Compilação temporal dos textos que escrevo e escrevi para o jornal IPV - Informativo Peixinho Vermelho, do Centro Espírita Seareiros de Jesus de Americana - SP, Brasil.
IPV
OUT./2019 nº 235– ANO 22
IPV
OUT./2019 nº 235– ANO 22
Atendendo ao saudável anseio de saber
mais sobre as parábolas de Jesus e as valiosas lições contidas nelas, esta obra
oferece oportuno velejo pelo mar da Galiléia para saborear os ensinamentos que
marcaram profundamente tantos corações, ao longo do tempo. Oferece ricas
interpretações sobre as parábolas de Jesus por meio da diversidade de textos de
24 destacados autores espíritas, como Raul Teixeira, Haroldo Dutra Dias, Andrei
Moreira e Simão Pedro de Lima. Embarque em uma viagem inesquecível, revivendo e
aprofundando o Evangelho em seus templos internos.
IPV Maio/2019 nº 230 – ANO 22
De
forma envolvente, o espírito Antonio Frederico relata a trajetória de três
mulheres, neste romance de cunho real e histórico. Os encontros e desencontros
em existências entrelaçadas novamente. No Brasil do final do século 19, três
mulheres têm suas existências narradas entre amores, paixões, derrotas e
conquistas. Em meio às fazendas de Minas Gerais e do Rio de Janeiro, em um
momento pré-abolicionista, elas vivenciam desencontros enquanto são marcadas
pela paixão que cega, enlouquece e desencadeia processos obsessivos, ainda pelo
orgulho que leva ao crime e o despertar de consciências, ao amor que aprimora
os sentimentos e re-estabelece o equilíbrio. Acontecimentos que fazem parte da
história brasileira são abordados sob o prisma espiritual como a rotina das
camélias do quilombo do Leblon, símbolos do movimento abolicionista, as quais
lutavam pela liberdade de um povo. Uma história que jamais será esquecida pelos
espíritos envolvidos. E mais do que isto, o autor espiritual descerra aos olhos
do leitor acontecimentos que fazem parte da formação artística do nosso país
nas letras de Castro Alves, o poeta dos escravos. Aproveitem.

IPV mar/2019 nº 228 – ANO 22
Honradamente
agraciados com a presença da médium e escritora Suely Caldas Schubert em
Americana, aconteceu dia 15/02/2018 na FAM (Faculdade de Americana), a palestra
sobre o tema O Livro dos Espíritos – Educando Almas.
A
oradora frisa-nos logo de início a fundamental importância da leitura e estudo
profundo da obra O Livro dos Espíritos, e conta-nos resumo do surgimento deste por via mediúnica. Hippolyte Léon Denizard Rivail, conhecido por Allan Kardec,
fica sabendo das reuniões que estavam ocorrendo na Paris, em toda Europa e,
também nos Estados Unidos, onde a sociedade, em reunião e grupos voltados ao entretenimento,
ofertava os elementos para as mesas girantes elevarem-se no ar. Quando notaram
que as mesas respondiam, num processo árduo de apontar as letras do alfabeto,
as perguntas com certa inteligência, o pedagogo e pesquisador Rivail vislumbrou
o começo da pesquisa que daria então o primeiro dos cinco livros que formam as
obras básicas da Doutrina Espírita. O Livro foi assim ditado pelos Espíritos superiores
e, já ali nomeado Allan Kardec, creditou-lhes a autoria do conteúdo intelectual.
A
proposta em voga e perspicaz de Suely Caldas é obter no Livro dos Espíritos uma
didática com metodologia de educação para o sec. XXI. Foi-nos sugerido em uma
hora a proposta de alinharmos as Almas no bem; a educação escolar em comunhão com a do
núcleo familiar para que os Espíritos regressem a pátria espiritual melhor do
que encarnaram, retornem assim uma alma educada para eternidade.
Sra.
Schubert retorna ao momento da Santa Ceia e, em síntese, narra as ultimas instruções
que o Mestre Jesus Cristo, ciente que seria capturado e preso, promete e delega
perante aos onze discípulos, onze, pois Judas havia saído da sala, e promete
que Ele partiria por um momento, que Eles deveriam se amar como Ele nos amou,
que os mesmos os seriam conhecidos como apóstolos pelo amor entre Eles, e
finalmente, sendo Ele o Cristo, é o caminho que leva ao Pai, assim faria com
que o Pai enviasse-nos o Consolador Prometido, o Espírito da Verdade, que nos
esclareceria tudo o que Ele, Jesus Cristo, veio-lhes em carne dizer.
Como
denota Suely, daremos agora um salto no tempo, pois está relatado no livro “Obras
Póstumas” de Allan Kardec, o momento que ele perguntou, em umas das reuniões
daquelas que ocorriam em Paris, cremos que na casa das irmãs Baudin,
adolescentes médiuns que já psicografavam há algum tempo, o pedagogo indaga aquele
que respondia: “Meu Espírito familiar, poderia dizer-me como devo lhe chamar?”,
no que lhe foi respondido: “Para ti, chamarme-ei Verdade”. Como disse Suely,
nesse momento devem ter tocado trombetas no mundo espiritual. O Espírito de
Verdade prometido pelo Mestre, que nos faria relembrar e entender por completo
os ensinamentos Dele, O Cristo planetário, ali estava ao encontro da matéria, novamente e em alusão à idéia, ao Verbo.
Para
adentrarmos na educação plena, começamos pela chaga do egoísmo. Quando
perguntamos se o egoísmo tem cura, na questão 917 do Livro dos Espíritos a resposta
é sim, com uma educação não somente voltada para instruir, mas a educação que
faz homens de bem, que atende a profundidade do ser humano. “A educação,
convenientemente entendida constitui a chave do progresso moral”.
A
educação é posta aqui como “o conjunto de hábitos adquiridos”. Por isso nós
ensinamos os semelhantes, mais por exemplos à que por palavras ou livros, não
que os mesmo sejam desnecessários, contudo, podemos pensar um pouco na Terra.
Em sociedades mais desenvolvidas que a brasileira, as crianças têm hábito de não
roubar; pegar aquilo que não é seu, por exemplo. Bem como, em sociedades mais
atrasadas em conhecimento que a brasileira, condenam-se ao apedrejamento por
adultério ou amputação de membros aqueles que roubam. Somos algo intermediário.
Léon
Denis, mais um espírito de escol que nos visitou, na introdução ao livro O Problema
do ser, do destino e da dor, nos diz: “A educação, sabe-se, é o mais poderoso
fator do progresso, pois contem em germe todo o futuro. Mas, para ser completa,
deve inspirar-se no estudo da vida sob suas duas formas alternantes, a visível e
a invisível, em sua plenitude, em sua evolução ascendente para os cimos da
natureza e do pensamento”.
Emmanuel,
em Fonte Viva, cap. 30, afirma-nos: “Educa e transformarás a irracionalidade em
inteligência, a inteligência em humanidade e a humanidade em angelitude. Educa
e edificarás o paraíso da Terra”. Suely completa que o processo de educação do
ser-humano é como o processo de educação do médium. O médium que trabalha na
casa espírita, que está praticando e educando a mediunidade na sessão mediúnica,
porque o médium educado nada mais é que o ser humano educado, que veio elaborando, numa jornada de existências, esse processo de educação apurada.
Jacques
Delors, político francês que nasceu em 1925, no livro Educação – Um tesouro a
ser descoberto, em relatório para UNESCO, sugere que: “A dimensão espiritual deve
estar no centro da nossa nova reflexão sobre educação”. Uma proposta corajosa e
ousada, entretanto demonstra-se muito atual e necessária. Delors ainda propôs em livro
os quatro pilares para educação Global do séc. XXI. São eles:
1 -
Aprender a conhecer. Como? - Ampliar e despertar a vontade do conhecimento,
amor por conhecer e proatividade para pesquisar! Indicar como melhor caminho:
Ler! Estimular desde cedo a leitura.
2 – Aprender
a fazer. Como? - Executar os planos e processos, correr riscos, e errar, errar muitas
vezes corrigindo e melhorando.
3 –
Aprender a conviver. Como? - Acima de tudo aprender a conviver com as
diferenças em nossa casa. Para além, dentro da casa espírita. Se o lar familiar
está em litígio, briga, o centro espírita é o refúgio e existe para ser um lar
fraterno!
4 –
Aprender a ser. Como? - Aprender a viver a vida, o sentido da vida, aprender a
ser um homem de bem; uma mulher de bem. Saber que a aprendizagem é infinita!
A
boa educação familiar traz a tona no espírito encarnante os seus talentos adquiridos,
desatando aquilo que ele já aprendeu no plano espiritual e outras vidas. Joanna
de Ângelis, no livro Constelação Familiar, escreve: “A família é o alicerce
sobre o qual a sociedade se edifica, sendo o primeiro educandário do espírito,
onde são aprimoradas as faculdades que desatam os recursos que lhe dormem
latentes. (...) A educação tem, portanto um compromisso com a espiritualização
do educando, orientando-o em torno da realidade de Deus, da Criação e da
finalidade espiritual da existência humana”.
Tal
qual a sublime linguagem do Amor puro de Jesus? Sim. Joanna de Ângelis descreve-nos,
no capricho que foram grifados os ensinos do Mestre e Cristo planetário: “Todo
o seu verbo está exagerado em linguagem programada para resistir aos tempos de
evolução do pensamento e abrir espaços para as repercussões sociológicas e
espirituais, éticas essenciais e morais seguras através dos diferentes períodos
da Humanidade”. (Jesus e o Evangelho à luz da psicologia profunda).
Ainda
que as leis da sociedade fossem mais severas, somente essa boa educação
proposta poderá extinguir o mal na fonte, na raiz do espírito ainda em
progresso evolutivo na Terra.
Evolução
constante, não existindo mais a violência, solidariedade sempre em primeiro
lugar e educação constante. Essa é a regra dos mundos felizes para Emmanuel. Sempre
vos lembrando: temos total a condição de nos edificarmos dentro dessa educação
proposta, caso contrário, o Mestre não nos teria chamado: “Vinde a Mim”.
IPV mar/2019 nº 228 – ANO 22
Reafirmando
a proposta de estudo e esclarecimento sobre as inconsistências doutrinárias
encontradas na 5ª edição francesa da obra A Gênese: os milagres e as predições
segundo o espiritismo, a USE-SP vem publicando tópicos comparativos de
capítulos selecionados.
Para
a presente análise, escolheu-se o primeiro item do Capítulo 14 da 5ª edição francesa
que, também, evidencia um grave problema semântico que distorce o significado
doutrinário.
Ao
se discorrer sobre os limites da ciência para investigar os fenômenos
espirituais, Kardec destaca que esses não podem ser explicados unicamente pelas
“leis da matéria”. As alterações sofridas na 5ª edição francesa distorceram
essa afirmação, apontando que aqueles fenômenos não podiam ser explicados
apenas pelas “leis da natureza”. A seguir, os trechos no original:
1ª
edição (1868) — Cap. 14, item 1: “... mais les phénomènes où l’élément
spirituel a une part prépondérante, ne pouvant être expliqués par les seules
lois de la matière, échappent aux investigations de la science: c’est pourquoi
ils ont, plus que les autres, les caractères apparents du merveilleux.”
5ª
edição (1872) — Cap. 14, item 1: “... mais les phénomènes où l’élément
spirituel a une part prépondérante, ne pouvant être expliqués par les seules
lois de la nature, échappent aux investigations de la science: c’est pourquoi
ils ont, plus que les autres, les caractères apparents du merveilleux.”
Uma
vez que matéria e natureza possuem significados diferentes e não são conceitos
que foram utilizados como sinônimos por Kardec em suas obras, o texto modificado
apresenta um claro contraste semântico.
Por
“natureza”, entende-se o conceito amplo que envolve tudo o que é natural, ou
seja, todos os elementos do universo, espírito e matéria. Os fenômenos
espirituais estão, portanto, dentro das leis naturais e podem ser explicados
por elas. Na 5ª edição francesa de A Gênese, a alteração da frase faz com que
se negue essa explicação natural e afirme-se que os fenômenos espirituais
estariam fora da própria natureza.
Na
questão nº 617 de O Livro dos Espíritos, destaca-se a associação direta de que
“todas as leis da Natureza são leis divinas, pois que Deus é o autor de tudo. O
cientista estuda as leis da matéria, o homem de bem estuda e pratica as da
alma”. Ainda nesta questão, reforça-se o conceito de que, dentre as leis divinas,
“umas regulam o movimento e as relações da matéria bruta: as leis físicas, cujo
estudo pertence ao domínio da Ciência” e “as outras dizem respeito
especialmente ao homem considerado em
si
mesmo e nas suas relações com Deus e com seus semelhantes. Contêm as regras da
vida do corpo, bem como as da vida da alma: são as leis morais”.
No
item 41 do capítulo 1, em todas as edições de A Gênese, destaca-se que as leis
da natureza reveladas pelo Espiritismo confirmam, explicam e desenvolvem tudo
quanto Jesus disse e fez, elucidando os pontos obscuros do ensino cristão. As leis
morais, portanto, são naturais. Essa condição impede qualquer tentativa de substituição
semântica de leis da natureza por leis da matéria.
No
capítulo 12 de A Gênese, em todas as edições, Kardec discorre sobre o conceito
de milagre, o qual seria uma derrogação das leis da natureza. Uma vez que as
leis da natureza são imutáveis, não existiriam milagres ou fatos não naturais.
Essa frase seria distorcida se a mesma fosse reescrita substituindo-se leis da
natureza por leis da matéria.
Igualmente,
há muitas outras passagens em todas as obras da chamada Codificação que Kardec
e os Espíritos reafirmaram o uso de leis da natureza para tudo o que é natural,
inclusive abrangendo as leis morais e todos os fenômenos espirituais.
Assim,
ao se substituir “leis da matéria” por “leis da natureza”, tal qual ocorrido no
item 1 do capítulo 14 da 5ª edição de A Gênese, afirma-se que os fenômenos espirituais
não seriam naturais e isso distorce seriamente o conteúdo lógico do texto
original escrito por Kardec.
Nota
sobre a Tradução de A Gênese:
No
mês de junho, a União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo divulgou
nota oficial em que considera a 4ª edição de La genèse, les miracles et les prédictions
selon le spiritisme, como a edição definitiva feita por Allan Kardec, ainda
encarnado.
Em
dois itens da referida nota, a USE recomenda “às editoras e distribuidoras que
privilegiem a publicação e comercialização da 4ª edição francesa e suas
respectivas traduções do livro A Gênese: os milagres e as predições segundo o
Espiritismo, uma vez que a 5ª edição contém elementos de autoria duvidosa e
doutrinariamente distorcidos ou fragilizados decorrentes das alterações
sofridas em comparação à 4ª edição”. Em outro item, recomenda “a todos os
estudiosos espíritas e não espíritas que promovam análises comparativas entre
as quatro primeiras edições (idênticas) com a 5ª edição francesa e suas
traduções”.
Para
tornar estas recomendações mais práticas, a USE está fazendo a tradução para o
português da referida 4ª edição do original em francês. Além da tradução,
contaremos com revisão dos conhecimentos da ciência na época de Kardec, em
notas de rodapé. Estima-se que teremos o lançamento da edição traduzida ainda
neste primeiro semestre.
Fonte: Dirigente Espírita #
169, janeiro/fevereiro de 2019. Website: www.usesp.org.br
IPV Fev/2019 nº 227 – ANO 22
A
campanha política para presidente em nosso país foi a mais acirrada dos últimos
tempos. Nunca se viu tamanho engajamento das pessoas em defesa de seus
candidatos, de forma espontânea e não por aliciamento financeiro. A
participação política dos cidadãos é principio democrático importante para
construção de uma sociedade melhor e preocupada com o bem-estar de todos. Na
sua ausência, os espertalhões e interesseiros se sentem mais à vontade para
impor os seus meios escusos, corromper e locupletar-se indevidamente.
Allan
Kardec perguntou aos Espíritos Superiores por que no nosso mundo, tão frequentemente,
a influencia dos maus supera a dos bons, e a resposta foi: “Por fraqueza
destes. Os maus são intrigantes e audaciosos, os bons são tímidos. Quando estes
o quiserem, preponderarão” (questão 932, O Livro dos Espíritos).
Dessa
maneira, os preocupados com o bem coletivo, que defendem uma ordem social
baseada na lei e no respeito ao próximo devem ter uma ação positiva e
afirmativa, embora não necessariamente partidária.
Porém,
pelos arroubos da apaixonada participação política, também foi possível
perceber que somos meros aprendizes da democracia, do diálogo e da
fraternidade. O ego orgulhoso ainda permanece e não aceita discordância. De
estrutura frágil e amedrontada, vale-se do instinto agressivo desejando
sobrepor-se e dominar, para não ser dominado. Em O Evangelho Segundo o Espiritismo
consta a mensagem de um Espírito Protetor, sobre a cólera, datada de 1863, que
assim se inicia: “O orgulho vos induz a julgar-vos mais do que sois; a não
suportardes uma comparação que vos possa rebaixar; a vos considerardes, ao
contrário, tão acima dos vossos irmãos, quer em espírito, quer em posição
social, quer mesmo em vantagens pessoais, que o menor paralelo vos irrita e
aborrece...” (cap.IX).
Foi
por isso que se viu, em todas as camadas sociais, não um respeitoso diálogo de
idéias, próprio das criaturas psicologicamente maduras, mas um confronto
pessoal e agressivo, com menosprezo do outro, só pelo fato de pensar de maneira
diferente. Amizades e laces familiares se estremeceram. Opositores agrediram
moral e fisicamente.
Até
mesmo muitos espíritas foram contagiados pelo clima geral e se aproveitaram dos
grupos e redes sociais da internet para apresentar as suas opções políticas,
mas descuidados da vigilância recomendada por Jesus, igualmente se permitiram
denegrir os demais candidatos e seus seguidores, olvidando que entre esses se
encontravam amigos, familiares e companheiros do centro espírita.
E
meio a esses imprudentes debatedores estavam lideranças e dirigentes de casas
espíritas, cujo papel, no entanto, deve ser o de acolher a todos que buscam no
Espiritismo o consolo para as suas aflições e o esclarecimento de suas dividas
morais e espirituais. O Espiritismo, sendo o Cristianismo redivivo, não faz
distinção de pessoas, porque é de sua essência a fraternidade universal. E,
conquanto o dirigente espírita não possa ser confundido com a doutrina que
professa, representa a casa que freqüenta e é muito desagradável e
constrangedor estar numa instituição cujo o dirigente é dado a ofensas por
questões políticas. Os frequentadores de um centro devem ser respeitados no
sagrado direito do livre-arbítrio, sem que isso seja motivo de mal estar, já
que todos também queremos ser por isso respeitados.
Não
foi à toa que André Luiz nos recomendou: “Impedir palestras e discussões de
ordem política nas sedes das instituições doutrinárias, não olvidando que o
serviço de evangelização é tarefa essencial” (Conduta Espírita, cap. X,
psicografia de Waldo Vieira).
Como
do mal se pode extrair o bem, concluímos que precisamos de mais Evangelho no
centro espírita e de mais religiosidade em nossas vidas. E o nosso norte é
Jesus – modelo e guia da humanidade. Sigamos, conforme Emmanuel, quando lhe
perguntaram: Apresentando o Espiritismo, na sua feição de Consolador prometido
pelo Cristo, três aspectos diferentes: científico; filosófico, religioso, qual
desses aspectos é o maior? R: - Podemos tomar o Espiritismo, simbolizado desse
modo, como um triângulo de forças espirituais. “A Ciência e a Filosofia
vinculam à Terra essa figura simbólica, porém, a Religião é o ângulo divino que
a liga ao céu. No seu aspecto científico e filosófico, a doutrina será sempre
um campo nobre de investigações humanas, como outros movimentos coletivos de
natureza intelectual que visam o aperfeiçoamento da Humanidade. No aspecto
religioso, todavia, repousa a sua grandeza divina, por constituir a restauração
do Evangelho de Jesus Cristo, estabelecendo a renovação definitiva de homem,
para a grandeza do seu imenso futuro espiritual” (O Consolador, psicografia de
Chico Xavier).
Se
desejeis uma regra para nossas condutas, nada melhor do que todas as oferecidas
por Jesus: “Que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos amei a vós” (João,
13:34).
IPV
FEV./2019 nº 227– ANO 22
Cético até os 50 anos e registrado com
o nome de Hippolyte Léon Denizard Rivail, Allan Kardec tem parte de sua
história pouco conhecida. Uma trajetória com contradições, crise de fé,
conversão e descobertas a serem mostradas em "Kardec", filme que
chega aos cinemas em maio de 2019.
Com direção de Wagner de Assis, a
produção é baseada no livro "Kardec - A biografia", de Marcel Souto
Maior. A obra acompanha a vida do francês desde o período em que atuava como
educador até o momento em que se torna o "pai do espiritismo".
No longa, Kardec é interpretado pelo
ator Leonardo Medeiros. Dar vida ao estudioso que codificou a doutrina espírita
fez Leonardo colocar em prática algumas transformações pessoais, coisas que ele
já pensava em mudar, entre elas a alimentação. Virou vegano. "O filme me
deu um empurrão e acabei virando vegano. A parte da fenomenologia não é muito a
minha praia, mas a parte dos preceitos dessa doutrina é muito legal, poucas
religiões trazem esse conforto", acredita o ator.
Falar de Kardec fez nascer no diretor
de "Nosso Lar" e "A Menina Índigo" (sucessos do cinema que
misturam religiosidade e boas bilheterias) a vontade de mostrar para o público
que "o conhecimento pode salvar as pessoas". "O personagem tem
essas coisas boas que nos trazem reflexões, porque se trata de uma trajetória
humana".
