segunda-feira, 12 de novembro de 2018

A RESPOSTA DE GREGOR SAMSA


A RESPOSTA DE GREGOR SAMSA

Augusto César Cavalcanti de Souza


O propósito desse humilde ensaio é deduzir que o instrumento corpo está se quebrando, dia após dia, com a passagem hormonal no sangue, corrente sanguínea da antiga raça. Caminhamos para linguagem quântica do sentimento puro, quando o corpo já estiver por supostamente gasto de emotividade esdrúxula, surgindo o sistema circulatório da nova raça. Falamos aqui da particularidade; da sorte, ou não, de vós brasileiros serem sangue quente, permitindo assim que, nós os poetas, aqui os compuséssemos numa tela de ciência em transição; uma literatura de transição. Essa sinfonia sugerida foi composta com o auxilio das partituras de Donna Haraway, Silvia Federici, Luisa Elvira Belaunde, Eduardo Viveiros de Castro, Melinda Cooper, Catherine Waldby, Paul Beatriz Preciado, Emilia Sanabria, Tania Stolze Lima, Starhawk, Rebecca Skloot, Maria Lugones, Diana Maffia e Breny Mendoza. Agradecemos a legítima cobrança dos gêneros por desaparecimento de caráter, sem o qual não o teríamos tornado real a necessidade de cairmos aos, e, até vossos, diálogos superficiais para adentrarmos nesse futuro mais próximo de vós; do refeito DNA para nós a caminho magnetizarmos-vos. Enquanto gênero o sangue nos ciclos próximos, adentre o gênero no sentimento por ciclos eternos. Agradecemos a vossa cortesia de alguns minutos. Avante César!
Palavras chaves: sangue; partitura, instrumento, hormônio, música.

The purpose of this humble essay is to deduce that the body instrument is breaking, day after day, with the hormonal passage in blood, bloodstream of the old race. We walk into the quantum language of pure feeling, when the body is already supposedly worn out from the extruded emotionality, the circulatory system of the new race arising. We speak here of the particularity; whether or not you, Brazilians are hot blood, so that we as poets, here we composed them in a screen science in transition; a transitional literature. This suggested symphony was composed by the scores of Donna Haraway, Silvia Federici, Luisa Elvira Belaunde, Eduardo Viveiros de Castro, Melinda Cooper, Catherine Waldby, Paul Beatriz Preciado, Emilia Sanabria, Tania Stolze Lima, Starhawk, Rebecca Skloot, Maria Lugones, Diana Maffia and Breny Mendoza. We appreciate the legitimate collection of the genres by disappearance of character, without which we would not have made it real the need to fall to, and even your superficial dialogues to enter into the future closer to you; of the redone DNA for us on the way to magnetize you. As the blood genus in the coming cycles, enter the genus into the feeling by eternal cycles. We appreciate your courtesy for a few minutes. Forward Caesar!
Key words: blood; sheet music, instrument, hormone, music.




Foto ilustração do livro A mulher e o signo de Vinicius de Moraes. Para nós ilustra a mãe Terra e o espaço em branco para o co-criador compor.


            Responsáveis do semestre e matéria - tópicos atuais das ciências: Profs. Drs. Daniela Tonelli Manica e Antônio Carlos Rodrigues de Amorim.

-           Alumni presentes nas classes tonais de quinta-feira: Clarissa Reche, Camila Pissolito, Mairon Torres, Fabiola Ietto, Gabriela Nardy, Augusto CC Souza.


Meu pai era judeu, escrevendo em bom alemão, na pequena Iugoslávia. Sem dúvida era um autor de transição, como todo bom criador no relacionamento com a mãe Terra. Por esse modo refugiado; intruso, existiu enquanto se representaram no seu posicionamento conturbado e deslocado de pertencimento e barreira. È assim, também, com o sangue e o espírito. O sangue ocorre, ele está e não está no território corpo, enquanto carregador de hormônios, hormônios essenciais a quente, ao calor emotivo da raça antiga; do planeta Terra; da energia em um condutor ultrapassado. Sangue enquanto Elemental, energia enquanto Universal. Sem agressões iniciais e precipitadas ao verbo, propomos que todo ser que sangra é ainda inseto.
Gregor Samsa.

Por mais o que a abstração de sentido venha ser, a palavra é Elemental. A grafia é o território, a mãe, aquilo que isola o sentido na letra; na Terra. A palavra escrita tem a ver com a civilização; civilidade, ser servil. È o velho testamento, são as profecias em hebraico, ordem sem imagem. O modelo de pensamento greco-romano trouxe música. Enquanto o som da imagem, ao lermos, forma o abstrato grego-romano, a cognição greco-romana, a dedução de sentidos, o modelo ocidental está como a placa de raciocínio que eleva o espírito, entretanto, não sem antes deixar uma maldição: o êxtase da abstração causa a ilusão, a alienação de não pertencer ao território enquanto ainda nele. Observar a república de fora sem elevação para podê-lo. O mal ideológico de massa. Foi esse o alerta de Platão.

O mesmo se dá no sangue. O sangue não pertence ao ser pensante; o feto não pertence ao ser pensante, contudo, causam um limitante de conflito enquanto barreira; fronteira no mesmo conjunto. Temos a ordem de decisão que o limitante Terra nos impõe; a mãe sangue, a mãe Terra, delimita a desordem pelas substancias elementares e hormonais do sangue! A doença! Toda doença quando passa ao físico pode ser diagnosticada nesses rios que correm por todo o ser, porque quando passa do DNA para corrente sanguínea, a correnteza já está impressa na nossa arrogância de acharmo-nos detentores dos direitos de abstrair quando alienar que estamos ainda exilados. Exilados nessa Terra de elementos. E não se escapa da palavra dura, sem antes iluminar-se nos princípios universais de perdão; submissão e ordem a matemática que é a língua pura.

