quarta-feira, 25 de julho de 2018

From the banks of Americana/SP - Brazil


FROM THE BANKS OF AMERICANA/SP - BRAZIL





Augusto de Oliveira Salvação referencial do tráfego aéreo da Região Metropolitana de Campinas




Passamos agora de manhã ao encontro de nossa madrinha e, ao entorno do beijo de vosso aniversário, formamos a retórica que segue.
Havia um folder da confeitaria do lago de Holambra. Disse-lhe que a cidade de imigrantes holandeses, aqui no interior de São Paulo, é como uma jóia e argumentei: de onde vem o PIB de Holambra, além das flores, óbvio. Há bons restaurantes e turismo de passagem e comércio, entretanto, de fato, a bela do moinho não parece mesmo um centro de indústrias e empresas, não é?
Perdoem-me não pesquisar, contudo, devo como ordem, falar-vos do reino que conheço.
Para não falar que não citei das flores, porque agora iremos descer aos refúgios encantados de Americana, cidade do interior do Estado.
Não vem a mente a toa essa história de PIB. Estive percebendo aqui onde passei bons anos dessa existência. Sinceramente tenho relatos mais bonitos que esse que virá óbvio. Entretanto, nem sempre do mais belo se faz o aprendizado. O que não move, não perdoa! Não progride.
Se não resto muito fora da casa, desde dez anos para cá surgiram um tanto de uns quinze condomínios fechados de alto padrão nessa cidade de Americana. Incredible? Não, nem tanto. Tentaremos desvendar pistas argumentando e sugerindo pancadas, porque não darei as respostas e sim farei as perguntas, ao modo socrático – não o jogador, que fique exato!
Os condomínios que pintaram assim na década no final da Av. Brasil, perto do parque dos bichos, são exímios palacetes. Não pretendo, nesse momento, nem posso avaliar quanto vale uma casa daquela, de acordo com o que ouvi de outras que posso dizer e vos direi. Vamos primeiro na torre.
Um apartamento no prédio perto de onde servi elegantemente mesas, ali nos arredores ao Burguer King, subindo a igreja matriz, para que tu te adentres nessa narrativa, começa ser vendido por dois milhões, nos andares de baixo, e chega até seis, nove milhões, nos andares de cima. É bonito, tá, não estou questionando o investimento ou qualidade de viver, entretanto deixe-nos progredir e, após, apresento-vos o meu suposto argumento.
Descendo a, rua um pouco abaixo, há outro conjunto que não ouvi de quem trabalhou na obra, como no anterior que ouvi do nobre eletricista que serviu comigo, mas com certeza esses apartamentos não se compram por menos de dois milhões, também. Ali em frente à chopperia elegante.
Voltemos às casas. Ouvi de uma cara amiga agente que uma casa nos condomínios mais aqui na saída, seguindo próximo ao hospital municipal, dessas posso aferir cifras, essas agora demais são por mim, ao lado do Sesi, e indo para a Ripasa-Suzano, alfinetando, visual nada agradável, contudo se estão no mesmo padrão hospital municipal lá do “quintal das fábricas”, ali na saída, essas casas tão valendo de dois até quanto queira-se dispor em milhões.
Não para ai se formos até ao aeroporto e as “praias”. Também não pretendo agora saber ou avaliar, contudo pela aparência, não venderão por menos que isso, compreendes?
O fato é, a mesma pergunta que fiz para flores holandesas, faço para os americanos: de onde provém o PIB de Americana?
Não é tão profana assim a minha questão. Pessoas que compram esses imóveis em condomínios tais são grandes executivos de empresas, na sua maior parte, se não moram em Brasília DF, óbvio. Jogadores de futebol profissional aqui não há ou se produz como já se produziu e, tampouco, artistas.
Assim, citamos sem pesquisa e delongas as empresas aqui que manteriam e atraem esses públicos seletos de burgueses executivos: Goodyear SA, Suzano-Ripasa, Santista Têxtil, Ajinomoto (Limeira), Papirus (Limeira), KS pistões (Nova Odessa), Canatiba Têxtil (Santa Bárbara D`Oeste), Villares Metals (Sumaré), Romi (Santa Bárbara D`Oeste), Caterpillar (Piracicaba).
Desculpem-me caso venho esquecendo alguém do alto escalão. Também sempre se esquecem de mim, conformem-se.
