Não
é a benzedrina, preferida dos autores beats, mas venvanse 30mg é um
psicoestimulante da família das anfetaminas. Fiquei uma semana mais ou menos
sem dormir, mandava mensagens de whatsapp para os meus grupos de madrugada, o
que causou certo desconforto e fui bloqueado por alguns dias em alguns deles
(eu realmente preciso de amigos, amigas, que sejam artistas rs). Na primeira ou
segunda noite de uso eu tive uma disenteria que limpou o meu corpo, numa dessas
mesmas noites, choveu muito e a descarga elétrica não só na atmosfera como no meu
corpo, fizeram uma limpeza kármica em Americana e em mim. Nesses dias apareceram pragas egípcias em
casa, escorpiões, e quando fui tomar banho, a portinha do sótão, que fica sobre
a soleira do Box uivava como uma loba com o som dos ventos e eu pensei que uma
dessas pragas fosse cair sobre a minha cabeça. Foi o ataque dos seres
inferiores do ambiente do lar contra a cura, entretanto eu sobrevivi ileso.
Prometi a minha mãe que não irei beber mais, isso também difere dos escritores
beats que misturavam a benzedrina com álcool. Transcrevo abaixo o e-mail que
escrevi para o Rodrigo, um grande médico e que me deu o nome para essa postagem:
voando nas asas do venvanse. Rodrigo diz que eu tenho que trabalhar com
marketing, que irá vender essa frase para o fabricante e me pagar royalties.
Contanto a frase não é exatamente minha. É tirada de um texto de uma
psicografia de Francisco Cândido Xavier, que diz mais ou menos que as pessoas
estavam se iludindo com lugares como a Champs Élysées e a Piccadilly Circus e
estavam se esquecendo de olhar para o eu interior, o espírito imortal que cada
um somos, e também continua dizendo que a juventude estava se perdendo nas asas
da anfetamina e de substâncias alucinógenas. Eu posso garantir que o meu uso é
controlado e que isso é bem diferente da venda ilegal de coisas como êxtase e
LSD. Segue o corpo do email:
Dr.
Rodrigo, tudo bem?
Escrevendo
para avisar que acertamos com o remédio!
Estou
me sentindo muito bem! Nas asas do venvanse, Muito Obrigado
Médico
Rodrigo.
Abraços
Somente
para avisar que desde que comecei com a medicação, não bebi mais, graças a
Deus!
Durma
bem! Até,
Augusto.
E
assim vai a minha conversa com o meu médico e amigo.
Eu
não pretendo escrever um On The Road, porque estou lendo nesse momento Viajante
Solitário do mesmo Jack Kerouac, e assisti ao filme de Walter Salles dois dias
atrás, o Na Estrada. Eu sabia que eu iria identificar o meu estilo literário
com o destes caras, e também o meu estilo de vida errante, batendo a cabeça de
emprego em emprego. Contanto, eu afirmo que já tenho o meu On the sea escrito.
E é bem bom! Ele está no meu blog o poeta e o barco (www.opoetaeobarco.blogspot.com)
. O texto na íntegra deve ser lido dessa maneira no blog, de trás para frente,
começando com a postagem “a drill”, depois “Freder Paz” e depois vai seguindo
pelas cidades que naveguei até chegar à postagem da Tunísia. Dever ser lido de
baixo para cima. Um dia ele será publicado na íntegra e facilitará esse
incômodo. Ou meus textos nunca serão publicados em papel, em livros. Atualmente
eu sei que eles são uma mensagem para encontrar uma pessoa, uma mulher. Já
aconteceu uma vez e não pude suportar. Eu rezo a Deus que aconteça de novo,
aconteça dessa bella donna vir atrás de mim através dos meus escritos. Hj estou
preparado para recebê-la, somente que, como um bom beat, estou quebrado de
dinheiro, e isso não agrada muito a uma femme fatale. Até lá, no morro dos
ventos uivantes, ou dos sótãos uivantes, eu me divirto como posso e com amigos,
amigas que não gostam de receber whatsapp de madrugada. Até mon amour. Abaixo
reproduzo um dos esboços do livro maior que está em o poeta e o barco. Dá para
sentir o tranco. Deleitem-se nas asas do poeta Acantiza.
A palavra tem um gosto
doce, enquanto ela desce num gole hostil à boca, contanto suave à alma: - È uma
honra apresentai-vos este meu cadáver.
La demoiselle de Chabrol
Int -
Cabine 1821-
- Sendo
noite ou dia, nós as chamaremos: Cavernas de Morcego - Eram mil e tantas. Se
você as visse naquela maquete do navio, no quarto deck, exposto bem ali no hall
de entrada do restaurante El Duero, veria uma hierarquia do luxo em design
bidimensional, navegando cada qual com os seus andares de classe, retaliados em
cores. “Você está aqui”.
Para
alguém que pretendesse contar algo de novo nessa era de 2011, direi que no
covarde mercado das coisas, pós dez anos de sua exuberante previsão, Sr.
Kubrick, não projetaram ainda as cores do caráter. Aguardo o dia em que possa
ver em tela, ou maquete, a iconoclastia tonal de uma conversa entre humanos.
