP_TW&s=1





IPV setembro/2013 nº 168 – ANO 16:

Coluna LEIA, ASSISTA E APRENDA:


FILME: A DUPLA VIDA DE VÉRONIQUE

por Augusto Cavalcanti


A Dupla Vida de Véronique (La Double vie de Véronique) é uma co-produção franco-noruego-polonesa dirigida por Krzysztof Kieslowski e com trilha sonora de Zbigniew Preisner. È considerado uma das obras-primas do cinema autoral. O tom espiritualista da trama é realizado com maestria pela direção magnífica de Kieslowski, que narra essa fábula através de imagens, sons, cores em gestos de detalhes exímios.

A história é bastante simples: duas jovens, de mesma idade e que nasceram no mesmo dia, que não se conhecem, que moram em países diferentes e que têm o mesmo gosto musical, mas que possuem uma ligação metafísica inexplicável e, de alguma maneira, parecem sentir a presença uma da outra, como se fossem espíritos afins que planejaram de modos semelhantes viverem essa existência.

O filme abre com a história de Weronika (papel da belíssima atriz Irène Jacob), uma jovem polonesa com um talento absurdo para a música erudita. Sua voz é incomparável. Após conseguir entrar em uma escola de música, Weronika se apresenta pela primeira vez e morre, com um ataque cardíaco. Véronique (Irène Jacob) é uma jovem francesa com um grande talento musical. Sua vida seguia bem até que ela sente como se estivesse só. Perde o interesse na música e acaba se relacionando um manipulador de fantoches, Alexandre Fabbri (Philippe Volter), que a conduz para uma espécie de conto da vida real.

Não é um filme para admiradores de enredos lógicos, pode ser considerado um filme vago, que se completa dentro do espectador, mas é um filme premiadíssimo, com atuação e trilha sonora impecáveis, que consagrou Kieslowski, que desencarnou em 1995, um dos mais influentes cineastas contemporâneos.  



IPV agosto/2013 nº 167 – ANO 16:

Coluna Hermínio Corrêa de Miranda:


HERMÍNIO CORRÊA DE MIRANDA:

por Augusto Cavalcanti


Hermínio Corrêa de Miranda, ou simplesmente Hermínio C. Miranda, autor de Diálogo com as Sombras, Diversidade dos Carismas e Nossos filhos são Espíritos, desencarnou no dia 8 de julho de 2013 na cidade do Rio de Janeiro, aos 93 anos de idade. O sepultamento ocorreu por volta das 15 horas do dia posterior, terça-feira, no Jardim da Saudade – Sulacap. O Conselho do Informativo Peixinho Vermelho homenageiam o inolvidável divulgador do Espiritismo e externam o apoio vibratório aos seus familiares.

Nascido em Volta Redonda em 5 de janeiro de 1920, Hermínio viria se tornar um dos principais pesquisadores e escritores espíritas do Brasil. Ele era formado em Ciências Contábeis tendo trabalhado na Companhia Siderúrgica Nacional até a sua aposentadoria. No desenvolvimento de uma personalidade é medida pretensiosa apontar com precisão quando uma pessoa se torna espírita, entretanto ele teria aderido a doutrina em 1957 movido por interesse pessoal. Seu primeiro livro Diálogo com as Sombras foi publicado em 1976, e demonstra um grande conhecimento de um autor já amadurecido, profundamente dedicado aos conceitos e responsabilidades inerentes a estruturação de grupos mediúnicos no diálogo com o plano espiritual.

Hermínio colaborou durante muitos anos com a revista “Reformador”, escrevendo a sessão “Lendo e Comentando”. Era possuidor de uma memória privilegiada e apresentava aguçada capacidade de ler em diversas línguas. No livro Reencarnação e Imortalidade, pág. 17, ele descreve o seu trabalho "o historiador ou historiógrafo não deve imaginar fatos inexistentes para preencher lacunas ou justificar a "sua" filosofia da História. Deve limitar-se a narrar os fatos, tal como se apresentam na documentação existente ou na melhor e mais verossímil tradição".

Autor de diversos clássicos da literatura espírita, os temas de maior interesse de Miranda tratam do tempo, de regressão de memória, de reencarnação, de autismo, de múltiplas personalidades, dos primórdios do Cristianismo. Foram mais de 40 livros publicados e todos os seus direitos autorais foram cedidos a instituições filantrópicas.