"Ele reformou o ensino básico, um
homem de razão e ciência, que aceitou mudar de nome, aos 50 anos, para dar voz
a uma coisa que ele descobriu com a ciência, depois de pesquisar muito",
explica Wagner.
Apesar de ter uma temática espírita,
não se trata de uma produção sobre o espiritismo. "É um filme sobre
investigação, sobre métodos, sobre racionalizar coisas que até então não
poderiam ser racionalizadas", resume o diretor. "Nosso filme é
absolutamente universal. Não é um filme espírita, porque não acredito no gênero
espiritismo, como temos o drama, a comédia. Combato esse rótulo porque
espiritismo é uma doutrina, pode ser qualquer coisa, menos um gênero
cinematográfico".
Parte das filmagens foi feita em
Paris, o restante das cenas estão sendo rodadas no Rio de Janeiro, em locações
que recriam o ambiente parisiense do século 19. O Palácio do Itamaraty, no
Centro do Rio, virou a Academia de Ciências de Paris. Demais cenas serão
rodadas também em outros lugares com arquitetura semelhante à francesa:
Os sets montados em Paris foram o
grande desafio do diretor. "Conseguir fazer um filme de época, em uma
época que não existe mais nem em Paris foi uma experiência desafiadora. Nos
anos em que Kardec viveu os prédios eram velhos, tinha esgoto nas ruas, muito
diferente. O universo desse filme é complexo, fora todo o contexto de
interpretação", avalia Wagner.
Cinebiografia mostra
trajetória de Allan Kardec — Foto: Divulgação/Dan Behr
Cinebiografia mostra
trajetória de Allan Kardec — Foto: Divulgação/Dan Behr
IPV dez/2018 nº 226 – ANO 21
Aconteceu
em 06/11/2018 no Seareiros de Jesus, a palestra supra-enunciada. Quem nos
proporcionou atemporais elucidações com a fala esclarecida foi o expositor
Milton Santiago Junior, médico clínico geral e residente de Americana.
Gostaríamos de climatizar o início desse artigo com as mesmas belas músicas
eruditas de abertura executadas pela musicista Beth, que foi seguida pela apresentação
e prece de vibrações de Izildinha Cioldin.
Dr.
Milton fez uma escolha de abordagem muito sábia na nossa humilde opinião. Em
uma hora por média de fala, o exímio orador se prendeu em torno de 45 minutos a
explicar os aspectos médicos da depressão. Isso porque, cremos que o que se pretendeu
aqui pelo profissional foi esclarecer de uma vez por todas que depressão, e
demais transtornos de humor que citaremos, são doenças. Ponto. Doenças que
necessitam urgentemente ser aceitas como doenças, muitas vezes pelo próprio ser
acometido dos sintomas. A dádiva que nos dias atuais estudamos muito sobre depressão
e existem diversas propostas de tratamento, que se bem aceitas pelo doente
serão sim muito eficazes. Técnicas essas por intervenções de profissionais
médicos e medicamento, em determinados casos que serão descritos, com a
intervenção de mudança de comportamentos e hábitos de acordo com a possibilidade
de cada um, passando a partir daqui manter hábitos de uma vida mais conectada
ao espírito. Essa atitude de cambio de perspectiva é fundamental, independente
em qual religião se encontre essa porta.
Milton
Santiago abriu as imagens no projetor nos mostrando uma tela onde há o mestre
Jesus acompanhado de onze discípulos e um, que seria talvez o décimo segundo,
nas sombras. E nos perguntou quem haveria de ser aquele, ali, obscurecido. A
boa idéia de abstração não foi especular de fato a sua identidade, mas nos
comunicar que, pelas porcentagens conhecidas pela medicina moderna,
probabilisticamente falando, de doze discípulos, atualmente três haveriam de
ter transtorno depressivo.
Particularmente
a segunda ilustração deixou-me entusiasmado, tratava-se do quadro Melancolia do
pintor Norueguês Edvard Munch. È um quadro de 1894 que engloba o pessimismo
individual vigente a partir do século XIX na Europa. Um continente abarrotado
pelo vazio existencial, alheamento e falta de propósito. Milton nos coloca a
par de compreendemos com essa tela, que é claro o sinal que atender os
interesses do homem material não preenche o espírito. Mas é bom frisar, muitas
vezes a vida não é tão ruim, mas a maneira como o sujeito depressivo percebe a
vida é que é muito ruim.
Existem
alguns fatores de risco, se assim posso colocar, que na fala de Milton soam-nos
como propulsores, estopins de comportamento que possam guiar ao quadro
depressivo. O primeiro fato é Ociosidade. Aquela velha máxima: “mente vazia
oficina do diabo”. Porem das recorrências clinica de Milton, os pacientes são
altamente hiperativos hoje, pois se tem muita oportunidade de comunicar-se, o
que não deixa de ser uma atitude e atividade, os famosos compartilhamentos em
rede. Porém o que temos muito é informativo, simbólico e não tira o nosso
espírito da ociosidade, compreendem? Para mudar isso por total, ou quase,
teríamos que nos ligar em atividades laborais que tivessem a ver como o nosso
espírito eterno. Digo que tem sociedades se movendo nesse âmbito, corretamente
e os resultados tem sido fantásticos para o bem estar e produtividade. Para nós
brasileiros a dica encontrada e muito boa, aliás, é nos envolvermos cada vez
mais em trabalhos solidários e fraternos em nosso tempo ocioso. Falaremos mais
deste aspecto.
O
segundo fator de risco é a falta de fé. Ter fé é a nossa ligação direta com o
Pai criador. Saber que Ele é absolutamente justo nos nossos reveses, que Ele
merece todo o nosso silencioso e sincero agradecimento em cada um dos nossos
méritos e conquistas, e Ele nos Ama incondicionalmente em cada único instante
de nossas existências. Como disse Milton, isso é independente da instituição
que nos queiramos ajudar e ser auxiliados por, pois no Brasil muito dos
depressivos seguem alguma religião, porém não internam a parte mais espiritual das
mesmas, não prestam um trabalho, não se envolvem nos estudos, assim torna-se um
atavismo superficial demais para os mudarem. E sair de uma depressão requer
mudanças. Outras tantas disciplinas para não cair novamente em outra.
Há
três sintomas básicos para notar depressão em si ou em outros: 1) Sofrimento
moral (a pessoa acha que tudo é culpa dela); 2) Inibição psicomotora (não
consegue levantar da cama; tomar banho; comer); 3) Estreitamento vivencial
(perde o interesse por convívio social).
Transcrevemos
adiante uma ontologia apresentada por Milton sobre o que a Medicina atual
aborda para classificar pessoas em casos de depressões.
Primeiro
devesse saber se existem motivos plausíveis. Caso sim (ex.: desencarne de um
ente querido, separações matrimoniais, aposentadoria...) chamam-na de
‘depressão reativa’. E caso não há motivos plausíveis (não ocorreu fato que
alterasse os sentidos e assim sentimentos) chamam-na ‘depressão primária’.
A
Medicina moderna trabalha com quatro grandes fatores que podem encadear
depressão:
1º
Fatores neuroquímicos (ex.: muitos pacientes que entram no consultório e dizem
que estão com baixa serotonina no cérebro, pois estão tristes). Como diz
Milton, muitas vezes existe essa falta química, mas nem sempre é só ela que
desencadeia o quadro do doente. Os medicamentos atuam nessas faltas químicas, e
devem ser usados com cautela e bom diagnóstico e acompanhamento profissional.
2º
Fatores culturais (país em guerra) e históricos (miséria não minorada)
3º
Crenças e valores. (muitas vezes depressivos consideram que o tratamento irá
alterar a sua criatividade, o seu comportamento, isso é uma crença de valor).
Existem valores que nos fortalecem e valores que nem tanto. Os que fortalecem vêm
da linguagem universal do Criador, os que nem tanto favorecem ao espírito
eterno são culturais e podem e devem ser refletidos como até quanto necessários.
4º
Estrutura familiar e social. (família é uma fonte de Amor que deve se expandir
para a sociedade e quando assim for, seremos fraternais em nome do Criador e
regenerados).
È
primordial compreendermos que todas, todas as doenças da medicina são
diferentes em cada um de nós. Por isso, pacientes com mesmo diagnóstico são
tratados com mesma medicação e, enquanto uns apresentam melhora, outros não.
Isso é prioridade para se conversar com pessoas com transtorno de humor e não
sair por ai dando os famosos conselhos definitivos.
Os
transtornos de humor atualmente são:
1-
Depressão Unipolar (a pessoa está sempre desanimada, é recorrente e prolongada
e grave)
2-
Transtorno Bipolar (PMD_ psicose maníaco depressiva): variância cíclica de
estado depressivo grave com estado eufórico, também chamado maníaco. Pode levar
aos surtos psicóticos e o estado maníaco apresenta quadros de abusos de hábitos
como compra e abusos de substâncias.
Esse
dois são os casos que quanto antes diagnosticados requerem tratamento com
acompanhamento médico, pois a pessoa sem o mesmo pode ficar incapacitada de
exercer funções sociais como trabalho ou ainda manter-se em relacionamentos afetivos
duradouros.
Os
abaixo são considerados menos graves:
1-
Hipomania (fase agitação), 2 – Ciclotimia (alto e baixo moderado), 3 – Distimia
(depressivo crônico)
Associação
recorrente de risco: Abuso de álcool.
Para
adolescentes: bullying nas redes sociais.
Tem
sido recorrentes na gravidez.
Sabe-se
atualmente que a genética determina a predisposição, enquanto que a química
cerebral apresenta um desajuste. Reafirmamos aqui que depressão é doença, não é
“frescura”. Com a tomografia por emissão de pósitrons, pode-se claramente, nos
foi mostrado na projeção, comprovar que o metabolismo cerebral de um indivíduo
deprimido é muito lentificado. Juntemos a esses fatores fisiológicos a
vulnerabilidade psicológica e os estressores ambientais, e assim está feito o
palco para as obsessões espirituais.
Recomenda-se
a leitura do livro citado por Milton, Entre a Terra e o Céu, 7º livro da
coleção A Vida no Mundo Espiritual, ditado pelo espírito André Luiz para
Francisco Cândido Xavier.
Ainda
continua o expositor esclarecendo que não podemos dizer que todo quadro
depressivo advêm de processo obsessivo. Que sempre há socorro para todo
suicida. Somente no Brasil, ocorrem 10.000 suicídios por ano. Nós espíritas,
dia a dia temos como maior papel trazer uma revivência da vida missionária de
Jesus Cristo, pois diante do individuo em sofrimento, em um atendimento
fraterno, não nos cabe condenar. Atendimento fraterno é para ouvir e acolher.
Ainda temos como recurso em comunhão com a espiritualidade o trabalho do passe,
e a reunião de desobsessão. O melhor e maior profissional espírita é aquele que
acolhe com Amor verdadeiro com aquilo que tem. “Desperta tu que dormes”.
IPV set/2018 nº 223 – ANO 21
A
terceira palestra do Mês de Estudos Especiais do Seareiros aconteceu em
18/08/2018, e quem nos proporcionou elucidações com a sua fala esclarecida foi
o expositor Joelson Pessoa, de Guarulhos, com a temática “Vida, sexo e destino”.
Antes
de abordar o cerne do tema, Joelson alertou-nos dirigindo-se a platéia para que
não levemos os atavismos metódicos de outras instituições para as casas
espíritas. Demais instituições que propõem a elucidação moral, contudo que não
se enquadram nas condutas espíritas. Seria algo do tipo, não ir ao centro
espírita somente por fazer um “social” de domingo de manhã, sem no mínimo se informar
daquilo que envolve tudo que é estar aqui como via de elucidação de luz, por
toda a doutrina que há por trás do que levamos no nome de espíritas, histórico de
conduta de comportamento e comprometimento com Deus e ao próximo.
Vamos
ao ponto, roubando o jargão de um programa da TV. Joelson nos alerta que os
órgãos sexuais humanos, o pênis e a vagina, são tais e somente existem no corpo
físico. Nós humanos, de maneira bem libertina, nos separamos se tratando de
casal, namoro e depois matrimonio, basicamente pelo motivo banal de
desinteresse pelo corpo do par. Não só quando envelhecemos, bem como quando
acontece algum imprevisto que danifica fisicamente o corpo jovem e belo do
outro.
Foi
uma palestra para se ouvir e admitir que sim, muitos de nós temos essas
atitudes imorais, ou, faríamos exatamente isso se a oportunidade nos
acomete-se.
A
questão 200 do livro dos espíritos é a famosa: Os espíritos têm sexos? E a
resposta é: “Não como o entendeis, pois, os sexos dependem dos organismos.
Entre eles há amor e simpatia baseado na identidade de sentimentos.”
A
pergunta 201 responde que são os mesmos espíritos que animam os homens e as
mulheres, e ainda, na 202, esclarecem-nos
que o espírito escolhe ser homem ou mulher segundo as provas que deve suportar
em lugar de preferências físicas.
Tomo
a liberdade de recorrer ao conferencista mineiro Simão Pedro, para esclarecer
ainda mais sobre esse mesmo aspecto da sexualidade. Simão diz em uma
conferência que a sexualidade é uma energia e que todos nós há temos. Quando
encarnados ela se manifesta naturalmente nas funções genéticas, no entanto,
está como um potencial criador total. A energia sexual independe dos órgãos sexuais,
assim, enquanto não dependente dos órgãos sexuais, nós podemos chamá-la de
afeto, e o afeto independe do físico. O afeto se dá de pessoa a pessoa como de
alma a alma. Por isso o espírito se une por afinidade de sentimentos.
Voltanto
ao Joelson, ele cita o estudo “Ensaio teórico sobre as sensações no espírito”,
onde Kardec afirma que todas as sensações residem no espírito. O expositor nos
faz lembrar que as sensações são a parte mais superficial do que se tornará, um
dia, sentimento profundo. Sendo assim, o espírito mesmo que desencarnado, enquanto
ainda for materializado tem desejo sexual.
Existem
dezenas de humanos que procuram tratamento para disfunção sexual. O expositor
bem direciona como proceder, e creio vale para todo sintoma físico e emocional.
Deve-se conhecer o problema, dar nome ao que se sente. Depois entender a
dimensão do problema, para só então descobrir como tratar. E alertou aos
atendentes fraternos ter discernimento e cautela com todos que chagam ao centro
com essas duvidas no comportamento. No melhor dos casos, se não formos nós
profissionais médicos, encaminharmos para tal em comunhão com a elucidação e
amparo espiritual.
No
prefácio do livro Amor e Sexo pelo médium Chico Xavier, Emmanuel diz que
caminha a humanidade para que o sexo vire iluminação e respeito. O livro é de
1960/70 auge do feminismo e dos movimentos hippies.
É dessa
maneira que tudo o que os meninos sabem é insuficiente com o todo, bem como,
tudo o que as meninas sabem, também é insuficiente como o todo. Portanto a
reencarnação, dualizando-nos nos diferentes estados é mais do que justa, até
para acerto de desavenças. O que fazemos de excesso num estado de gênero contra
a vontade do outro, sofreremos muito provável quando reencarnarmos como tal, e
vice e versa, até cansarmos de sofrer e partirmos para o amor total por todos e
tudo.
Interessante
frisar que o caráter, o gosto, o sentimento de uma encarnação, pode se
preservar na futura encarnação, o que fundamenta um pouco o que vemos na
atualidade das diversidades das expressões da sexualidade ou energia sexual.
Para
via de conclusão, Joelson cita que os encarnados mais equilibrados na Terra em
relação à prática sexual, caminham numa corda bamba. Deixou um aspecto da
passagem da mulher adúltera do Novo Testamento que proponho como pesquisa. Se
não erro, teria sido dito por Humberto de Campos espírito. Para ser conciso, não
teria sido somente o temor da frase proferida por Jesus “Quem não tem pecados,
que atire a primeira pedra” que fez aqueles homens recuarem. O que o Cristo
teria escrito na areia quando questionado de como julgaria a adultera, ao
abaixar a cabeça, foram todos os piores “podres” dos presentes ali no
julgamento em relação às práticas sexuais deles. De modo que eles foram postos
em xeque e tombaram para trás. E nós? Deveríamos refletir o quê nós teríamos
temor se o Cristo escrevesse sobre nossa conduta sexual com o par na areia para
que todos vissem, ou não?
fonte da conferência de Simão Pedro: O sexo dos
espíritos, sexualidade? Youtube.
IPV set/2018 nº 223 – ANO 21
Aconteceu
em 07 de Agosto do ano vigente, marcando a abertura das palestras do mês de
Estudos Especiais no Seareiros, a exposição de Leandro Piazon (associado da
casa) com o tema: Jésus Gonçalves – O poeta das chagas redentoras.
Após
a prece da cara Izildinha Cioldin, Leandro começa nos alertando para um ponto
interessante. O fato que não existem muitos arquivos da memória, para consulta
histórica do Movimento Espírita, nos tempos primevos da Terceira Revelação, o que
dificulta um tanto a aprovação de caráter de observação e pesquisa, do critério
experimental e empírico que levou a codificação de Allan Kardec, por exemplo.
Isso no mínimo ajudar-nos-ia com a nossa argumentação de divulgadores de bem e
espíritas. Naquele tempo de 1850, não estavam disponíveis os recursos como
gravadores de áudio, a rádio, a fotografia com qualidade descritiva, não foi
utilizado para o registro dos eventos das irmãs Fox em Hydesville, ou ainda, nas
mesas girantes, tudo o mais que conhecemos de físico e mecânico da transcrição
do Codificador pedagogo e pesquisador que foi Kardec. Entretanto, Deus nosso
pai misericordioso, provém com o consolo: li em um dos livros do espírito
Patrícia – de Violetas na Janela- que em muitas colônias esses arquivos estão
lá para serem assistidos, como tudo ocorreu ali e descrito numa tecnologia
emocionante em imagens do mundo dos espíritos. Uma curiosidade, como a Patrícia
não tinha bônus horas, sim, para aproveitar o cinema da espiritualidade é
necessário “pagar” com bônus horas, entretanto o seu amigo ou a sua avó lhe
emprestavam os deles. Vida boa né. Trabalhemos para tal.
O expositor
Piazon remete-nos a três encarnações, anteriores dessa em voga do espírito
Jésus. Ele nasceu como Alarico I, rei visigodo, vivendo de 370 – 410 d.C. Todas
as tribos que não eram Romanas eram consideradas bárbaras e o saque que Alarico
I promoveu em Roma em 410 foi decisivo para a derrocada do Império Romano.
Cinqüenta anos depois ele renasce como Alarico II, sucessor e rei visigodo,
vivendo de 466 – 507 d.C, mas acaba derrotado pelos francos, que alegando o
afronte dos hereges aos arianos, tiveram o apoio da igreja ou exército na
batalha de Vouillé e o sucumbiram.
A
próxima reencarnação conhecida desse espírito acontece em 1585, agora como
Cardeal de Richelieu, que foi um político francês, primeiro-ministro de Luís
XIII de 1628 a 1642. Ele arquitetou o absolutismo na França e portava-se em
total favor do lema “todo poder ao rei”.
Pois
bem, chegamos aos tempos mais recentes. Esse mesmo espírito formado nessas três
encarnações reconhecidas na história e, notem, não quer dizer foram suas únicas
e sim as relevantes no histórico, entretanto ele renasce como Jésus Gonçalves
em 12 de Julho de 1902 em Borebi – SP.
Jésus
desenvolveu apreço pela música, dramaturgia, poesia, tendo formado a primeira
bandinha de Borebi. Jésus Gonçalves ficou órfão de mãe, Josepha Mendes, aos 3
anos quando ela morreu de um tumor no intestino, e seu pai, João Gonçalves, era
um humilde lavrador que pouco tempo tinha para o filho, dessa forma Jésus foi
educado por seu tio, Antonio Arruda, na cidade de Agudos. Aos 14 anos
empregou-se como trabalhador braçal na Fazenda Boa Vista, em Borebi. Nesta
época começou a aprender música e junto com outros companheiros animavam as
quermesses e bailes com a Bandinha de Borebi. Aos 17 anos foi para a cidade de
Bauru, onde freqüentou a escola, mas não chegou a tirar o diploma do Ginásio.
Casou-se aos 20 anos com Theodomira de Oliveira, que era viúva e já tinha 2
filhas. Ainda tiveram mais 4 filhos. Nesta época empregava-se como Tesoureiro
da Prefeitura. Em 1930 sua esposa morre por causa de uma tuberculose. Apesar das
enormes dificuldades em criar suas 6 crianças continuava a tocar e fazia parte
da Banda da Prefeitura de Bauru como clarinetista. Atuava também como diretor e
ator de teatro na cidade. Apesar de seu pouco estudo apreciava a poesia e
prosa, colaborando ativamente nos jornais Correio da Noroeste e Correio de
Bauru. Casou-se novamente com uma vizinha sua que lhe ajudava a cuidar das
crianças, Anita Vilela.
Aos
27 anos foi acometido pela hanseníase. Anita era estudiosa da doutrina espírita
e tentava, em vão, esclarecer a mente materialista do ateu Jésus. Nestes tempos
os doentes eram obrigados a abandonar seus empregos e viverem isolados da
sociedade, trancados em suas casas ou então em leprosários. Aposentado
prematuramente passou a viver em uma moradia cedida temporariamente pela Câmara
Municipal de Bauru. Apesar disso continuou a escrever para o Correio da
Noroeste. Seu compadre, João Martins Coube, cedeu-lhe o usufruto de um sítio,
onde Jésus passou a cultivar melancias e outras frutas. Mas, em Agosto de 1933,
o Serviço Sanitário recolheu-o, afastando-o do convívio de sua família, e
internou-o no Asilo-Colônia Aymorés (atual Instituto Lauro de Souza Lima), em
Bauru. Fundou o jornal interno "O Momento ", a "Jazz Band de
Aymorés " e a equipe de futebol. Por não receberem grupos artísticos no
asilo, fundou também o grupo teatral interno. Jésus sofria muito com problemas
no fígado, buscava a transferência para o Hospital Padre Bento em Guarulhos.