PARA CADA ENERGIA UM NOVO IDIOMA
            Aceitemos como justo que a ordem e o equilíbrio são uma parte da linguagem; da língua universal, e essa língua é matemática. A matemática que agrega o visível e o invisível é a harmonia pura. É fácil aceitar enquanto observando a sistemática natural, pois, caso e lógico e contrário, nem um vírus da gripe existiria sem o corpo. Metodologia de transição e permanência. Cíclico, o alfabeto do Criador é cíclico. Permuta de acordo com a capacidade dos corpos de transitar ou manter energia.
            A matéria, bem como a deduzimos em elementos de uma tabela ultrapassada, a parte palpável do todo, não condensa sem esse equilíbrio e harmonia e ordem de lógica de passagem química e física. Bilhões de galáxias com trilhões de sistemas solares, tudo vai pelo espaço sem linguagem inteligente para dar regimento dessas estruturas. A lei é a mesma, os co-criadores do sistema a interpretam com as características da atmosfera próxima e surgem as infindáveis diversidades de uma mesma fonte universal de força.
            Para cada energia é necessário um novo idioma de fixação. È o nosso tema de artigo e não fujamos deste, por gentileza. Basicamente a energia necessita de uma matéria existente, ou ainda a mesma em estado de transformação, para ser língua para nós, insetóides.
            A vibração de uma das sete notas musicais num instrumento material libera uma energia que o nosso cérebro decodifica num som. O primeiro sábio a medir os harmônicos foi Pitágoras, e sim, é risível como ouvimos ontem, argumentar que um harmônico ao soar mais compreensível enquanto agrado, por nós, tem a ver com o padrão reproduzido. Pode-se dizer que ainda não foi um harmônico universal, pois se considera a matéria sobre código, e, então, o padrão se equaciona nesses trilhões de sistemas solares com matéria própria. Entretanto caros, a energia do quantum é que é o bem universal.
            Voltemos à língua. Se a energia quantum é universal, a matéria que é e estrutura a língua universal é a luz. Luz de um astro.
            Quando começamos ali o primeiro parágrafo com a palavra justa, fomos propositais. Um sujeito dito iluminado na antiguidade era alguém que atingiu o padrão máximo do entendimento da linguagem da energia quântica, e, decifrou a língua que rege o universo e o espaço que lhe coube ali enquanto matéria temporal, a se realizar e interpretar para si e para os demais em convívio, em contado com Aquele que rege o alfabeto no princípio inimaginável de tempo e espaço, no que o Criador enquanto é enquanto existia, pois onde Ele está, Ele é o tempo espaço.
            Um fóton é o seu próprio anti-fóton. Portanto ele contém o principio e o fim. Sendo a luz no que se conhece viajar na maior velocidade naquilo que a Física supõe. A luz dá a forma; a cor dos objetos e dos nossos corpos, mesmo que ela não esteja nele, entende? É a língua da transição as nossas vistas. A força eletromagnética sustentadora da nossa existência. A lousa do idioma da Criação.
            E o que se faz no cinema digital e no estudo que propomos?
            Ele prova que aquilo que se passou de abstrato com o som, quando foi para o material do vinil, os bolachões, agora está ocorrendo no que se deu como nosso maior conhecimento da realidade ao entorno, que é a imagem das coisas todas. O abstrato da música continuou como abstrato por esse ser o seu alfabeto, menos aos felizardos compositores que o decifram.
            Entretanto a imagem nos desloca da nossa zona de conforto. Nós somos e não somos a imagem. Ela não está observável sem que não nos falemos de nós como referencial de ser e não ser.
            Um filme registrado em pixels num disco rígido tem massa diferente de acordo com a expressividade do aparato, porque a linguagem que absorvemos da luz se reflete em realidade material como tal. Mantém e tem o bem como energia potencial de transição em diferentes ao grau com que usamos esse alfabeto.
            Todo código tem uma energia visível, palpável, e uma energia que não vemos, enquanto latente. Codificar a visível nos torna comunicáveis; codificar a invisível nos torna justos com o Criador. Ainda, nos torna enquanto capazes, seres iluminados, portadores de luz quântica própria para nossa vida universal e eterna.

O QUE FAZ UM (E.T) NUMA AULA SOBRE SANGUE MENSTRUAL?
            Esse ensaio advém do empenho que tivemos nas presenças durante aula sobre sangue menstrual. Foi numa total entrega a diferentes perspectivas que sangramos. O mesmo estranhamento de ti, ao me perguntar, o que estávamos fazendo lá, foi o nosso, ao constatar, que o fedor do sangue e a narrativa das autoras ciborgues feministas, haveria de tornar-nos fenomenal em nossa atual conjuntura de bem estar psíquico e fisiológico. Foram quintas em que estivemos com o corpo aberto.
            No entender ao estranhamento hormonal menstrual que uma fêmea adolescente atravessa, só poderia ser por mim comparável ao estranhamento de um Kafka em seu exílio mental de sobrevivência criativo genética. Peço os meus perdões, mas nós nunca conseguiríamos da Terra conceber algo diferente, a menos que tu descrevas, sem tanta ciência, mas com tamanha libido, libido de energia sexual no cérebro de um quase esquizofrênico; autista ou bipolar, a sensação como deveras é no sangue.
            Veja, a palavra é o meio pelo qual a energia passa. Ela tem a forma estática, ela tem a forma quântica ao mover-se para dentro do vosso intelecto cognitivo. Portanto é nela que esta a raiz antropológica da cognição humano-sapiens-sapiens. É o mais obvio e simples estudo que sempre esteve próximo, mas era preciso enxergar os milênios de energia quântica que uma palavra comporta e aqui nos trouxe.
            Mesmo que tu, justamente, argumentes que o idioma mudou, o fato é que a única coisa que mudou foi o instrumento, o corpo. A transformação foi na tela fixa, enquanto a energia quântica manteve-se e encontra-se no uso erudito do verbo, por mais que milhões de anos de corpos materiais tenham se esfacelado em ciclo.
            Sendo aqui postulado o sete o numero de equilíbrio e harmônica na estrutura do universo, nossa comunicação tem um equilíbrio. Essa constante é e tende ao mais simples em que o harmônico de uma frase pode se representar com eficácia, como o ciclo de sete em sete se multiplicando em escalas quânticas de ascensão e permanência, dos valores quantificáveis, em transmutação entre um estado e outro, girando ao centro do núcleo.
            A melhor eficácia é o pensamento pelo pensamento sem intermédios, tendo como instrumento o tempo-espaço do ato sentido ali e agora. Essa ação comunicada só existirá visível enquanto os interlocutores presentes a ampararem em energia, como uma orquestra. Esse será vosso futuro.
            Desse modo, caríssimos, quem sangra ainda é inseto na hierarquia matemática universal. Antes de me massacrarem, homens também sangram. Só enfiar a espada no peito de um. E no nosso acerto, quando nós sangramos, ou iremos doar, ou iremos ao óbito.




A MASSA DO AMOR
            Um bit é a unidade mínima de informação da linguagem digital. Ontem assistimos uma explanação no Youtube de como se faz para medir a massa desse único bit. Toda informação digitalizada na Terra, e não é pouca, (pense em um almoço de trabalho, quanto conteúdo tu compartilhas em uma hora, entre fotos, textos, vídeos?). Pois bem o que há de mais avançado para armazenar essa informação toda é o disco rígido e a nuvem. O bit porta uma energia magnética que grifa (na fita como quando era pontificada) uma informação binária. O interessante é que para se conseguir uma massa exata, que, aliás, se aproxima de valor enquanto não se exatifica, o valor de massa do bit depende da energia do conteúdo de informação do bit.
            Aqui resta a beleza da nossa abordagem e proposta.
            Imagine que cada célula de nosso corpo é um bit. Ela tem um universo único inteligente, agindo, e que nós damos a força de aglutinar num todo funcional ao nosso desenvolvimento temporal, e que é o nosso corpo como ele está agora, estruturado em células, sistema, sangue etc. A nossa proposta é que como na linguagem digital, quanto em sentimento, o mais sublime em beleza teria a maior energia e, portanto a maior massa. Entretanto o peso aqui é quantificável enquanto transitório; enquanto fluido. É como se ele fizesse a parte dele, tornar-se matéria táctil enquanto necessário e depois voltasse de onde pertence que é o fluido universal.
            O que teria isso na matéria de arte, mais exato cinema e teatro?
            Quanto mais puro for o signo de representação, maior teremos a significação do sublime universal, e moveremos a quem assiste para um estágio na transcendentalidade quântica. Essa pureza está no amor de quem se dedica dar expressividade aos gestos, a fala, e de quem sugere as letras do drama. Necessariamente no cinema entram ainda, enquadramento, movimento de câmera, montagem, trilha sonora, efeitos expressivos especiais que criam digitalmente contextos e etc.
            Caso não tenham medido, sugerimos o façam, pois o signo digitalizado em um disco rígido de um filme contém mais massa quanto mais pura e maior for essa expressividade de amor ao que se propõe fazer e expressar.
            Do mesmo modo em nossa vida, o que agrega em nossa película-corpo é aquilo que nos atrai e atraímos ao nosso enredo e redor. Se aquilo que quantifica a nossa proposta de existir se alimenta do amor que doamos, essa energia realoca-se e é substituída por grau igual ou maior de amor nos renovando ao trabalho do dia a dia. Triste é que o inverso também existe em maior grau, se vibramos a desavença, a discórdia nos envolve em mesmo grau e nossas células adoecem.
            A sensação que temos durante e após assistirmos uma obra na qual se dedicaram a maior parte dos integrantes ao sublime é o primordial a entendermos que a nossa existência é eterna. Nisso a arte pode ser revolucionária e quem governa bem o sabe. Por isso as leis estão nas mãos de querer divulgar o que interessa, para manter a ordem estática, quando se julga estarmos fazendo algo de satisfatório neste país em relação a dar significação ao sentimento verdadeiro das salas de espera, por tudo e pela “grande batalha pessoal”.
            Estamos em uma missão pedagógica como criadores no Brasil, antes de sermos propósito de super estrelas da classe artística. Talvez o viés assistencialista adere-se mais aquele que está sofrendo como paliativo, entretanto o viés sublime da qualificação por signos que perpassam pelos séculos como forma a ser revelada de beleza na contemporaneidade, onde sim, hão seres brasileiros que enxergam-se na vontade de produzir esse conteúdo para o ver representado como pedagogia ao sensitivo do seu povo, sem que tenha que viajar a Europa, como aliás muito de vós que lerão também o fizeram, e desmerecer aqui, defendendo assistencialismo, enquanto pode em férias vislumbrar o sublime, quando não no netflix, esquecendo-se que a energia para quem capta rege em todos os pontos do planeta Terra. E por que não há espaço no Brasil para se fazer algo elevado? Por medo de dar errado o sair da casinha? Por que nos julgam arrogantes e prepotentes? Nos julgam perigosos de ocupar os vossos cargos?
            A maior massa é a que nos interessa como individuo único; atemporal, numa pátria temporária. Acima de tudo somos pedagogos e restando na pátria pedagógica na esfera Terra, que é o Brasil agora no contexto planetário. Sou somente um aluno escutando a quem do outro lado também só escuta. O silêncio no meio pode ser a massa que vos interessa.