Segundo o pesquisador Wilson Garcia, ao lado de sua farta produção na linha da reencarnação, Miranda revela-se igualmente interessado nos fatos mediúnicos, privilegiado que foi pela convivência com alguns médiuns férteis em material de análise. Sua capacidade de registrar as informações obtidas por esta via, bem como de ampliá-las com pesquisas bibliográficas, permitiu-lhe escrever inúmeros livros, numa relação de que desponta a série Histórias que os Espíritos Contaram.

Hermínio realizou pesquisas sobre reencarnação de personalidades notórias na ciência e na história, como Giordano Bruno e Fénelon. Investigou profundamente a mediunidade, a "paranormalidade", deixando como legado um vasto material de estudo que revela, sobretudo, o seu exemplo inspirador para os estudiosos do presente e do futuro.

Ainda nas palavras de Wilson Garcia, esta relação íntima com o plano invisível, que Hermínio diz ter durado algumas décadas em ambiente apartado do centro espírita, principiou por uma constatação: "Ao iniciar-se a tarefa, o conceito que eu formulava acerca dos espíritos era o dos livros que estudara durante o período de instrução e formação. Para mim, seriam entidades que, de certa forma, transcendiam a condição humana, quase como abstrações vivas, situadas numa dimensão que meus sentidos não alcançavam. Mas não era nada disso, os espíritos são gente como a gente! Sofrem, amam, riem e choram. Experimentam aflições, desalentos, alegrias, esperanças, tudo igual".

Também aqui, o material colhido por Miranda vai servir para as diversas outras obras que escreve, como é o caso, por exemplo, do livro Condomínio Espiritual, em que penetra com certa ousadia no terreno das ciências psicológicas, analisa a Síndrome da Personalidade Múltipla (SPM) e apresenta conclusões do tipo: "Se o leitor estiver a perguntar-se por que razão entra em cena a mediunidade nesta discussão, devo dizer-lhe que, a ser legítima a proposta de que são autônomas as personalidades que integram o quadro da chamada grande histeria (SPM), é de pressupor-se no paciente faculdades mediúnicas mais ou menos indisciplinadas, mas atuantes, que permitem não apenas o acoplamento de outras individualidades ao seu psiquismo, como manifestações de tais entidades através de seu sistema psicossomático" (pág. 26). Para deixar ainda mais claro o seu pensamento, Miranda afirma: "Pela minha ótica pessoal, a SPM não seria psicose nem neurose, mas faculdade mediúnica em exercício descontrolado" (pág. 252).

Em acordo com os argumentos apresentados por Garcia, ainda no plano das vidas sucessivas, Hermínio Miranda acredita ser a reencarnação de um dos fiéis colaboradores de Martinho Lutero ao tempo da Reforma, tendo por esta personalidade uma inusitada admiração. Seus estudos sobre vidas anteriores incluem Lutero (este seria a reencarnação de Paulo). Isto talvez explique, entre outras coisas, o também grande interesse de Miranda pela teologia e, em especial, o Cristianismo, valendo destacar aí os dois volumes de As Marcas do Cristo e ainda Cristianismo: A Mensagem Esquecida.

Garcia finaliza com alguns aspectos de analise do processo criativo e autoral de Miranda. Diz ele que Hermínio não é um escritor que se poderia dizer popular. Conquanto em alguns instantes demonstre intenções nessa direção, sua linguagem o trai, seu estilo é denso e portador de uma seriedade do tipo que não se permite, leves que sejam, algumas pitadas de jocosidade. Às vezes tenta, mas não logra sucesso. Por isso, seria interessante analisar a razão da excelente vendagem de seus livros.

Para somar no conjunto de competências, tendo vivido nos Estados Unidos, Miranda mostra-se como exímio tradutor. Constam na sua bibliografia a tradução comentada de A feira dos casamentos de J. W. Rochester e Processo dos espíritas de Madame Pierre Leymarie. Em O mistério de Edwin Drood, de Charles Dickens, a sua tradução valoriza o original. Todavia, a rica construção literária de A história triste, de Patience Worth, cujo enigma investigou, talvez seja sua mais primorosa tradução.