Mas suas cartas paravam nas mãos do Diretor do Sanatório Aymorés, que não
queria perder seu mais ativo e dinâmico interno. Em 1937 conseguiu a
transferência, mas não conseguiu chegar até lá, as dores no fígado o obrigaram
a parar em Itú, e alí ficou no Hospital de Pirapitinguí. Fundou alí além da
"Jazz Band ", a Rádio Clube de Pirapitinguí e um jornal interno, o
"Nosso Jornal".
Em
1943 Anita morreu, e no velório aconteceram diversos acontecimentos mediúnicos
de clarividência de alguns colegas seus. Tempos depois Anita envia uma mensagem
para ele de uma forma bastante íntima onde Jésus não teve dúvidas da veracidade
das informações. Por ser extremamente materialista buscou nos livros espíritas
as explicações para o contato. Um dia, às voltas com suas dores no fígado,
tirou um pouco de água e colocou em um copo dizendo: “Se Deus existe mesmo, dou
5 minutos para que coloque nesta água um remédio que me alivie as dores que
sinto”. E contou no relógio. Quando bebeu a água sentiu que estava totalmente
amarga. Chamou um companheiro que confirmou a alteração da água. E após 2 minutos
nada mais sentia em dores. Com dificuldades conseguiu recursos junto às
comunidades espíritas para a construção do Centro Espírita Santo Agostinho,
fundado em 1945. Passou então a atender as incorporações de familiares e
desobsessões severas de quem o procurasse, permitindo a estes que voltasses à
vida normal. Vinte dias antes de desencarnar, com a doença já tendo lhe
consumido todo o corpo, e também as cordas vocais, foi à sessão espírita e para
a surpresa das 300 pessoas presentes, fez uma preleção de quase duas horas de
elevados ensinamentos evangélicos. Ao término da preleção Jésus simplesmente
perdeu novamente a voz. Sofreu muito nos últimos dias, o seu corpo estava
completamente deformado pela doença, seu rosto transfigurado e seus órgãos
começaram a parar, e lentamente morreu.
No
Brasil, até meados do século XX, os doentes eram obrigados a se isolar em
leprosários e tinham seus pertences queimados, uma política que visava muito
mais ao afastamento dos portadores do que a um tratamento efetivo.Nesta época
existiram leis para que os portadores de lepra fossem "capturados" e
obrigados a viver em leprosários, a exemplo do Sanatório Aimorés (em Bauru,
SP), o Hospital do Pirapitingui (Hospital Dr. Francisco Ribeiro Arantes) e o
Hospital Curupaiti em Jacarepaguá, no Rio de Janeiro. A Lei nº 610/1949 que
estabelecia a "internação compulsória" foi revogada em 1968, por meio
da Lei nº 5.511, de 15 de outubro daquele ano, porém o retorno dos pacientes ao
seu convívio social era extremamente dificultoso em razão da pobreza e
isolamento social e familiar a que eles estavam submetidos. Apenas em 1962 a
internação compulsória dos doentes deixou de ser regra. Os doentes comparavam
os sanatórios e os leprosoários aos campos de concentração da Segunda Guerra
Mundial.
fonte
complementar: Wikipedia; - RUBIO, Arnaldo. Eu
Denuncio o Estado: Porque o mal da Lepra não era o bastante. Ed.: Sabri.
2012.
Na
planta do Sanatório percebemos a semelhança dos campos de concentração. Ao
lado, o baile de réveillon dos Hansenianos.
IPV
SET./2018 nº 223– ANO 21
Situar
em posição clara e definida as aspirações sociais e os ideais espíritas cristãos,
sem confundir os interesses de César com os deveres para com o Senhor.
Só o
espírito possui eternidade.
Distanciar-se
do partidarismo extremado.
Paixão
em campo, sombra em torno.
Em
nenhuma oportunidade, transformar a tribuna espírita em palanque de propaganda
política, nem mesmo com sutilezas comovedoras em nome da caridade.
O
despistamento favorece a dominação do mal.
Cumprir
os deveres de cidadão e eleitor, escolhendo os candidatos aos postos eletivos,
segundo os ditames da própria consciência, sem, contudo, enlear-se nas malhas
do fanatismo de grei.
O discernimento
é caminho para o acerto.
Repelir
acordos políticos que, com o empenho da consciência individual, pretextem
defender os princípios doutrinários ou aliciar prestígio social para a
Doutrina, em troca de votos ou solidariedade e partidos e candidatos.
O
Espiritismo não pactua com interesses puramente terrenos.
Não
comerciar com o voto dos companheiros de Ideal, sobre quem a sua palavra ou
cooperação possam exercer alguma influência.
A fé
nunca será produto para o mercado humano.
Por
nenhum pretexto, condenar aqueles que se acham investidos com responsabilidades
administrativas de interesse público, mas sim orar em favor deles, a fim de que
se desincumbam satisfatoriamente dos compromissos assumidos.
Para
que o bem se faça, é preciso que o auxílio da prece se contraponha ao látego da
crítica.
Impedir
palestras e discussões de ordem política nas sedes das instituições
doutrinárias, não olvidando que o serviço de evangelização é tarefa essencial.
A
rigor, não há representantes oficiais do Espiritismo em setor algum da política
humana.
“Nenhum
servo pode servir a dois senhores.” – Jesus. (LUCAS, 16:13)
IPV
SET./2018 nº 223– ANO 21
O
Espiritismo respeita todas as instituições governamentais, porque considera que
originariamente foram criadas com o fim de proporcionar bem-estar ao povo. Se
essa finalidade maior em algum momento foi deturpada, ou ainda está sendo,
pelos que ocupam os cargos públicos, nem por isso a instituição em si mesma
deva ser descartada, porquanto o modelo democrático é o que mais corresponde
aos ideais cristãos.
Não
cabe à Doutrina Espírita qualquer intromissão direta nos destinos políticos do
Brasil e nem nos conflitos populares, porque essas questões, às vezes tão
intricadas e de difícil solução, são de responsabilidade das autoridades instituídas.
Preocupa-se
o Espiritismo em oferecer ao homem um estilo de vida baseado nos ensinamentos
de Jesus, que em síntese são fundamentados no amor ao próximo, na fraternidade
universal e na solidariedade. E nesse objetivo não há lugar para opção por
ricos ou pobres, por criminosos ou vítimas, por governantes ou governados,
porque perante Deus todos somos iguais. Aflitos, desesperados e sofredores
espalham-se por todas as classes sociais, variando as circunstancias e a
natureza, mas na essência a dor é a mesma.
Não
se pode fazer distinção entre aqueles que buscam o consolo na religião, assim
como o médico não pode se negar a salvar a vida do criminoso ferido que lhe
chega às mãos. Há males do corpo e males da alma, estes muito piores do que
aqueles. E se a medicina cura o corpo, a religião deve se preocupar primordialmente
em curar a alma.
Aliás,
a doutrina revive o Cristo quando disse que não veio para os sãos, mas sim para
os doentes.
Obviamente
que não se pode pactuar com o erro, mas o criminoso merece sempre o nosso socorro
e orientação, para que não venha novamente incorrer no crime. Segundo o Evangelho,
há mais alegria no céu por um pecador arrependido do que por noventa e nove
justos que não precisam de arrependimento (Lucas, 15:7).
O Espiritismo,
assim, não tem quaisquer pretensões ao poder temporal e falível dos homens, e
sua mensagem consoladora é dirigida essencialmente ao coração e à mente da
criatura.
Lemos
certa vez a historia sobre determinado jornalista que pretendia escrever uma crônica,
mas não conseguia porque o pequeno filho andava de bicicleta ao seu redor. Para
conseguir silêncio, deu ao filho um quebra-cabeça do mapa-múndi, imaginando que
com isso ele ficaria entretido por um bom tempo, face à dificuldade de se
identificar os países. Foi grande a sua surpresa quando logo o filho terminou a
montar. Mais surpreso ainda ficou com a resposta do pequeno: foi fácil, atrás
do mapa havia o corpo de um homem; montei o homem e o mapa apareceu. Então o
jornalista escreveu o seu melhor artigo, falando como o mundo pode ser mudado
se o homem se modifica.
Não
obstante, o espírita não é impedido de iniciar-se na vida pública, se para isso
tiver inclinação. Poderá ocupar cargos e funções de relevo na sociedade.
Imperioso, porém, que seja forte o bastante na sua convicção cristã,
tornando-se um servidor do povo e não se deixando corromper pelas vaidades e
facilidades do poder, pois do contrário estará assumindo imensas
responsabilidades perante a Justiça Divina.
IPV
AGO./2018 nº 222– ANO 21
Adelaide Câmara (AURA
CELESTE)
Adelaide
Augusta Câmara foi uma das mais devotadas figuras femininas do Espiritismo brasileiro,
bem conhecida pelo seu pseudônimo Aura Celeste. Encarnou na cidade de Natal/RN,
em 11/01/1874, e desencarnou na cidade do Rio de Janeiro, em 24/10/1944.
Adelaide
veio para a antiga capital Federal auxiliada por militantes do Protestantismo,
mesmo grupo que lhe proporcionou lecionar no colégio Ram Williams, o quê fez
com proficiência, até que organizou em sua própria casa, um curso primário,
onde muitos homens ilustres do meio político e social do Brasil aprenderam com
ela as primeiras letras.
Nesse
período, no ano de 1898, começou a sentir as primeiras manifestações de suas
faculdades mediúnicas. Era a mesma época em que o grande Bezerra de Menezes
dirigia os destinos da FEB, revestido daquela auréola de prestígio e de respeito
que crentes e descrentes lhe davam, e o Espiritismo era o assunto de todas as
conversas, não só pelos fenômenos e curas mediúnicas, como pela propaganda
falada, pelos livros e pela imprensa.
Sob
a orientação sábia de Bezerra, Adelaide desenvolveu a sua notável carreira mediúnica
como psicógrafa, no Centro Espírita Ismael. O grande apóstolo do Espiritismo
brasileiro, pela sua conhecida clarividência, prognosticou, certa vez, que
Adelaide Câmara, com as prodigiosas faculdades de que era dotada, um dia,
assombraria crentes e descrentes. E essa profecia de Bezerra não se fez
esperar, pois Adelaide, como médium auditiva, começou a trabalhar na propagação
da Doutrina, fazendo conferências e receitando, com tal acerto e exatidão, que
o seu nome se irradiou por todo o país.
Com
a desencarnação do inolvidável mestre, doutor Bezerra, em 1900, Adelaide Câmara
aproximou-se do grande seareiro que foi Inácio Bittencourt e, nas sessões do
Círculo Espírita “Cáritas”, passou a emprestar o seu concurso magnífico como
médium e como propagandista de primeira grandeza.
Adelaide
adota o nome de Aura Celeste, com que fica conhecida no país inteiro, ao assiná-lo
nas obras “Do Além”, publicado em 21 fascículos, e no livro “Orvalho do Céu”.
Em 1920 retorna com entusiasmo e vigor ao trabalho mediúnico. O Dr. Joaquim
Murtinho era o médico espiritual que, por seu intermédio, começou trabalhar na
cura dos enfermos e necessitados, diagnosticando e curando a todos quantos lhe
batiam à porta, desenvolvendo-se-lhe, espontaneamente, diversas faculdades mediúnicas
nesse período.
Além
da mediunidade de incorporação, audição, vidência, psicográfica, curadora, intuitiva,
possuía Adelaide Câmara, ainda, a extraordinária faculdade da bilocação. Muitas
curas operou em diferentes lugares do Brasil, a eles se transportando em
desdobramento fluídico, sendo visível o seu corpo perispirítico, como aconteceu
em Juiz de Fora e Corumbá (provadamente constatado), por enfermos que, sob os
seus cuidados, a viram aplicar-lhes passes.
Poetisa,
conferencista, contista, e educadora sobretudo, deixou excelentes obras
lítero-doutrinárias, em prosa e verso, assinando-os geralmente com o seu pseudônimo.
O grande jornalista e literato Leal de Souza, referiu-se a Adelaide Câmara como
“a grande Musa moderna, a Musa espiritualista”.
Foi
a primeira diretora e uma das fundadoras, no dia 13 de março de 1927, do Asilo
Espírita João Evangelista, instalado em uma casa em Botafogo-RJ. Compareceu a
essa festiva inauguração o doutor Guillon Ribeiro, representante da FEB naquela
solenidade. Adelaide Câmara, em breves palavras, exprimiu o jubilo de sua alma,
afirmando realizado o ideal de toda a sua existência –“ser mãe de órfãos, graça
do céu que não trocaria por todo o ouro e todas as grandezas do mundo”.
O Asilo
Espírita João Evangelista, no Rio de Janeiro, aí está ainda, em sede própria,
atestando a obra e o devotamento à causa do bem daquela nobre mulher que se
chamou Adelaide Augusta Câmara.
Aura e suas meninas
IPV -./2018
nº – ANO 21
Ali Halfeld
Ali
Halfeld nasceu em 18/03/1900, em Água Limpa (atual Coronel Pacheco), Município
de Juiz de Fora – MG. Tendo abraçado o Espiritismo em decorrência de artigos espíritas
que eram escritos no Correio da Manhã por estudiosos da Doutrina, Halfeld foi
logo despertado pelo desejo de trabalhar em benefício dos semelhantes.
Auxiliou
com entusiasmo e equilíbrio todas as entidades de assistência social que lhe
solicitavam ajuda. No setor espírita devemos mencionar a Fundação João de
Freitas, obra de amparo à velhice e à viuvez, que construiu, e para qual foi
eleito presidente em 2/02/1934, e o Instituto Jesus, destinado ao menor
abandonado, que, fundado em 19/03/1944, foi inaugurado em 18/09/1955. Eleito
presidente na própria assembléia que fundara o Instituto Jesus. Ali Halfeld
permaneceu na sua direção até 26/06/1960, quando, por motivo de doença, teve
que afastar-se da direção da Entidade.
Grande
entusiasta da imprensa espírita, Ali Halfeld colaborou com muito amor junto à Associação
de Publicidade Espírita, mantenedora, durante muitos anos, da revista “O Médium”.
Eleito vice-presidente, em 09/08/1937, deu à mesma todo o seu esforço. Ainda no
setor da divulgação, entre outras atividades, devemos mencionar o estudo que,
durante anos a fio, fez da obra O Livro dos Espíritos, na tribuna da Casa
Espírita, assim como o trabalho que escreveu, “O Problema do Menor”, cuja
publicação foi feita pelo jornal Diário Mercantil, em apresentações semanais.
O
presidente da FEB, Sr. Wantuil de Freitas, teve a feliz oportunidade de
conhecê-lo pessoalmente e até mesmo de visitar-lhe, em Juiz de Fora, a
elogiável obra que é a Fundação João de Freitas. Embora Ali Halfeld, sempre se
ocultando no silêncio e na humildade, não pôde evitar, entretanto, que seu
nome, aureolado de respeito, da admiração e da gratidão de toda uma
coletividade, transpusesse as fronteiras de Minas Gerais.
Ali
Halfeld foi também um grande amigo do setor artístico, tendo ocupado a presidência
da Orquestra Filarmônica de Juiz de Fora.
Desencarnou
em 13/09/1967, após ter “combatido o bom combate”. Transcrevemos um parágrafo da
crônica que saiu na ocasião na revista “O Lince”, em homenagem ao homem bom – “Façamos
do minuto de silêncio, que seria prestado ao corpo que cansou de tanto
trabalhar, um minuto de consciência, para sabermos o que cada um de nós pode
fazer em forma de solidariedade ao próximo, como a mais justa forma de
homenagem a Ali Halfeld. Prosseguir a sua obra, é a maneira de fazer esse homem
permanecer de pé”.
Fachada atual do Instituto Jesus, Juiz de Fora - MG.
IPV
JUL./2018 nº 221– ANO 21
IPV
MAI./2018 nº 219– ANO 21
A ROSEIRA AMARELA ESTAVA
RADIANTE! Afinal, suas rosas estavam chamando a atenção de todos que passavam pelo
lindo jardim. Dona Joana gostava de colher algumas rosas para enfeitar sua mesinha
de área e era com grande satisfação
que fazia isso. Apanhava sua
pequena tesoura e com delicadeza se aproximava da roseira, que feliz balançava
seus galhos. Dona Joana falava baixinho:
– Obrigada, linda roseira, pelas
lindas rosas! Deus te abençoe!
E assim andava pelo jardim conversando
com suas plantas.
Um dia, Dona Joana chegou
com um raminho de arruda e plantou ao lado do pé da linda roseira, que com o
cheiro forte espirrou balançando suas folhas e despedaçando algumas de suas rosas.
O raminho de arruda, ainda sem forças, olhou para o céu e agradeceu ao Pai Criador
pela a oportunidade de crescer ao lado de uma roseira tão linda.
A roseira amarela sentia que
seu tronco estava aconchegando a pequena arruda, mas não se importou, afinal, ela
era a roseira preferida de Dona Joana.
A pequena margarida, que observava
tudo, falou:
– Realmente não se importa com
o aroma desagradável dessa arruda nas suas raízes?
A roseira, que por ser alta
quase não podia enxergar a pequena arruda, respondeu:
– Não me importo!
Tem lugar para todos neste jardim!
Dona Margarida disse:
– Claro que não sente o cheiro,
pois está no alto. Quero ver se vai pensar assim quando essa arruda crescer!!
Os dias e os meses passaram
e o raminho de arruda cresceu forte ao lado da linda roseira amarela, mas quando
a arruda balançava e exalava o forte cheiro, Dona Roseira espirrava
despedaçando algumas rosas que cobriam a arruda.
Dona Margarida não se cansava
de perturbar a roseira e continuava a falar:
– Como você é tola! Essa
arruda ainda vai te matar!
A roseira apenas balançava
suas folhas e ignorava as palavras de Dona Margarida.
Naquele domingo de manhã, Dona
Joana foi até o jardim com uma pá e se aproximou do pezinho de arruda, que agora
estava adulto, e disse:
– Graças a Deus você
sobreviveu! Veja como está lindo! Mas vou precisar te remover para outro lugar.
Minha roseira esta grande e faz muita sombra, vou plantar você ao lado da
margarida e assim poderá tomar sol!
A roseira amarela, que
agora podia ver a arruda, falou:
– Já estava tão acostumada com
você, pequena arruda, que vou sentir saudades.
Dona Margarida, toda
envergonhada, falou:
– Poderia de vez em quando se
balançar para que as pétalas de suas rosas possam diminuir o cheiro?
Foi então que o pé de
arruda falou:
– Sua ingrata e mesquinha criatura!
Você não percebeu que todas
as vezes que ela espirrava e as pétalas das rosas caiam, o perfume ia em sua
direção? Não percebe a bondade e a resignação dessa roseira?
Todos foram surpreendidos pela
revelação, a roseira então falou:
– Estamos aqui todos juntos
e se não houver união e solidariedade morreremos. Devemos respeitar as individualidades
de cada um.
Dona Margarida, toda envergonhada,
respondeu:
– Me desculpe, vou procurar
ser menos impertinente.
A roseira balançou suas rosas
exalando o seu adorável perfume para todos e falou:
– Por que não ser mais tolerante?!
Seja tolerante com a vida, com
os seus próximos e com você mesma! Afinal, o Pai Criador permite que possamos usar
os obstáculos para a inteligência. Agora é a sua vez de sacudir suas pétalas Dona
Margarida!
Crianças
Entreguem suas vidas a
Deus. Tenham fé. Vivam o amor e Jesus Cristo fará uma obra nova em suas vidas. Por
onde passarem, exalem o perfume do amor.
fonte:
Jornal Ação Espírita , nº 122 – Ano XXVII – Out, Nov, Dez de 2017.Marília – SP.
website: http://www.mariliaespirita.jor.br/acaoespirita/acao122.pdf
IPV
OUT./2017 nº 213– ANO 20
Aconteceu no dia trinta de
agosto de 2017, quarta-feira, a palestra proferida pelo Dr Milton Santiago
Júnior, membro da Associação Espírita de Americana. O tema era O Salto da Fé e
a Mudança de Perspectiva. Para dar inicio as atividades da noite, a presidente
da casa Izildinha Cioldin proferiu uma prece cordial.
Milton começou nos
apresentando um slide que mostrava um homem, de costas para nós olhando para um
muro, ao lado de outro homem, este sobre uma pilha de livros que parecia olhar
por sobre o muro. Ele nos perguntou qual destes dois homens teria mais Fé. O
público concordou com o palestrante que seria o homem sobre os livros, por ele
ter uma perspectiva melhor de visão e por ele ter lido os livros.
Ele então mostrou um
gráfico que partia da ignorância, passava pela consciência, depois a elaboração
e por fim a sabedoria. Transpondo esse mesmo diagrama em meios religiosos ele
passa do Deotropismo, para o culto exterior, para o culto interior chegando por
fim a Fé robusta.
Quando Jesus andava por
sobre as águas e Ele chama Pedro até Ele, Pedro começa caminhar por sobre as
águas e depois começa afundar. A proposta é que Pedro, quando consegue caminhar
por sobre as águas, ele estava na Fé cega, ele não sabe que não sabe, contudo
quando Pedro toma consciência, ele sabe que não sabe, ele começa afundar, e
Jesus o adverte por ser um homem de pouca Fé.
Dr. Milton então nos falou
da passagem de Jesus com Tomé, em que Tomé disse que precisava ver para crer.