O SOM DO PIXEL OU DO VINIL?
            Para nós que já observamos a superfície de um vinil, ao sairmos vislumbrados da reprodução na vitrola, sabemos que a superfície onde está codificada a obra varia em relevos, e pasmem, as partes de maior relevo no vinil são aquelas onde a música é mais complexa, onde talvez envolva mais sentimento do compositor e interpretes. Afirmo, é a onda da camada de mais amor, e, com certeza ali, naquela parte, existe mais massa.
            Da mesma forma, um dos objetivos propostos com esse projeto será: junto de físicos analisarmos, naquilo que fique gravado digitalmente de um filme em disco rígido, se há possibilidade de distinguir que nos momentos de maior complexidade expressiva do aparato em sentimento, demarcaria maior massa de bytes no disco rígido.
            Para tal sugiro analisarmos os closes dos rostos nas atrizes dos filmes de Ingmar Bergman.
            A idéia é demonstrar que o magnetismo da energia primária sexual de desejos, quando envolta na capacitação de sublimar ao educar o desejo pelo sagrado, eleva os seres envolvidos numa energia melhor, que, se caso massificada pelo receptor na mesma escala de sublime e amor, o pode transformar, transformar em mudança de paradigma ou uma cura, por exemplo.
            Ou sair da Terra como fizeram os Maias.




PROPOSTA FEMINISTA JUSTA PARA NOS MENSTRUARMOS EM CONJUNTO
            Tendo-nos constatado o pressuposto pelo material fílmico que o signo sublime de maior significação e massa no universo é o amor, o “girl power” está em absoluta vantagem pelos signos proeminentes em sua natureza Terra, que adversamente tem sido abnegados como fraqueza; magia e mistérios, enquanto explorado por laboratórios de biotecnologia.
            Se os trejeitos carinhosos e delicados femininos foram corrompidos pelos homens brutos e suas leis, e ainda mesmo, incinerados num grupo de mulheres que os simbolizaram em erotismo, erotização do sagrado como opressão ao sistema, vos perguntamos: melhor seria usar o sublime do amor que resta em maior tamanho em vós, contra o sistema, ao que negar que assim o seja? O amor sofre muito aqui na Terra, mas sempre será vitorioso ao partir, quando abnegado.
            A sexualidade é fundamental e regimental na nossa contemporaneidade. O que podemos em nossos lares educar é que os nossos filhos e filhas não sejam nunca promíscuos naquilo que escolherem como provação da mesma. Não existe certo ou errado em sexo, entretanto existe entender que quem está do outro lado é um ser humano também. Sexo não é só prazer, é responsabilidade. Talvez ordem e disciplina.
            Essa energia sexual irá se tornar sublime quando educarmos o desejo. Essa energia é co-criadora, e o ato sexual é, como tem sido proposto, sua menor quantificação de energia. Nossa sociedade foi vampirizada a substituir amor por satisfação de desejo instantâneo. Vós estais desalinhados e vazios de sentido e propósito.
            E como nos realinhamos com o universo?
            Educa-se as novas gerações por fazermos uma pergunta, e recebermos no entorno um silencio reflexivo, não porque não nos escutam, entretanto porque não somos puros para frisar e fixar a maior massa do universo, que para nós é ainda silêncio.
            O silêncio, no vulgar e, entretanto, salutar humano ensino ao orgulho e ao corrompimento da ordem em polarização energética.
            Ainda dito no brusco humano sobre o ato sexual, acontece quando tu falhas no intento e não sentes prazer com vosso príncipe, ou, o amante necessita de um remedinho talvez para se mostrar ativo, ou, o amante já cansou de todas as suas concubinas e vos trata mal no ninho.
            Aliás, mudar algo deveria começar pela nomenclatura:“ativo” e “passivo”, aos dois participantes. Ao caso, já se põem um em comendo, e outro, em receptividade de consumo? Podemos estar sendo arcaicos, contudo é o que indica, não é? Propriedade.
            Quando no caso a energia sexual é a mesma para os dois, potencializada pela união dos envolvidos, onde não há quem domina; há naquele momento quem engloba e faz criar, existir no espaço-tempo de co-criador mínimo.
            Nós não entramos na criação de uma poesia, por exemplo, achando que o teclado e a tela são dominantes, ou que nós é que dominamos as palavras e as linhas, quando no caso o que dá o sublime não é, nem uns, nem os outros, e sim essa massa quantificavel que fica entre esse espaço do notebook e do espírito e que bem formulada dá o amor no vosso rosto leitor.

JUSTIFICATIVA
            Quantificando a massa do disco rígido de algum filme de Ingmar Bergman, nós iremos justificar o potencial da massa do sublime amor no objeto fílmico e iremos valorizar que a força cultural de uma sociedade que valorize mais o belo naquilo que vem sendo deixado marcado pelas obras veneráveis tende a produzir uma sociedade que se eleva ao sublime, além de ser mais verdadeira e melhor com a pátria temporal.

A MÚSICA NOS CHACRAS ATRAVÉS DO FLUIDO DO SANGUE
            A energia que transmutamos com o universo entra através dos chacras, fluidificando os órgãos e glândulas, que por sua vez liberam os hormônios no sangue. O corpo é o instrumento, o sangue é o ritmo. O processo harmônico e equilibrado, enquanto sistema planetário na atmosfera, depende por se compreender a existência e unicidade antropológica daquilo que pretendeu-se comunicar no passado e agora o presente existente no espaço energético. É assim na letra, é assim no sangue.
            Como a palavra grifada, o corpo se deteriorou milhares de vezes e se reformulou naquilo que é a nova composição do ser. Homens e mulheres estão preocupados enquanto o transtorno mensal de um ciclo menstrual, ou de um ciclo de transtorno de humor, enquanto a raiz é transcendental no todo.
            É fundamental a luta da melhora temporal de momento sim, para a sobrevivência se, e, enquanto reconhecimento das modificações genéticas fundamentais que estão ocorrendo num grau universal para suportar a energia quântica da nova raça humana.
            A sinfonia começa quando a partitura e o instrumento quantificam-se numa só energia que será a música que somente é quantificável no espaço-tempo de presente. Entretanto, sem o conhecimento passado e a virtude do interprete, a mesma não se completará em luz.
            Em breve, não tanto, até que vós nos compreendais, só restará a musica. Estaremos numa comunicação de transição, e sangue e palavra serão lembrados como a Era atrasada, ou, insetóide, onde as emoções guiavam as regras.
            O ciclo é muito maior que o vosso incomodo de dia, mês e semana. E o incomodo de um Kafka em explicar isso aqui, foi deverás excludente e enlouquecedor para nós ambos, compreendermos sem lacrimejarmos.
            Portanto, se suportas conselho de futuro, aprendas tudo que o faças vibrar no diapasão corpóreo o derretendo. Vibres até que o sangue de tu o sejas irrelevante e toda tua palavra poesia. Foi o nosso recado e agradecemos tão humana demasiada humana platéia presente.
            Hora de mover a Roda de Samsara.




