quarta-feira, 25 de novembro de 2009

O Ainda eu E O Provável fim do eu em Tudo

O AINDA EU E O PROVÁVEL FIM DO EU EM TUDO




Aqui começa a introdução, escrita pós-união das obras que vão estar abaixo, de um relato daquele que vê necessário o distanciamento de si mesmo para enxergar a beleza do mundo, o outro.
Vê necessária a não fluidez de si mesmo para dentro daquilo que se observa contaminando, assim, sua essência.
A antena foi desligada.
Ou melhor, continua funcionando, contanto que a transmissão não passe totalmente pelo controle interno a ponto do criador se ver na criatura em sua totalidade.

SWRISS....SWIRRSS...SWIRRS

FORA DO AR. . 07.07.2004



O feixe de luz do Sol cruzou o quarto iluminando algumas partículas de poeira por sobre a cama. Elas pareciam dançar movimentadas pelo vento. Subiam rítmicas para ir desaparecer ao fim da luz. Além da dança das poeiras esse feixe iluminou a Oca de Papel por sobre a escrivaninha branca. O colorado branco e fosco das folhas de papel cortadas e empilhadas como uma oca indígena diferia do branco lúcido e reluzente do acabado da mesa. As letras grafadas com grafite ainda brilhavam como diamante feitos no impacto com a claridade da luz, como se a energia do Sol, fornecida ao carbono, levasse ao diamante, ao menos, na vista.
Uma das pérolas rasgadas agora sobre a mesa
Uma Oca de Papel sobre a escrivaninha.
Por dentro de suas paredes de palavras ceifadas um certo alguém invoca os espíritos que voam por volta da oca tentando ler o que estava escrito. Eles giram em torno do lugar voando como insetos que voam em volta da luz. Estão tentando proteger do fim aquilo que alguém quer destruir.
É alguém bem maior à oca e ao chefe indígena que faz seu ritual lá dentro.
É um humano.
Ironicamente, o único humano que deveria por sentimento amá-las.
Deveria amá-las por conhecer na pele seus segredos mais sagrados, da sua vida à sua morte.
Seu próprio criador.
O criador decidiu livrar-se de parte da criatura e descobriu que fazer, queimar a oca, é como queimá-lo lá por dentro.
Queimar o feiticeiro que prepara mais uma poção de lá dentro para garantir a validade de suas letras alquimizadas.
Mas vê-se o quanto foi difícil para ele livrar-se daquelas frases que agora são um retalho, um retalho da descrença do que se tem por dentro .
O Criador notou que é preciso que se rasgue uma parte para crescer um novo tecido de células artísticas, que no caso desse homem rancoroso, quer dizer uma nova fase na vida.

É a essa luta do crescimento, evolução humana que vamos assistir.
O poeta tentando entender e tocar a realidade contra o feiticeiro que mora dentro dele e que se materializou no índio de dentro da oca

DE COMO O POETA BRIGA PARA GUARDAR ALEGRIA DENTRO DO MIOLO:
já que minha cabeça não me deixa ser feliz, assim, não deixa que boas memórias sobrevivam às garras da tristeza que impera por lá dentro, vou relatar como verdadeiras as felicidades que estou agarrando para que não sumam em esquecimento, vejo-as correndo, correndo para que eu não me lembre.
não sumam da minha cabeça momentos bons, na boa!
vou tirar um pouco de imaginação do meu cérebro, vare-la para fora
a realidade também vai ter lugar por aqui, a partir de agora !

O POETA ENCARA A REALIDADE; O IMAGINÁRIO E O AMOR
toda boa realidade será conflitante porque estarei vendo o fora e não somente a mim com toda minha confusão de visão ilusória.
como estou habituado em um mundo abstrato que, sinceramente, é bem interessante, vou brigar. brigar somente porque amo e devo amar tudo em volta.
quem ama enxerga.
meio torto, mas enxerga
amor sem visão é burrice, é divorcio programado; hipocrisia entre família e amigos
e quem vê o diferente, no mínimo estranha, quem sabe, depois se encanta, mas estranha porque não aceita ser além do que se é e sempre foi em si mesmo.
que continua sendo nada indo embora em uma folha de papel.