Jesus lhe fala que seria melhor se ele tivesse acreditado antes de visto. O
palestrante nos diz que o Mestre Nazareno não divulga aqui que prefere uma Fé
cega, e sim homens e mulheres no grau de sabedoria, aquelas que não sabem que
sabem, porque já interiorizaram a experiência em suas inúmeras encarnações e
não precisam mais aprender a crer.
Mostrou-nos que a Terra não
pode esperar a Fé se ainda há a predominância da dúvida, há a divisão de
interesses na personalidade, se há a saciedade do ego e onde ainda existe a
desconexão com o Alto. O jejum, que Jesus diz aos discípulos, seria a
abnegação, a proeminência dos valores espirituais aos do ego. E a conexão com o
Alto seria a oração.
A Certeza, a integridade, a
abnegação e a conexão levam a Fé robusta, e quem, há tem, tem paciência,
confiança, esperança e, isso junto, leva à caridade. Como disseram os Espíritos
Superiores no Cap. XIX do Evangelho Segundo o Espiritismo, a Fé é a mãe de
todas as virtudes.
O Salto da Fé, como
proposta, é pular do ponto de vista convencional para o ponto de vista
transcendental. Isso foi nos mostrado com um gráfico de uma curva em jota, pois
a parte da transformação interior do ser não é visível, é uma busca, uma
transformação pessoal íntima do ser e, somente depois dessa passagem é que o
indivíduo começa tomar atitudes diferenciadas vistas aos outros. Mas tudo
começa em nós mesmos. Ele nos exemplificou com a história de Maria de Magdala,
que passou por essas fases de conversão, arrependimento, consciência, abnegação
e assim passou, no restante da vida, integrar o grupo do Mestre Nazareno, agindo
de modo diferente ao que era.
Foi uma noite edificante e
agradecemos a diretoria da casa e ao palestrante Milton Santiago Júnior por nos
ajudar entendermos um pouco além a seara que pretendemos interiorizar, seguir e
propagar, para o quanto antes nos tornarmos homens e mulheres de sabedoria e de
Fé. Assim seja.
IPV
SET./2017 nº 212– ANO 20
.
UM PRESENTE PARA VINCENT
Peça teatral em 1 ato.
Uma peça de Regina Romani e Augusto César Cavalcanti
Prólogo
Um menino de doze anos, após ter um sonho revelador, se diz
ser a reencarnação do pintor Holandês Vincent Van Gogh. Ele então reivindica o dinheiro
da venda de um de seus quadros para comprar uma bola de futebol. A peça se
passa no consultório médico.
Personagens
Mãe do Menino
Arthur
Dr. Rodrigo
1 ATO. CENA 1
Num consultório médico temos uma mesa no centro da sala. De
um dos lados está o Dr. Rodrigo com o seu jaleco branco e do lado oposto da
mesa estão Arthur, um menino de 12 anos, e a sua mãe, uma senhora de uns
quarenta anos de idade.
DR RODRIGO
Olá, por favor sentem-se.
MÃE DO MENINO
Dr. Por favor ajuda o meu menino, eu acho que ele enlouqueceu.
Dr. RODRIGO
Calma. Contem-me com calma o que está acontecendo.
MÃE DO MENINO
Foi tudo culpa do sonho Dr. O meu menino foi dormir tão bem
e acordou assim ó.
DR. RODRIGO
Mas ele está tão calmo. Como é o seu nome?
ARTHUR
Eu me chamo Arthur Dr., mas o senhor pode me chamar de
Vincent, se quiser.
MÃE DO MENINO
Ai Dr. Vai começar isso tudo de novo! Acho que esse moleque
quer me enlouquecer também. Ele sempre foi meio fora dos trilhos mas isso já é
demais. Vincent , que droga de Vincent é esse! Que droga viu. Ele sempre foi um
garoto tão bom.... (a mãe do menino
começa chorar)
DR. RODRIGO
Calma minha senhora, deixa eu falar um pouco com o Arthur.
Então Arthur, por que eu deveria te chamar de Vincent?
ARTHUR
Hora doutor, essa é fácil de acertar. É Vincent, de Vincent
Van Gogh, o pintor.
Dr RODRIGO
Vc leu sobre ele, viu algum desenho, histórias na TV?
ARTHUR
Não doutor. Eu só sonhei. Sonhei com quadros lindos e
imagens lindas... o Sr. Quer ouvir o que sonhei, foi bem assim ó: O
Impressionismo não oferecia liberdade suficiente para que eu exprimisse as
minhas emoções, tomei outro caminho, diferente de Cézzane e Seurat que era
severo e clássico. Os meus primeiros interesses foram a Literatura e a Religião
e eu estava insatisfeito com os valores da sociedade industrial. Trabalhei como
pregador laico junto dos mineiros de carvão, que viviam na maior miséria. Este
sentimento profundo pelos pobres domina os meus quadros do período
pré-Impressionista. Lembro dos Comedores de Batatas. Neste período ainda eu não
tinha descoberto a importância da Cor. E para explorar minha realidade
espiritual com os novos meios à minha exposição, parti para Arles, no Sul da
França. Foi aí, entre 1888 e1890 que produzi os meus quadros mais importantes.
A seara parece um mar cheio de turbulência , em Seara de Trigo com Ciprestes, a
seara parece um mar tormentoso, as árvores erguem-se do chão como labaredas, e
os montes e as nuvens palpitam com o mesmo movimento ondulante. Era a cor e não
a forma que determina o conteúdo expressivo dos meus quadros. Quero pintar
homens e mulheres como algo de eterno, aquilo que a auréola costumava
simbolizar ... e um anjo me falou que eu sou
Vincent Van Gogh.
MÃE DO MENINO
DR. Pelo amor de Deus, salva o meu menino, ele é tão bom.
DR. RODRIGO
Como ele está calmo eu vou começar com um antipsicótico leve.
E também vou pedir uns exames de laboratório.
MÃE DO MENINO
Ai doutor, ele vai tomar remédio?
DR RODRIGO
Sim, mas é bem leve, porque ele está aparentemente calmo.
ARTHUR
Eu só quero comprar uma bola de futebol Dr.
DR RODRIGO
Vc vai poder comprar a bola de futebol e jogar muito futebol
ainda, menino. Vc só ficou um pouco doente e vamos resolver isso.
ARTHUR
É que nós não temos o dinheiro para bola Dr. Não tem como o
senhor conseguir que me deem um pouco do dinheiro da venda de uma dos meus
quadros para eu comprar a bola?
DR. RODRIGO
Eu receio que isso não seja possível meu menino, mas vc vai
ficar bem. Vamos fazer assim: vc promete tomar o remédio direitinho e fazer os
exames, e ouvir a sua mãe, e quando vc voltar aqui mês que vem eu te dou a bola
de presente, pode ser?
ARTHUR
Assim está bom. Mas eu devolvo o dinheiro pro senhor, quando
eu voltar pintar quadros, okay?
DR. RODRIGO
É só vc estudar que vc vai pintar quantos quadros vc quiser,
menino esperto assim não se acha fácil. Mas tem que tomar o remedinho direito e
ouvir a sua mãe.
ARTHUR
Está bom assim médico. Agora quero ir brincar.
DR. RODRIGO
Pode ir. Vc dá um comprimido para ele depois do almoço e um
depois da janta. Faça os exames e nos vemos mês que vem.
MÃE DO MENINO
Muito obrigado Dr. Rodrigo, o Senhor é um anjo.
DR RODRIGO
Não, não, sou um médico, se eu fosse anjo, eu voava. E tenho
que ficar na Terra para atender os meus pacientes, por enquanto hahaha.
A mãe e o menino saem. O médico fica na mesa. A cena se
fecha.
FIM.
IPV
NOV./2016 nº 203– ANO 19
Coluna Espiritismo
e a Mídia
A médium
Zibia Gaspareto foi entrevistada por Ana Maria Braga no programa Mais Você da
Rede Globo. O título era conheça a história da Médium Zibia Gaspareto. Ana
abriu espaço para escritora contar aspectos de como se descobriu médium. Conta
ela que com treze quatorze anos gostava de ler e guardar frases de Filósofos
mas foi com vinte e dois anos, já casada e mãe de dois filhos, que um dia
acordou de madrugada ao lado do marido com o corpo formigando consciente mas
não conseguiu controlar e falava em alemão sem conhecer a língua que
pronunciava, o seu marido conhecia um pouco de alemão e tentava falar com Zibia
e conta ela que a entidade em questão irritou-se porque o marido não conseguia
responder. Eles deram sorte porque o marido chamou a vizinha duas horas da
manhã de madrugada e a moça tinha um pouco de conhecimento e lhes disse que era
mediunidade e coisa de espírito e fizeram uma oração. No dia seguinte o marido
foi a uma livraria e lhe indicaram os livros de Allan Kardec. O casal começou
estudar e uma vez por semana virou hábito fazer o evangelho no lar e foi ai que
numa certa noite estudando ela sentiu uma dor imensa na mão direita e parecia
que a mão se movia sozinha e o marido que tinha um pouco de conhecimento disse
que poderia ser psicografia. A mão de Zibia começou escrever sozinha palavras
sem muito sentido, contudo numa outra reunião do casal diz ela que começou a
ditar e ela escreveu o primeiro livro e no ultimo capítulo ele assinou Lucius e
desde então tem havido uma parceria dela com esse espírito que ela diz adorar e
que enquanto Deus lhe der forças ela irá continuar fazendo.
Zibia
contou que o espírito do marido dela que desencarnou há trinta e um anos de um
infarto fulminante senta-se ao lado dela numa poltrona no quarto e a fica
olhando sem dizer nada, mas que essa presença por si só é muito reconfortante e
que o amor continua depois do desencarne. Zibia se diz considerar uma
secretária que tem que seguir os horários e manter os pensamentos bons para não
entrar em nenhuma e qualquer maldade para poder se manter em sintonia. Ela diz
ter hora para começar escrever os romances, mas não ter hora para terminar.
Hoje ela transcreve três vezes por semana e cada dia é um livro diferente. Ela
escreve no computador e chama pelo livro, sem nome porque Lucius não escolhe o
nome nem a capa do livro, isso é feito depois pela médium. Ela escuta uma voz
dentro da cabeça e diz dar para saber o timbre e que é uma voz de homem e que
ela conversa com ele em pensamento. Zibia tem oitenta e cinco anos e não
aparenta, ela diz ser a alegria de viver, e que o filho dela sendo médium
pintor fez um retrato de Lucius que ela guarda com muito carinho, sendo muito
bom o contato com esse espírito porque ela o percebe e ele expande o imaginário
e a vida da escritora e que essa é uma sensação muito boa. Zibia ajuda a muitas
pessoas com a sua Literatura. A médium disse que atravessou uma obsessão grave
por causa da influência espiritual no inicio dos trabalhos e a Federação
Espírita a ajudou porque a encaminharam para uma sala onde ela chorou
copiosamente por meia hora e a partir dali ela se policiou a melhorar. Eles
mostraram uma entrevista de experiência de quase morte exibida pelo programa
Globo Reporter. Zibia diz que a morte é misericordiosa e que Deus é muito
generoso. Zibia escreveu trinta e cinco romances até hoje na parceria com
Lucius. A médium diz que como disse Chico Xavier “o telefone funciona de lá pra
cá”, justificando não poder falar com Lucius naquela hora, porém diz que se nós
nos ligarmos em nosso intimo a gente conversa com Deus. Ana agradeceu a
entrevista e elas se despediram.
IPV
SET./2016 nº 201– ANO 19
Comemora-se no dia
29/09/1914 o aniversário de nascimento de José Herculano Pires. Escritor,
filósofo, repórter, redator, secretário, cronista parlamentar, crítico
literário e professor José Herculano Pires nasceu na cidade de Avaré, no estado
de São Paulo a 25/09/1914, e desencarnou na capital em 09/03/1979.
Filho do farmacêutico José
Pires Correia e da pianista Bonina Amaral Simonetti Pires. Fez seus primeiros
estudos em Avaré, Itaí e Cerqueira César.
Revelou sua vocação
literária desde que começou a escrever. Aos 9 anos fez o seu primeiro soneto,
um decassílabo sobre o Largo São João, da sua cidade natal. Aos 16 anos
publicou seu primeiro livro, Sonhos azues (contos), e aos 18 anos o segundo
livro, Coração (poemas livres e sonetos). Já possuía seis cadernos de poemas na
gaveta, colaborava nos jornais e revistas da época, da província de São Paulo e
do Rio. Teve vários contos publicados com ilustrações na Revista da Semana e no
Malho.
Foi um dos fundadores da
União Artística do Interior (UAI), que promoveu dois concursos literários, um
de poemas pela sede da UAI em Cerqueira César, e outro de contos pela Seção de
Sorocaba. Mário Graciotti o incluiu entre os colaboradores permanentes da seção
literária de A Razão, em São Paulo, que publicava um poema de sua autoria todos
os domingos.
Transformou em 1928 o jornal
político de seu pai em semanário literário e órgão da UAI. Mudou-se para
Marília em 1940 (com 26 anos), onde adquiriu o jornal Diário Paulista e o
dirigiu durante seis anos. Com José Geraldo Vieira, Zoroastro Gouveia, Osório
Alves de Castro, Nichemaja Sigal, Anthol Rosenfeld e outros promoveu, através
do jornal, um movimento literário na cidade e publicou Estradas e ruas
(poemas), que Érico Veríssimo e Sérgio Millet comentaram favoravelmente.
Em 1946 mudou-se para São
Paulo e lançou seu primeiro romance, O caminho do meio, que mereceu críticas
elogiosas de Afonso Schimidt, Geraldo Vieira e Wilson Martins.
Repórter, redator,
secretário, cronista parlamentar e crítico literário dos Diários Associados,
são funções que exerceu na rua 7 de Abril por cerca de trinta anos.
Autor de 81 livros de
filosofia, ensaios, histórias, psicologia, pedagogia, parapsicologia, romances
e espiritismo, vários em parceria com Chico Xavier, sendo a maioria
inteiramente dedicada ao estudo e divulgação da Doutrina Espírita. Lançou a
série de ensaios "Pensamento da Era Cósmica" e a série de romances e
novelas de "Ficção Científica Paranormal". Alegava sofrer de
grafomania, escrevendo dia e noite. Não tinha vocação acadêmica e não seguia
escolas literárias. Seu único objetivo era comunicar o que achava necessário,
da melhor maneira possível. Graduado em Filosofia pela USP em 1958, publicou
uma tese existencial: O ser e a serenidade. De 1959 a 1962, foi docente titular
da cadeira de filosofia da educação na Faculdade de Filosofia, Ciências e
Letras de Araraquara.
Foi membro titular do
Instituto Brasileiro de Filosofia, seção de São Paulo, onde lecionou
psicologia. Foi presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado
de São Paulo de 1957 a 1959. Foi professor de sociologia no curso de jornalismo
ministrado pelo Sindicato.
José Herculano Pires foi
presidente e professor do Instituto Paulista de Parapsicologia de São Paulo.
Organizou e dirigiu cursos de parapsicologia para os centros acadêmicos da
Faculdade de Medicina da USP, da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, da
Escola Paulista de Medicina e em diversas cidades e colégios do interior.
Fundou o Clube dos
Jornalistas Espíritas de São Paulo em 23/01/1948. O Clube funcionou por 22
anos.
Foi membro da Academia Paulista
de Jornalismo, onde ocupou a cadeira "Cornélio Pires" em 1964, e
pertenceu à União Brasileira de Escritores, onde exerceu o cargo de diretor e
membro do Conselho no ano de 1964.
Exerceu ainda o cargo de
chefe do Sub-Gabinete da Casa Civil da Presidência da República no governo do
sr. Jânio Quadros, no ano de 1961, onde permaneceu até a renuncia do mesmo.
Espírita desde a idade de
22 anos, não poupou esforço na divulgação falada e escrita da doutrina
codificada por Allan Kardec, tarefa essa à qual dedicou a maior parte da sua
vida. Durante 20 anos manteve uma coluna diária sobre espiritismo nos Diários
Associados, com o pseudônimo de Irmão Saulo. Durante quatro anos manteve no
mesmo jornal uma coluna em parceria com Chico Xavier sob o título "Chico
Xavier pede Licença".
Foi diretor fundador da
revista Educação Espírita, publicada pela Edicel.
Em 1954 publicou Barrabás,
que recebeu um prêmio do Departamento Municipal de Cultura de São Paulo,
constituindo o primeiro volume da trilogia "A Conversão do Mundo".
Publicou em 1975 Lázaro e, com o romance Madalena, concluiu a trilogia.
Traduziu cuidadosamente as
obras da codificação de Allan Kardec, enriquecendo-as com notas explicativas
nos rodapés. Essas traduções foram doadas a diversas editoras espíritas no
Brasil, Portugal, Argentina e Espanha. Colaborou ainda com o dr. Júlio Abreu Filho
na tradução da Revista Espírita de Allan Kardec.
Ao desencarnar deixou
vários originais, que vêm sendo publicados pela Editora Paidéia
Fonte: site da Fundação Maria Virgínia e J.
Herculano Pires.
IPV
SET./2016 nº 201– ANO 19
Para dar inicio ao mês de
Estudos Especiais no Seareiros, aconteceu no dia 08/08/2016 (segunda-feira) a
palestra “O pão da vida” com o expositor Artur Valadares. Artur, 26 anos,
natural de Patrocínio-MG, atualmente residindo em São Carlos/SP. Cursando
doutorado em Engenharia Mecânica na EESC-USP. Estudioso e pesquisador do
Evangelho e da Doutrina Espírita. Trabalhador da A. E. Obreiros do Bem, onde
coordena o NEPE - Núcleo de Estudo e Pesquisa do Evangelho "Paulo de
Tarso".
Cerca de 80 pessoas
prestigiaram o evento e foram agraciadas com a temática do pão da vida, na
metáfora eleita pelo próprio Cristo, o tão sagrado alimento espiritual de que
todos temos necessidade de ingerir evoluindo e melhorando nossas vidas. O jovem
palestrante prendeu a atenção do público com retórica inspirada descrevendo
várias obras de escol da Doutrina. Foi uma noite muito agradável e todos ali saíram
renovados sendo assim atingido em prática o tema: adquirimos o alimento da alma
através da meditação nos ensinamentos glorificados do Evangelho e da Doutrina
Espírita.
Fazemos o convite e temos a
certeza de que todas as demais palestras do mês espírita trarão expositores e
temáticas que atenderão o anseio do público pelo conhecimento e deixarão
sentimentos revigorantes, que nos restam na alma, após tão belas abordagens.
Aguardamos então que outros ilustres expositores tragam-nos suas luzes à nossas
reflexões.
Parabéns Artur! Parabéns a
todos os presentes.
IPV
SET./2016 nº 201– ANO 19
Geralmente, os espíritos se
apresentam aos médiuns voluntariamente, e gostam de contar-lhes o que sentem, o
que fazem, como vivem, seja no intuito de instruírem os homens, ajudando-os no
progresso a realizar, seja testemunhando a própria imortalidade ou visando a
ser tornarem lembrados dos seres queridos aqui deixados. Alguns, como o próprio
Chopin, gostam da Terra, visto que é sempre vivamente atraído para os planos
terrestres por forças telepáticas poderosas. Ele próprio afirma, para a
sensibilidade mediúnica de Ivonne A. Pereira, que aqui, no Brasil, existem
reencarnadas personalidades que lhe foram muito caras no passado, e que, no
momento, lhe foi muito grato enviar notícias aos homens. Asseverou-nos que
sabia ser ele muito amado pelos brasileiros, o que particularmente o enternece.
No entanto, observa que ninguém lhe dirige uma prece, e que necessita desse
estímulo para as futuras tarefas que empreenderá, ao reencarnar, quando
pretende servir a Deus e ao próximo, o que nunca fez por intermédio da música.
Declarou que pretende reencarnar no Brasil, país que futuramente muito
auxiliará o triunfo moral das criaturas necessitadas de progresso, e que tal
acontecimento se verificará do ano de 2000 em diante, quando descerá a Terra
brilhante falange com o compromisso de levantar, moralizar e sublimar as Artes.
Diz ele que dita falange será como capitaneada por Victor Hugo, Espírito
experiente e orientador (a quem se acha ligado por afinidades espirituais
seculares), capaz de executar missões dessa natureza.
Afirmou o instrutor
espiritual Charles (instrutor da médium Ivonne A. Pereira) que Frédéric Chopin
seria a reencarnação do poeta romano Ovídio, que viveu cerca de quarenta anos
antes de Cristo, falecido no ano 16 da nossa era, e do pintor italiano Rafael
Sanzio, pois que o intelectual, o artista, na sua evolução pelo roteiro do
saber, dentro da Arte, há da passar por todas as suas facetas, sublimando-se
até a comunhão com o Divino. E que Espíritos como Chopin, Beethoven, Mozart,
Bellini, Rossini etc., naturalmente bondosos, embora ainda não santificados ou
plenamente redimidos, não tem grande necessidade da reencarnação, porque
progredirão mesmo no Espaço – a habitação normal dos seres espirituais, a
verdadeira pátria como casa paterna; que vêm à Terra quando o desejam, e por
uma especial solidariedade para com os humanos, a fim de estimularem entre
esses o amor pelo Belo, pois que esse atributo, o Belo, é tão necessário às
almas em progresso quanto o Amor, visto tratar-se também de um dos atributos do
próprio Criador de Todas as Coisas, e que, sendo o Universo uma expressão da
Beleza divina, e sendo o homem destinado a se tornar a imagem e a semelhança de
Deus, deverá igualmente comungar com o Belo, a fim de poder compreender o
Universo e com ele vibrar em toda sua arrebatadora, feérica e harmoniosa
beleza. No entanto, todos os grandes artistas e gênios consagrados ao Belo
deverão passar, outrossim, pelos ásperos caminhos das experiências e dos
testemunhos, embora muitas vezes sem o caráter expiatório, até que, como toda
Humanidade, cumpram os ditames da lei de amor a Deus e ao próximo, a par da
própria característica de intérpretes do Belo por meio da Artes.