REFERÊNCIAS
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COOPER, Melinda; WALDBY, Catherine. 2014. Clinical Labor. Tissue Donors and Research Subjects in the Global Bioeconomy. Durham and London: Duke. (Parte 1 e Cap 5)
FEDERICI, Silvia. Calibã e a bruxa. Mulheres, corpo e acumulação primitiva. São Paulo: Elefante, 2017 [2004]. Caps. 3 e 4.
HARAWAY, Donna. 1995. Saberes localizados: a questão da ciência para o feminismo e o privilégio da perspectiva parcial. Cadernos Pagu, número 5, pp. 7-41.
HARAWAY,Donna.1997.Modest_Witness@Second_Millennium.FemaleMan_Meets_Oncomouse. London and New York: Routledge. (Parte 3)
LIMA, Tania Stolze. 2002. “O que é um corpo?”. Religião e Sociedade. Vol. 22, n° 1.
LUGONES, Maria. 2010. Colonialidad y género. En: Espinosa Miñoso, Y. (coord.): Aproximaciones críticas a las prácticas teóricopolíticas del feminismo latinoamericano. Buenos Aires: En la frontera. (pp. 57-74)
MAFFIA, Diana. 2005. Epistemología Feminista: por una inclusión de lo femenino en la ciencia. In: B. Graf & J. Flores (Eds.), Ciencia, tecnología y género en Iberoamérica. México DF: Universidad Autónoma de México – Plaza y Valdés. (pp. 623–633)
MENDOZA, Breny. 2010. “La epistemología del sur, la colonialidad del género y el feminismo latinoamericano”. En Espinosa Miñoso, Y. (coord.): Aproximaciones críticas a las prácticas teóricopolíticas del feminismo latinoamericano. Buenos Aires: En la frontera. (pp. 91-104)
PRECIADO, Paul Beatriz. Tecnologias do sexo. In:. Manifesto contrassexual. São Paulo: n-1 edições, 2014. pp. 147-168.
PRECIADO, Paul Beatriz. Testo junkie. Sexo, drogas e biopolítica na era farmacopornográfica. São Paulo: n-1 edições, 2018. (Introdução e pelo menos Cap. 8 - Farmacopoder)
SANABRIA, Emilia. 2016. Plastic Bodies: sex hormones and menstrual suppression in Brazil. Durham and London: Duke University Press. (Introdução, Cap 1, p.1-69)
SILVA, Tomaz Tadeu da. Antropologia do ciborgue: As vertigens do pós-humano. Belo Horizonte: Autêntica, 2000.
SKLOOT, Rebecca. 2011. A vida imortal de Henrietta Lacks. São Paulo: Companhia das Letras.
STARHAWK. Magia, visão e ação. Revista do Instituto de Estudos Brasileiros, Brasil, n. 69, p. 52-65, abr. 2018.
VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. 1996. Os pronomes cosmológicos e o perspectivismo ameríndio. Mana 2(2): 115-144.



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quinta-feira, 1 de novembro de 2018

O PORQUÊ OS LEGÍTIMOS DISSIDENTES MORRERAM FUDIDAMENTE POBRES ENQUANTO FORA DA DISCIPLINA HUMANA

O porquê os legítimos dissidentes morreram fudidamente pobres enquanto fora da disciplina humana rs

è ainda o maior pensador indisciplinado e "broken" da história da economia e sociologia e antropologia moderna. We introduce you, Karl_através da Clinical Labor:

“socially necessary labor time” is the outcome of ongoing political struggles. It follows that there is no “law of value” in the sense of some transcendental or natural equilibrium regulating the relationship between price and labor. The calculation of the price of labor must be understood as historically contingent yet fully operative as an instrument of discipline.
_ It is not through some natural transformation of use value into price, but retroactively, through the abstraction of money in circulation, that the value of labor is determined._

@ Having established the retroactive logic, however, Marx insists that the determination of the value of labor is a political decision, the outcome, that is, of ongoing conflicts between labor and capital.

@Labor’s value contains a distinct “historical and moral element,” manifest in the particular forms of temporal measure that govern labor in any given moment (Marx 1990 [1867]: 275). If exploitation is essentially a form of temporal discipline, it is not surprising that labor struggles have historically targeted the social organization of time—not only the length of the working day, as Marxists have traditionally pointed out, but also the division between the time of productive labor (work) and the time of reproductive labor (life), and the social distribution of accidental time or risk.


THAT´s OUR TIME lapses PLACES

@ Thus far, our reading of Marx is closely aligned with that of theorists such as Isaak Rubin and Moishe Postone, who point to the centrality of temporaln abstraction in Marx’s labor theory of value. We differ from these perspectives, however, by insisting that the abstract and the material (indeed, embodied) dimensions of labor cannot be theorized in isolation. In their attempt to distinguish Marx’s theory of labor from the substantialist conceptions of the classical liberals, these theorists seek to divorce the concept of abstract labor time from the historically specific, physiological forms assumed by the concrete labor process in any given order of production. In so doing, however, they risk reinstating a reductive, ahistorical conception of the “physiological” in its place.

In any event, we would suggest, the structural categories of Marx’s theory of value cannot be so easily abstracted from the biotechnical conditions of labor that characterized the mid-nineteenth century. Far from representing a merely metaphoric aspect of Marx’s thinking, the technical vocabulary of early industrial production shapes the very conceptual framework of the theory of value, giving rise, for example, to the distinctions between dead and living labor, variable and constant capital. These distinctions rest on the assumption that the technical or machinic composition of capital is necessarily inanimate and that the human or variable component of capital resides in the “living labor” of the worker’s body, conceived as an organic whole. Early twentieth-century developments in biomedicine fundamentally challenge these categories by inventing what Hannah Landecker (2007) has called “living technologies”—in vitro tissues and cell lines that are both living and machinic in the sense that they can be cultured outside the body and form part of the technical composition of science. The twentieth century brings the production process inside the body and puts organs, blood, and cell lines into circulation outside the body, scrambling the classical Marxist distinction between the living and the dead (Cooper 2002). In earlier work, we theorized the emergence of living commodities (the commercial exchange of organs, blood, and cell lines outside the body) and living capital (the patented cell line as generative of surplus value) (Waldby and Mitchell 2006; Cooper 2008). In this book, we trace the relocation of the labor process to the suborganismic level of the body, via the mass experimentation of randomized controlled trials (rcts) and the contractualization of assisted reproductive services. _@






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sexta-feira, 26 de outubro de 2018

CORPO DE CENA NO DOCUMENTÁRIO DE EDUARDO COUTINHO – O POTENCIAL DO CORPO NA VIRALIZAÇÃO DO VÍDEO NA ERA DIGITAL


CORPO DE CENA NO DOCUMENTÁRIO DE EDUARDO COUTINHO – O
POTENCIAL DO CORPO NA VIRALIZAÇÃO DO VÍDEO NA ERA DIGITAL


Projeto de iniciação à pesquisa de mestrado em Divulgação Científica e Cultural.
Apresentado ao Instituto de Estudos da Linguagem, ao Labjor e ao Nudecri
- UNICAMP 2018 -


