terça-feira, 22 de outubro de 2019

te fazer girar num universo escuro onde a sua massa crítica flutua na poltrona, entende










Coloco-me em modo humildade “on” como o portador dessa voz e mente entendedora do que irá dizer-vos por esse corpo em letras, com o grau que me cabe evolutivamente ser, nem mais, nem menos, só pelo espanto da carta coringa que me escapa, arriscar-me nesta resenha de impressão primária, e peço a gentileza da vossa honrada companhia comigo. Estando confiante, através dos determinados pitacos culturais que já compartilhei nesses “muros” de código e perfil sociais, que voltem-vos em memória alguns postes e façam-me crer que possamos ter gerado em ti alguma confiança de postura que eu entenda um “bocadinho” do que irei afirmar adelante. Confiança de ti em mim no cânon ou cânone cinema; Arte visual e sonora em tela grande, posso pedir esse voto de crédito? Então por assim continuemos. Isso é a deixa lírica inicial, porque iremos meter a cara como crítico de arte (palavra medonha), mas correrei esse risco, aqui e agora, porque algo assim não se dá sempre. Há coisas feitas em determinados meios de transferência formal, feitas com certa virtude capaz de elevar o grau de medida na estrutura da forma, aqui serão indubitavelmente declaradas renovadas no ar, como uma nova estação á se igualar, duas técnicas: atuação e composição musical originais na sétima arte ok. Temos absolutamente certeza que Joker (2019) é um clássico. O quê isso quer dizer: diz claro para mim que é a quebra de antes e depois, numa época, por um cânon, uma nova representação referência nesse conjunto de regras utilizado como medida no cinema, para datar um período da história. No caso houve uma elipse onde o verossímil da obra são os anos 50, 60, mas que a crítica vem direto para agora. “Qual melhor lugar que aqui, qual melhor tempo que agora?” No cinema isso voa, e quando bem feito, meu amigo, dá um jogaço de expressividade. Ao menos, já de cara, digo: no grau trilha sonora original e, em absoluto, na atuação de Joaquin Phoenix, alguém terá que se esforçar demais por aí na auto-confiança, estima e cobrança elevada no êxito, para se manter nos trilhos, nas pistas, como se diz pela geral. Até me arriscaria á dizer que a plasticidade de cores nas cenas também ficará como referência, e sim, poderia acertar nisso também. Entretanto a música em harmonia com a expressividade de Phoenix, atuando como o Coringa, é algo raro de se ver. E porque é técnico, fica mais temporal e datado. Por isso chamo “quebra”. De tão raro de harmonia que proponho-me sugerir: se algum dia demonstrei alguma virtude em conhecer sobre Arte, muitas delas aqui, escolhas tu o dia em que estiveres melhor em harmonia contigo mesmo, e, com o cosmos contemporâneo de mudança estrambótico dos costumes da sociedade, vá ti ver essa obra na tela grande com o melhor som possível. Vale cada centavo. Sei que Joker irá virar muito estudo e artigo científico, como já vejo, naquilo que é o mais importante para nós criadores: é filmaço que virará releitura de tantos outros seres criativos como já o estão fazendo e compartilhando na rede, cada qual com a sua impressão, cada qual na sua parte, e essa foi a minha: puta que pariu perdi a meditação desta noite porque a trilha sonora de Hildur Guðnadóttir não me permite parar para. Arte quando é de verdade causa esse efeito antes e depois, esse efeito atualíssimo na crista da onda que alguém precisava apontar com tanta virtude. Esses caras fizeram. A gente sabe o quanto o ego conta nesse meio, e se o nome do ator aparece antes do diretor em cartazes, imaginem do quê estamos falando, cierto? Lembrem-se: este é um momento raro, portanto veja no formato para o qual a obra cinema foi feita: Projeção em Tela Grande com som Estéreo, caso os nomes técnicos já forem outros, perdão, o efeito ainda é o mesmo, te fazer girar num universo escuro onde a sua massa crítica flutua na poltrona, entende. Por isso me permito estar-vos contanto, pois essas “coisas” bem feitas e contemporâneas realmente mexem com a gente, rebuliçam mesmo o lance todo de época em época, ciclo em ciclo. - Para não deixar de causar o puro incômodo de final de resenha, permito-me falar de lei de incentivo nesse país, que conste como afirmação testemunhal individual por conta e risco: se um dia eu fosse desviar imposto de qualquer outra área mais necessitada desse lugar tão ferido de apoios, que ainda é o Brasil, tentaria chegar perto de algo assim como fez Coringa (2019) no seu público, moveu-nos acima. Porque senão, melhor deixar os impostos para as cartilhas que rabiscava no pré primário do Heitor Penteado dessa cidade de interior. O efeito carteira escola pública me causou mais à que o efeito de qualquer filme nacional que vi até agora, tirando talvez Diários de Motocicleta, que não sei se categoricamente é nacional. Boralá! knock knock, trabalhar.



Hildur Guðnadóttir - Joker Suite






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