O POETA ENTENDE:
não sei seguir a canção e acredito que essa seja a música da vida
tocando sem regência
seguimos com certa paciência no tom do incerto que somos e fomos.
um ver poético. sem medo e sem distância.
quero ouvir de novo o som ao meu lado, qualquer que seja a circunstância.
um beijo grande no mundo.
estou imundo; arrependido por ter pendido no vago amar interno
vou para o banho lavar o meu pensar, estranho e controlável, em alguns dias, até amável.... aí esteve o perigo:
Paixão pelo dentro.
Necessidade do fora

o mundo é maior que o si mesmo
mesmo sendo parte de dentro vê-lo.
E O FEITICEIRO, AINDA EM SUA MENTE, RI.

Ainda sobre a mesa branca, está a pilha de papel picado que consistiam em mais uma das obras, rasgados com dificuldade pelo seu criador.
Do beiral da porta, ele ainda emocionado, pode-se observar.
Vê-se a oca de diamantes entrecortados rodeada por belos anjos.
O índio e sua magia incontrolável por dentro, o homem por fora.
No véu de fumaça, sua evolução.



ONDE ESTÃO AS ABELHAS?

Escrever me é sempre segredo. É encanto, a alma respirando sem medo enquanto tento tanto descrever beleza; escrever a certeza do não certo pelo incerto caminho das letras que seguem como um pássaro voando do ninho. Entreguem minhas penas sobre o pergaminho!
Não mais delas preciso para voar pois dessas letras se faz o caminho daquele que escrevendo e pensando só pede em segredo (talvez voando): escrever; escrever; escrever e amar...
No escrever não se vê tempo.
É só o que sinto nesse momento; vontade que esse maravilhoso Nada Nade; navegue; se junte ao mar formando o oceano que se propaga pelo Mar das Letras que não se apaga na sua cabeça.
Já posso ao longe ver a peça.
Vocês são convidados. Joguem os dados!
Convido-os a abrir as cortinas
Por trás, cada texto traz uma sina de quem não pede, além mais, lêem; lêem; lêem. Vêem a paz por detrás desse humilde véu.
Cada papel contém um mel. Onde estão as abelhas?
Voando; sonhando; escrevendo por debaixo das telhas !!!

– 10/03/2004 – 21:35:25 s


ODE AO VARAL DE IDÉIAS (POLVO)

Senti o varal um pouco vazio.
Não vi mais o velho polvo macio em seus tentáculos suspender nos ares meus textos compreender.

Tudo sem medo seca no varal sobre o meu quarto. Todo segredo seco tal que às vezes parto...

Quando calmo, Atenas, apenas.
Quando produzo, boa guerra, Esparta.

Por isso guardo a quarta parte em minha mente. Talvez seja a metade e esse jovem só mente. Na verdade não sei como sou. Quanto da minha cabeça se imaginou por aquele que por um pingo de caneta fez-me feliz ou sábio como sou-me.

Aqui se faz mais uma obra para o tentáculo.
Para o polvo suspender do chão o espetáculo e,
como sei talvez você não imaginar, atrás vou logo o desenhar...

– 15/03/2003 - 10:35` a.m
(desenho no manuscrito)


O SOL SOBE, EU SOUBE!

Sente-se. Sente o sol atrás? Você sente muito mais
Sente o sol; sombra. Todas iguais. Não se sente só?
Nunca mais...

E o sol ainda sobe E eu só ainda soube
Sentir somente só Ser sombra; suave
Sua sombra atrás da árvore com uma ave
Eu vi... Deitado no chão. Ditado.

...

Enquanto não haver ela por perto...
Sempre vai existir o perigo de não me ver completo.

...


(TODO O MEU AMOR AOS ASTROS)
PLANETAS EM LINHA, EU TORTO

E eu sei que você não virá
E os meus olhos espalham no espaço
E o tempo todo é entrelaço
E alguém abriu a porta toda torta
E da minha mesa não olhei:
Eu sei!
Que você não virá.