Resumo
Essa proposta de projeto de pesquisa visa comparar o corpo como meio de
comunicação, enquanto dirigido por um documentarista profissional, ao corpo
apresentado por uma youtuber. Vivemos na era da comunicação digital globalizada, da
qual derivam, entre um maior, ou um menor, grau de elegância do comunicado, na
medida em que concordam harmonicamente, o meio – corpo, com a mensagem -
pensamento e emoção. Para tal, abordaremos o processo de construção das personagens
no documentário Jogo de Cena (2007) de Eduardo Coutinho, em comparativo ao vídeo,
feito ainda no hospital, via a paciente Carla Simone de Castro, que denunciou ter sido
vítima de uma trombose cerebral por conta do uso de anticoncepcionais hormonais, e
viralizou no YouTube. Selecionamos esses dois objetos de estudo, pois temos como
objetivo analisar aqueles que expressam declarações de humanos contando as suas
experiências pessoais, sem estabelecer ou julgar no caso da Carla, porém levantaremos
autenticidade àqueles que venham a ser encenado como verdade ou fake. Propomos uma
elucidação do que resta-nos, na condição humana atual, caminhar numa corda bamba
constante nesses extremos de corporeidade e espiritualidade, aspecto melhor observado
em cena. Elucidar que para além da vida biológica e do DNA, nós nos enquadramos
como vivos e autênticos por essa aura quente e lúcida, o pensamento e o sentimento,
que constantemente expressamos e nos envolve enquanto animarmos o corpo.

Palavras – chave: Corpo; Autenticidade; Encenação; Viralização.


Abstract

This research project proposal aims to compare the body as a medium of
communication, while directed by a professional documentary to the body presented by
a youtuber. We live in the age of globalized digital communication, from which a
greater or lesser degree of elegance of the communication, insofar as they harmoniously
agree with the medium - body, with the message - thought and emotion. To that end, we
will cover the process of constructing the characters in Eduardo Coutinho's Playing
(2007), in comparison to the video, made in the hospital, of the patient Carla Simone de
Castro, who reported having been a victim of cerebral thrombosis on account of
hormonal contraceptive use, and viralized on YouTube. We select the two objects of
study, because we aim to analyze those who express human statements telling their
personal experiences, without establishing the judgment in the case of Carla, but we will
raise authenticity to those who will be staged as fake or truth. We propose an
elucidation of what remains for us, in our present human condition, to walk on a
constant tightrope in these extremes of corporeality and spirituality, which is best seen
on the scene. To elucidate that beyond biological life and DNA, we fit in as living and
authentic by this warm and lucid aura, thought and feeling, which we constantly express
and envelop as long as we animate the body.

Keywords: Body; Authenticity; Staging; Virtualization.


1. Introdução e Justificativa

1.1 Introdução

O site americano de compartilhamento de vídeos mais popular da web, o YouTube,
surgiu em 2005 e já em 2006 foi comprado pela Google. Em 2008 a Google lançou o
Android, sistema operacional gratuito mais usado nos smartphones. Portanto, para
qualquer ser humano da atualidade criar um vídeo de qualidade favorável com possível
divulgação global, somente é necessário um celular e um wi-fi ou qualquer outro ponto
de conexão bem próximo.
Porém, surgem algumas indagações nesse contexto da viralização de vídeos. No caso
específico que abordaremos nesse trabalho, qual seria a nossa autonomia, enquanto
espectador, para perceber se o relatado pelo youtuber é verdade ou fake? Desse modo,
propomos abordar qual o papel do corpo no vídeo de YouTube, concentrando-nos
naqueles que propõem a formação de determinada opinião. Os proponentes atuam ou
estariam falando relatos verdadeiros vividos?
A representatividade do corpo está diretamente ligada ao histórico do cinema como arte,
uma arte de linguagem autêntica e única, conseguindo a tão almejada separação do
palco do teatro. Consideremos a palavra aqui objeto para o corpo, quando no
surgimento das imagens em movimento, a expressividade corpórea apresentou-se como
potencia e problemática, pois com o mesmo determinismo de força, roubou a cena toda.
O cinema trouxe algo ainda não experimentado nas demais artes até então, como na
pintura ou na literatura.

O corpo humano mostrou-se bem cedo um dos objetos principais da
representação cinematográfica, seja por meio de uma analogia
pictórica (a pesquisa da figuração correta e expressiva do corpo, nu ou
vestido), seja na filiação teatral (o corpo como suporte e motor da
ação dramática). (AUMONT; MARIE, 2006, pag. 64).

Na França o termo mise-en-scène foi atribuído ao trabalho de quem estava em cargo de
dar representatividade ao corpo dos atores e atrizes, bem como ao todo de signos
enquadrado pela câmera, o cenário, criando as primeiras escritas em cena. Mas foi
somente no pós guerra, na década de 1950, com o conceito de cinema de autores
propagado pelos artigos da Cahiers du Cinéma e da Présence du Cinéma, que surgiu o
termo e o cargo direção - metteur-en-scène, assim surge a diretora do filme ou aquela
responsável pela mise-en-scène, e assim filmar adquire um aspecto de cinema autoral,
tendo alguém responsável por figurar com autonomia o corpo, quem aferi a plasticidade
ao encenado, muitas vezes e poeticamente permitindo quase o pincel ou a caneta com
que a diretora, dada a capitação de gestos e cenários através da câmera, fez o cinema a
arte de “captação de momentos de graça e de verdade, por comportamentos e gestos
reproduzidos “tais e quais”, graças à virtude de veracidade da câmera”. (AUMONT,
MARIE, 2006, pag.64).
Devemos agora nos perguntar se é ético que exista essa autonomia de alteração no
aspecto do momento da captação pela câmera para o documentarista. Para além,
observando até qual ponto, na imagem gravada da própria presença e da abordagem da
pesquisadora em cena, alteraria a autenticidade do depoimento do entrevistado. Para tal
propomos um compare da youtuber com uma obra do documentarista brasileiro
Eduardo Coutinho.
Para quem teve a oportunidade de observar, nos filmes de Coutinho, os enredos seguem
uma sequência lógica, estrutura concisa que o autor estabeleceu formando um conceito,
muito semelhante ao qual desejamos abordar nos vídeos youtuber. Os documentários de
Coutinho eclodem a questão e o conceito de depoimento documental realista (e.g: visão
cientifica de um relato antropológico), ainda que com a autonomia autoral dos
participantes em cena.
O corpo como meio é magistralmente abordado pelo cineasta brasileiro Eduardo
Coutinho. Caberá concentrar-nos na reflexão desse projeto, o documentário Jogo de
Cena (2007), para abordarmos o corpo como receptivo de mensagem dramática ou
simplesmente comunicação de um relato, ainda mesmo, quanto seria possível
diferenciar esses dois aspectos na direção de Coutinho, em contraponto ao vídeo na
massificação youtuber, autores que utilizam o site YouTube para propagar conteúdo
conceitual.
Como podemos ler na definição dada, a mise-en-scène “é corretamente utilizada, por
exemplo, a propósito em formas de cinema em que não há, propriamente falando, nem
cena, nem atores, nem texto a ser dito, por exemplo, o documentário ou o filme caseiro
amador (AUMONT; MARIE, 2006, pag. 80).
Tendo dito isso, esse projeto propõe analisar a autenticidade de vídeos de supostas
declarações de situações de fatos vividos por seus autores e autoras, divulgados no
YouTube, dando ênfase aos que envolvem relação com alguma denuncia ou critica
social e tentando estabelecer se a autenticidade emotiva destes seria a provável causa da
viralização dos mesmos nas redes. Como demonstra COMOLLI (2008), o conceito de
auto-mise-en-scène sugere a liberdade através do qual o humano, enquanto filmado,
produz sua própria mise-en-scène, e isso converte na construção compartilhada, em um
produto final que seria a mise-en-scène do filme.
Ainda que muitos dos youtubers não tenham estudado para atuação, seria ingênuo não
discernirmos que eles cresceram vendo o como fazer. Quem foi adolescente de 2005
para frente, aprendeu bem a dominar os diferentes aspectos de corporeidade cênica,
dependendo daquilo que queiram dizer e para quem dizem, ainda que isso aconteça de
modo natural, pois essa geração digital cresceu assistindo ao digital. Somente o fato de
dizer para alguém oculto que eles almejam esteja na rede para assistir, já os coloca
como falante em alguma outra vibração de estado. É como se existisse uma grande
platéia atrás de uma cortina e a abrangência do esperado aplauso ou o like é infinita.
A proposição inicial é abordarmos o caso do vídeo que deu origem a página “Vítimas de
anticoncepcionais. Unidas a Favor da Vida”. Tomamos conhecimento do vídeo na aula,
e pareceu-me justo tentar contribuir à elucidação instigada pela Profª. Manica: tentar
compreender o porquê algo tão emotivo e até agressivo na sua autenticidade, passou
pelo posicionamento da audiência, de quem pudesse ver e ainda quisesse permanecer na
zona de conforto e fora do problema, e pôde se viralizar tanto?
O vídeo deu origem em uma página no Facebook que reuni atualmente milhares de
seguidoras e seguidores. A página foi criada em 2014 pela doutora em psicologia Carla
Simone Castro, que sofreu trombose venosa cerebral bilateral, ficando noventa dias sem
enxergar, em decorrência do uso do hormônio drospirenona. LAUNE (2015).
O objetivo geral dessa proposta de pesquisa é esclarecer e desmistificar algumas
encenações de vídeos fakes na rede. Tem sido declarado por profissionais no ramo
médico que as fake news geram problemas de calamidade social, como a não aderência
da população à vacinação, prevenção que tem comprovada eficácia em muitos países
inclusive no nosso. Nosso propósito como pretensos jornalistas científicos é minorar
esse sofrimento.

