Acervo Pessoal. Purchase © Carybé
Para escrever um poema esquece ti da dureza da palavra (aqui
há exímios professores nessa língua).
Como a cor esquece que deu forma ao objeto
Ou da melodia que deixa a música até o silêncio...
Que a letra já pertenceu a algum objeto...
(Esquece ti de fato)
Que a fumaça já foi desenho no ar.
Para escrever um poema
Consultas o teu corpo em descanso
Onde o sonho já foi consciência
(a lógica dos símbolos aqui não vai ajudar-te)
Lembra ti de esquecer ti e como num sonho escrevas em letras de fumaça uma nova ordem lógica para as cores...
Ou como o poeta (agora)
Que deves confirmar em que data o assina.
Ou a erra de propósito
Só para tê-la ao seu poema.
Acantiza
Americana, 24. agosto. 2010.