Para além desses exemplos escolhidos, a personalidade de Hermínio restará como fonte futura e segura para novos escritores espíritas, curiosos atentos de diversas outras filosofias, doutos e cultos ou leigos que se descobrirão amantes da vida em sua plenitude. Sua contribuição para as ciências neurológicas e da mente humana são notórias. Resume assim Hermínio o cerne da Doutrina "O Espiritismo está coerente com essa mensagem imortal, e, por isso, implantou-se tão solidamente sobre alicerce de três "pilotis": ciência, filosofia e religião. Hoje, examinando os fatos do ponto de vista privilegiado da perspectiva, sabemos que o suporte religioso é o mais importante dos três". "O Espiritismo (...) se resume, em última instância, em uma proposta clara e objetiva de esforço pessoal evolutivo para substituir religiões salvacionistas, dogmáticas e irracionais. Fé racionalizada, purificada e sustentada pela experimentação, continua sendo fé, mais do que nunca. Se isto não é religião, que seria, afinal?" As Mil Faces da Realidade Espiritual, pág. 271.


Fontes Pesquisadas: EspiritNet, Wikipédia, Site da FEB.




IPV julho/2013 nº 166 – ANO 16:

Coluna ENTREVISTA:


DERMEVAL CARINHANA

por Augusto Cavalcanti.


Aproveitando o encontro proporcionado pela USE Intermunicipal de Americana e Nova Odessa, na Associação Espírita de Americana, no dia 15 de junho de 2013, transcrevemos abaixo a entrevista realizada com o palestrante Dermeval Carinhana.


Sr. Dermeval, o que atraiu um mestre e doutor em Química ao Espiritismo?
Quando virei Espírita era tudo muito diferente e em algum momento, quando jovem, ficou evidente que o que o jovem tem para explicar não era o suficiente.

E o que tem a Química para contribuir com a Espiritualidade?
Não diria a Química propriamente. A mesma coisa que me fez buscar a Ciência me fez buscar entender o que realmente fazemos nesse mundo. É um grande erro imaginar que um cientista é melhor ou pior Espírita. O bom Espírita é o que procura o bem.

O Sr. é editor da Revista de Estudos Espíritas, é muito difícil selecionar boas matérias para revista?
Se você tem um grupo de pessoas em sintonia, não é. O objetivo da revista é colocar no papel o dia-a-dia de um Centro Espírita. Esse é o grande laboratório do Espiritismo.

Qual é o seu trabalho na Associação Brasileira dos Divulgadores do Espiritismo (ABRADE)?
Como muitos outros espalhados pelo Brasil, contribuir com a propagação e desenvolvimento das idéias Espíritas.

Vamos falar um pouco de sua produção literária. Qual foi o processo de criação de “Como Nasce um Centro Espírita”?
O livro é um resultado de anos de trabalho dentro de uma reunião mediúnica. No inicio, não sabia que seria livro. O processo foi natural.

E como foi escrever “Confrontando a Razão”
Foi uma solicitação do editor que tomou contato com o livro anterior e pediu algo semelhante: foi o processo de análise dos pontos trazidos pelos autores espirituais.

O seminário de hoje foi sobre o diálogo com os Espíritos, em toda a sua experiência, o que o Sr. acha que é nossa maior contribuição, como espíritas, em sermos dialogadores?
Mostrar a simplicidade e naturalidade da vida, seja ela no mundo material, seja ela no mundo invisível. Somos todos Espíritos filhos de um mesmo Criador.




IPV julho/2013 nº 166 – ANO 16:

Coluna Artes:



por Augusto Cavalcanti


Nesse dia 07 de julho devemos celebrar a data de desencarne da personalidade de Arthur Conan Doyle. O escritor e médico britânico, natural da Escócia, mundialmente famoso por haver criado a personagem Sherlock Holmes, desencarnou, nesse mesmo dia, na data de 1930.

Entretanto o que traz o Sir Conan Doyle à uma coluna de Artes, dentro de um informativo Espírita, não seria o seu famoso detetive, e sim o afinco com que sua pessoa viveu, pesquisou e escreveu em contado com o Espiritismo, nos centros de estudos da Doutrina Espírita, ainda recentes para época em que ele escrevia. Arthur foi Presidente Honorário da Federação Espiritualista Internacional, de 1925 à 1930, Presidente da Aliança Espírita de Londres e Presidente do Colégio Britânico de Ciência Espírita.

A convicção do autor com o Espiritismo foi tanta que para receber o título de Par (Peer) foi-lhe imposta à condição, não aceita, de abandonar as crenças. Os primeiros contatos de Arthur com as sessões mediúnicas denotam de 1887. Depois de uma séria de mortes de parentes queridos, o autor, em profunda depressão, encontrou consolo na Doutrina Espírita.