Gostaria de contar sobre a tela que vi e que mostrava ao vivo aos envolvidos as
cores do caráter dos seres: a narrativa silenciosa por trás da pele. Contanto
seria supor, matéria da Literatura que espero desempenhar bem. Assim, fica ao
julgo do literato a tentativa descrever as nuances que nela, e nele, a carne e
seus segredos, habitam. Aqui só tratarei do crime da 1821, pois dela fui parte.
O do
porquê das cavernas de morcego?
A cena
seria um tripulante enquanto dormia. Ele, ou ela, abriria os olhos estalados,
seu nome seria Murnau. Dois dos oficiais estariam vindo para habitual inspeção
de cabine. Ao acordar, prevendo a entrada certa e hostil dos oficiais, o
Hondurenho do departamento do restaurante e o Nigeriano da segurança, sr.
Murnau nos passaria a sensação de profundidade em seus olhos: os vampiros
antevêem o mal.Verímaos em seqüências paralelas os oficiais caminhando pelos
corredores apertados do Corso Veneza, e depois descerem as escadas até o andar
dos tripulantes. Quando abrissem a porta, depois de algumas pancadas não
atendidas, veriam o Sr. Murnau, pendurado em vertical na escada do beliche,
suas pernas presas em gancho na penúltima barra degrau: assim como fazem os
morcegos, sobre as torrentes invernais agarrados.
Murnau
ergue-se, num mesmo movimento como quem faz flexões, impulsionando seu tronco
cervical, a cama acima unida à cama abaixo pela escada e por sobre ela,
pendurado, um tanto calmo, está Murnau. Ainda calmo enquanto observado pelos
oficiais, alçando-se até chegar com suas narinas ao mesmo plano da estante, ele
então cheira mais um pouco do pó de barata – ZAPPT - e voltava dormir, se fosse
travessia, ou acelerava, se fosse dia comum de serviço, dizendo-lhes- Senhores,
por favor, fechem essa porta e deixem-me aqui mais um pouco. – Não devo
repetir-vos- Não é cortez incomodar-me enquanto me aqueço-
Pó de
barata é algo de um filme que agora não me lembro, estou tentando pesquisar no
Google. Levou mais que cinco minutos e está atrapalhando o fluxo: o escritor
começa ter alucinações com a máquina de escrever que vira um bicho estranho com
asas e um furo nas costas feito um ânus ou vagina. É de um erotismo bizarro e a
tal máquina inseto insulta o cara locado num apartamento podre com restos de
garrafas de destilado. Na trama a ficção dos caras, escritores, artistas e
outros doidos e loucas é o pó de barata, que está escasso. Assim parece.
Caríssimos
bloggers, se essa pequena sinopse não os ajuda lembrai-vos, caríssimos, por
favor, não passem mais que os mesmo cinco minutos pesquisando e voltem pr`essa
minha narativa.
Em
voga, o ambiente da 1821, terá sempre a mesma luz artificial.
Digamos
um esverdeado, justificado por um letreiro cênico: um outdoor de motel
americano, e alguém da fotografia deve e pode chamá-lo: ponto de referência ou
alguma outra merda: fonte de luz, de nome de alguma mercadoria, Budweiser, como
em cenas internas de Wenders no Der Amerikanische Freund, mas teria que ser ele
para dar esse tom para aquela vida.
Esverdeado,
amarelo, escuro, não da natureza, mas das telas do Sr. Win. Desculpem-me
crianças cegas de nascimento, por não sabê-lo descrever com palavras sofisticadas:
vocês veriam bem melhor que alguns fotógrafos. Disso temos certeza.
-
Seria: O Prelúdio ao Seco da Palavra.
-
Peraê- dá-me um tempo- vou dar uma mijada.
Naquela
noite a 1821 estava digna do nome ao qual lhe deram os seus habitantes: Auschwits,
“câmara de gás infernal”. Numa referencia nublada a fumaça que causavam os
baseados que lá fumaram.
-
Existe algum esquema de tráfico de pó e prostitutas dentro dessa merda.
Se
parássemos à frente da porta 1821, ou em todas as outras claves harmônicas dos
quatorze decks, cubiertas ou andares, nós somente a abriríamos se tivéssemos um
cartão magnético, de certo o 1821. Nas cabines reservadas aos tripulantes, como
a 1821, veríamos os nomes dos dois habitantes na pequena alça plástica ao lado
direito e à altura média. Os conheceríamos em símbolos, grifados e em relevo.
Daqui
se começa narrar uma dentre tantas outras medidas de controle e padrão,
prevenção e segurança, câmeras e vigilantes, feito em 1984 de Orwell, meu
grande irmão leitor, com o cartão magnético. E o Togo a cantar nos teus
bosques. Como era o nome do pássaro?
Ele
começou perceber naquela tarde, sentado ao bar logo após deixar a cidade do
Estreito de Gibraltar, com seus morros coroas da rainha e macacos, começou ter
um pressagio do que tudo era.
A moça
que lhe servia bebidas seria a puta de luxo. O cara ao lado talvez um cafetão e
dealer, estava tudo começando se fazer claro por trás das cortinas. O esquema o
barco as pessoas.
Era o
que ele teria dito.
Se não
fosse encontrado na 1821, com um tesoura enfiada na jugular, em baixo do
beliche e morto.
Esboço criado em:
segunda-feira, 20 de
dezembro de 2010, 15:18:07