sexta-feira, 4 de novembro de 2022

A gravidade desaparece nesta guerra

    A gravidade desaparece nesta guerra

Nossas botas, de fato, orbitam fora da Terra

É o meu sangue ou o teu que derrama?
Juntando estrelas no campo de rebeldes
Procuro a paz como nunca tivesse te visto
Com o vestido macio sobre o corpo, você olhava para o céu
Foi quando, voando perto um do outro, nossas mãos se tocaram
Como num vento que passa pelo beiral da porta de domingo de manhã
Você diz!
A humanidade parece leve como o sorriso de um rebento
E você me sopra
Meu sangue é como a calda de hormônios pronto para derramar
E os pelos enrijecem
A beira do abismo no primeiro acorde da tua música preferida
Você toca!
O tempo da memória esvoaça em sentimentos aos milhares
E num átimo a bomba espetacular explode
E não dá mais para narrar nem você ou nem eu
Porque no metabolismo já derretemos no universo
Onde da sílaba só nos resta fazer o café com as torradas
Esticar o lençol para o próximo hospede
E esquecer que um dia pisamos no chão
Sem pensar que nem um e nem o outro, nunca fomos parte de nós.