Não estou tão apto em organograma empresarial para dizer quantos altos executivos somam dessas plantas, de modo que vamos analisar o indivíduo. Supondo que um alto executivo, de maior número dentro desse todo, descartando a presidência, tenha um salário mensal de cinqüenta mil. Como tratamos de compra de imóvel por funcionários que devem começar por si mesmo suas vidas privadas, essas mesmas pessoas não tendo seus lares pagam aluguel e tem gastos que não costumam ser pouco. Supondo ainda que o sujeito aplique vinte e cinco mil por mês, ele terá trezentos mil no ano, sem as correções que não são mesmo lá grande coisa na aplicação de menor risco. Não creio que essas casas se vendem no financiamento “minha casa minha vida”, então basicamente a casa teria que manter o mesmo valor de agora para esse, essa, executiva alta comprá-la em seis anos mais ou menos, julgando ainda em dois milhões na média o valor.
Alívio certo. A mesma corretora disse-me que a maior parte dessas casas de condomínio alto padrão são para aluguel. Sim, tu metido a rico está sendo explorado por alguém mais rico que ti. E aqui convenhamos, a maior e mais bela característica de um ser humano é ser verdadeiro consigo mesmo e com aquilo que tem de podre agindo. Ninguém enriquece se não for explorando alguém. Isso vale para arte também ok. Mas dentro de uma empresa as funções devem começar a ser equivalentes ao conjunto e não ao individuo. Não há nada mais verdadeiro que dizer que o presidente da empresa não serve para apertar o parafuso da máquina, bem como o cara que aperta o parafuso serviria também para gerir a empresa. Entretanto a lógica não vale para que ambos se explorem, o cara do chão fazendo e comprometido no bem do seu trabalho com disciplina e responsabilidade, bem como a diretoria, e aqui serei claro, explicar o porquê o salário do que aperta o parafuso é tanto quanto ganha, não vale, sem vim dizer que é a tabela do país ou a ordem da máfia sindicato sendo mantida. Vocês todos sabem que isso não é justo, basicamente quando não conseguem pregar isso no quadro de uma empresa sem mostrar o quanto estão enganando e também, pasmem, sendo enganados, como no caso das casas do condomínio que tu alugas. Vocês só ganham uma fatia maior do bolo, para se sentir mais quente, quando num conjunto, quando alguém passa necessidade, a coisa não funciona e nunca funcionará.
Escrevi tudo isso só para ter essa frase para postar no twitter: o salário tem que começar a ser compartilhado e medido pelo lucro dado a importância que cada indivíduo atua no conjunto. Se a empresa lucra menos, por gentileza, aceite ganhar menos nesse mês. Se a empresa lucra mais, por gentileza, paguem mais nesse mês.
Soa um bom começo? Planeta para quem tem disciplina e não se acomoda, porque sim, tudo varia de acordo com o geral, o conjunto o time. Para que as coisas mudem, o primeiro ato é sair do conforto do pedaço de sempre da espiga que tu comes. E aí as pessoas terão que conviver na confiança umas nas outras, e sair dessa podridão de domínio umas nas outras que se disfarça de sociedade e família. Sociedade condiz no equilíbrio e na harmonia, no diferencial das partes, ganhar quando se ganha e perder quando se perde. Assim será e se tu choras, tu vais para outro reino, pode acreditar que sim.
De fato, perdi-me aqui no questionamento e na dialética: de onde vem o PIB de Americana?
Na arrecadação do bem social e público por impostos municipais, se tu subires ali nas empresas, somente três das corporações que citei estão no município. Arriscarei aqui que 5% que o município arrecada em impostos vêm dessas empresas grandes citadas. Resta-nos algo em torno de uns 60% que vem das médias, micro e do comércio. E os 35% é gerado no mercado imobiliário, em impostos que o bem detém.
Triste realidade. Estamos a ponto de perceber o porquê nascemos nesse reduto. Porque a realidade é que 95% dessa cidade está nesse exato momento endividada, sabe por quê? Por orgulho. Como um bom povo desprovido de unidade, de tanto explorar se descobre explorado. Mas vais tranqüilo, ano que vem dá para trocar de veiculo. Mesmo porque, a miséria de nossa alma será sempre convicta e compartilhável, até mesmo quando o veiculo do teu espírito começar perder o calor.