Esse envolvimento levou-o escrever sobre o assunto. No auge de sua fama, em 1918, enfrenta os céticos e pública “A Nova Revelação”, obra em que manifesta a sua convicção na explicação espírita para as manifestações paranormais, estudadas a esmo durante o século XIX, e inicia a feição de uma séria de outras obras, em meio a palestras sobre o tema. Em “A Chegada das Fadas” (1921) reproduziu teorias da existência de espíritos. Posteriormente, em “A História do Espiritismo” (1926) ele narra detalhes dos casos mais intrigantes do Espiritualismo Moderno, como os de Emanuel Swedenborg, Andrew Jackson Davis, as irmãs Fox (caso de Hydesville), Daniel Dunglas Home, Eusapia Paladino, Madame d'Esperance, sendo o livro um clássico que serve de referência histórica e fartamente citado em meio ao tema Espírita.

Ainda sobre “A História do Espiritismo”, obra de natureza histórica, o autor aborda a história dos movimentos espiritualista anglo-saxônico, francês, alemão e italiano, com destaque para os fenômenos físicos e as materializações espirituais produzidas por Eusápia Paladino e Mina "Margery" Crandon. O assunto foi retomado em "The Land of Mist" (1926), de natureza ficcional, com o personagem "Professor Challenger".

Os trabalhos do autor sobre o tema foram um dos motivos pelos quais a sua compilação de pequenas histórias, “As Aventuras de Sherlock Holmes” foi proibida na União Soviética em 1929, por suposto ocultismo.

Algumas curiosidades podem ainda ser ditas sobre Conan Doyle. No dia 07 de julho daquele fatídico 1930, acometido por um ataque cardíaco, as suas ultimas palavras teriam sido dirigidas à sua mulher “Você é maravilhosa”. Há uma estátua em honra a Conan Doyle em Crowborough Cross, Crowborough, onde Conan Doyle viveu por 23 anos. Também há uma estátua de Sherlock Holmes em Picardy Place, Edimburgo, Escócia, próximo à casa onde Conan Doyle nasceu.




O faraó Cambises e rei da Pérsia durante um ataque epilético e um milênio depois renascendo como Jerônimo Mendonça que sofre de artrose multipla na adolescencia e vida.
Jesus voltando em forma de puríssima luz horas depois da crucificação descendo nos confins da Terra e retornando com Judas adoecido em remorço nos braços.
O soldado romano ao ver a lança com o sangue de Cristo em seus olhos agora curados.
Judas retornando como Joana D’Arc depois de sua recuperação na colônia Casa do Pai.
Centenas de militantes recaidos adormecidos por 1900 anos nas câmaras de magnetização.
Denizard descobrindo-se Allan Kardek (a sua ascendencia) com um grupo de médiuns em compania de Amélie.
Emmanuel dizendo três vezes para Chico ter disciplina.
A faixa de Gaza em brasas, onde eu gostaria de nascer.
Podem ser todos temas de pinturas feitas por um cristão que ordenou uma das Cruzadas
Cujo tempo não poderia ser preenchido na mesma tela
Ou simples frases demonstração do tempo maior, o infinito que Deus (que sempre vai criar) nos empresta para aprendermos o significado de nos amarmos.
E até que eu renasça em Israel
Acho justo imaginar temas de telas que não passam de abstração de um Eu.


Acantiza 10/07/2013, Americana.




IPV jun/2013 nº 165 – ANO 16:

Coluna PALESTRAS:


JAMIRO DOS SANTOS FILHO:

por Augusto Cavalcanti


Para celebração dos trinta e três anos do Centro Espírita Caminho de Damasco, no dia 25 de maio de 2013, às 19:30, em Nova Odessa, foi recebido com muito carinho e apresentação musical o escritor Jamiro dos Santos Filho.

A palestra e celebração de aniversário contou com umas 100 pessoas, incluso um integrante da fundação do Centro Espírita Caminho de Damasco, além de participantes de diversos Centros Espíritas de Nova Odessa e região.

Jamiro é natural de Anápolis, Goiás, mas criado e residente em Araguari, Minas Gerais, onde trabalha com muita dedicação na divulgação e estudo da Doutrina Espírita, é também fundador do Centro Espírita Nosso Lar.

No início o autor agradeceu por estar pela terceira vez na casa e colocou como pergunta se alguém lembrava do convite que ele havia feito no ano passado. Falou-nos então, apresentando o seu livro mais recente Um Estranho Convite, nos lembrando que na ocasião havia nos convidado para ir ao Umbral em companhia dele.