1.2 Justificativa

A importância da nossa proposta justifica-se na abordagem do corpo em cena para
entender a viralização digital. Vemos o corpo como algo inerte ao conteúdo que se
comunica até que se comunique. O corpo seria um símbolo e não um signo. O que daria
a veracidade e autenticidade de uma comunicação gravada é o fundo do conteúdo do
material de conhecimento que deve ser analisado com a expressividade do corpo para
conseguir o afastamento de ciência e discernir o objeto que se assiste. Portanto o
julgamento de qualquer ser humano por seu entorno físico, sem deixá-lo se expressar, é
uma atitude, para além de incompleta, injusta por si só.
Cabe aqui uma breve elucidação do que disse Gérard Genette nessa citação: “(...) para
Platão o campo da lexis (maneira de dizer; oposta a logos: o que é dito) se divide em,
imitação propriamente dita: a mimesis, e a simples narativa (diègèses)” (AUMONT;
MARIE, 2006, pag. 78). Com relação à atuação no documentário, a mimesis (imitação),
e a diegese (narrativa simples), conviveram em boa forma nos filmes do cineasta
brasileiro Eduardo Coutinho.
No livro A personagem no documentário de Eduardo Coutinho, Cláudio Bezerra
descreve sobre a última fase do cineasta:

A personagem atual de Coutinho é, portanto, de natureza performática
e revela a teatralidade como uma segunda natureza humana,
semelhante ao performer da arte da performance. Se constitui como
um ser mutante a partir dele mesmo, de suas experiências de vida e da
relação com a equipe nas filmagens, escavando, de improviso, o
imaginário e a memória do presente, em associações livres. O
acontecimento fílmico produzido por Coutinho faz da imagem-câmera
dos seus documentários um espaço virtual, onde as pessoas realizam
performances de suas vidas. (BEZERRA, 2013, pag. 409).

Como disse o sociólogo Erving Goffman no livro A Representação do Eu na vida
cotidiana: “para Eduardo Coutinho, o que interessa são suas histórias imaginárias”, pois
Coutinho acreditava não haver um verdadeiro, se não aquele representado diante de
diversas situações sociais (GOFFMAN, 2001).
Continuando com a nossa ênfase na descrição do corpo em cena, citamos trecho do
ensaio para a revista Rebeca, do professor Fernão Pessoa Ramos:

É nas especificidades do movimento e da expressão do corpo em cena,
nas diversas modalidades de interação com o sujeito que sustenta a
câmera, que recortaremos o conceito de mise-en-scène para articulá-lo
ao campo documentário. É na ação do corpo em cena, do corposujeito
da tomada (para e pela câmera, lançando-se, enquanto imagem
futura, ao espectador e sendo por ele determinado), que iremos atingir
o coração da mise-en-scène para fazê-lo pulsar dentro da estilística
documentária. (RAMOS, 2012, pag. 16-53).

A relação entre o sujeito que filma e aquele que é filmado, resta em uma linha tão tênue
de respeito e entrega, quanto daquele que se apresenta em cena consigo mesmo.
Permite-lhes caminhar entre ética e fins do produto; em saber até quanto ir do imitado
ao simplesmente narrado, sendo que atuar com eficiência seria provável convergir os
dois lados, espírito / corpo, com perfeição e sem extremismos.
O fato ganha complexidade quando o analisamos a luz do conceito de auto-mise-enscène,
criado pela pesquisadora Claudine de France e sistematizado por Jean-Louis
Comolli. A auto-mise-en-scène afirma que o humano, quando filmado, observa a
presença daquele que o filma e se apresenta para o encontro como quando arruma-se
para gala. Ela traz seus hábitos; gestos; reflexos e posturas e emotiva as circunstâncias
do espaço-tempo. O processo pode ocorrer de forma consciente ou inconsciente, mas é
sempre um elemento determinante no produto final.
O corpo como meio de comunicação somente existe como tal enquanto animado. Como
na animação digital mesmo, o corpo é um código. Fora a energia que nós lhe damos por
nosso espírito inteligente e emotivo, o corpo se torna código inerte e inexpressivo e
fadado a decomposição. Cremos que todos nós que leremos essa proposta tenhamos
visto algum corpo sem vida, um cadáver. É natural morrer e basicamente pode-se passar
até um sentimento de gratidão ao vê-los ali, pois se estamos velando é porque não é a
nossa hora de ser velado ainda. Significa que ainda temos tempo de resolver aquilo pelo
qual nos sentimos responsáveis nessa existência. É a vida e assim vem sendo, longos e
longos séculos de uma relação conturbada com o fato mais natural e incontornável que
é: todos iremos biologicamente falecer.
Entretanto, a questão é que observar o corpo sem vida, sem estar motivado pelo viés do
nosso intelecto e ao nosso sentimento, é observar alguma outra coisa morta e não mais a
pessoa que há horas atrás estava ao nosso lado, tomando café conosco. Isso porque o
corpo está, como se diz em cena, sem vida, sem expressão. Ser considerado vivo é
estabelecer atitude com o meio, onde cada um de nós expressa não só o nosso intelecto,
mas também o nosso sentimento. Por isso justifica-se a nossa proposta, elevar como
viés de importância social a veiculação de bom conteúdo e de veracidade científica para
elucidar a audiência. Dessa forma, elaborar uma estrutura que possa desmascarar o falso
nas noticias da rede pela técnica de atuação de Eduardo Coutinho tem essência de
elucidação.
Como última elaboração para encerrarmos o discurso de justificativa, diremos que as
tribos indígenas desse país como constam em estudo de antropologia, deram nomes para
coisas do espírito junto com coisas do corpo. Por boa parte no conceito de
conhecimento cientifico ocidental, vem sendo negligentemente descartado e não
discutido ou nomeado a veracidade do que nos anima. Propomos se seriam as formas de
autenticidade por vídeos caseiros no YouTube uma tentativa de perpetuar para história a
o espírito, a vida do corpo pelo espírito na emoção amadoramente gravados no corpo de
cena da youtuber.