E lá fora os planetas em linha
E eu lá fora olhando na minha
Não pude entender entre as estrelas
Até poderia encontrá-las, mas...
Eu sei!
Que você não virá.

Somos seres do mesmo universo E a matéria que não nos une vira verso E eu viro ao inverso Com todo o segredo sagrado Que você não deixa ser revelado E enquanto procuro E se não sei, um dia me curo Pois, depois
Eu sei! Que você não virá.
Sou só a probabilidade. Nem sei minha idade.
Um quantum!; encanto preso em mim
E, enquanto escrevo, enfim, Eu sei!:
Que você não virá.

P.S: hoje, dia 23/03/04, Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno se encontram alinhados no céu. Um belo momento! - 20:01:52
SOBRE O TEMPO . abril -um tempo- julho. 2004

UM MINUTO NA VIDA
parei pra perceber o minuto e
soube ser sua sabedoria e dentro dele me envolvia.

um minuto nasce...? um minuto morre...?
um minuto ganha...? um minuto perde...?
um minuto apaixona?... um minuto separa?...
um minuto ri?...
um minuto chora?...

qualé a virtude dessa fusão? Pressa.
Tire um minuto com seus pais; um minuto com seus irmãos; um minuto com sua mulher; um minuto com seus filhos; um minuto com seus amigos; um minuto com você mesmo... Os minutos passando nem os vê
em um minuto se dói em um minuto se é feliz
minuto se foi
minuto se é
minuto se ama
minuto em menos de um segundo nesse pequeno mundo sem tempo.
Sem sentido.
e nem sei se usei meu minuto.

em um minuto se cria noutro se apaga

o minuto...
o minuto...

o minuto...
o minuto...
o minuto...
o mim...

SI PERDE SI GANHA

tempo enquanto pensando si ter tempo para pensar
o tempo só é ao ver o que não se some ao existente

o que si ganha e si perde
o que si ganha e si perde

passado.
o milionésimo seu passou
faça-o bem valer (sorrir ou chorar) na sua memória

o que si perde e si ganha
o que si perde e si ganha

SEGUNDO SEGUINTE
um segundo percebi
um segundo não existe
no prato o pranto? não, pois
o tempo
num segundo se faz sentir e, sem querer,
cadê o segundo seguinte?

pensamentos desconexos mesmo unidos


se sai se vive se fica se chora

não mais filosofar para quem sabe amar

sem ser real tocar real

sua boca tem mais conhecer à que mil livros
não quero mais me perder entre os falsos vivos

como posso saber sozinho não haveria verdades nem erros

para mim são todos falsos começando por mim

sem sentir não se sabe se supõe

não se pode supor o imprevisível como é o beijo como é o sexo

a mentira por trás do visível assusta não me deixa ser sincero

o reflexo da alma no sincero lampejo

se sai se vive se fica se chora

o segredo guardado em uma linha o medo coberto no verso
somente vida não vivida
em tanta sabedoria só me resta ver covardia

pensar o não viver tentar prever e não viver

não me disseram não estar nos livros o sentir
e eu não soube aceitar o imprevisível

não me acostumei a saber que o mais belo do viver é o desconhecido
o não conhecer seria o combustível
a dádiva do desejo de tocar e não ver
por trás do visível a mentira

não há mais ser sincero
só reflexo em uma alma machucada
inconformada de ser pré-vista

se sai se vive se fica se chora

vou trocar todas as minhas linhas
por um sentir que só eu soube ser
sem egoísmo
só preservar a vida única imprevisível e sincera com minha alma

se sai se vive se fica se chora

madrugada 19/04/04


A PAPER SOUL

ela me faz temer ser quem sou,
she makes peaces of my soul
temer ser para não ter, não mostrar o belo, o capaz, em cada muro ficar atrás
ela causa a guerra entre nós, ela me faz diferente,
a war in each ways of me
ela me mostra a verdade não revelada e nem sei se falo de amor
talvez seja somente a guerra em mim