No entanto, seria erro
supor que artistas geniais, só pelo fato de o serem, se santificassem ou se
tornassem espiritualmente superiores, após o decesso corporal. Como homens,
eles cometeram, muitas vezes, deslizes graves, rastejaram pelas camadas
inferiores da moral, o que os fez sofrer, no Espaço, períodos críticos,
humilhações e vexames, de que estariam isentos se, a par do ideal superior que
abraçaram, como veros artistas, cultivassem também sólida crença em Deus,
respeito por suas leis e moral elevada. Basta retrocedermos ao passado,
examinando a vida de sofrimentos e provações que a maioria dos artistas geniais
houve de enfrentar neste mundo, para aquilatarmos do grau dos seus deslizes
anteriores, muito embora fossem gênios consagrados à Arte, desde períodos
milenares, através das reencarnações. Não obstante, é fato observado que o
verdadeiro artista, o artista enamorado do ideal da perfeição no Belo, ou
gênio, e não apenas o artista mercenário, jamais carrega perversidade nos
próprios atos. Naturalmente bondosos, parece que a comunhão constante com o
Belo isenta-os da prática de perversão contra o próximo, e seus infortúnios,
muitas vezes acres, e a dedicação ao grande ideal que alimentam, são levados em
conta na Espiritualidade, concedendo-lhes méritos apreciáveis, sendo que a
subsequente existência que alguns deles tiveram, escolhida voluntariamente e
não imposta, conquanto obscura, não chegou a estabelecer expiação ou provação,
mas um testemunho honroso de um caráter leal a si mesmo, cuja consciência se
inquietara pela falta do cumprimento de uns tantos deveres, de que se descuram
como gênio da Arte que foram, pois tudo indica que a Arte tanto empolga e
arrebata o seu cultor que frequentemente o aparta dos caminhos da redenção, ou
do amor a Deus e ao próximo.
Por mais não nos sobra
espaço para expor as interessantes reminiscências da médium Ivonne A. Pereira
das aparições de Fred, como carinhosamente se refere à entidade de Chopin. Diz
ela que por vezes, sua presença se revela apenas por perfume, assim sendo,
deixa recender o aroma de violeta. Porém, o próprio Chopin apresentou-se
sorridente certa vez, e deu-vos a contemplar duas violetas acompanhadas de uma
folha, rematando o gesto com a seguinte explicação:
- Não é cheiro de “terra
molhada”... mas de folha de violeta colhida em dia de chuva...
IPV
AGO./2016 nº 200– ANO 19
Pretendemos aqui o início de uma série
de artigos sobre o fundamental livro Devassando
o Invisível de Yvonne do Amaral Pereira. Temos às mãos livro de retórica
deveras interessantíssima, onde de cada página é possível extrair um artigo e
estudo, entretanto nos deteremos nesse primevo artigo acerca do fluido cósmico
universal citado no primeiro capítulo “Nada de Novo”.
Dante Alighieri, ilustre poeta e
pensador italiano, nasceu em 1265 e desencarnou em 1321, autor do poema épico A divina comédia, considerado “uma das
mais altas concepções do espírito humano”. O poema contém as ideias e filosofia
da Idade Média e se divide em três pontos: o Inferno, o Purgatório e o Paraíso,
e figura uma viagem do poeta ao mundo invisível. Pode-se acrescentar que essa
obra imortal criou a poesia e a linguagem italianas.
Nas palavras de Ivonne A. Pereira
amparada pelo autor Léon Denis deduz-se que A
divina comédia não apresenta tão somente fantasias, como imaginaram os
próprios eruditos, mas ocorrências reais do além-túmulo, que o poeta visionário
mesclou de divagações, talvez propositadamente, numa época de incompreensões e preconceitos
ainda mais intransigentes que os verificados nos dias atuais.
E como enxergava o poeta, como também
enxergam os médiuns, nada mais se trata “de novo” que desdobramentos do fluído
cósmico universal. Nos remetemos a pergunta 36 do Livro dos Espíritos: O vácuo absoluto existe em alguma parte no
Espaço universal? R. Não, não há o vácuo. O que te parece vazio está ocupado
por matéria que te escapa aos sentidos e aos instrumentos.
Para maiores conhecimentos nos
recolhemos aos preciosos volumes do psiquista (pessoa que estuda o psiquismo)
italiano Ernesto Bozzano. Dentre as comunicações analisadas por Bozzano, Ivonne
resalta as concedidas pelo Espírito do artista cinematográfico Rodolfo
Valentino, falecido em agosto de 1926, comunicando-se à sua esposa, nas sessões
realizadas em Nice, na França:
“Aqui, tudo o que existe parece
constituído em virtude das diferentes modalidades pelas quais se manifesta a
força do pensamento. Afirmam-me que a substância sobre que se exerça a força do
pensamento é, na realidade, mais sólida e mais durável do que as pedras e os
metais no meio terrestre. Muitas dificuldades encontrais, naturalmente, para
conceber tamanha coisa, que, parece, não se concilia com a ideia que se pode
formar das modalidades em que devera manifestar-se a força do pensamento. Eu,
por minha parte, imaginava tratar-se de criações formadas de uma matéria
vaporosa, elas, porém, são ao contrário, mais sólidas e revestidas de cores
mais vivas, do que o são os objetos sólidos e coloridos do meio terrestre... As
habitações são construídas por Espíritos que se especializaram em modelar, pela
força do pensamento, essa matéria espiritual. Eles as constroem sempre tais
como as desejam os Espíritos, pois que tomam às subconsciências destes últimos
os gabaritos mentais de seus desejos”.
Continuando Ivonne em sua brilhante
retórica, ela cita um livro ainda mais antigo do que as obras de Bozzano – A vida além do véu – obtido também
mediunicamente pelo pastor protestante Rev. G. Vale Owen, e que tornou-se
celebre no assunto, pois que o Espírito da genitora do próprio médium narra ao
filho, em comunicações periódicas, as mesmas construções fluídicas do mundo
espiritual, isto é, jardins, estradas pitorescas, habitações, cidades etc. Como
diz Ivonne, semelhante médium é, certamente, insuspeito, visto que, como
protestante, seriam bem outras as ideias que alimentaria quanto à vida espiritual.
Tais comunicações datam do ano de 1913. Como sugere a autora, convém
deliciarmos, ainda, as nossas almas com alguns pequenos trechos de tão
intrigante livro:
- Pode agora fazer-me o favor de
descrever sua casa, paisagens etc.?- pergunta o Rev. Vale Owen ao Espírito de
sua mãe.
E este responde:
É a Terra aperfeiçoada. Certo, o que
chamais quarta dimensão, até certo ponto, existe aqui, mas não podemos
descrevê-la claramente. Nós temos montes, rios, belas florestas, e muitas
casas; tudo foi preparado pelo que nos precederam.
Trabalhamos, atualmente, por nossa
vez, construindo e regulando tudo para os que, ainda durante algum tempo, têm
que continuar a sua luta na Terra. Quando eles vierem, encontrarão tudo pronto
e preparado para recebê-los. (cap. I – “As regiões inferiores do Céu”).
Damos aqui por encerrada essa primeira
“viagem” pelo brilhante pensamento e retórica de Yvonne do Amaral Pereira. Sabermos
o quanto de A divina comédia foi
inspirado ou anímico para Dante, deixo-vos à vossa imaginação. Já adiantamos
que seguirão muitas obras de deverá escol da espiritualidade citados nesse
primoroso Devassando o Invisível.
Aguardemos ansiosos os próximos artigos. Assim seja!
IPV
AGO./2016 nº 200– ANO 19
Para marcar o primeiro aniversário da
notícia sobre a repressão aos espíritas, foi aberta, a 28 de agosto de 1882, a
I Exposição Espírita do Brasil, na sede da Sociedade Acadêmica, à Rua da
Alfândega nº 120 sobrado. O programa comemorativo, organizado pela própria
Sociedade, intitulava-se "Festa do Espiritismo no Brasil" e
estendeu-se até 3 de setembro. Os seus visitantes tiveram a oportunidade de
apreciar variados trabalhos mediúnicos, como psicografias em caracteres
normais, taquigráficos e telegráficos, em línguas estrangeiras (até orientais),
psicopictografias, cópias da correspondência da Sociedade Acadêmica com
associações espíritas estrangeiras, jornais e revistas espíritas da Europa e da
América, obras espíritas diversas, retratos de vultos do Espiritismo de vários
países e, também livros e jornais contrários à Doutrina. Na ocasião foi lançado
ainda o jornal "O Renovador", pelo Major Salustiano José Monteiro de
Barros e pelo Prof. Afonso Angeli Torteroli. Poucos meses depois, surgiria o "Reformador",
sob a direção de Augusto Elias da Silva (21 de janeiro de 1883). Para a ideia
da publicação deste último pesou a Carta Pastoral combatendo o espiritismo,
publicada em 1882 pelo bispo do Rio de Janeiro, que motivou respostas por parte
do médico Antônio Pinheiro Guedes.
A Arte espírita é o conjunto de
expressões de cunho artístico produzidas sob influência direta do espiritismo.
Atualmente, o Brasil é o país que abriga a maior quantidade de artistas e de
produções de arte espíritas. A Associação Brasileira de Artistas Espíritas
conta hoje com 139 associados e mantém uma lista de discussão formada por quase
trezentos artistas espíritas de todo o país.
As primeiras expressões artísticas
identificadas com a doutrina espírita surgem em 1858, pouco após o lançamento
de O Livro dos Espíritos. Observa-se nesse primeiro período uma forte
identificação entre arte e mediunidade. Já na Revista Espírita de agosto
daquele ano, consta a reprodução de um desenho intitulado A casa do Profeta
Elias, em Júpiter. A peça é do teatrólogo espírita Victorien Sardou, que a
atribuiu ao espírito do ceramista francês Bernard Palissy. Três meses depois, o
periódico publica relatos sobre um médium pintor norte-americano, identificado
como E. Rogers. Já a edição de dezembro de 1858 traz o primeiro de uma série de
textos que preencheriam ao longo dos anos a seção Poesia Espírita da revista.
Trata-se do poema O despertar de um Espírito, atribuído ao espírito Jodelle,
numa possível referência ao poeta francês Étienne Jodelle.
No ano seguinte, a arte mediúnica
chega ao campo da música. A edição de maio de 1859 da Revista traz uma matéria
sobre o fragmento de uma sonata atribuída ao espírito de Mozart, pelo médium
Bryon-Dorgeval. Em 1860, Kardec utiliza pela primeira vez a expressão arte
espírita, propondo-a como o terceiro elemento de uma tríade formada também pela
arte pagã e pela arte cristã. Já nesse enunciado inicial, o sistematizador da
doutrina parece mais propenso a uma arte inspirada pelo espiritismo do que a
obras atribuídas a espíritos. Mesmo assim, nos anos seguintes só haveria
registros esparsos de uma produção artística não-mediúnica entre os espíritas.
No Livro Obras Póstumas de Allan
Kardec há três capítulos que considero de fundamental leitura aos artistas contemporâneos,
são eles: Teoria da Beleza, A música celeste, A música espírita. Kardec define
assim a beleza da feição humana: “Do que precede que se pode concluir que a
beleza real consiste na forma que mais se distancia da animalidade, e reflete
melhor a superioridade intelectual e moral do Espírito, que é o ser principal.
O moral influindo sobre o físico, que apropria às suas necessidades físicas e
morais, segue-se: 1˚ que o tipo da beleza consiste na forma mais própria à
expressão das mais altas qualidades morais e intelectuais; 2˚ que, à medida que
o homem se eleva moralmente, seu envoltório se aproxima do ideal de beleza, que
é a beleza angélica.” Na estética das Artes, é desse tipo de beleza que se
trata e que vem sendo retratada em diversas modalidades por diversos artistas
da humanidade, e nesse processo de passagem para mundo regenerador, terá cada
vez maior relevância nossa vista sobre as obras mediúnicas para percepção
humana do mundo em geral.
Lembremos assim, para nossa luz
individual, da cepa de vinha desenhada por Espíritos de grande escopo no capítulo
Prolegômenos do Livro dos Espíritos.
Fonte:
Wikipédia Brasil.
IPV
AGO./2016 nº 200– ANO 19
(CÉU).
Tu
és honrado de esquecer.
Foi
o que adveio quando nasceste e eras página em branco.
No
momento, cadenciado escute-me, há sentimento carregado em minha voz. Na letra
dos volumes revolvidos sobre as mobílias do teu aposento, redunda tal infecunda
impressão, espairece a prudência de você em mim! Na mesma intensidade que o som
das gotas da chuva ressoando no beiral das vidraças o faz! Esqueça-os! O
símbolo letra logo denotará poder! A Natureza é a voz de Deus aliciando a nossa
energia! Desligue impostergavelmente o celular!
Aceite como único sentido nessa sala o som da minha voz! A lógica vai se
explodir no meu colo! E estamos unidos, entregando-nos num sono profundo e
maravilhoso! Vagarosamente estou encostando as pontas dos meus dedos na fronte
de tua testa. Sinta a energia fluir por meus dedos e adormeça! Ouça a música
erudita que começa agora!
Quando
estiveres acolhido, diga-me o pretexto de tanto cansaço, tanto peso nos ombros.
No
instante, só escute-me e sinta-me inteira convosco. O elemento integral dos
polos: veja como eu sou cheiro, gosto e calor! Como o nosso sentimento é
complexo e belo e permanece no todo de nosso ser! Vós sois, como tu és, como eu
sou, da mesma energia!
A
tristeza jaz em teu redor. Coube a mim jamais permitir a ti fundires com
matéria de menor pureza! Tu não foste ornado na mesma matéria do mal!
És
bom! Não dá para ocasionar até tua consciência qualquer sentimento de perdão,
por si mesmo e pelo outro! Mas tu és importante para mim e és a bondade em
essência! Deixe-me anelar um pouco de ti: o teu silêncio me diz!
Percebo
que existia a disfunção hormonal em ti o que limitou o estimulo de prazer na
tua puberdade. Assim, retirado da sensação de reflexo nas partes que formariam
a tua personalidade harmônica, pelo prazer, pelo contato, fechaste em si mesmo
a retidão da vossa expressão, incompleto e torturado em angustia e sofrimento.
A devida experiência e inevitável perda deveriam formar-te como um todo! Vosso
infindável amor se tornou ódio! Deus, por que permitiste? Por que deixaste
sentir tamanho sofrimento?
Deixaste-me
ir até ele antes que chegaste nisso? Não, Deus! Não deixaste! Acredito que
Vossas Excelências sadicamente usam algumas personalidades para manter a
estrutura que planejam para o Universo! Ao sacrifício de dilacerar a alma de um
homem bom! Sois vós justos?
Percebo
a tua consternação, meu amor! Eu sei que tu ainda estás ai! Além disso, como
idealista humanitário em sentimento e inteligência, era lógico que tu irias ser
condicionado pela dor e pela raiva, quando foi tirado de ti o que os
comportamentalistas chamam de reforço positivo!
Os
estímulos acessíveis não poderiam substituir a falta primeva! Foi interiorizado
em ti um sentimento de culpa moral! Culpa que refreou em ti recorrer ao não
sagrado, aos prazeres efêmeros, como paliativo da tensão. Como tu não recebeste
educação de cristãos, há de se considerar o inconsciente freudiano na infância
primeva de relevância para que tu ti reintegres! Tu deves perdoar vossos
genitores!
Entretanto,
ainda naquilo que os comportamentalistas chamam de reforço, lhe foi sugerido um
paliativo que culminou construindo o teu progresso, que interessou o teu ser na
totalidade! Ti confiaste de corpo às Ciências Humanas, as Positivistas e
Naturais e também às Ciências Idealistas e Espiritualistas!
Estranho,
contudo dotado de estrondosos potenciais adquiridos, noto tu não haveres
lavrado nenhum trabalho intelectual! Nenhum que fosse de relevância entre os
seus! Deus! Eu entendo! Vós, novamente em vossa redoma egoística! Mantiveram-no
desacreditado de si mesmo! Fizeram desde a concepção para que pudessem usá-lo
ao deleite como apoio para as vossas próprias descobertas! Malditos sois!
Querido,
não foste pretensioso de tomar partido: porque sabias da complexidade do ser
humano e achavas verdade onde houvesse verdade, independente do rótulo!
Quiseste ajudar! Foi-lhe sugerido o mundo das ideias! E você se atarraxou nisso
e criou! Você se impediu de existir para criar!
Tu és um artista, meu amor. Um artista!
Que
para distinguir verdadeiramente as classes onde o discurso do saber é
inatingível, e porque tu ti negavas a ti mesmo o tempo todo, por não sentir-te
completo e digno do saber, pela inferioridade de ti não ter provado afeto bom,
tu ti atiraste em inúmeros trabalhos de menor relevância onde nunca ti
adequaste! Deus, que tamanho sofrimento!
Agora
descanse.
Tu
tens que sentir o meu amor fluir até o teu ser! Há tanto afeto no que tu crias!
Agora antevejo pelos vossos olhos! E ainda assim, ninguém pudera supor que ali
permanecia a mensagem que eu precisava para ti encontrar, entre tantos!
Contudo, agora tu precisas sentir um pouco disso em retorno. Confie! O amor que
tu expressaste foi pura caridade! O Mestre não cobra a caridade e nem espera
ser compreendido por ela!
Portanto,
com a idêntica sentença que eu iniciei a minha fala, tu és honrado de esquecer!
Esqueça-os!
Nada
que eu faça irá trazer até a tua consciência o perdão! Quiçá, pudesse o reflexo
de um afeto tão misericordioso, entregue e despretensioso, como foi a vossa
Arte, refletir até ti pela vontade de um deles!
Entretanto,
por favor, devotada em atitude compassiva, aqui apresento-me a ti,
entregando-me aos vossos sentidos, deixe-me fazer-te chegar o meu afeto!
Cadenciadamente,
oculto para ti a minha voz! Sinta-me por meus gestos e atitudes, eu te guio e
tu vais se acostumando ao contato, condicionando a exteriorizar o teu afeto em
relação a mim! Destarte, aos poucos tu
vais aprender o meu tempo como eu vou aprender o teu! Porquanto a nossa energia
tem a mesma matéria, tu irás ti fundindo a mim, e em contrapartida, eu farei o
mesmo na maior intensidade que eu conseguir em ti! Vamos confiar de modo tão
frequente que condicionalmente toda energia ruim que lhe foi canalizada em
afetos fracos será superada! Além mais, tu criarás com maior vigor! Atitude e
confiança geram obras por demais belas, ainda mais preciosas ao que tu
expressaste até hoje, eu me dou como prova! Pois igualmente ocultei-me em
remorsos ao lhe ver, e foi ti quem me adormeceu e acordou! Nós vamos sempre nos
encontrar e nos lembrar de quem somos: somos afeto do mesmo afeto, e nenhum mal
pode superar tamanho bem por tanto tempo! Caem-se as cortinas e o tempo é a
derrota dos fracos, dos ainda ignorantes, e nós os resumimos e os deixamos ao
mal! E o mal está fora da redoma de quem é bom! Você acordou! Eu calo-me ao teu
toque! Que assim seja!
IPV
JUL./2016 nº 199– ANO 19
Comemora-se em 06 de julho de 1932 a
primeira publicação do livro Parnaso de
Além-Túmulo, escrito por espíritos diversos, espíritos de escritores
brasileiros e portugueses, desencarnados e vindos ao nosso conhecer pelas mãos aureoladas
do médium Francisco Cândido Xavier. Como as tenho poucas linhas para descrever
o encantamento da descoberta deste livro, e de um médium ainda em formação,
deixo-vos com as palavras de Manuel J. F. Quintão, que escreveu o prefácio no
tempo em que o livro e o médium apareciam para o público. Parnaso de Além-Túmulo é impactante já pelo título, não é mesmo?
Aproveitem o assento e tirem uma boa viagem pela poesia. É de suma beleza ler
as palavras introdutórias de Chico Xavier no também prefácio e além: o entusiasmo
de Haroldo de Campos (desencarnado) ao introduzir-nos palavras para a segunda
edição de 1935.
Mas,
perguntarão: – quem é Francisco Cândido Xavier? Será um rapaz culto, um
bacharel formado, um acadêmico, um rotulado desses que por ai vão felicitando a
Família, a Pátria e a Humanidade?
Nada
disso.
O
médium polígrafo Xavier é um rapaz de 21 anos, um quase adolescente, nascido
ali assim em Pedro Leopoldo, pequeno rincão do Estado de Minas. Filho de pais
pobres, não pôde ir além do curso primário dessa pedagogia incipiente e rotineira,
que faz do mestre-escola, em tese, um galopim eleitoral e não vai, também em
tese, muito além das quatro operações e da leitura corrida, com borrifos de
catecismo católico, de contrapeso.
(...)
Agora, diz-nos este que também as produções são recebidas de jacto.
Não
há ideação prévia, não há encadeamento de raciocínios, fixação de imagens.
É
tudo inesperado, explosivo, torrencial!
Do
que escreve e sabe que está escrevendo, também sabe que não pensou e não seria
capaz de escrever.
Há
vocábulos de étimo que desconhece; há fatos e recursos de hermenêutica. Figuras
de retórica, que ignora; teorias científicas, doutrinas, concepções filosóficas
das quais nunca ouviu falar, de autores também ignorados e jamais lidos!
Alguns Poetas e excertos de poemas da
coletânea:
Imagens
de turíbulos e rosas
Aromatizam
todos os empíreos...
Há
na Terra canções maravilhosas
Entre
as luzes e as lágrimas dos círios.