2. Objetivos

2. 1 Objetivo Geral

Esse projeto propõe analisar o corpo da cena, comparando o documentário Jogo de
Cena (2007) de Eduardo Coutinho, com o vídeo de Carla Simone de Castro, fundadora
da página no Facebook “Vítimas de anticoncepcionais. Unidas a favor da vida”.
Temos como objetivo principal elaborar uma estrutura que possa minorar a
problemática das chamadas fake news, analisando no corpo em cena, até quanto é
possível elucidar a audiência das atuações; das encenações ou das simples narrativas da
comunicante no vídeo do site YouTube.
Através de entrevistas da audiência selecionada, veremos se a audiência percebe quando
as atrizes estão em atuação (atuar sobre o corpo com propósito e intelecto), estão
imitando (imitação em cena, cópia simples de alguém visto), ou por fim, estão criando
uma narrativa simples de memórias pessoais vividas.
Afinal, viver seria sempre um bom bocado de atuação no corpo, consciente ou
inconsciente, e a intencionalidade de controle emocional e propósito são parte do
quadro de ser adulto, saber portar-se. Entretanto, como fica isso na globalização digital
das youtubers?

2.2 Objetivos Específicos

2.2.1 Analisar, através de entrevistas com 10 estudantes, sendo 5 mulheres de artes
cênicas, e 5 de mulheres que não são atrizes, as reações das mesmas em relação ao
documentário de Coutinho. Iremos abordá-las, logo após a exibição, com um
questionário sobre a afetação das expressões do corpo em cena. Desse modo
pretendemos ter uma base estruturada no documentário realizado profissionalmente, se
o filme ainda mantém o impacto proposto pelo diretor, que foi causar reflexão nessa
dúvida entre autentico e encenado.
2.2.2 Esclarecer se a autenticidade de empatia verdadeira causou a viralização do vídeo
de Carla Simone de Castro. Pretendemos para isso saber da autora as estatísticas do
tempo de repercussão e se ela moveu alguma ferramenta de marketing para propagação.
Ainda se ela auferiu algum propósito de aprender comunicar-se, depois da repercussão
do vídeo, ou se manteve somente na autenticidade de narrar novos fatos ocorridos para a
comunidade e audiência da página dela no Facebook.
2.2.3 Identificar se a rede mundial está como determinismo social, permitindo que, fora
do propósito empresarial de vender-nos como audiência, nos garantir um contraponto de
formarmos grupos com interesses comuns aos nossos e que sejam voltados às boas
causas como a página “Vítimas de anticoncepcionais. Unidas a favor da Vida”, e além,
ver a rede como um meio de conviver com pessoas que temos melhor afinidade, ás
vezes, melhor que no nosso sangue – família, quando demonstramos nosso melhor que é
a verdade além do corpo biológico. Encontrar pessoas afins; ter quanto mais seguidores
se puder; isso deveras importa na geração que cresce na atualidade digital, o quê eles
observam no que entendem como audiência? Demonstraremos que a divulgação por
vídeos de relatos vividos tem dado a geração youtuber, não só um mercado e profissão,
mas uma possibilidade de autenticidade que os faz, com um smartphone e conexão,
pertencerem a grupos com melhor empatia uns pelos outros, às vezes, ainda maior em
conhecimento comum, que o convívio próximo permitiria.

3. Desenvolvimento de pesquisa

3. 1 Fundamentação Teórica
Percebemos nesse momento que essa proposta de pesquisa surge quando eu estava
preparando-me para outro projeto em outra instituição em janeiro de 2018. Uma das
referências bibliográficas era Henry Jenkins e logo que percebi do que se tratava,
debrucei-me sobre dois de seus livros, Cultura da Convergência (2008) e Cultura da
conexão - Criando valor e significado por meio da mídia propagável (2014).
A pesquisa de Jenkins, naquilo que humildemente nos cabe nessa proposta agora,
sintetiza-se na pergunta: “o que acontece quando muitas pessoas tomam decisões ativas
para colocar conteúdo em movimento, passando adiante uma imagem, uma música, um
vídeo clipe para amigos e familiares ou para redes sociais mais amplas”?
Como a própria pergunta sugere, a maior parte do que está sendo compartilhado no
momento atual é entretenimento, tendo notado Jenkins, no começo de jornada e
pesquisa, ao estudar o fenômeno pelas comunidades de fãs. Os conhecidos fandoms
estiveram entre as primeiras a adotar a prática da propagabilidade.
Ainda não obstante, muito daquilo que Jenkins diz a respeito da propagação de
conteúdos de entretenimento “também se aplica, e cada vez mais, ao branding e à
publicidade, a mensagens políticas, religiosas e a uma imensa variedade de materiais, e
converge ao multidimensional do atual ambiente de mídia”. (JENKINS; GREEN;
FORD, 2014)
Um best-seller de 1990, A Vida Digital (Being Digital), de Nicholas Negroponte,
traçava um nítido contraste entre os “velhos meios de comunicação passivos” e os
“novos meios de comunicação interativos”, prevendo o colapso da radiodifusão
(broadcasting) em favor do narrowcasting (difusão estreita), e da produção midiática
sob demanda destinada a nichos: Em certo ponto, Nicholas sugere que nenhuma lei será
necessária para abalar os conglomerados, pois os impérios monolíticos de meios de
comunicação de massa estariam se dissolvendo numa série de indústrias de fundo de
quintal. E continua “os atuais barões das mídias irão se agarrar a seus impérios
centralizados amanhã, na tentativa de mantê-los”. Cita a escassez de forças da lei para
conter a torrente: “as forças combinadas da tecnologia e da natureza humana acabarão
por impor a pluralidade com muito mais vigor do que quaisquer leis que o Congresso
possa inventar”. (NEGROPONTE, 1995)
Algumas vezes, as novas empresas falaram em convergência, mas aparentemente
utilizaram o termo querendo dizer que os antigos meios de comunicação seriam
completamente absorvidos pela órbita das tecnologias emergentes.
George Franklin Gilder, outro revolucionário digital, rejeitou essas idéias:

“A indústria da informática está convergindo com a indústria da
televisão no mesmo sentido em que o automóvel convergiu com o
cavalo, a TV convergiu com o Nickelodeon (do inglês nickel (moeda
de cinco centavos de dólar) e do grego odeion (teatro coberto), o
nickleodeon era uma pequena sala de cinema que, nos EUA do início
do século XX, cobrava cinco centavos de ingresso), o programa de
processamento de texto convergiu com a máquina de escrever, o
programa de CAD convergiu com a prancheta, e a editoração
eletrônica convergiu com o linotipo e a composição tipográfica.
(GILDER, introdução de JENKINS; GREEN; FORD, 2014)