the war inside my soul já não sei mais aonde vou e de novo me digo se sei por que escrevo se quero por que não faço para ter e respondo não sei o que é ter e me é mais seguro me divertir sendo só soul.
Escrevo para ser, descrevo meu ser e, ironicamente, enquanto for só letras, enquanto não soletrar em alto e bom som o que quero, nenhum de nós vai saber ao certo, eu escrevendo ou você lendo
nada além do nada
alma sem respirar e eu sem amar

talvez você me escute e, sinceramente, espero que não esteja ligando porque somente estou escrevendo; jogando,
jogando com o nada
me ensine a ser mais que nada
ser mais que um papel
apague minha alma roubada
leve meu medo de ser céu

a paper soul
ABRIL de 2004



novos pensamentos desconexos e unidos

sei nem a metade do que penso saber e a outra metade é só pretensão de negar a metade que não sei ser.
(orgulho)
não se preocupe em entender o que disse, sou pretensioso em julgar que alguém se interessa e para dizer que também não entendi.
(humilde)
é por isso que não me acho nem um pouco melhor, não confio no que digo ou escrevo
cada linha é um investimento
tão imprevisto quanto qualquer escolha tão certo como a frase
(porque só na escrita não cabe a vida sentida)
especula-se e transfere
(desabafo):
tornesse perfeito em seu saber único que por mais abrangente que seja, não é o único
(sozinho)
e por trás de todas essas frases
tenho grande parte de soluções, só falta achar a metade da vida
(amor)

- abril - 04 -



TREM ATRELADO NO REAL: ELA; O ESPARTILHO; E A FUMAÇA.

O Trem trouxe secreto na fumaça, seguindo o trilho, por que quer que eu faça
Vejo seu espartilho
por trás do vidro que se embaça
Chuva; neblina na colina; ou eu a vendo no banheiro?

Em cada vagão tive uma vaga idéia do que ele transportava.
E, enfim, um pouco de realidade: Trigo.
Era trigo o que ele transportava.

E eu que nem por perto estava, já começaria metaforizar todo seu caminho cego; traçado; trilhado

Meu trem transpassou seu trilho.
E em cada vagão, uma vaga idéia unida em uma estrutura que sou. Fumaça.
E antes que meu vidro embace, impedindo-me de continuar a vê-la...
Cantando em meu quintal,
Linda; A mais bela na poesia do trem traçado...
Ao meu lado, enfim, um pouco de realidade.

Ufa!!! Amor não metaforizado e criado em estufa.
Piui; piui (buzina aceita por conformismo)

Saiu do abismo do trem. Trem bonito: Você sem o espartilho. Fumaça.

– começo de maio - 2004
conheço pessoas que de tão boas se fazem sós
e não sei de quantas linhas se faz esse nó
que me amarra inteiro por dentro

quis o universo criar um anjo sofredor. sua função na Terra, como no nome já diz, é sofrer. esse anjo decaído cae agora sofrendo por todos que pode, por aqueles que só viu uma vez na vida, por aqueles em quem acredita estar a beleza do amor verdadeiro que levita em volta de nossas peles egoístas e orgulhosas. por aquele que de tantas falhas se fez bom.
um anjo de vidro.

se quebrou agora com o vento
se quebrou agora com a melodia
se quebrou inteiro ao meio do dia
e não sabe se chega á noite

e tento procurar o paraíso dos anjos da Terra, lugar que se percebe o que sou sem que se precise narrar das letras ao mar de dor dentro. se você puder provar por alguns instantes o gosto da dor da alma, dê um beijo belo nessa folha de papel and taste o único modo de dor que realmente vale a pena encarar. a dor mais bela e rara que já existiu. a dor de uma alma que tenta se desamarrar.
então me vejo olhando para dentro de novo. para dentro de mim para não ver o fora.

minha faixa ao chegar:
“... ... ... ...”
não tinha nada escrito e eu comecei a sofrer.
maio – 2004 –





um anjo torto

sou um anjo torto e magro um tanto largo para conter o mundo por baixo de minhas asas de penas secas; ásperas de curiosidade audaz; de pensamento não eficaz e fraco em agir
Por que me quiseste anjo?
vou vender minhas penas para desfilarem no carnaval;
minha auréola de cobre (para suportar a temperatura do meu encéfalo confuso);
vender também meu cabelo encaracolado: peruca

vender minha identidade celestial e voltar a ser um simples humano superficial
alguém errou quando me enviou, ou eu, pensando ser esperto, apanhei o corredor errado para o vôo da vida.