(Alphonsus
de Guimarãens)
Excelsa
e sereníssima Senhora,
Que
sois toda Bondade e Complacência,
Que
espalhais os eflúvios da Clemência
Em
caminhos liriais feitos de aurora!...
(Antero
de Quental)
Há
mistérios peregrinos
No
mistério dos destinos
Que
nos mandam renascer:
Da
luz do Criador nascemos,
Múltiplas
vidas vivemos,
Para
à mesma luz volver.
(Castro
Alves)
Jesus
ou Barrabás?
Sobre
a fronte da turba há um sussurro abafado.
A
multidão inteira, ansiosa se congrega,
Surda
à lição do amor, implacável e cega,
Para
a consumação dos festins do pecado.
“Crucificai-o!”
– exclama... Um lamento lhe chega
Da
Terra que soluça e do Céu desprezado.
“Jesus
ou Barrabás?” – pergunta, inquire o brado
Da
justiça sem Deus, que trêmula se entrega.
Jesus!
Jesus!... Jesus!... – e a resposta perpassa
Como
um sopro cruel do Aquilão da desgraça,
Sem
que o Anjo da Paz amaldiçoe ou gema...
E
debaixo do apodo e ensangüentada a face,
Toma
da cruz da dor para que a dor ficasse
Como
a glória da vida e a vitória suprema.
(Olavo
Bilac)
IPV
JUL./2016 nº 199– ANO 19
IPV julho/2016 nº 199 –
ANO 19:
por
Augusto Cavalcanti
O Bom Samaritano
em vista da Linguística Contemporânea
Linguística (do francês linguistique)
segundo o dicionário Aurélio é a ciência da linguagem e, em particular, da linguagem
articulada. A própria palavra linguagem vem do provençal lenguatge e, é descrita pela mesma fonte como sendo o uso da
palavra articulada ou escrita como meio de expressão e de comunicação entre as
pessoas. Contanto o nosso objetivo nesse artigo não será nos tornarmos, mesmo
com as diretrizes aqui inscritas, de cunho puramente dissertativo ou científico
como se mostra até o momento, destarte nos proporemos uma abordagem emocional
e, às vezes poética, como alcança a oratória do autor Haroldo Dutra Dias no
livro que me proponho uma despretensiosa resenha e que tem por nome “Parábolas
de Jesus – Texto e Contexto”.
Guardo como mesma premissa deste autor que os textos dos
evangelhos, como nas formas literárias, poéticas e líricas, que tanto me
enriquecem o conhecimento e a imaginação, tenham com absoluta certeza sido
reproduzidos, através daquilo que foi contado, em linguagem articulada pela voz
do Cristo e, depois feita em letra pelos evangelistas e por Paulo de Tarso, compreendemos
essas todas como passagens para o sublime e o foram reproduzidos para atingirem
mais ao que vai ao sentimento, aos corações humanos, à que se pretender algum sentido
cognitivo e científico dos versículos.
Contanto como todos nós espíritas sedentos de estudo e
iluminados pelos ensinamentos da Doutrina, legado-nos pelas mãos sublimes de
Allan Kardec, nas vozes de Emmanuel “(...)
temos sede das tuas palavras de vida eterna, escoimadas de qualquer
suplementação.” (Palavras de Vida
Eterna, Francisco Cândido Xavier) sendo escoimar, livrar de impurezas,
limpar e, suplementar, aquilo que amplia, acrescenta, damos aqui a proposta
nesse esclarecimento à luz da Linguística naquilo que seria amainar e extrair a
palavra de Jesus em sua essência e disso se faz mister o estudo deste livro de
Haroldo D. Dias.
Desse
modo, acreditamos que acima de todas as técnicas e ferramentas exegéticas (comentário ou dissertação para
esclarecimento ou minúcia interpretação de um texto ou de uma palavra, aplicado
de modo especial em relação à Bíblia) se
encontra a compreensão. Aquela que
nasce do coração, do sentimento e se aperfeiçoa na exemplificação. (...) Somente compreende de forma integral quem
aplicou o ensino em sua própria vida. (...) Nesse diapasão, a leitura dos
Evangelhos constitui uma jornada de ascensão espiritual, na qual a ampliação do
entendimento e da compreensão é proporcional ao crescimento espiritual do
leitor. Haroldo Dutra Dias.
Não devemos nos desesperar, caros leitores: o que mais se
pretendeu até esse instante do texto foi afirmar que mesmo sem o aparato
cientifico da Linguística atual, que será abordado abaixo, a conclusão mundana
nos dá inúmeras provas que o que está realmente em jogo na nossa ascensão
espiritual na leitura da Bíblia é o nosso coração aberto para o sagrado e acima
de tudo, difundir e aplicar a mudança que os textos Bíblicos nos ocasionaram em
nossa seara de bondade e amor, acima de tudo Amor, nas nossas atitudes pela
vida afora.
Retornemos então tranquilos em nossa consciência de meros
alunos de Haroldo na dialética de seu livro sobre Jesus. O autor julga de vital
consideração à comunidade de fala, em
se estudar qualquer enunciado linguístico, em especial os textos do Novo
Testamento, já que Jesus sempre adaptava o seu ensino à comunidade de ouvintes,
utilizando símbolos da agricultura, da pesca, do exército romano, dos rituais
judaicos, da hermenêutica dos Doutores da Lei, conforme variava o público e,
como existiam diversos grupos ao tempo de Cristo (ver introdução do Evangelho
Segundo o Espiritismo, item III, de Allan Kardec) como os fariseus, saduceus,
samaritanos, o ensino do Mestre variava, na forma e no fundo, dependendo do seu
interlocutor.
Do Manual da Linguística, de autoria de Mário Eduardo
Martelotta:
“Dessa forma, as novas disciplinas vêm
priorizar os fatores sociais, culturais e psíquicos que interagem na linguagem.
Esses fatores são considerados essenciais porque o homem adquire a linguagem e
dela se utiliza dentro de uma comunidade
de fala, tendo como objetivos a comunicação com os indivíduos e a atuação
sobre os interlocutores. (...) Nas comunidades organizam-se agrupamentos de
indivíduos constituídos por traços comuns, a exemplo de religião, lazeres,
trabalho, faixa etária, escolaridade, profissão e sexo”.
E mais adelante,
na fala de Ingedore Villaça Koch, Introdução à LinguísticaTextual:
“Desta
forma, na base da atividade linguística está a interação e o compartilhamento
de conhecimentos e atenção: os acontecimentos linguísticos não são a reunião de
vários atos individuais e independentes. São, ao contrário, uma atividade que se faz com os outros,
conjuntamente”.
O que se quer aqui deixar aclarado é que se faz mister
compreender diacronicamente o contexto em, que viveram os sucessores e os contemporâneos
de Jesus para se bem compreender cognitivamente o conteúdo do Novo Testamento.
É nisso que se tem debruçado a escolástica moderna da linguagem para melhor
enquadrar os leitores da Bíblia na nossa atual sociedade de aplicativos e conexões
que surgem e somem a todo o momento.
Nos pormenores de nos delongarmos excessivamente na ciência
esquecendo-nos da premissa básica do coração, encerramos aqui a resenha sobre o
capítulo dois, Linguagem e Linguística,
palavras iniciais do essencial livro Parábolas
de Jesus – Texto e Contexto, de Haroldo Dutra Dias. Nos demais capítulos o
autor abordará as Concepções do Texto, o Contexto, Gêneros Literários, as
Parábolas (apresentado-nos o conceito judaico de Torah oral e escrita), e
concretiza oferecendo-nos, agora detentores de todos esses pormenores estudados,
o entendimento embasado de O Bom Samaritano.
Como nunca deixa de ser demais aos nossos corações atentos e
saudosos da palavra, termino com o sermão do monte, proferido por Jesus e que
está no penúltimo capítulo do livro.
“Ouviste que foi dito: “Amarás o teu próximo” e “Odiarás o
teu inimigo”. Eu, porém, vos digo: Amai vossos inimigos e orai pelos que vos
perseguem, para que vos torneis filhos de vosso Pai, (que está) nos céus, já
que seu sol desponta sobre maus e bons, a cai chuva sobre justos e injustos.
Pois, se amais os que vos amam, que recompensa tendes? Não fazem os mesmos os
publicanos? E se saudais somente os vossos irmãos, que fazeis de
extraordinário? Não fazem também os gentios o mesmo? Portanto, sede vós
perfeitos, como é perfeito vosso Pai Calestial”. (Mt 5:43-48).
IPV outubro/2014 nº 180
– ANO 17:
Segurança –
Vigilância Cristã:
Por Augusto Cavalcanti.
Aconteceu no dia 20 de setembro de 2014 a palestra Segurança
– Vigilância Cristã com a expositora Maristela Bosso (CEAK Campinas) que foi
parte da semana anual do Tema Específico do Seareiros. Um público de cerca de
setenta pessoas pode participar da exposição que começou com a apresentação do
vídeo institucional da casa e prece proferida pela palestrante.
Dando inicio a palestra Maristela citou uma bela frase de
Jesus: “Conhecereis a verdade e a verdade os fará livres” que serviu de
abertura para tudo que seria nos transmitido. Penso que essa máxima cabe muito
bem a essa semana de tema específico pelo esclarecimento que conseguimos absorver
no Seareiros. Tenho para mim que a descoberta da Doutrina Espírita e as cinco
obras básicas de Kardec são grande aparatos para nos esclarecer nos tornando
mais livres de alma. Falando ainda sobre o pensamento e a vontade, a
palestrante recorreu a Léon Denis onde esse pensador nos diz: “o pensamento é
criador. A vontade é a maior de todas as potências. A vontade Divina é o
supremo motor da vida universal.”.
Maristela nos mostrou nessa pirâmide de slides iniciais
pensamentos para nos dizer que nós temos dentro de nós tudo o que é necessário
para termos uma vida de vigilância. Vigilância da frase proferida por Cristo
“Vigiai e Orai”, para não cairdes em tentação. Contudo no que seria um vigiar
no sentido de vigiar procedimentos, aspecto espiritual do termo, estar alerta;
atento, vigilante da nossa própria vida e em relação a tudo e a todos. Para tal
feito devemos observar e analisar nosso pensamento, sentimento, palavras e
ações. Nossos principalmente e dos que convivem conosco.
Continuando a sua linha de argumentação, a palestrante nos
alertou que não podemos ceder a instigação ou ao estímulo para o que for o mal.
E assim, se referindo a pergunta 919 do Livro dos Espíritos ela reproduziu os
dizeres: “qual o meio prático mais eficaz para se melhorar nessa vida, e
resistir ao arrastamento do mal?” no que os espíritos responderam: “ um sábio
da antiguidade vos disse “Conhece-te a ti mesmo”
Nos esclareceu ainda que não devemos ensejar sintonia mental
ou afinidade fluídica com os espíritos inferiores, pois temos o corpo como um
templo, citando o belíssimo pensamento do Cristo: “Derrubai esse templo e em
três dias eu o reconstruirei” no que ele se referia a morte de seu corpo e
posterior ressurreição. Com essa postura de vigilância cristã aceitamos o corpo
como instrumento sagrado e temporário para aprendizagem, resgate e convívio com
os demais.
Maristela citou então André Luiz: “virtude não é uma voz que
fala, e sim, o poder que irradia” e para abertura de sua prece de encerramento
se remeteu a pergunta 919 feita a Santo Agostinho do que deveria ser feito para
se conhecer no que o sábio nos alertou: “Fazei o que eu fazia de minha vida
sobre a Terra: ao fim da jornada eu interrogava minha consciência, passava em
revista o que eu fizera, e me perguntava se não faltava algum dever, se ninguém
tinha nada a se lamentar de mim. Foi assim que eu consegui me conhecer e ver o
que havia para reformar em mim. Aquele que em todas as noites se lembrasse de
todas as suas ações do dia e se perguntasse o que fez de bem e de mal, pedindo
a Deus e ao seu anjo guardião para o esclarecer, adquiriria uma grande força
para se aperfeiçoar, porque, crede-me, Deus o assistiria”. Sem dúvidas uma
tarefa difícil e que deve ser treinada todos os dias.
Assim foi feita uma prece fervorosa e inspirada proferida
por Maristela dando encerramento a tarde de grandes ensinos nos transmitidos e
agradeço em nome desse jornal a palestrante e a casa pela semana do Tema
Específico.
IPV outubro/2014 nº 180
– ANO 17:
Ação e Reação:
Por Augusto Cavalcanti.
Aconteceu no dia 18 de setembro de 2014 a palestra Ação e
Reação com a expositora Solange Pinese que foi parte da semana anual do Tema
Específico do Seareiros. Um público de cerca de cinquenta pessoas pode
participar da exposição que começou com uma prece e posterior apresentação do
vídeo institucional da casa.
Dando inicio a palestra Solange nos disse um pouco sobre o
tema escolhido. Para poder dissertar sobre as consequências de nossos atos
nessa e nas posteriores vidas fomos abordados com Ação e Reação que é a nona
obra da séria A Vida no Mundo Espiritual do espírito André Luiz pela
psicografia de Francisco Cândido Xavier.
Nesse livro, André Luiz passa aproximadamente três anos na
Mansão Paz, uma casa de auxílio espiritual que se encontra nas zonas
inferiores, e que tem ligações com Nosso Lar, que se encontra em esferas
superiores. Lá, ele tem como mentores o Instrutor Druso, que é diretor da
instituição, e especialmente o Assistente Silas.
Para quem pudesse fazer analogia com uma casa tranquila e
abastada pelo termo mansão, Solange logo nos explicou que a realidade ali
vivida era bem diversa de calmaria. A Mansão da Paz é um lugar de auxílio para
espíritos muito sofredores, mutilados, e que em algum momento esboçaram algum
arrependimento e por isso estavam ali para se regenerarem para o processo
reencarnatório. Ela ainda frisou o auxílio que é a prece para os espíritos
nesse estado, pois é nesse momento de transmissão de bons fluidos que muitos
despertam para serem acolhidos.
A palestra como o livro ilustrou diversas histórias que nos
dão entender as consequências das nossas más atitudes e que, como lei
universal, sempre teremos que resgatar. Vou reproduzir aqui a história contada
de Antônio Olimpio.
Logo após seus pais desencarnarem, Antônio herdou boa
fortuna, mas que teria que dividir com seus dois irmãos, Carindo e Leonel.
Inconformado com isso, certo dia, convidou-os a uma volta de barco, fê-los
tomarem um tranquilizante com a bebida, e depois conduziu o barco a um local do
rio em que a água se movimentava com violência. Aproveitou que o barco se
movimentava descontroladamente, e empurrou seus dois irmãos no rio, viu-os se
afogarem. Quando chegou ao porto, disse que foi um terrível acidente. Ele, seu
filho Luiz, ainda criança, e sua esposa Alzira não desfrutaram das posses como
gostariam. Os dois irmãos desencarnados tornaram-se seus verdugos, fazendo com
que Alzira, a esposa do homicida, ficasse louca e se suicidasse no mesmo rio da
tragédia anterior. Oímpio também sofreu por causa de seu versugos obsessores.
Tão logo desencarnou o homicida, foi perseguido pelos seus rivais. Seu filho,
Luiz, ao herdar a herença também foi perseguido pelos inimigos de seu pai,
quase atingiu a insanidade. Mas após longa drama, em que é narrada toda a
história, e também o processo de recuperação dos dois obsessores, que trabalhavam
juntos com diversas entidades malígnas, foram convertidos, e sujeitos a
reencarnar em breve tendo Alzira como mãe e Olimpio com pai.
Olimpio assim restitui a vida tirada e a fortuna roubada
como pai numa nova reencarnação. Solange disse-nos sobre como os espíritos
obssessores aprendem aproveitar as tendências melévolas da humanidade para
incitar o obsediado no mal, e mais uma vez compreendemos que são nossas
próprias mazelas que nos causam as doenças e o descontrole.
Contou-se então a história do assistente Silas que em sua
vida havia utilizado mal da profissão de médico, que não exerceu, pois por
ganância decidiu cuidar da fortuna e incitou seu pai matar a namorada, por ódio
de uma traição revelada e alimentada pela trama do filho. No fim descobrimos que
seu pai era o diretor da Mansão Druso e eles reencontram emocionados uma moça
cadavérica advinda do umbral que se trata da antiga namorada assassinada. Num
próximo plano reencarnatório Silas será médico novamente e cuidará da moça que
advirá como sua irmã com problemas mentais.
Foi uma noite muito agradável e agradeço os ensinamentos
compartilhados por Solange em nome desse jornal. Que venham muitos setembros
com tema específico nessa casa abençoada, Amém.
IPV outubro/2014 nº 180
– ANO 17:
O EU NO MUNDO:
Por Augusto Cavalcanti.
Aconteceu no dia 17 de setembro de 2014 a palestra O Eu no
Mundo com o expositor Sandro Cosso (CEAK Campinas) que foi parte da semana
anual do Tema Específico do Seareiros. Um público de cerca de cem pessoas pode
participar da exposição que começou com uma prece proferida pelo presidente do
Seareiros Orlando Cioldin e posterior apresentação do vídeo institucional da
casa.
Para alegria deste que escreve, o palestrante começou a
palestra com a alegoria filosófica do mito da caverna de Platão, conceito
apresentado pelo sábio pensador no livro A República. A imagem que Sandro Cosso
escolheu para nos mostrar em slide o mito ainda está em minha memória e creio
que nas dos demais presentes. Ele explanou, com auxilio do belo quadro, do que
fala o mito, é mais ou menos assim: um grupo de pessoas presos em uma caverna
somente conhecia a realidade pela sombra refletida por uma fogueira na parede
da mesma, um dia um homem conseguiu sair da caverna e descobriu um mundo todo
cheio de cores e vida, ele então voltou transformado para caverna e informou os
demais que a realidade era diferente daquilo que eles conheciam. O homem dotado
destes conhecimentos foi tratado pelos demais como um lunático e
incompreendido.
Eu li esse livro de Platão na Universidade em São Carlos e é
um dos mais belos momentos literários que posso me lembrar na minha pequena
existência. E foi somente com o empurrãozinho de Sandro Cosso que pude
perceber, já hoje um pouco mais amadurecido, o quão espírita pode ser
interpretado esse texto. Se entendermos, por exemplo os profetas, ou mesmo o
Cristo, ou até mesmo o nosso Chico, como homens que de certo modo saíram da
caverna e voltaram para nos informar o que há de verdade no mundo espiritual, o
mundo real, para nós que ainda enxergamos as sombras, é uma viagem em nome da
boa filosofia e da doutrina e fiquei muito feliz por essa nova abordagem em meu
conceito.
Sandro então nos apresentou uma outra figura em slide, um iceberg,
onde fica vigente a parte aparente da grande rocha de gelo acima da superfície,
e o seu colossal tamanho abaixo da superfície. Explanou que para média geral da
humanidade o conteúdo aparente da pedra é como nosso conteúdo material, corpo,
sendo o conteúdo submerso e imenso como nosso conteúdo espiritual. Mais uma vez
me faz pensar nas pessoas que conseguem ter uma sensibilidade e inteligência
mais apurada de viver mais o todo que somos, enxergando mais o que está
submerso de nossos sentidos rudes e o quanto, às vezes, somos injusto em
julgá-los como seres fora da órbita, e literalmente, para vossa alegria, o são
mesmo.
Ele nos disse então que as redes sociais sempre existiram de
uma forma ou de outra e que elas captam como um filtro aquilo que estabelecemos
como interesse. Por exemplo, se no facebook somente formos atrás de fofocas
efêmeras, será somente isso que aparecerá em nosso muro. E vice versa, se
tivermos um conceito melhor do que procuramos, nosso muro será assim melhor
preenchido. Citou também o centro espírita como uma grande rede social, e de
fato, para o nosso deleite, o é casa sagrada de encontro e cura de diversos
seres encarnados e desencarnados.
Nos somos em atitude parte integrante do mundo, e construímos
nele o que desejamos e podemos como melhor de nós, assim é como deveríamos
agir, e creio que todos os presentes saíram um pouco ou muito mais felizardos
dessa sessão. Se ainda não o suficiente para enxergarmos menos sombra e mais
realidade, menos superfície e mais alma, estamos no caminho disto. Obrigado
Sandro, é meu agradecimento em nome desse jornal. Boralá para próxima palestra!
IPV outubro/2014 nº180–
ANO 17:
Congresso Espírita
Mundial e Congresso Espírita Pan-Americano
por
Augusto Cavalcanti
No dia 03 de outubro de 1998 se deu a
abertura em Portugal do segundo Congresso Espírita Mundial e no mesmo dia 03 de
outubro, porém no ano de 1947, realizou-se a abertura do primeiro Congresso
Espírita Pan- Americano na Argentina. Ambos os congressos se realizam a cada
três em três anos e falaremos um pouco sobre eles, para que eu como articulista
responsável por essa nobre tarefa entenda, e para que os nossos leitores
entendam, um pouco mais da abrangência mundial dos movimentos divulgadores e
reguladores da Doutrina.
Entrevistado pelo site Estante Literária da
EspiritaVox, Divaldo Pereira Franco deu a seguinte análise a respeito do II
Congresso Espírita Mundial, que havia sido recentemente realizado em Portugal,
e de sua importância para o Movimento Espírita o médium respondeu, (Divaldo): “Todos
os congressos têm por finalidade oferecer qualificação dos propósitos para os
quais são convocados. Os congressos espíritas oferecem o grande significado do
pensamento da Doutrina, para que sejam debatidos os seus temas essenciais, e,
acima de tudo, atualizados, porquanto o progresso da ciência é ininterrupto e,
inevitavelmente, necessitamos fazer as pontes entre a revelação de que Allan
Kardec foi objeto, com essas mesmas conquistas da tecnologia e da ciência, na
sua fase mais elevada do pensamento. É natural, portanto, que os congressos
tragam para o Movimento uma valiosa contribuição. Muitas vezes lamentamos que,
pela diversidade dos temas, os mesmos não podem ser aprofundados, em razão da
exigüidade de tempo. O II Congresso Mundial de Espiritismo caracterizou-se pela
admirável organização, pela qualidade, pelo elenco de temas apresentados, o que
constituiu uma verdadeira glória para o Movimento Espírita, que pôde reunir
3.065 pessoas de 27 países diferentes, incluindo as ex colônias ultramarinas de
Portugal. No entanto, nós advogamos a tese de que um número menor de temas sempre
oferece oportunidade de um estudo mais amplo, de debates mais largos, ensejando
as grandes pontes de atualização entre aquilo que está exarado na Codificação e
vem sendo realizado pelas conquistas contemporâneas”.