Para Gilder, o computador não tinha vindo para transformar a cultura de massa, mas
para destruí-la. A propagabilidade desmesurada barrou esse sonho de revolução digital.
Agora, a convergência ressurge como um importante ponto de referência, à medida que
velhas e novas empresas tentam enxergar o futuro da indústria de entretenimento. A
convergência de mídias é, nesse sentido, um conceito antigo assumindo novos
significados.
Cabe-nos perguntarmos-vos se o espírito seria a convergência do pensado no que
percebemos do corpo quando há expressão? Como bem notou o diferencial de Eduardo
Coutinho, Amir Labaki afirma em seu livro Introdução ao Documentário Brasileiro:
“Coutinho se afastou do retrato de grupos sociais, marca do documentário moderno,
para se debruçar sobre o encontro com indivíduos que encenam diante das lentes do
documentarista.” (LABAKI, 2006)
Coutinho sabia que a simples presença da câmera altera o comportamento do sujeito que
ele filma, como mostra Fábio Andrade no livro O canto dos mortos – As canções de
Eduardo Coutinho: “Na medida em que a pessoa pode representar para a câmera, isso
passa a ser interessantíssimo também. Como ela representa para a câmera? Que papel?
Que figura? E que personagem ela quer representar para a câmera?” (2013, pag. 23)
Jogo de Cena (2007) se passa no teatro como cenário. O enredo do filme documentário
reúne depoimentos pessoais de mulheres, confundidos com o trabalho de atrizes que
encenam essas mesmas histórias. Realizado no auge da maturidade de Coutinho,
podemos percebê-lo testar os limites de seu método ao se debruçar na natureza da
representação. O espectador é levado a refletir no que vê e na verdade da fala, em um
complexo jogo entre 13 corpos que atuam no filme de diversas formas: pessoas comuns
dividem suas vivências com o diretor; atrizes conhecidas do grande público, que logo
nos revelam estar interpretando um papel – mas que, em alguns momentos, podem
representar a si mesmas; atrizes desconhecidas encenam histórias de outras mulheres
que também aparecem no filme, confundindo o espectador acerca da duplicidade
daqueles relatos; e, por fim, uma atriz interpreta o depoimento de uma mulher que não
entrou na montagem final e o conclui com a célebre frase “E foi isso que ela disse”.
Neste ponto, o trabalho do diretor russo Constantin Stanislavski volta a ser essencial
para compreendermos a encenação. Em seus estudos, Stanislavski aborda a idéia de que
o ator poderia reviver sentimentos, através de estímulos interiores e exteriores, para
compor a personagem. Trata-se de compreender que, mesmo encenando um papel, o
ator interpreta a si mesmo, variando entre uma infinidade de objetivos e circunstâncias
dadas pela dramaturgia, revolvendo nos escombros da sua memória afetiva.
Mecanismo não muito diferente daquele experimentado por um não-ator que se dispõe a
contar-se diante da câmera. Ao compartilhar um capítulo de sua vida, uma personagem
real deve recuperar certos aspectos dessa experiência. Quais são os elementos
selecionados pela memória? Como seus cinco sentidos retomam as sensações
provocadas pelo acontecimento narrado? Que gestos e feições são construídos para
provocar, no espectador, a materialização daquele episódio? E quais elementos
ficcionais são acrescentados aos fatos? (STANISLAVSKI, 2011)

4. Procedimentos de pesquisa

O trabalho de pesquisa se dará em três fases: 1. Pesquisa documental - levantamento
bibliográfico e análise fílmica dos objetos de estudo propostos; 2. Entrevistas
semiestruturadas; 3. Análise do material coletado e redação da dissertação.
Na primeira fase, basear-nos-emos nos trabalhos de autores como Henry Jenkins, Jean-
Louis Comolli, Erving Goffman, Constantin Stanislavski e Nicholas Negroponte, para
discutirmos as temáticas de corpo na tecnociência das redes sociais digitais, com
perspectiva focada nos Estudos da Informação, Comunicação, Tecnologia e Sociedade.
Na segunda fase, entrevistaremos 10 espectadoras que serão identificadas através da
observação da interatividade na sessão dos filmes (ver anexo estrutura da entrevista).
Serão selecionadas 5 estudantes de artes cênicas e 5 mulheres que trabalham em outras
áreas, de acordo com a disponibilidade de cada uma. Ainda na sessão de comentários
das entrevistas, identificaremos na se as mesmas compartilhariam o vídeo analisado.

5. Coleta e análise de dados

O método de análise dos resultados será alcançado convergindo o aprofundamento
teórico do tema da pesquisa e da revisão da literatura acerca da atuação profissional de
cena e da propensão da audiência a propagabilidade dos vídeos propostos.
Nossa pesquisa relaciona-se com o viés qualitativo na área dos Estudos da Informação,
Comunicação, Tecnologia e Sociedade. Para harmonizar o plano de análise, o
relatório/dissertação será dividido em três eixos temáticos que conduzirão a reflexão: 1.
O corpo de cena está como objeto de atuação profissional ou como autenticidade do
comunicado?; 2. Redes sociais digitais e a propagabilidade de conteúdos se colocam
permissivos ao discernimento entre veracidade ou fake analisando o corpo?; 3. Propor
conceitos e atitudes de conteúdo que surtirão efeitos de bem na sociedade brasileira, a
partir do compartilhamento elucidado de experiências autenticas e ligadas à medicina.

6. Resultados esperados

Tendo os resultados para analise, nas três fases da pesquisa, daremos uma abordagem
atual e revigorada para o melhor discernimento do problema da autenticidade ou não
autenticidade a expressão corporal na propagabilidade das fake news.
Através da perspectiva da análise da corporeidade, pretendemos conferir maior
responsabilidade a audiência que estará ciente do conteúdo que compartilha.
Considerando a delimitação da unidade-caso, e após a coleta de dados, será feita a
análise e interpretação dos dados, para a redação do relatório/dissertação de mestrado.

7. Plano de trabalho e cronograma de execução
O projeto de pesquisa será executado no período de 18 meses, compreendendo seis
trimestres. As etapas propostas para execução serão conquistadas como na tabela:
Meses
Atividades 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Disciplinas x x x x x x x x x x x x
Revisão
Bibliográfica
x x x x x x x x x x x x x x xc x
Trabalho de
Campo
x x x x
Análise de
Dados
x x x x x x
Elaboração de
Relatório de
Qualificação
x x x x
Redação da
Dissertação
de
Mestrado
x x x x x x x

8. Referências bibliográficas

ANDRADE, Fábio. O Canto dos Mortos - As Canções de Eduardo Coutinho. In:
OHATA, Milton (org). Eduardo Coutinho. SESC São Paulo. Cosac Naify. Pag.649 -
657. 2013.
AUMONT, Jaques, MARIE, Michel. Dicionário teórico e crítico de cinema. Trad.:
Eloisa Araújo Ribeiro. São Paulo. Papirus Editora. 2006.
BEZERRA, Cláudio. A personagem no documentário de Eduardo Coutinho.
Campinas – SP. Papirus. 2014.
COMOLLI, Jean-Louis. Ver e Poder – A inocência perdida: cinema, televisão,
ficção, documentário. Trad.: Augustin de Tugny; Oswaldo Teixeira; Ruben Caixeta
Belo Horizonte: Editora UFMG, 2008.
GOFFMAN, Erving. Representação do Eu na Vida Cotidiana. Tradução de Maria
Célia Santos Raposo. São Paulo. Editora Vozes, 2001.
JENKINS, Henry; FORD, Sam; GREEN, Joshua. Cultura da conexão - Criando valor
e significado por meio da mídia propagável. Trad.: Patrícia Arnaud. São Paulo:
Aleph, 2014.
JENKINS, Henry. Cultura da convergência. Trad.: Suzana Alexandria. São Paulo:
Aleph, 2008.
LABAKI, Amir. Introdução ao documentário brasileiro. São Paulo. Ed. Francis,
2006.
LAUNE, Fernanda. Vítima do anticoncepcional. Disponível em:
https://www.dm.com.br/cotidiano/2015/12/vitima-do-anticoncepcional.html. Acesso em
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NEGROPONTE, Nicholas. A vida digital. Trad. Sérgio Tellaroli. São Paulo.
Companhia das Letras. 1995.
RAMOS, Fernão Pessoa. “A mise-en-scène do documentário”: Eduardo Coutinho e
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SEGATTO, Cristiane. Quando a pílula anticoncepcional é a pior escolha. Revista
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STANISLAVSKI, Constantin. A preparação do ator. Trad.: Pontes D Paula Lima. Rio
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STANISLAVSKI, Constantin. A criação de um papel. Trad. Pontes de Paula Lima.
Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1995.


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