E agora ainda tenho que viver com isso:
um anjo não pode usar seus poderes de anjo para sair dessa situação ... ... ...

fim de maio chuvoso – 04 -











A POESIA DELA

sua alma está me beliscando
estou a desmerecendo no paraíso

como cheguei ao paraíso?
facim, facim, foi assim ó: pensei em você.

roube-me da poesia! à distância, me dá azia, os versos, nostalgia
você dentro dessa sala vazia, dentro do meu coração sem ação
e eu vendo quanto dos meus versos são agora você e não eu
sua alma me encontra e fala comigo no paraíso
onde é o paraíso?
no mesmo espaço que o seu, ao teu lado.

e sobre a mesa da sala de jantar,
posta á luz de velas de um motor de automóvel,
temperada com canela,
a poesia dela.
E os amantes logo acasalaram sobre a própria, a mesa.
de sobremesa?
as postas dela.

(13.07. 4)




num dia de domingo
ou de férias na areia da praia
sentindo a boa brisa de dentro do espírito
soprando a beleza que faz ver verdade única que será...

o pai ensina seu filho nadar num mar calmo como piscina
a mulher folheia sua revista semanal sentada debaixo das folhas de uma goiabeira
o belo casal de jovens ainda tímidos tentando se apaixonar sentados sobre uma toalha
o velho transcorre toda sua sabedoria serena de raciocínio calado em uma palavra-cruzada

... caminhando para que os passos passem e levem consigo um ar de vida que nasce
concentre-se e vai ver o campo de folhas negras voando ao vento sem destino

o campo seria seu encéfalo de segredos atrás de seus olhos
as folhas negras, somente palavras seguindo no ritmo desmedido
sopradas ao vento sem destino no emaranhado do seu pensamento

por um tempo é certo
minhas folhas são palavras, enquanto as suas...?

seguindo o universo e tranqüilamente, saiba:
vão crescer no inverno, brilhar no verão, florir na primavera e se fazer eternas no outono.

somente veja o vento soprando por dentro de você e por todo o fora de si
concretize suas folhas para que as plantas se reconheçam num campo infinito de espécies
diferentes nos seus pontos mas perfeitas na proporção que as separam no espaço espiralado.

as palavras em si são pedras mudas.

o dito não é mais palavra em si mesma porque a palavra é o não dizer pensando ser dito

e,
se você pensar serem essas palavras suas
caso elas ecoem melodias nos seus ouvidos
pela analogia consigo no que és por dentro
e,
esquecendo assim de mim como quem as desfez
transfigurando-as de um grande campo de signos
se,
não (verdes) somente pedras (pretas)
sei,
elas não mais são mudas!

talvez, possa valer escrever.

1. agosto. 2004




Perdia-me num medo no tocante á música que soava,
por palavras esqueci-me,
senti-me num outro ponto,
num ponto não pertencente a uma reta,
num ponto do céu,
de referências sem interferências,
talvez por adentrar num universo,
por este ser vazio e preenchido de nada.
só por tudo o que cercava.

bi, 3/08/2004

P.S:
Aos filhos livres
Alguns tempos são breves e outros eternos, proporcionais ao universo.
Ter visto alguém escrever uma poesia logo em seguida ao ler da minha, congelado um tempo único proporcionado por esse ser vazio e preenchido de nada, é tocar a estrutura do universo. Fazê-lo mover.
Escrever um poema é não estar morto e nem vivo.
É só pertencer à uma parte do universo.
É ser eterno em um instante, sem fama ou grande reconhecimento.
É ser artista.

Nenhum comentário:

Postar um comentário