Segundo o site da FEB (Federação Espírita Brasileira), com a
realização dos Congressos Espíritas Mundiais, o Conselho Espírita Internacional
procura consolidar um espaço no âmbito internacional para a divulgação dos
ensinos espíritas em todos os países. Destaca ainda a presença de reconhecidos
oradores de diferentes nacionalidades, programas e temários sempre atuais e a
presença crescente de milhares de congressistas, fazendo de cada Congresso
Espírita Mundial um evento único.
O primeiro congresso mundial, realizado pelo CEI, ocorreu em
Brasília, no ano de 1995. O segundo foi em Portugal na capital Lisboa, no ano
de 1998. A cidade de Guatemala em Guatemala foi em 2001 sede do terceiro
congresso espírita mundial. O 4º congresso, em homenagem ao bicentenário de
Allan Kardec, em 2004, foi realizado em Paris, na França, e em 2007, no ano de
comemoração dos 150 anos do lançamento do Livro dos Espíritos, a cidade de
Cartagena, na Colômbia foi palco do 5° Congresso. O 6º Congresso Espírita
Mundial, realizou-se em Valencia, na Espanha. O 7º. Congresso Espírita Mundial
foi realizado em Havana – Cuba, em março de 2013. Como o evento ocorre de três
em três anos, o próximo será em 2016 em cidade e país ainda não divulgado.
Se mantiverem a sequência de intercalação de sedes entre
países latino-americanos e do leste Europeus, é provável que o evento ocorra
novamente na Europa. Muito interessante essa escolha dos países, são culturas
realmente fortes em cada país sede e, sinto-me feliz de vê-los unidos nesse
intuito de proliferação dos estudos Espíritas.
A CEPA (Confederação Espírita Pan-Americana),
instituição
espírita de caráter confederativo e associativo, formada por pessoas físicas e
por instituições legalmente constituídas, na América, na Europa e na Oceania, foi
fundada em 5 de outubro de 1946, durante o primeiro Congresso Espírita
Pan-Americano, realizado na cidade de Buenos Aires, Argentina.
Com a Guerra Civil Espanhola e a Segunda
Guerra Mundial, que afetaram as atividades do Espiritismo na França, seu país
de origem, também na Espanha e em todos os países da Europa, culminando no
desaparecimento da Confederação Espírita Internacional, que tinha sede em
Paris, ainda afetando a publicação dos principais periódicos espíritas de
língua espanhola, pois antes das guerras, a Espanha fornecia normalmente
revistas, livros e material doutrinário para as instituições e comunidades
espíritas da América Latina, vigente e diante dessas adversidades, foi dada a
proposta da Confederação Espírita Argentina da criação de uma Confederação
Espírita da América, para organizar o movimento espírita no continente.
Realizou-se em Buenos Aires, Argentina, o I
Congresso Espírita Pan-americano, contando com representantes da Argentina,
Brasil, Chile, Cuba, Equador, Estados Unidos, Honduras, México, Porto Rico e
Uruguai.
O Congresso tomou a decisão de fundar a
Confederação Espírita Pan-americana, cujo estatuto adotou a integração do
Espiritismo Latino-americano, dentro de um programa mínimo de objetivos comuns,
e o estabelecimento de Congressos Periódicos que seriam realizados de três em
três anos, com o objetivo de apreciar todas as ações desenvolvidas durante o
período da gestão anterior, examinar as questões relacionadas com o corpo da
Doutrina Espírita, e a organização do Movimento Espírita, bem como, a revisão
dos estatutos, quando se fizer necessário.
IPV julho/2014 nº177–
ANO 17:
Conto: Você pode
lembrar-se quem você era, antes que o mundo lhe dissesse quem você deveria ser?
por
Augusto Cavalcanti
Vou escrever no tempo do Império,
quando me diverti com a menina negra Mariazinha. Não foi a minha primeira
mulher, porque o meu pai, como um bom Coronel, me levou à casa da Madame e me
envolvi com uma de lá, metida à francesa. Mas Mariazinha era melhor, porque a
menina, com quem dividi a infância, me amava. Eu gostava de homens também. Foi
quando meu pai passou a me odiar. Mamãe choramingava pelos cantos a vida
monótona em que se enfiara: casamento cômodo, vida enfadada. Eu sempre precisei
demais, nunca estive contente, mas tinha medo...
Treze de maio de 1888. O dia em que a
Princesa Isabel assinara a Abolição da Escravatura, data que deu, a ela, a
glória e o adeus ao trono e, a mim: adeus àquela encarnação. Morrera ali,
vitimado de parada cardíaca, causada por dose excessiva do sedativo. E aquele
olhar da enfermeira, só agora posso entender aquele derradeiro e fulminante
(como a dose em sua agulha) olhar. Nós fomos marido e mulher em outra vida. Eu
tive uma vida de excessos e causei dor à enfermeira, naquela época Eloàde. Ela
se desesperou com o marido ausente e ligado as rodas bohêmias francesas, sinais
da luz que viria a brilhar naquele século, no pincel de tantos excessivos pintores,
e tanto estimulava os sensitivos, como eu era. Kardec ainda não era falado, não
tinha ainda escrito o seu tratado Espírita. Tanto desentendimento que seria
evitado... tanta paixão para um só corpo: um livro. Os espíritos que ali
estavam: deles nós tivemos falta, Eloàde. E trocar o egoísmo por amor.
Eu desejaria falar mais, lembrar mais,
mais esse medo: esse medo me domina até que eu perca os sentidos. Acordo e um
dos socorristas, dos mais solícitos, está ao meu lado. Ele me diz, com uma cara
angelical, que eu preciso repousar. Eu digo que entendo das coisas. Ele diz
saber disso. O que me desespera aqui é que sabem de tudo. E onde está
Mariazinha então? Por que com ela não posso falar? E quando vou me lembrando da
casa antiga, mamãe, papai, do meu irmão... da ganância deles e do egoísmo nosso,
tudo toma um tom de entardecer, sinto de novo o meu braço sofrer a agulhada com
o líquido fatal e desfaleço... O que estaria acontecendo naquela terra, meu
Deus?
O que está acontecendo comigo? A doença
não passa com a morte? Disseram-me Ezquizofrênico. Tenho por mim que isso vem
me acompanhando desde o tempo da França, talvez mais... foi muito abuso de
tudo: abuso de pensar a vida momentânea, não me ligar as coisas da alma, do espírito.
Porém o pior que as bebidas, mulheres fúteis e homens também, sexo volátil, o
pior mesmo é o meu excesso de mim mesmo.
Na fazenda, o meu adoecer foi até que
bom para todos. Meu pai morrera aos poucos de vergonha do filho, justo o mais
velho, o nascido para cuidar das terras, agora um louco, que já diziam
impotente com as mulheres e solícito até aos galanteios masculinos. Mamãe
estava cansada dos meus insultos, já que agora estava mais agressivo e tomara
liberdades de acusá-la, na frente das mucamas e tudo. O meu irmão, único e mais
novo, nem se fala como sorrira com o “incidente”: teria a herança toda para
ele.
Dizem aqui que eu era de outro tempo, e
isso soa até como bondade e me torna mais calmo. A equipe socorrista sabe como
falar com a gente. Talvez se eu tivesse nascido na Corte? Sabe, eu até fui lá:
Rio de Janeiro. Mas senti muito medo daquela modernidade. Quando é que alguém
portador de um caráter egocêntrico, que gostava de se gabar de si, poderia
fazer isso no meio de tanta gente estudada, versada? Voltei para o interior e
para Mariazinha.
Onde ela estaria agora?
Brincando de soslaio com as camélias
que o avô recebera do neto e plantara em lugar escondido? Ela, eu não me lembro
de outras vidas, não. Também pudera: somos deverás diferentes. Dizem aqui que
espíritos diferentes, diferentes escalas evolutivas (como dizem) não ficam
muito juntos, não: só com o véu da pele. Eu não entendi muito bem isso. Acho
que quando ela não for negra, a gente vá até se casar.
Mas eu penso em Eloàde também, e vai me
causando calafrios... como ela virara enfermeira? Então, eu lembro que
acertamos que seria assim, naquela França que esvanecia o moderno, seria assim
o nosso acerto em terras brasileiras, modernas, e, me dá muito medo... meu
braço vai coçando, o “belisco” ardido da agulha, me dá muito medo e perco os
sentidos. Alguém me ampara e os pensamentos começam de novo. Disseram-me que
estou em um hospital. Acho que nunca vou sair da maca. Você sabe me dizer?
.
IPV setembro/2013 nº 168
– ANO 16:
9˚ ENCONTRO DA CANÇÃO
ESPÍRITA:
por
Augusto Cavalcanti
Aconteceu no dia 03 de agosto de 2013, no Teatro Paulo
Autran, o 9˚ Encontro Da Canção Espírita. O evento teve
como público alvo toda sociedade, de qualquer faixa etária, e a entrada foi
gratuita. Quem organizou esse encontro foi o colaborador do nosso informativo,
o músico e professor Clayton Prado.
A noite de música e
festa foi prestigiada por um público de trezentas pessoas e, é uma realização
anual da U.S.E de Americana – União da Sociedades Espíritas de Americana e Nova
Odessa, através do seu Departamento de Artes. O evento acontece todos os meses
de Agosto e existe desde 2005. O encontro conta com a colaboração de doadores
anônimos.
A transmissão ao vivo foi feita pelo canal Dubem: WWW.redeamigoespirita.com.br,
ainda está disponibilizado para venda o DVD que foi gravado ao vivo por Yuri e
Ângela produções. Aos interessados, favor entrar em contato com Clayton pelo
e-mail: claytonprado1@gmail.com.
As apresentações começaram ás 20:30 com a banda Cartas de
Bordeaux de São Paulo. Cada música era acompanhada por pequena introdução da
apresentadora e contavam com o tempo de duas músicas por artista. A organização
foi um ponto notável de toda a noite.
Depois foram se apresentando os demais músicos profissionais
e amadores e contavam ainda com uma banda de apoio que acompanhou todos os
artistas.
Ao todo foram se apresentando o Grupo Toque na Alma de
Araras, Wilson Franchi e Alan de Americana, Leleco de Bauru, Grupo Vocal Flora
Luz de Americana, Rosa Maria de Americana, Paulo Roberto de Oliveira e Mara
Moura de Americana, Grupo Musical da Associação de Americana, Mauricio e
Marlene Moura de Americana, Clariana Leite de Americana, Grupo Vocal Bezerra de
Menezes de Americana, Lirálcio Alves Ricci de São Paulo e Banda de Apoio do
Departamento de Artes.
A noite foi uma grande celebração de mensagens Espíritas,
musicadas por todos esses compositores e colaboradores participantes. A
divulgação dos princípios doutrinários foi atingida e todos os presentes
celebravam a cada participação com muita salva de palmas e, também gritos
entusiasmados para os autores da cidade. Fica a certeza que todos os presentes
aguardam ansiosos o próximo ano e, se Deus, e os artistas quiserem, mais uma
noite de grande festa, prece e celebração do Espiritismo.
IPV setembro/2013 nº 168
– ANO 16:
DNA ESPÍRITA:
por
Augusto Cavalcanti
Cientistas revelam: DNA possui funções medíunicas:
telepatia, clarividência e contato interdimensional. Essa foi a notícia
divulgada em 1 de agosto de 2013, na qual cientistas russos afirmam “Nosso DNA
é um biocomputador”.
Quando cientistas começaram a desvendar o mundo da genética,
compreenderam a utilidade de apenas 10% do nosso DNA. O restante (90%) foi
considerado “DNA LIXO”, ou seja: sem função alguma para o corpo humano.
Porém, este fato foi motivo de questionamentos, pois alguns
cientistas não acreditaram que o corpo físico traria algum elemento que não
tivesse alguma utilidade.
E foi assim que o biofísico russo e biólogo molecular Pjotr
Garjajev e seus colegas iniciaram pesquisas com equipamentos “de ponta”, com a
finalidade de investigar os 90% do DNA não compreendido. E os resultados
apresentados são fantásticos, atingindo aspectos antes considerados
“esotéricos” do nosso DNA.
O que as pesquisas estão concluindo?
1- O DNA é telepático.
A partir das últimas pesquisas, cientistas concluíram que o
nosso DNA é receptor e transmissor de informações além tempo-espaço.
Segundo essas pesquisas, o nosso DNA gera padrões que atuam
no vácuo, produzindo os chamados “buracos de minhoca” magnetizados. São
“buracos de minhocas” microscópicos, semelhantes aos “buracos de minhocas”
percebidos no Universo.
Sabe-se que “buracos de minhocas” são como pontes ou túneis
de conexões entre áreas totalmente diferentes no universo, através das quais a
informação é transmitida fora do espaço e do tempo.
Isto significa que o DNA atrai informação e as passa para as
células e para a consciência, uma função que os cientistas estão considerando
como a internet do corpo físico, porém muito mais avançada que a internet que
entra em nossos computadores.
Esta descoberta leva a crer que o DNA possui algo que se
pode chamar de telepatia interespacial e interdimensional. Em outras palavras,
O DNA está aberto á comunicações e mostra-se suscetível a elas.
Pesquisas relacionadas à recepção e transmissão de
informações através do DNA estão explicando os fenômenos como a clarividência,
a intuição, atos espontâneos de cura e auto cura e outros.
2- Reprogramação do DNA através da mente e das palavras.
O grupo de Garjajev descobriu também que o DNA possui uma
linguagem própria, contendo uma espécie de sintaxe gramatical, semelhante á
gramática da linguagem humana, levando-os a concluir que o DNA é influenciável
por palavras emitidas pela mente e pela voz, confirmando a eficácia das
técnicas de afirmação, de hipnose (ou auto hipnose) e de visualizações
positivas.
Esta foi uma descoberta impressionante, pois diz que se nós
adequarmos as frequências da nossa linguagem verbal e das imagens geradas por
nosso pensamento, o DNA se reprogramará, aceitando uma nova ordem e uma nova
regra, a partir da idéia que está sendo transmitida.
O DNA, neste caso, recebe a informação das palavras e das
imagens do pensamento e as transmite para todas as células e moléculas do
corpo, que passam a ser comandadas segundo o novo padrão emitido pelo DNA.
Os cientistas russos estão sendo capazes de reprogramar o
DNA em organismos vivos, usando as frequências de ressonância de DNA corretas e
estão obtendo resultados bastante positivos, especialmente na regeneração do
DNA danificado.
Utilizam para isso a Luz Laser codificada como a linguagem
humana para transmitir informações saudáveis ao DNA e essa técnica já está
sendo aplicada em alguns hospitais universitários europeus, com sucesso em
vários tipos de câncer de pele. O câncer é curado, sem cicatrizes
remanescentes.
3- O DNA responde á interferências da luz Laser.
Continuando nessa linha de pesquisas, o pesquisador russo
Dr. Vladimir Poponin, colocou o DNA em um tubo e enviou feixes de Luz Laser
através dele. Quando o DNA foi removido do tubo, a Luz Laser continuou a
espiralar no DNA, formando como que pequenos chacras e um novo campo magnético
ao redor do mesmo, maior e mais iluminado que o anterior.
O DNA mostrou-se agir como um cristal quando faz a refração
da Luz, concluindo que o DNA irradia a Luz que recebe.
Esta descoberta levou os cientistas a uma maior compreensão
sobre os campos eletromagnéticos ao redor das pessoas, assim como também
compreenderam que as irradiações emitidas por curadores e sensitivos acontecem
segundo esse mesmo padrão: receber e irradiar, aumentando e preenchendo com Luz
o campo eletromagnético ao redor.
As pesquisas estão ainda em fases iniciais, e os cientistas
acreditam que ainda vão descobrir muitas outras coisas interessantes.
Por enquanto, as conclusões nos estimulam a continuarmos com
as técnicas de afirmações positivas, cuidando dos nossos pensamentos e das
imagens por ele geradas, a fim de que as transmissões sejam correspondentes a
saúde, ao bem estar e a harmonia, enviadas não apenas ao DNA como também para
todo o corpo.
Resta a certeza de que o nosso DNA agradece por suas
informações positivas transmitidas a ele.
Que tal melhorar as suas transmissões verbais e mentais?
Comunique-se positivamente com seu corpo e reprograme seu
DNA.
Todas as informações do texto acima etão contidas no livro
“Vernetzte Intelligenz” von Grazyna Fosar und Franz Bludorf, ISBN 3930243237,
resumidos e comentados por Baerbel. O livro, infelizmente, só está disponível
em Alemão até agora. Você pode alcançar os autores aqui:
Kontext – Forum de Ciência Border
IPV setembro/2013 nº 168
– ANO 16:
FILME: A DUPLA VIDA
DE VÉRONIQUE
por
Augusto Cavalcanti
A Dupla Vida de Véronique (La Double vie de Véronique) é
uma co-produção franco-noruego-polonesa dirigida por Krzysztof Kieslowski e com
trilha sonora de Zbigniew Preisner. È considerado uma das obras-primas do
cinema autoral. O tom espiritualista da trama é realizado com maestria pela
direção magnífica de Kieslowski, que narra essa fábula através de imagens,
sons, cores em gestos de detalhes exímios.
A história é bastante simples: duas jovens, de mesma idade e
que nasceram no mesmo dia, que não se conhecem, que moram em países diferentes
e que têm o mesmo gosto musical, mas que possuem uma ligação metafísica
inexplicável e, de alguma maneira, parecem sentir a presença uma da outra, como
se fossem espíritos afins que planejaram de modos semelhantes viverem essa
existência.
O filme abre com a história de Weronika (papel da belíssima
atriz Irène Jacob), uma jovem polonesa com um talento absurdo para a música
erudita. Sua voz é incomparável. Após conseguir entrar em uma escola de música,
Weronika se apresenta pela primeira vez e morre, com um ataque cardíaco. Véronique
(Irène Jacob) é uma jovem francesa com um grande talento musical. Sua vida
seguia bem até que ela sente como se estivesse só. Perde o interesse na música
e acaba se relacionando um manipulador de fantoches, Alexandre Fabbri (Philippe
Volter), que a conduz para uma espécie de conto da vida real.
Não é um filme para admiradores de enredos lógicos, pode ser
considerado um filme vago, que se completa dentro do espectador, mas é um filme
premiadíssimo, com atuação e trilha sonora impecáveis, que consagrou
Kieslowski, que desencarnou em 1995, um dos mais influentes cineastas contemporâneos.
IPV agosto/2013 nº 167 –
ANO 16:
HERMÍNIO CORRÊA DE
MIRANDA:
por
Augusto Cavalcanti
Hermínio Corrêa de Miranda, ou simplesmente Hermínio C.
Miranda, autor de Diálogo com as Sombras,
Diversidade dos Carismas e Nossos filhos
são Espíritos, desencarnou no dia 8 de julho de 2013 na cidade do Rio de
Janeiro, aos 93 anos de idade. O sepultamento ocorreu por volta das 15 horas do
dia posterior, terça-feira, no Jardim da Saudade – Sulacap. O Conselho do
Informativo Peixinho Vermelho homenageiam o inolvidável divulgador do
Espiritismo e externam o apoio vibratório aos seus familiares.
Nascido em
Volta Redonda em 5 de janeiro de 1920, Hermínio viria se
tornar um dos principais pesquisadores e escritores espíritas do Brasil. Ele
era formado em
Ciências Contábeis tendo trabalhado na Companhia Siderúrgica
Nacional até a sua aposentadoria. No desenvolvimento de uma personalidade é
medida pretensiosa apontar com precisão quando uma pessoa se torna espírita,
entretanto ele teria aderido a doutrina em 1957 movido por interesse pessoal.
Seu primeiro livro Diálogo com as Sombras
foi publicado em 1976, e demonstra um grande conhecimento de um autor já
amadurecido, profundamente dedicado aos conceitos e responsabilidades inerentes
a estruturação de grupos mediúnicos no diálogo com o plano espiritual.
Hermínio colaborou durante muitos anos com a revista
“Reformador”, escrevendo a sessão “Lendo e Comentando”. Era possuidor de uma
memória privilegiada e apresentava aguçada capacidade de ler em diversas
línguas. No livro Reencarnação e
Imortalidade, pág. 17, ele
descreve o seu trabalho "o historiador ou historiógrafo não deve imaginar
fatos inexistentes para preencher lacunas ou justificar a "sua"
filosofia da História. Deve limitar-se a narrar os fatos, tal como se
apresentam na documentação existente ou na melhor e mais verossímil
tradição".
Autor de diversos clássicos da literatura espírita, os temas
de maior interesse de Miranda tratam do tempo, de regressão de memória, de
reencarnação, de autismo, de múltiplas personalidades, dos primórdios do Cristianismo.
Foram mais de 40 livros publicados e todos os seus direitos autorais foram
cedidos a instituições filantrópicas.
Segundo o pesquisador Wilson Garcia, ao lado de sua farta
produção na linha da reencarnação, Miranda revela-se igualmente interessado nos
fatos mediúnicos, privilegiado que foi pela convivência com alguns médiuns
férteis em material de análise. Sua capacidade de registrar as informações
obtidas por esta via, bem como de ampliá-las com pesquisas bibliográficas,
permitiu-lhe escrever inúmeros livros, numa relação de que desponta a série Histórias que os Espíritos Contaram.