Expôs assim de modo muito bem humorado a questão do porquê um espírita, que deveria ser o mais preparado para o outro lado, muitas vezes é o que mais tem medo do Umbral. Disse-nos então que os anjos estão aqui para baixo, que o Céu, na maioria das vezes, sendo nossa pretensão como além vida, como espíritas que o almejam ao desencarnar dessa existência, está “desanjado”. Comentou de lembrarmos sobre a responsabilidade das equipes espirituais que trabalham nos Centros Espíritas e frisou com muita certeza que o Umbral é um estado de consciência, que se tirarmos as luzes de nossas cidades, a Leis, os hospitais, as equipes de assistência, tudo que temos como recurso e assistência de sobrevivência, poderíamos constatar, em nossas realidades, aquilo que encontraremos se formos ao Umbral.

Fez uma comparação muito feliz da simples troca por nomes das manias que as pessoas procuram e acabam metodicamente encontrando nas religiões. Assim se uma pessoa fosse habituada e Igreja ela aprende ter medo do Inferno, o espírita teria medo do Umbral, Na Igreja água benta, para o espírita, água fluidificada, Na Igreja confessionário, para o espírita atendimento fraterno, e assim por diante, nos tentando fazer entender que estaríamos esquecendo do âmago de sermos Espíritas, de divulgarmos uma doutrina de conhecimento e entendimento sobre a vida que tem mais do que isso a nos dizer.

O autor ressaltou por várias vezes a importância da leitura das Obras de André Luiz, até brincou que já teria dito isso vezes demais na palestra, mas foi humilde por não apresentar um de seus livros Entrevistando André Luiz como método de conhecimento deste, deverás importante autor espiritual, que veio nos esclarecer pela mediunidade do outro “mineirinho” e médium, por excelência de vida, Chico Xavier.

Continuando com as comparações entre as instituições religiosas, ele nos esclareceu que é muito mais convidativo à um “necessitado” ser seduzido por uma proposta Evangélica, do que ir ao Centro Espírita e somente ouvir sobre Leis de Causa Efeito, o remetendo como “pecador”, por justiça aos erros cometidos nessa existência, à um futuro não muito vantajoso pós-morte do corpo. Disse-nos ainda que agindo dessa forma, sem a caridade do acolhimento, somente conseguiremos esvaziar as nossas Casas Espíritas.

Concluiu, desse modo, elucidando a nossa responsabilidade como espíritas esclarecidos, responsabilidade de divulgadores de uma Doutrina esclarecedora, de Amor, permeando nas palavras a oportunidade, que muitos nos esquecemos, de proliferarmos o lado da mensagem de Felicidade e Alegria, estados que podemos encontrar na lembrança e na perspectiva da Mensagem da Lei da Misericórdia Celestial, tão divulgada por Jesus Cristo, e por missionários de humildade, como Chico Xavier e Jerônimo Mendonça, outros dois mineiros, como ele orgulhosamente, nos fez lembrar.

Continuou ainda nos informado sobre o Cristianismo Redivivo que podemos esclarecer e divulgar, sobre sermos parte de uma religião que não deve ver o passado do ser humano, uma Doutrina que deve levar o Amor e a Consolação e se disse vergonhoso de ser espírita quando vê más palestras ou divulgação puramente sensacionalista como a divulgada na Lei de Justiça que teria levado a tantos jovens que desencarnaram na tragédia de Santa Maria. Se fosse somente um acerto de contas de Causa e Efeito, onde estaria a justiça na Lei da Misericórdia?

Encerrou com a parábola do filho pródigo, com uma história de Chico, apresentando seu livro com capa ilustrado pela flor de lótus que nasce no charco. Foi feita uma prece de encerramento e as pessoas agradeceram com muitas palmas.



IPV jun/2013 nº 165 – ANO 16:

Coluna LEIA, ASSISTA E APRENDA:

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FILME: ALÉM DA VIDA (HEREAFTER) EUA 2010

por Augusto Cavalcanti


As produções de cinema não medem esforços financeiros para representar o lado de lá da vida. Quando não o fazem nas locações, como é o caso de Nosso Lar, o fazem na representação de desastres naturais que, muitas vezes, deixam à experiência de quase morte como ensino. Digo isso para me referir à sequência de abertura do filme Além da Vida (Hereafter). O arrebatador tsunami de 2004, causado pelo terremoto no Oceano Indico, na costa da Tailândia, nos coloca em choque e apresenta a primeira das três personagens desse drama, personagens que trazem em comum seus problemas pela comunicação com a morte.

