egipits cat - imagem da net
Então você dará as costas para mim.
Então você dará as costas para mim
E é como um passo numa dança nobre
Esse lindo cabelo espetado? Nas pontas
Sobre uma prima listra da sua camiseta
Estampada.
Ah mas esse caminho é longo
Deixa-me aqui enquanto balanças
É um passo escuro que danças
E se anuncia ao chano de pelo songo
“olha quem ta aqui!”
Ah mais isso já ta cruel por demais
Pode alguém assim virar-te com simples
Mio ou “au au” enquanto ao ousado talais
Nas costas esguias enquanto deles
Tens até carinho?
Desprezo lembra-me passeio de bicicleta na infância.
Era assim andando com a namoradinha
Por ruas nunca dantes pedaladas
Chegando ao dom Bosco
Numa exposição do Egito.
Talvez ele possa nos casar?
E talvez Egito seja um destino ideal?
Mas acontece que essas costas já estão por demais
Viradas.
E eu já estou aqui alado, como um vira-latas,
Em minhas pulgas.
Não me incomoda sua companhia
É somente conseqüência da sua beleza
Ele não sabe olhar para as suas costas
Enquanto caminha na destra
Ou sinistra?
Sinistros já tão essas pulgas
Viradas pro Egito
Rezando ao dom Bosco
Andando de bike em infância primeva
Sonhando com gata travesti
Enquanto você não se vira.
Ah mas isso já está por demais cruel
S`eu pensar que sonhas numa lua-de-miel
Sem saber ainda da simples coceira
Que causa sua dança
De charme
Felicitando o gato
Como s`eu fosse a pulga
Que inda por cima abate teus sonhos de frente
Numa fumaça de cigarrinho.
Isso já ta por demais
Nas pontas do seu cabelo
Ou em Quéops.
Quero ver, em Gizé, moça malandra que lhe vire as costas!
Arquiteta ou matemática
E é como um passo numa dança nobre.
Então você dará as costas para mim.
@ British Museum
ORAÇAO DOMENICAL
- Pai
O senhor pijama azul dirige-se ao quarto, em passos firmes.
- O que você acha?
- Que não é nada tão sério.
- Podemos não avisar a mãe.
Ele sorri dizendo sim com o movimento da cabeça.
Pinos altos sob o sol
Fazem-me pensar
Em como um grão
É parte de um riso.
A semente cresce, o demente também ri.
È disso que se trata estar no céu?
Por isso tantos nomes em tantas línguas em tantos palacetes
Como ruínas?
Ele corre pelo campo esverdeado
O gramado íngreme
Enquanto grita:
- venha a nós alguma espiritualidade
Do teu reino e limpe uma amoral
Promiscuidade não consentida.
E seja feita a vossa vontade
Em cada parte desse piso.
- Pai
- Diz
- Será que teremos mais telefones,
Que riso, um abraço aqui...
Espero que você saiba
Um dia desses num domingo
Entender o porquê existe pessoas no chão
Da fábrica
E pessoas no comando. E saiba nos olhos
Destas pessoas como distinguir a injustiça
Da escola;
Da vida;
Da diferença inerente a mesma
E ai, que você tenha a parte do teu merecido
Trigo.
- Os meus erros são muitos.
- É por isso que está aqui?
- Sim.
Não deixai-me ouvir aos maus.
- Quando o fizeres, tenhas paciência,
Irá entender...
- No futuro?
- As lidas da vida não vêem com o gabarito
Pai,
Teremos mais telefones que abraços?
Então eu corro
É realmente um campo verde de grama
E a bicicleta azul está deitada sobre
Mais ou menos o lugar em que vos imagino
Enterrados.
Ela veste uma saia leve, longa até os joelhos.
-Então, será assim?
- Será como você quiser,
Lutar para, meu filho.
É o casal mais bonito que já vi.
Qualquer gerente passando com o carro o diria.
- É possível vê-los a dez quilômetros de distancia.
(Estamos próximos)
- Passa-me o vinho, meu amor.
- Devolve-me o trigo, minha dor.
E acontece o silencio. É a estampa mais
Amarga e doce que já vi
Sobre um joelho.
- Não vou querer nenhum diplomata da igreja para nos dizer o que
É a felicidade.
- E o quê é, amável gafanhoto.
- Não sei! Mas sei que ela é o dia a dia. É acordar ao teu lado,
Saber que no lodo ou na glória,
É ali que deveríamos estar.
- Assim vai terminar?
- Não antes do teu desenho.
Um sorriso amargo e doce por duas horas no mínimo
Um vinho
O pão
As suas pernas
E a natureza morta.
- Pai?
- Agora não posso.
- Tudo bem, o escrevo:
Acho que descobri.
Pois agarre e não largue.
Já que o céu é vasto como um
Verme de assas comendo
O capim
No domingo.
Os meios vêm.
A tua distância é como um campo
Sem fim.
22 de maio
Acantiza.
imagem da web: um dos bons!
@ some great photographer
24 maio
Gorila Café
INT. Noite.
A TENSÃO DO TÍTULO PARA O TEU NOME.
- eu sinto falta do meu corpo
- de tal modo que a comida te escapa ao gosto
- s´eu falar, já não seria mais de mim falta.
Ela pega a bolsa, retira um maço e uma sombra.
É a anfitriã.
- onde aprendera desfilar tais modos?
- no mesmo armário onde guardamos as roupas.
As pessoas vestem sorrisos bonitos em noites de leitura.
Declamação bem feita dá vontade de fumar,
No banheiro do segundo piso.
- como se sente?
- abandonado.
- um poema deveria ser quantificado em força
Pelo tempo que nos deixa abandonados.
É ela quem vai ler.
Tanto faria quem o fosse.
Quem ouve presta mais às luzes que
Às vozes.
Assim o Leonardo, pode servir as mesas
Com a mesma tranqüilidade que lê,
Com a absoluta certeza que ninguém o ouve.
- não és tu, Leonardo?
-não.
Sem pormenores,
Tu escreves aquilo que é.
Aquele quem ouve, já não é mais tu.
-você me emprestaria o isqueiro?
- você não é daqui, é?
Sempre nessa parte da festa, penso que não há resposta a ser dada.
- cantaste uma pedra em lá maior!
(lá maior, repetia a entusiasmada platéia)
- é do porque o título é somente uma base.
Realmente as pessoas se vestem bem para cantar.
- moro aqui do lado e é tão fácil como uma partitura.
À noite, na Normandia ou no Gorila,
A luz que o dia esconde
É um espanto!
- a palavra, toda ela tem massa.
- você já encontrou o seu peso?
- refere-se ao meu corpo?
Ela acena que sim.
- é um peso que causa a tensão do título para o teu nome.
Já são bem menos pessoas agora.
- então, deixe-me ler algo que escrevi.
-
@ flyer divulgação do GORILA CAFÉ
ACANTIZA.. SARAU AGE
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