Hermínio realizou pesquisas sobre reencarnação de
personalidades notórias na ciência e na história, como Giordano Bruno e Fénelon.
Investigou profundamente a mediunidade, a "paranormalidade", deixando
como legado um vasto material de estudo que revela, sobretudo, o seu exemplo
inspirador para os estudiosos do presente e do futuro.
Ainda nas palavras de Wilson Garcia, esta relação íntima com
o plano invisível, que Hermínio diz ter durado algumas décadas em ambiente
apartado do centro espírita, principiou por uma constatação: "Ao
iniciar-se a tarefa, o conceito que eu formulava acerca dos espíritos era o dos
livros que estudara durante o período de instrução e formação. Para mim, seriam
entidades que, de certa forma, transcendiam a condição humana, quase como
abstrações vivas, situadas numa dimensão que meus sentidos não alcançavam. Mas
não era nada disso, os espíritos são gente como a gente! Sofrem, amam, riem e
choram. Experimentam aflições, desalentos, alegrias, esperanças, tudo
igual".
Também aqui, o material colhido por Miranda vai servir para
as diversas outras obras que escreve, como é o caso, por exemplo, do livro Condomínio Espiritual, em que penetra
com certa ousadia no terreno das ciências psicológicas, analisa a Síndrome da
Personalidade Múltipla (SPM) e apresenta conclusões do tipo: "Se o leitor
estiver a perguntar-se por que razão entra em cena a mediunidade nesta
discussão, devo dizer-lhe que, a ser legítima a proposta de que são autônomas
as personalidades que integram o quadro da chamada grande histeria (SPM), é de
pressupor-se no paciente faculdades mediúnicas mais ou menos indisciplinadas,
mas atuantes, que permitem não apenas o acoplamento de outras individualidades
ao seu psiquismo, como manifestações de tais entidades através de seu sistema
psicossomático" (pág. 26). Para deixar ainda mais claro o seu pensamento,
Miranda afirma: "Pela minha ótica pessoal, a SPM não seria psicose nem
neurose, mas faculdade mediúnica em exercício descontrolado" (pág. 252).
Em acordo com os argumentos apresentados por Garcia, ainda
no plano das vidas sucessivas, Hermínio Miranda acredita ser a reencarnação de
um dos fiéis colaboradores de Martinho Lutero ao tempo da Reforma, tendo por
esta personalidade uma inusitada admiração. Seus estudos sobre vidas anteriores
incluem Lutero (este seria a reencarnação de Paulo). Isto talvez explique,
entre outras coisas, o também grande interesse de Miranda pela teologia e, em
especial, o Cristianismo, valendo destacar aí os dois volumes de As Marcas do Cristo e ainda Cristianismo: A Mensagem Esquecida.
Garcia finaliza com alguns aspectos de analise do processo
criativo e autoral de Miranda. Diz ele que Hermínio não é um escritor que se
poderia dizer popular. Conquanto em alguns instantes demonstre intenções nessa
direção, sua linguagem o trai, seu estilo é denso e portador de uma seriedade
do tipo que não se permite, leves que sejam, algumas pitadas de jocosidade. Às
vezes tenta, mas não logra sucesso. Por isso, seria interessante analisar a
razão da excelente vendagem de seus livros.
Para somar no conjunto de competências, tendo vivido nos
Estados Unidos, Miranda mostra-se como exímio tradutor. Constam na sua
bibliografia a tradução comentada de A
feira dos casamentos de J. W. Rochester e Processo dos espíritas de Madame Pierre Leymarie. Em O mistério de Edwin Drood, de Charles
Dickens, a sua tradução valoriza o original. Todavia, a rica construção
literária de A história triste, de
Patience Worth, cujo enigma investigou, talvez seja sua mais primorosa tradução.
Para além desses exemplos escolhidos, a personalidade de
Hermínio restará como fonte futura e segura para novos escritores espíritas,
curiosos atentos de diversas outras filosofias, doutos e cultos ou leigos que
se descobrirão amantes da vida em sua plenitude. Sua contribuição para as
ciências neurológicas e da mente humana são notórias. Resume assim Hermínio o
cerne da Doutrina "O Espiritismo está coerente com essa mensagem imortal,
e, por isso, implantou-se tão solidamente sobre alicerce de três
"pilotis": ciência, filosofia e religião. Hoje, examinando os fatos
do ponto de vista privilegiado da perspectiva, sabemos que o suporte religioso
é o mais importante dos três". "O Espiritismo (...) se resume, em
última instância, em uma proposta clara e objetiva de esforço pessoal evolutivo
para substituir religiões salvacionistas, dogmáticas e irracionais. Fé
racionalizada, purificada e sustentada pela experimentação, continua sendo fé,
mais do que nunca. Se isto não é religião, que seria, afinal?" As Mil Faces da Realidade Espiritual,
pág. 271.
Fontes Pesquisadas: EspiritNet, Wikipédia, Site da FEB.
IPV julho/2013 nº 166 – ANO 16:
DERMEVAL CARINHANA
por Augusto Cavalcanti.
Aproveitando
o encontro proporcionado pela USE Intermunicipal de Americana e Nova Odessa, na
Associação Espírita de Americana, no dia 15 de junho de 2013, transcrevemos
abaixo a entrevista realizada com o palestrante Dermeval Carinhana.
Sr. Dermeval, o que atraiu um mestre e doutor em Química
ao Espiritismo?
Quando virei
Espírita era tudo muito diferente e em algum momento, quando jovem, ficou
evidente que o que o jovem tem para explicar não era o suficiente.
E o que tem a Química para contribuir com a
Espiritualidade?
Não diria a
Química propriamente. A mesma coisa que me fez buscar a Ciência me fez buscar
entender o que realmente fazemos nesse mundo. É um grande erro imaginar que um
cientista é melhor ou pior Espírita. O bom Espírita é o que procura o bem.
O Sr. é editor da Revista de Estudos Espíritas, é muito
difícil selecionar boas matérias para revista?
Se você tem
um grupo de pessoas em sintonia, não é. O objetivo da revista é colocar no
papel o dia-a-dia de um Centro Espírita. Esse é o grande laboratório do
Espiritismo.
Qual é o seu trabalho na Associação Brasileira dos
Divulgadores do Espiritismo (ABRADE)?
Como muitos
outros espalhados pelo Brasil, contribuir com a propagação e desenvolvimento
das idéias Espíritas.
Vamos falar um pouco de sua produção literária. Qual foi
o processo de criação de “Como Nasce um Centro Espírita”?
O livro é um
resultado de anos de trabalho dentro de uma reunião mediúnica. No inicio, não
sabia que seria livro. O processo foi natural.
E como foi escrever “Confrontando a Razão”
Foi uma
solicitação do editor que tomou contato com o livro anterior e pediu algo
semelhante: foi o processo de análise dos pontos trazidos pelos autores
espirituais.
O seminário de hoje foi sobre o diálogo com os Espíritos,
em toda a sua experiência, o que o Sr. acha que é nossa maior contribuição,
como espíritas, em sermos dialogadores?
Mostrar a
simplicidade e naturalidade da vida, seja ela no mundo material, seja ela no
mundo invisível. Somos todos Espíritos filhos de um mesmo Criador.
IPV julho/2013 nº 166 –
ANO 16:
por
Augusto Cavalcanti
Nesse dia 07 de julho devemos celebrar a data de desencarne
da personalidade de Arthur Conan Doyle. O escritor e médico britânico, natural
da Escócia, mundialmente famoso por haver criado a personagem Sherlock Holmes,
desencarnou, nesse mesmo dia, na data de 1930.
Entretanto o que traz o Sir Conan Doyle à uma coluna de
Artes, dentro de um informativo Espírita, não seria o seu famoso detetive, e
sim o afinco com que sua pessoa viveu, pesquisou e escreveu em contado com o
Espiritismo, nos centros de estudos da Doutrina Espírita, ainda recentes para
época em que ele escrevia. Arthur foi Presidente Honorário da Federação
Espiritualista Internacional, de 1925 à 1930, Presidente da Aliança Espírita de
Londres e Presidente do Colégio Britânico de Ciência Espírita.
A convicção do autor com o Espiritismo foi tanta que para
receber o título de Par (Peer) foi-lhe imposta à condição, não aceita, de
abandonar as crenças. Os primeiros contatos de Arthur com as sessões mediúnicas
denotam de 1887. Depois de uma séria de mortes de parentes queridos, o autor,
em profunda depressão, encontrou consolo na Doutrina Espírita.
Esse envolvimento levou-o escrever sobre o assunto. No auge
de sua fama, em 1918, enfrenta os céticos e pública “A Nova Revelação”, obra em que manifesta a sua convicção na
explicação espírita para as manifestações paranormais, estudadas a esmo durante
o século XIX, e inicia a feição de uma séria de outras obras, em meio a
palestras sobre o tema. Em “A Chegada das
Fadas” (1921) reproduziu teorias da existência de espíritos.
Posteriormente, em “A História do
Espiritismo” (1926) ele narra detalhes dos casos mais intrigantes do
Espiritualismo Moderno, como os de Emanuel Swedenborg, Andrew Jackson Davis, as
irmãs Fox (caso de Hydesville), Daniel Dunglas Home, Eusapia Paladino, Madame
d'Esperance, sendo o livro um clássico que serve de referência histórica e fartamente
citado em meio ao tema Espírita.
Ainda sobre “A História do Espiritismo”, obra de natureza
histórica, o autor aborda a história dos movimentos espiritualista
anglo-saxônico, francês, alemão e italiano, com destaque para os fenômenos
físicos e as materializações espirituais produzidas por Eusápia Paladino e Mina
"Margery" Crandon. O assunto foi retomado em "The Land of
Mist" (1926), de natureza ficcional, com o personagem "Professor
Challenger".
Os trabalhos do autor sobre o tema foram um dos motivos
pelos quais a sua compilação de pequenas histórias, “As Aventuras de Sherlock
Holmes” foi proibida na União Soviética em 1929, por suposto ocultismo.
Algumas curiosidades podem ainda ser ditas sobre Conan
Doyle. No dia 07 de julho daquele fatídico 1930, acometido por um ataque
cardíaco, as suas ultimas palavras teriam sido dirigidas à sua mulher “Você é
maravilhosa”. Há uma estátua em honra a Conan Doyle em Crowborough Cross,
Crowborough, onde Conan Doyle viveu por 23 anos. Também há uma estátua de
Sherlock Holmes em
Picardy Place, Edimburgo, Escócia, próximo à casa onde Conan
Doyle nasceu.
O faraó Cambises e rei da Pérsia durante um ataque epilético
e um milênio depois renascendo como Jerônimo Mendonça que sofre de artrose
multipla na adolescencia e vida.
Jesus voltando em forma de puríssima luz horas depois da
crucificação descendo nos confins da Terra e retornando com Judas adoecido em
remorço nos braços.
O soldado romano ao ver a lança com o sangue de Cristo em
seus olhos agora curados.
Judas retornando como Joana D’Arc depois de sua recuperação
na colônia Casa do Pai.
Centenas de militantes recaidos adormecidos por 1900 anos
nas câmaras de magnetização.
Denizard descobrindo-se Allan Kardek (a sua ascendencia) com
um grupo de médiuns em compania de Amélie.
Emmanuel dizendo três vezes para Chico ter disciplina.
A faixa de Gaza em brasas, onde eu gostaria de nascer.
Podem ser todos temas de pinturas feitas por um cristão que
ordenou uma das Cruzadas
Cujo tempo não poderia ser preenchido na mesma tela
Ou simples frases demonstração do tempo maior, o infinito que
Deus (que sempre vai criar) nos empresta para aprendermos o significado de nos
amarmos.
E até que eu renasça em Israel
Acho justo imaginar temas de telas que não passam de
abstração de um Eu.
Acantiza 10/07/2013,
Americana.
IPV jun/2013 nº 165 –
ANO 16:
JAMIRO DOS SANTOS
FILHO:
por
Augusto Cavalcanti
Para celebração dos trinta e três anos do Centro Espírita
Caminho de Damasco, no dia 25 de maio de 2013, às 19:30, em Nova Odessa, foi
recebido com muito carinho e apresentação musical o escritor Jamiro dos Santos
Filho.
A palestra e celebração de aniversário contou com umas 100
pessoas, incluso um integrante da fundação do Centro Espírita Caminho de
Damasco, além de participantes de diversos Centros Espíritas de Nova Odessa e
região.
Jamiro é natural de Anápolis, Goiás, mas criado e residente
em Araguari, Minas Gerais, onde trabalha com muita dedicação na divulgação e
estudo da Doutrina Espírita, é também fundador do Centro Espírita Nosso Lar.
No início o autor agradeceu por estar pela terceira vez na
casa e colocou como pergunta se alguém lembrava do convite que ele havia feito
no ano passado. Falou-nos então, apresentando o seu livro mais recente Um Estranho Convite, nos lembrando que
na ocasião havia nos convidado para ir ao Umbral em companhia dele.
Expôs assim de modo muito bem humorado a questão do porquê
um espírita, que deveria ser o mais preparado para o outro lado, muitas vezes é
o que mais tem medo do Umbral. Disse-nos então que os anjos estão aqui para
baixo, que o Céu, na maioria das vezes, sendo nossa pretensão como além vida,
como espíritas que o almejam ao desencarnar dessa existência, está “desanjado”.
Comentou de lembrarmos sobre a responsabilidade das equipes espirituais que
trabalham nos Centros Espíritas e frisou com muita certeza que o Umbral é um
estado de consciência, que se tirarmos as luzes de nossas cidades, a Leis, os
hospitais, as equipes de assistência, tudo que temos como recurso e assistência
de sobrevivência, poderíamos constatar, em nossas realidades, aquilo que
encontraremos se formos ao Umbral.
Fez uma comparação muito feliz da simples troca por nomes
das manias que as pessoas procuram e acabam metodicamente encontrando nas
religiões. Assim se uma pessoa fosse habituada e Igreja ela aprende ter medo do
Inferno, o espírita teria medo do Umbral, Na Igreja água benta, para o
espírita, água fluidificada, Na Igreja confessionário, para o espírita
atendimento fraterno, e assim por diante, nos tentando fazer entender que
estaríamos esquecendo do âmago de sermos Espíritas, de divulgarmos uma doutrina
de conhecimento e entendimento sobre a vida que tem mais do que isso a nos
dizer.
O autor ressaltou por várias vezes a importância da leitura
das Obras de André Luiz, até brincou que já teria dito isso vezes demais na
palestra, mas foi humilde por não apresentar um de seus livros Entrevistando André Luiz como método de
conhecimento deste, deverás importante autor espiritual, que veio nos
esclarecer pela mediunidade do outro “mineirinho” e médium, por excelência de
vida, Chico Xavier.
Continuando com as comparações entre as instituições
religiosas, ele nos esclareceu que é muito mais convidativo à um “necessitado”
ser seduzido por uma proposta Evangélica, do que ir ao Centro Espírita e
somente ouvir sobre Leis de Causa Efeito, o remetendo como “pecador”, por
justiça aos erros cometidos nessa existência, à um futuro não muito vantajoso
pós-morte do corpo. Disse-nos ainda que agindo dessa forma, sem a caridade do
acolhimento, somente conseguiremos esvaziar as nossas Casas Espíritas.
Concluiu, desse modo, elucidando a nossa responsabilidade
como espíritas esclarecidos, responsabilidade de divulgadores de uma Doutrina
esclarecedora, de Amor, permeando nas palavras a oportunidade, que muitos nos
esquecemos, de proliferarmos o lado da mensagem de Felicidade e Alegria,
estados que podemos encontrar na lembrança e na perspectiva da Mensagem da Lei
da Misericórdia Celestial, tão divulgada por Jesus Cristo, e por missionários
de humildade, como Chico Xavier e Jerônimo Mendonça, outros dois mineiros, como
ele orgulhosamente, nos fez lembrar.
Continuou ainda nos informado sobre o Cristianismo Redivivo
que podemos esclarecer e divulgar, sobre sermos parte de uma religião que não
deve ver o passado do ser humano, uma Doutrina que deve levar o Amor e a
Consolação e se disse vergonhoso de ser espírita quando vê más palestras ou
divulgação puramente sensacionalista como a divulgada na Lei de Justiça que
teria levado a tantos jovens que desencarnaram na tragédia de Santa Maria. Se
fosse somente um acerto de contas de Causa e Efeito, onde estaria a justiça na
Lei da Misericórdia?
Encerrou com a parábola do filho pródigo, com uma história
de Chico, apresentando seu livro com capa ilustrado pela flor de lótus que
nasce no charco. Foi feita uma prece de encerramento e as pessoas agradeceram
com muitas palmas.
IPV jun/2013 nº 165 –
ANO 16:
-
FILME: ALÉM DA VIDA (HEREAFTER) EUA 2010
por
Augusto Cavalcanti
As produções de cinema não medem esforços financeiros para
representar o lado de lá da vida. Quando não o fazem nas locações, como é o
caso de Nosso Lar, o fazem na representação de desastres naturais que, muitas
vezes, deixam à experiência de quase morte como ensino. Digo isso para me
referir à sequência de abertura do filme Além da Vida (Hereafter). O arrebatador tsunami de 2004, causado pelo terremoto
no Oceano Indico, na costa da Tailândia, nos coloca em choque e apresenta a
primeira das três personagens desse drama, personagens que trazem em comum seus
problemas pela comunicação com a morte.
Marie Lelay (Cécile de France), uma jornalista da televisão
francesa, é retirada sem vida das águas. Após ter uma experiência de quase
morte, ela retorna a consciência. De volta à França, a experiência passada
mudará a sua vida, e sua nova perspectiva é narrada em um livro.
Em São Francisco, George Lonegan (Matt Damon), um
médium e ex-profissional da vidência, leva a vida no anonimato, esquivando-se
para não render-se aos anseios do seu irmão, que insiste em incentivá-lo viver
à custa de seus dons mediúnicos.
Em Londres, Marcus (Frankie McLaren), passa a interessar-se
por vida além da morte depois de perder o seu irmão gêmeo em um atropelamento.
A influência de seu irmão morto torna-se vital em seu destino.
O filme nos prende até o final para sabermos como essas três
histórias se unirão.
IPV jun/2013 nº 165 –
ANO 16:
DEPARTAMENTO DE
COMUNICAÇÃO E DIVULGAÇÃO – D.C.D.:
por
Augusto Cavalcanti
É pretensão da presidência e do conselho editorial do
Informativo Peixinho Vermelho – IPV, do Seareiros, utilizarmos deste espaço por
alguns meses para esclarecer alguns tópicos sobre o trabalho desenvolvido por
cada departamento que a casa possui, suas funções, seus objetivos, metodologia
aplicada, etc.
Neste mês falaremos especificamente do Departamento de
Comunicação e Divulgação – D.C.D. que elabora e distribui gratuitamente 1.500
exemplares do Informativo Peixinho Vermelho – IPV. Tendo em vista seu papel
educativo, social e informativo, elabora esse projeto com parceria e
envolvimento de todos os demais departamentos do Seareiros.
O informativo tem como meta expandir a divulgação da
Doutrina Espírita; buscar meios para sua auto sustentação buscando novas formas
e parceiros; busca integrar as Casas Espíritas, potencializando a divulgação da
Doutrina e divulga as atividades das Casas Espíritas de Americana e região,
juntamente com as do Seareiros.
Visa atingir o público em geral de qualquer faixa etária,
notadamente às pessoas não espíritas de Americana e região, facilitando ao
público leigo o entendimento dos conceitos da Doutrina Espírita, incentivando o
leitor a visitar um dos Centros Espíritas da região.
Um dos maiores incentivos é motivar a interatividade entre
as Casas Espíritas, bem como maior participação das mesmas também através das
matérias.
Tem como enfoque teórico doutrinário desmistificar conceitos
errôneos em relação ao Espiritismo; transmitir a importância de uma educação
moral para formação do ser humano; apresentar a Doutrina como um dos meios de
buscar o autoconhecimento, desenvolver análise mais criteriosa do
individualismo, enfocando a necessidade da participação do homem na sociedade
em que vive, como agente transformador de si e da responsabilidade dele perante
a sociedade e a comunidade em que vive, no desenvolvimento dos seus talentos,
deste modo despertando os questionamentos, o uso do raciocínio e da lógica.
Tem como enfoque prático a orientação o auxilio e o encaminhamento
de pessoas que necessitam de auxílio espiritual, bem como desenvolve ações que
possam reverter em colaboração às Casas Espíritas de Americana e região,
inclusive, demais projetos do Seareiros.
Mensalmente (todo 1º domingo às 09h30) é realizada reunião
para definição da pauta, aberta a qualquer pessoa que dela queira participar.
Definidas as matérias e temas há uma divisão de trabalho entre a equipe de
voluntários para: elaboração de artigos; revisão doutrinária; edição;
diagramação; revisão ortográfica geral; confecção de fotolito; encaminhamento
para impressão em gráfica e posterior distribuição gratuita dos exemplares.
Os recursos materiais são: fotolito, impressão (gráfica),
computador, impressora, máquina fotográfica, gravador, scanner, doações, contribuição de anunciantes e outras formas
lícitas de capitação de recursos.
Também é necessário arquivar e encadernar anualmente exemplares
sequenciais para utilização em pesquisas e consultas em geral, bem como criar
arquivos informatizados das edições do informativo disponibilizando para
alocação no site do Seareiros (http://www.seareiros.com.br/)
A interação com o leitor, o contato com a coordenação do
departamento poderá ocorrer via postal ou através da internet (e-mail:
dcd.seareiros@gmal.com).