Marie Lelay (Cécile de France), uma jornalista da televisão francesa, é retirada sem vida das águas. Após ter uma experiência de quase morte, ela retorna a consciência. De volta à França, a experiência passada mudará a sua vida, e sua nova perspectiva é narrada em um livro.

Em São Francisco, George Lonegan (Matt Damon), um médium e ex-profissional da vidência, leva a vida no anonimato, esquivando-se para não render-se aos anseios do seu irmão, que insiste em incentivá-lo viver à custa de seus dons mediúnicos.

Em Londres, Marcus (Frankie McLaren), passa a interessar-se por vida além da morte depois de perder o seu irmão gêmeo em um atropelamento. A influência de seu irmão morto torna-se vital em seu destino.

O filme nos prende até o final para sabermos como essas três histórias se unirão.




IPV jun/2013 nº 165 – ANO 16:

Coluna CONHECENDO OS DEPARTAMENTOS:


DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO E DIVULGAÇÃO – D.C.D.:

por Augusto Cavalcanti


É pretensão da presidência e do conselho editorial do Informativo Peixinho Vermelho – IPV, do Seareiros, utilizarmos deste espaço por alguns meses para esclarecer alguns tópicos sobre o trabalho desenvolvido por cada departamento que a casa possui, suas funções, seus objetivos, metodologia aplicada, etc.

Neste mês falaremos especificamente do Departamento de Comunicação e Divulgação – D.C.D. que elabora e distribui gratuitamente 1.500 exemplares do Informativo Peixinho Vermelho – IPV. Tendo em vista seu papel educativo, social e informativo, elabora esse projeto com parceria e envolvimento de todos os demais departamentos do Seareiros.

O informativo tem como meta expandir a divulgação da Doutrina Espírita; buscar meios para sua auto sustentação buscando novas formas e parceiros; busca integrar as Casas Espíritas, potencializando a divulgação da Doutrina e divulga as atividades das Casas Espíritas de Americana e região, juntamente com as do Seareiros.

Visa atingir o público em geral de qualquer faixa etária, notadamente às pessoas não espíritas de Americana e região, facilitando ao público leigo o entendimento dos conceitos da Doutrina Espírita, incentivando o leitor a visitar um dos Centros Espíritas da região.

Um dos maiores incentivos é motivar a interatividade entre as Casas Espíritas, bem como maior participação das mesmas também através das matérias.

Tem como enfoque teórico doutrinário desmistificar conceitos errôneos em relação ao Espiritismo; transmitir a importância de uma educação moral para formação do ser humano; apresentar a Doutrina como um dos meios de buscar o autoconhecimento, desenvolver análise mais criteriosa do individualismo, enfocando a necessidade da participação do homem na sociedade em que vive, como agente transformador de si e da responsabilidade dele perante a sociedade e a comunidade em que vive, no desenvolvimento dos seus talentos, deste modo despertando os questionamentos, o uso do raciocínio e da lógica.

Tem como enfoque prático a orientação o auxilio e o encaminhamento de pessoas que necessitam de auxílio espiritual, bem como desenvolve ações que possam reverter em colaboração às Casas Espíritas de Americana e região, inclusive, demais projetos do Seareiros.

Mensalmente (todo 1º domingo às 09h30) é realizada reunião para definição da pauta, aberta a qualquer pessoa que dela queira participar. Definidas as matérias e temas há uma divisão de trabalho entre a equipe de voluntários para: elaboração de artigos; revisão doutrinária; edição; diagramação; revisão ortográfica geral; confecção de fotolito; encaminhamento para impressão em gráfica e posterior distribuição gratuita dos exemplares.

Os recursos materiais são: fotolito, impressão (gráfica), computador, impressora, máquina fotográfica, gravador, scanner, doações, contribuição de anunciantes e outras formas lícitas de capitação de recursos.

Também é necessário arquivar e encadernar anualmente exemplares sequenciais para utilização em pesquisas e consultas em geral, bem como criar arquivos informatizados das edições do informativo disponibilizando para alocação no site do Seareiros (http://www.seareiros.com.br/)

O informativo tem como parceira de divulgação a Rádio Comunitária Vida Nova – FM 104,9 mgz (http://www.fmvidanova.com.br/), de segunda à sexta, das 07h30 às 09h00, no programa Sinal Verde e a Rádio Brasil – AM (http://www.radiobrasilsbo.com.br/), aos domingos, das 09h30 às 11h00, no programa Visão Espírita.

A interação com o leitor, o contato com a coordenação do departamento poderá ocorrer via postal ou através da internet (e-mail: dcd.seareiros@gmal.com).